21.6.14

Emoção - Capitulo 11

 
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ALGUMAS HORAS depois, após terem comprado um pouco mais e rido um pouco mais, ambos compraram o jantar para viagem, então seguiram para a casa de Demi. O pequeno apartamento que ela dividia com Miley não era muita longe da cafeteria Beans & Books, onde Joe havia deixado sua caminhonete. Demi disse a si mesma que Joe estava apenas a acompanhando até em casa, e então iria embora.

Mas cá no fundinho de seu cérebro, ela não conseguia evitar se perguntar a quanto do fim de semana ele estava se referindo quando sugeriu que ficassem juntos.

E o quanto ela mesma queria que as palavras dele significassem.

Era louco, considerando que ela havia saído com Alex durante três meses e ela o deixara ao menos passar a mão nela, com uma tentativa frustrada de tentar ir mais além ainda. Mas Demi já sabia que desejava que Joe fosse até o fim com ela. O que ela sentia quando estava com ele, usufruindo do calor da mão dele na sua, estremecendo quando o braço dele roçou seu corpo acidentalmente, ficando empolgada só de ouvir a voz dele, era um desejo sem precedentes. Demi já havia ouvido descrições a respeito, mas agora, pela primeira vez, ela o sentia.

Sabia que devia ir com calma. Mas alguma coisa, não apenas a atração física instantânea, mas também o senso de humor gentil dele, a generosidade, a risada sexy, faziam dele alguém que ela não queria deixar ir embora. Então, quando retornaram ao prédio dela, Demi tinha a intenção de convidá-lo para entrar e beber alguma coisa. E então ver o que acontecia. Ou fazer algo acontecer.

Ela e Miley dividiam um apartamento pequeno, cujo valor do aluguel provavelmente era tão alto quando a amortização de um financiamento imobiliário fora da cidade. Agora o apartamento estava vazio. Miley havia viajado para passar as festas de fim de ano fora… Ela havia ligado duas horas atrás antes de Nick buscá-la. Então o lugar era todo de Demi durante o fim de semana.

Hum. Seria possível que ela estivesse a poucas horas de fazer aquilo finalmente? Ela não se referia bem a sexo, mas à compreensão, afinal. A finalmente entender como era ser tão dominada pelo prazer que você perdia o rumo em relação ao restante do mundo.

Os passos dela se apressaram. Ela estava tão ansiosa para chegar em casa, para começar a descobrir se o fim de semana juntos incluía noites, e não apenas o dia, que não notou quando Joe parou de caminhar. Ela finalmente percebeu e então olhou por sobre o ombro, vendo a meia dúzia de passos atrás. Joe parou no meio da calçada apinhada de gente da Sixth Avenue e estava olhando para o céu.

Não. Não era para o céu. Aquelas luzes piscando não eram estrelas. Em vez disso, milhares de pequenas lâmpadas conferiam um fulgor à noite, seu brilho captado por um mar de enfeites reluzentes delicadamente deitados nos braços de uma enorme árvore sempre-viva.

– Dá para acreditar que é a primeira vez que vejo? – perguntou Joe, olhando embevecido para a árvore de Natal do Rockefeller Center.

– Mesmo?

Ele assentiu.

– É meu primeiro Natal na Big Apple, e não tenho passado por aqui nas últimas semanas.

Demi podia até ser irmã gêmea há muito perdida de Ebenezer Scrooge, mas não dava para ser rabugenta quando via Joe ostentando aquela expressão extasiada. Ele parecia um garoto. Um garoto grande, musculoso, incrivelmente lindo e para lá de sexy.

Ela retornou para ficar ao lado dele, olhando para a árvore. Era linda, incendiada de cores e luz. Até mesmo seu coração endurecido para o Natal se abrandou diante daquela visão.

Sem dizer uma palavra, Joe guiou Demi até um banco vazio adiante. Era noite e as multidões haviam se reduzido a níveis bem razoáveis.

Ela ficou sentada ao lado dele no banco, lhe dando tempo para observar a decoração. Mas, para sua surpresa, em vez disso, Joe olhou para ela.

– Como provavelmente isso é o mais perto que você vai chegar de uma árvore nesse ano, quer abrir seu presente agora?

Ela olhou para a caixinha amassada, a qual ficou carregando para lá e para cá o dia todo. Podia esperar e abrir quando chegasse em casa, mas, de algum modo, aquele momento parecia certo.

– Eu já sei o que é.

– Mesmo?

– Bem, não especificamente. – Ela começou a arrancar o papel de presente ainda úmido. – Sam e eu temos essa tradição.

– Desconfio que seja uma tradição não tradicional.

– Pode-se dizer que sim. – Ela sorriu de fato quando puxou o último pedacinho do papel e ergueu a tampa. Alex podia até ter quebrado o presente, mas foi a alegria de ver o que Sam comprara que a encantava. Nenhum vidro quebrado poderia tirar aquilo dela.

– Ai, meu Deus – disse Joe, olhando para o monte de papel de seda dentro da caixa. – isso é… é…

– É a coisa mais feia que eu já vi – disse Demi. Ela levou a mão à boca, rindo. A destruição mimada de Alex não havia ajudado muito para deixar aquela coisa menos atraente, porque já era um tanto horrorosa. – Não é perfeito?

Joe ficou boquiaberto e então a encarou.

– Sério?

– Ah, sim – falou Demi, com um meneio de cabeça. Então ergueu o globo de neve quebrado, agora sem vidro, sem água e sem neve, e espiou o pedaço resistente que outrora fora seu centro. Sentado no trono, estava o Papai Noel mais feio do mundo. Os olhos eram espaçados e arregalados, o rosto deformado, sua coloração desbotada. A roupa supostamente vermelha estava mais para um alaranjado de discoteca da década de 1970, enfeitada por pequenos símbolos de paz. Ao lado dele, havia duas crianças assustadoramente magras e acinzentadas, que pareciam ter saído de seus túmulos e estavam prestes a transformar o velho Nicolau em zumbi.

Medonho. Pavoroso.

Ela amou.

– Ah, isso é tão melhor do que o que comprei para ele… uma casinha idiota, os banheiros da roça mesmo, com um Papai Noel e sons de gases.

– Vocês sempre trocam presentes horrorosos?

– Só no Natal. Ele me dá globos de neve e eu dou algum Papai Noel desagradável, normalmente do tipo que emite sons obscenos.

Ele riu.

– Minhas irmãs me matariam se eu fizesse isso.

– Começou como uma brincadeira… uma distração para não pensarmos muito em como as coisas eram antes. Aí pegou.

Ela não poderia estar mais satisfeita com seu presente… A menos, é claro, que não estivesse quebrado. Mas não ia contar essa parte a Sam. O principal do presente era a cena central do pedestal mesmo.

Sorrindo, Demi enfiou a base do globo de volta à caixa, tentando evitar se cortar nos pedacinhos de vidro. Mas quando sentiu uma pontada afiada em seu dedo indicador, sabia que não tinha sido bem-sucedida.

– Ai – murmurou ela, enfiando o dedo na boca.

– Deixe-me ver – pediu Joe.

Ela permitiu que ele pegasse sua mão, vendo uma gota reluzente de sangue escorrendo pela pele.

– Vamos arranjar alguma coisa para limpar isso.

– Tudo bem, não estamos muito longe da minha casa… contanto que você esteja pronto para ir?

Joe se levantou, pegando a caixa agora aberta, e estendendo a outra mão a Demi. Ela ofereceu a mão não machucada, e uma vez de pé ao lado dele, Joe passou um braço em volta do ombro dela. Deu uma última olhadinha para a famosa árvore. Então, sem uma palavra, se virou para Demi.

– Eu sei que isso é piegas e parece saído de um filme de Natal – disse ele –, mas vou fazer assim mesmo.

Demi não estava muito certa do que era o isso que ele iria fazer, mas de repente entendeu quando ele se abaixou para beijá-la. As pessoas continuavam a andar ao redor dele, músicos de rua tocavam ao fundo, patinadores berravam da pista lá embaixo. No entanto tudo pareceu desaparecer quando Demi entreabriu a boca para Joe, provando a língua dele em investidas lentas e delicadas que logo se aprofundaram. Foi ficando mais quente, mais ávido. Ambos pareciam ter perdido qualquer indício de restrição que os havia impedido de ser tão intensos durante o beijo anterior.

Joe baixou o braço até sua mão roçar o quadril de Demi, os dedos roçando logo acima do traseiro, então ela estremeceu, querendo mais. Muito mais.

– Arranjem um quarto! – berrou alguém.

A zombaria e a gargalhada que a acompanhou invadiu o momento.

Suspirando ao encontro do lábio um do outro, eles se separaram lentamente.

– Obrigado – disse Joe após um longo instante, durante o qual manteve a mão no quadril de Demi. – Posso acrescentar isso à minha lista de coisas a se fazer antes de morrer.

– Beijar em frente à árvore de Natal do Rockefeller Center?

– Não. Beijar você em frente à árvore de Natal do Rockefeller Center.

Demi não conseguia tirar o sorriso do rosto quando começaram a caminhar pelas várias quadras até o apartamento dela. Joe estava carregando não apenas a sacola com seu dinossauro robótico, mas também o globo de neve. Ele insistira em enrolar um guardanapo amassado no dedo de Demi, mas ela nem estava mais sentindo a ardência do corte. Porque quanto mais perto chegavam de casa, mais ela se perguntava o que iria acontecer quando estivessem lá. Aquele beijo tinha sido tão bom, mas também frustrante, já que ela queria mais.

Muito mais.

Infelizmente, uma vez que chegaram ao prédio, e Demi olhou para cima e viu o que pareciam ser todas as luzes do apartamento acesas, percebeu que não ia conseguir. Droga.

– Acho que Miley não viajou, afinal – disse ela, imaginando por que a amiga havia resolvido ficar. Eram quase 22h; Miley e Nick deveria estar na estrada há horas.

– Sua colega de apartamento ainda está aí?

– Parece que sim. De jeito nenhum que ela iria deixar todas as luzes acesas… Ela é totalmente chata com a conta de luz.

Joe assentiu, embora tivesse desviado o olhar. Demi se perguntou se ele o fez para que pudesse disfarçar a própria decepção. Não era como se ela nunca tivesse tido encontros ali antes; Alex havia ido lá inúmeras vezes. Era só que ela queria estar a sós com Joe. Realmente a sós. E não havia nenhuma privacidade em seu apartamento. Ela dormia em uma cama embutida, com apenas uma cortina pendurada em um varal servindo como parede, e Miley usava o sofá-cama, que funcionava como cama à noite e como sofá pelo restante do tempo.

Estar com ele em um espaço confinado, sob os olhares divertidos e cientes de sua colega de apartamento, seria algo além de torturante.

Ele pareceu concordar.

– A que horas devo vir amanhã?

Ela ergue uma sobrancelha.

– Você prometeu passar o fim de semana do Natal comigo, lembra-se?

– Você realmente quis dizer isso?

Ele ergueu as mãos e abarcou o rosto dela, levantando-o para que Demi pudesse encará-lo.

– Eu quis dizer isso totalmente.

Então ele baixou a cabeça e a beijou outra vez. Manteve o tom suave, doce, delicado. Ainda assim, Demi gemeu de prazer, virando a cabeça, entrelaçando os dedos ao cabelo dele. Mais uma vez a maldita caixinha estava entre eles, e agora, havia um dinossauro também. Mas talvez fosse melhor assim. Beijá-lo, sentir a investida quente da língua dele em sua boca, era excitante demais. Se o corpo rijo e sensual dele ficasse ao encontro do dela, Demi ficaria tentada a arrastá-lo escadaria acima para tentar o quanto de privacidade uma cortina num varal poderia oferecer.

Joe interrompeu o beijo e deu um passo para trás.

– Boa noite, Demi Lovato. Estou muito feliz por ter conhecido você.

– Idem – sussurrou ela.

– Vejo você amanhã.

– Amanhã.

Então, sabendo que ela precisava ir agora, enquanto ainda possuía células cerebrais na cabeça, Demi subiu os degraus externos. Ofereceu a Joe um último sorriso antes de digitar no teclado para abrir o portão principal, então entrou.

Com o coração leve enquanto praticamente voava pelas escadas, sentiu vontade de assobiar uma musiquinha de Natal. Pela primeira vez em muitos anos Demi estava de fato ansiosa pela véspera de Natal. Porque havia alguém muito especial para compartilhar aquela data.

Assim que abriu a porta do apartamento, ela olhou ao redor do espaço minúsculo, procurando sua colega de quarto.

– Pensei que você já estaria longe agora – disse.

Miley não respondeu. Demi cruzou a sala, indo até a cozinha americana, espiando pelos cantos, sem ver ninguém. Então notou que a cortina fina que protegia sua cama do restante do apartamento estava remexendo.

Estranho.

– Mi?

A cortina remexeu outra vez, desta vez sendo completamente arrastada para o lado. Demi ficou de queixo caído quando viu, não sua bela colega de apartamento, mas alguém que ela realmente esperava não ver nunca mais.

– Alex?

– Onde você esteve? Fiquei esperando durante horas.

– O que você pensa que está fazendo aqui? Como você entrou?

– Eu tinha uma chave que copiei há algumas semanas. – Ele sorriu levemente, se aproximando, uma leve oscilação em seus passos. Bêbado. – É meu aniversário. Você nunca me deu meu presente. Fiquei esperando por muito tempo e esperava ganhá-lo esta noite.

Ele deu outro passo. Dessa vez, Demi viu um brilho no olhar dele que não lhe agradou. De repente Alex não se assemelhava mais a um rapaz bêbado.

Estava mais para um homem determinado, vingativo. Um que gostaria de que ela achasse que ele estava um pouco mais dopado do que realmente estava.

Demi recuou.

– Aonde você vai? Vamos lá, você não está brava de verdade, está? Você sabe que não dou a mínima para aquela vadia. Eu só estava frustrado, esperando por você. Homens têm necessidades, você sabe. – Ele deu outro passo, cambaleando sutilmente, e de repente Demi percebeu que ele estava tentando se colocar entre ela e a porta.

Aquilo era sério. Miley tinha viajado, a vizinha do lado era praticamente surda e havia poucas pessoas na rua naquela região àquela hora. E Alex sabia de todas essas coisas.

– Ainda não consigo acreditar que você veio com um cara no meu apartamento – disse ele, semicerrando os olhos e contorcendo a boca. – Aquilo foi errado, enfiar um estranho nessa história.

Joe. Ai, Deus, como ela desejava tê-lo convidado para subir!

Os pensamentos de Demi se reviravam e ela buscava opções, sendo que nenhuma delas incluía a intervenção de um cavaleiro com armadura brilhante, ou um carpinteiro com jaqueta de couro marrom. O irmão dela havia enfiado estatísticas sobre estupros em ambiente estudantil em sua cabeça antes de Demi sair de casa. Ele também a ensinara alguns movimentos de defesa pessoal.

Mas melhor do que tentar a luta corporal contra Alex, seria convencê-lo a ir embora.

Ela começou a pensar, avaliando mentalmente tudo que havia no apartamento, sabendo que as facas na cozinha não era muito afiadas. Agora ele estava entre ela e a porta. O celular estava na bolsa e elas não tinham telefone fixo… não que qualquer pessoa para quem Demi telefonasse fosse chegar lá em 10 ou 15 minutos, incluindo a polícia. Naquele meio-tempo Alex poderia fazer muita coisa. E, ela suspeitava, era exatamente o que ele tinha a intenção de fazer.

– Qual é o problema? – perguntou Alex, um sorriso malicioso alargando a boca petulante. – Não quer me dar um presente de aniversário? Depois de me fazer esperar durante todo esse tempo, você me deve isso.

– Eu não te devo nada – rebateu ela, cerrando os punhos, resolvendo golpear no pomo de adão dele.

– Sim, vadia, você deve – disse com escárnio, a máscara caindo, o pretexto sendo deixado de lado. Qualquer indício do bêbado desleixado desapareceu quando ele partiu para cima dela, o olhar em sua expressão lhe dizendo que Alex estava totalmente ciente e consciente do que estava fazendo.

Mas Demi também estava. Ela se esquivou dele, chutando-o nas rótulas com os saltos grossos das botas duras de couro. Ele cambaleou, caiu em cima do sofá e derrubou um abajur.

Sem perder um segundo, Demi seguiu para a porta, ouvindo o rugido de raiva de Alex quando ele se lançou atrás dela. Os dedos lhe agarraram o cabelo e ela foi puxada para trás. Ignorando a dor, Demi girou e acertou a cara dele com suas unhas.

– Sua provocadorazinha – berrou ele.

Então veio outro rugido de ódio. Só que esse não veio de Alex. Veio de trás de Demi, da porta do apartamento, a qual ela havia se esquecido de trancar quando entrou.

Joe. Ele estava lá. Indo contra todas as chances, sabe-se lá por qual motivo, ele havia subido e chegado bem na hora.

Chocada, Demi ficou observando quando ele passou por ela, agarrando Alex pela cintura e jogando-o no chão.

Um bom naco de seus cabelos saiu na mão dele, mas ela estava tão aliviada que mal notou.

– Seu saco de merda nojento!

Os dois rolaram no chão, colidindo contra a mobília. Alex se contorceu e tentou se colocar de pé. Joe foi mais rápido, e com o punho fechado, largou um soco na cara de Alex. Houve um som satisfatório de algo sendo triturado, então o sangue começou a jorrar daquele nariz perfeito, cirurgicamente moldado.

Alex cambaleou para trás.

– Cara, você quebrou meu nariz!

Joe o ignorou, batendo novamente, dessa vez pousando um punho poderoso no estômago do pretenso estuprador. Alex se dobrou e caiu no sofá, chorando.

Joe lhe ofereceu um sorriso enojado antes de voltar sua atenção a Demi.

– Você está bem? Ele…

– Não, estou bem – disse, ela, tremendo quando se deu conta do quanto aquilo poderia ter acabado mal. – Obrigada.

– Eu estava a uma quadra de distância, quando percebi que ainda estava segurando o presente de seu irmão. – Ele gesticulou para o chão, onde o pacote estava. – Ouvi gritos lá de fora. Felizmente me lembrei dos números que você digitou no teclado.

Graças a Deus.

– Vou fazer você ser preso por agressão! – enfureceu-se Alex enquanto cambaleava para trás.

– Tudo bem, claro. Vamos dividir o banco traseiro de um carro de polícia quando você for levado por tentativa de estupro – respondeu Joe, a fúria desencadeando dele quando deu um passo ameaçador em direção a Alex.

O outro baixou a mão trêmula, espiando Demi, a boca tremendo.

– Espere, eu não quis… Eu não teria…

– Sim, teria – respondeu ela, sabendo que era verdade. – E eu vou prestar queixa.

– Não… Meus pais.. Eu poderia perder meu estágio! Desculpe, acho que perdi um pouco do controle.

Ela não sentia pena dele. Mas estava preocupada com Joe. Ele era um carpinteiro, um forasteiro sem grana, e Alex era filho único de um tubarão corporativo rico. Demi tinha apenas sua palavra para convencer a qualquer pessoa de que Alex a atacara.

Bem, isso e provavelmente uma falha na cabeça.

Ela precisava pensar no assunto.

– Apenas vá embora – disse, sentindo-se sobrecarregada repentinamente.

– Obrigado!

– Não estou prometendo nada. No mínimo vou reportar o caso à segurança do campus e ao escritório do reitor.

Alex fez um beicinho raivoso. Mas Joe o interrompeu antes que ele pudesse dizer uma palavra.

– Saia daqui antes que eu te arrebente mais.

Calando-se, Alex cambaleou até a porta, passando a uma enorme distância de Joe, como se não confiasse que este não iria atacar. Provavelmente uma boa decisão, considerando que Joe estava tremendo visivelmente de raiva.

Pouco antes de sair, Alex lançou mais um olhar suplicante a Demi. Ela o ignorou, concentrada apenas em Joe. Seu cavaleiro de armadura reluzente, ele enxergasse isso ou não.

Demi nunca havia sido o tipo de garota que desejava ser resgatada. Nem mesmo achara que precisasse ser. Mas esta noite, aquela coisa de cavaleiro do rei Arthur em seu proverbial cavalo branco se tornou incrivelmente útil.

Uma vez a sós, Joe foi até a porta, girando a tranca. Quando voltou, não hesitou, foi até Demi de braços abertos. Ela derreteu ao encontro do corpo rijo dele, liberando a ansiedade dos últimos dez minutos e simplesmente o abraçando, absorvendo o calor e a preocupação dele. Ele ficou lhe acariciando, passando os dedos por seus cabelos, desenhando pequenos círculos em seu cóccix. Murmurando palavras suaves ao seu ouvido.

Aquilo era, para ser bem honesta, o mais protegida e amada que ela se sentira em anos.

– Tudo bem, Demi. Ele já foi. Ele já foi.

Finalmente, após um longo momento, Joe recuou um pouco e olhou para ela.

– Você não devia ficar aqui sozinha.

Não, provavelmente não devia.

– Ele disse que fez uma cópia da chave…

– Você definitivamente não vai ficar aqui. – Ele murmurou um xingamento e endureceu, e Demi soube que Joe estava bravo consigo por não ter recuperado a chave antes de Alex ir embora.

– Acho que eu poderia ir para um hotel…

– Dane-se o hotel – sussurrou ele, olhando para ela com uma expressão incrédula, como ela tivesse dito algo absolutamente ridículo. – Arrume sua mala, você vai vir para minha casa comigo.
 
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E aí? estão gostando da fic?? eu espero que sim, essa mini-fic é muito fofa, vocês vão ver!!! <3
beijoos *--*

8 comentários:

  1. To amando de paixão, literalmente! Posta mais, pleaseee!

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  2. " você
    vai vir para minha casa comigo." Aí Joe seu lindo maravilhoso gostoso e ainda herói ainda bem que ele chegou a tempo. E esse idiota do Alex mereceu uns socos mesmo run .. Amando essa mini fic perfeita <3
    Posta mais por favor :)
    Fabíola Barboza

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  3. Mari minha linda tudo bem?
    Estou encantada com o Joe nessa mini fic!!!! Ela é perfeita!!!
    Ah e eu passei pelo outro blog e me emocionei com o cap perfeito que você fez!!!! Obrigada flor!!! Como eu disse amo suas fics!! Você tem um jeitinho especial que nos encanta!!! Obrigada minha flor!!! Bju!!!

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  4. Heeey posta logo porque ta perfeito demais

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  5. você tinha que parar ai? justo aí? kkk u.u
    posta maaaaaaaaais.

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    1. amoooooor, você pode divulgar estou recomeçando ele agora :/
      e queria muito que você lesse e dizer o que acha :3
      http://unconditionallyfanfics.blogspot.com.br/ muito obrigada xuxu♥

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