3.9.15

Faça Meu Jogo - Capitulo 2 (2/2)


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DEMI PRECISAVA admitir… Joe Campbell tinha ficado um piloto da década de 1970 lindo. Fitando-o do outro lado do banco de trás do táxi, ela questionava o capricho estranho do destino, que colocara um homem solteiro tão sexy e charmoso em seu caminho quando ela mais precisava de um.

E ela definitivamente precisava de um. Fazia tempo desde que se sentira tão segura de si como mulher, tão em sintonia com as sensações percorrendo seu corpo. Todos os filmes tristes de fim de noite que rodavam em sua cabeça ultimamente, substituindo qualquer semelhança de uma vida amorosa de verdade, tinham sido meros marcadores de espaço, não substituíam o sexo maravilhoso que ela não vinha fazendo.

Aqueles filminhos mentais iam ter um novo personagem principal depois desta noite. Porque Demi tinha a sensação de que, antes de a noite terminar, ela ia estar dizendo: “Bem-vindo a bordo” e “Voe comigo”, e significando exatamente o que os antigos executivos da publicidade queriam que os passageiros pensassem que as aeromoças sensuais denotavam.

Ela queria Joe. Ele a queria. Era uma noite de Dia das Bruxas louca e ousada e ambos estavam solteiros e interessados.

Então por que não?

Tudo bem, ela nunca havia tido um casinho de uma noite com um total estranho. Mas sua melhor amiga, Jazz, tinha. Ela não acabou com a letra A escarlate marcada no peito ou com qualquer doença nojenta, nem precisou de terapia para se livrar de alguma culpa inexistente.

Considerando que Demi às vezes achava Jazz a única mulher de sua idade minimamente parecida com ela, ou a única que a entendia completamente, ela não a imaginava como um exemplo ruim a se seguir.

Além disso, Demi já havia se rendido a casinhos sem compromisso antes. Na verdade, considerando o quão mal seus últimos relacionamentos tinham terminado, um caso de uma noite soava perfeito.

Ela gostava de sexo. Gostava muito. Desta vez, simplesmente iria fazê-lo sem os dois pré-requisitos necessários: bebidas e então jantar. Ou se preocupar com o telefonema do dia seguinte. Joe iria voltar para sua vida em Pittsburgh, ela ficaria em Chicago, e eles iriam sorrir sempre que pensassem na noite em que tiveram uma aventurazinha ousada com um estranho em Chicago.

E o melhor de tudo: não haveria falsas tentativas de suicídio de malucos. Nem telefonemas de um bêbado dizendo que ela era uma bruxa irresponsável que gostava de partir os corações dos homens. E Joe não iria se tornar o mais novo membro do grupo virtual “Chutado por Demi Bauer” que, na verdade, tinha sido criado por um sujeito com quem ela havia saído durante seu primeiro ano de faculdade.

Deus, homens podiam ser tão chorões.

Voltando ao assunto: o casinho de uma noite.

Isso. Soava bem. Ela só precisava tatear para ter certeza de que Joe estava de acordo. A julgar pela forma como ele a estava devorando com os olhos desde o minuto em que se conheceram, Demi tinha a sensação de que a resposta era um grande e gordo “sim”.

– Como diabos eles respiram nestas coisas? – murmurou ele enquanto puxava o colarinho demasiadamente apertado de sua camisa. – Não consigo acreditar que não tinha havido acidentes provocados pela falta de oxigênio no cérebro dos pilotos.

– É só um terno, pelo amor de Deus – disse Demi, revirando os olhos para as queixas típicas do sexo masculino. – Acontece que ele está muito pequeno para você.

Eles tinham encontrado o uniforme antigo que Joe estava usando como fantasia no aeroporto, após o desembarque em Chicago. Não fora difícil. Muitas das empresas em O’Hare existiam há décadas, e Demi tinha amigos em praticamente todas elas. Um pouquinho de investigação, e ela conseguiu o contato do escritório de um sujeito que trabalhara transportando as bagagens desde a época da Pan Am. Ele sabia onde muito material antigo interessante era armazenado e uma hora após o pouso pôs nas mãos dela um uniforme de piloto, que só estava ligeiramente mofado, completo, com um quepe garboso e tudo.

Estava muito apertado nos ombros largos de Joe Campbell, mas largo em torno dos quadris estreitos e traseiro durinho. Quem quer que fosse o Capitão Confiável da década de 1970, ele definitivamente não tinha a constituição física de dar água na boca como a de Joe.

– Assim você vai rasgar – censurou ela enquanto ele continuava a puxar. – A peça é frágil o suficiente para isso acontecer.

Afastando as mãos dele, Demi tocou no forte pescoço, os dedos roçando a pele quente e macia. Uma respiração profunda roçou seus lábios quase fechados e de repente ela se sentiu um pouco tonta. Havia tanta virilidade inesperada nele, o tônus e a musculatura mais adequados a um atleta do que ao empresário chato que ela o acusara de ser.

Não que ela estivesse falando sério.

Nem um pouco. As roupas que ele estava usando podiam até ser conservadoras, mas o olhar dele, a contorção sexy dos lábios, o tom sugestivo da conversa… todas essas coisas não indicavam nada senão um homem excitante, intrigante.

Um brilho fino de suor umedecia o pescoço dele, bem onde a camisa marcava os tendões. Ela precisou morder o lábio inferior para se certificar de que não faria algo louco como se aproximar e provar aquela umidade, provar aquela pele. Ela ignorou o comando mental repentino para simplesmente fazer, concentrando-se em desapertar o botão superior e em afrouxar a gravata.

Joe não disse nada, só ficou olhando para ela, a expressão difícil de ler sob a iluminação fraca do táxi.

Quando ela terminou, deixou cair as mãos ao colo, torcendo os dedos sobre o casaco longo de inverno. Ele não combinava exatamente com seu traje, mas, apesar do outono suave daquele ano, costumava ficar muito frio quando o sol se punha. Ela sinceramente não sabia como as garotas estilosas de 1970 tinham aguentado.

– Então… Esse cliente de vocês, ele não vai se importar se você aparecer com uma… – Ela pensou nas próprias palavras, optando por não dizer “acompanhante”, e concluiu: – … convidada?

– É um pub – respondeu Joe, seus lábios sensuais curvando-se um pouco nos cantos. – Acho que eles podem lidar com um extra.

– Que belo emprego você tem, ter de ir a pubs para festas de Dia das Bruxas – comentou ela, tentando pensar em algo que não fosse a boca dele. O quanto ela queria aquela boca. E onde ela queria aquela boca.

– Eu não acho que chegue aos pés do seu… Voar até o Caribe para transportar os ricos em suas férias pecaminosamente caras.

– Eu costumo transportar empresários detestáveis e mimados para seus retiros corporativos pecaminosamente caros.

Ele fez um “tsc”.

– Tenho certeza de que eles consideram a verba dos paraquedas um dinheiro muito bem gasto. – Ele hesitou por uma fração de segundo, e depois acrescentou: – Então acho que eu devia estar feliz por você ter me chamado de entediante em vez de detestável e mimado?

– Você não é detestável – respondeu ela imediatamente.

Ele ergueu uma sobrancelha.

– Mimado?

Demi bateu um dedinho no queixo, fingindo pensar. Ela não desconfiava que aquele sujeito fosse mimado do jeito que alguns de seus clientes eram. Ele não tinha pose de rico, acostumado a todos se curvando diante de si à primeira solicitação. E definitivamente não era o tipo de cara que esperava que uma mulher abrisse as pernas à primeira menção de um objeto reluzente.

Sim, ela havia conhecido um monte de caras desse tipo. Demi ficou se perguntando que tipo de mulher trocaria uma noite debaixo de um velho suado, flácido e fora de forma por um par de brincos de diamantes.

Joe não era como esses velhos, nem física nem mentalmente. Demi tinha a sensação de que ele era bem-sucedido, mas não financeiramente mimado.

Mimado de outras maneiras? Talvez.

Tinha a ver com a autoconfiança dele, o sorrisinho quando perguntara se ela era solteira, e disse estar acostumado a conseguir o que queria quando se tratava de mulheres. A maneira como ele se sentara a poucos centímetros de distância, casual e confortável quando ela estava formigando de emoção pela proximidade entre eles, dizia que Joe estava muito seguro do que queria que acontecesse entre eles, e sobre sua capacidade de fazer acontecer.

Sexualmente confiante, sim. Mas mimado? Não. O cara que parecia que ia vomitar durante o voo era adoravelmente sexy e vulnerável. Não havia nada daquela coisa assustadora e idiota do tipo “sou bom e sei disso” nele.

– Você não é mimado – admitiu ela.

– Espero que não. Como o mais velho de seis filhos, aprendi muito cedo a não contar que nada que eu possuía ficaria imune a empréstimos, danos ou perdas.

– Seis filhos! – A ideia em si a apavorava. Uma irmã, irmã perfeita, boazinha, igual aos pais e que fazia exatamente o que era esperado dela e que nunca saíra da linha já era o suficiente para Demi, muito obrigada. – Meu Deus. Seis. Não consigo nem imaginar isso – murmurou ela.

– Ah, sim. – Ele deu uma risadinha quando acrescentou: – Nunca era entediante.

Demi mordeu o lábio antes de responder, um pouco timidamente:

– Desculpe pelo que eu disse. Eu só estava tentando fazer você relaxar.

Joe podia fazer jus à parte de empresário, mas nenhum homem com aquele visual, aquela boca e aquele brilho de interesse nos olhos poderia ser chamado de entediante.

– Então, como funciona essa sua estratégia de trabalho?

Confusa, ela perguntou:

– Que estratégia?

– Insultar os caras para relaxá-los. Funciona direitinho?

Ao ouvir o riso no tom dele, sabendo que estava rindo de si mesmo também, Demi teve de admitir que gostava de Joe Campbell.

Desejava. Gostava dele. Dois pontos marcados em sua lista mental não sou uma vadia e não costumo ter casos de uma noite.

Esta noite estava ficando melhor a cada minuto.

– Funcionou comigo, a propósito. – Ele se recostou mais no banco, virando um pouco para encará-la. Os reflexos fracos vindos dos postes pelos quais eles passavam marcavam suas belas feições com luz e sombra. A respiração dele criava pequenos vapores no ar frio que não podia ser suplantado pelo aquecedor fraco do carro. A voz dele saiu grave e densa quando ele prometeu: – Porque estou ansioso para provar que você está errada, Demi.

O coração dela falhou uma batida. Só uma. Algo no modo como seu nome rolou suavemente, calmamente, no sussurro dele, a excitou. Mas ela conseguiu manter a própria respiração estável.

– É?

Ele assentiu.

– Não há nada de entediante sobre o que vai acontecer entre nós.

Um arrepio de excitação a percorreu.

Começou nos lábios, que tremeram e se entreabriram em seguida, daí desceu pelo corpo inteiro, que de repente parecia muito mais… alerta, de alguma forma. O frio estava mais cortante, a pelagem áspera do casaco raspando nas coxas nuas dela. Os seios formigavam sob o poliéster escorregadio da blusa, a sensação sensual contra os mamilos rijos.

A excitação tinha despertado cada centímetro dela. Havia estado lá, faiscando logo abaixo da superfície, há horas, desde que ela avistara Joe naquela pista em Pittsburgh. Agora a faísca se espalhara em um incêndio de interesse e excitação, muito embora ele não a tivesse tocado.

Ele sabia. Tinha de saber. O ar parecia espesso com a certeza súbita de Demi sobre o quanto queria aquele homem. Essa certeza deve ter chegado à Joe por meio das respirações arfantes e audíveis, da forma quase imperceptível como ela se inclinava para ele, irresistivelmente atraída pelo calor dele. Pelo tamanho dele. Pelo perfume dele.

A mão grande, forte deslizando no cabelo dela e lhe abarcando a cabeça não foi nenhuma surpresa. Ela sorriu de expectativa quando ele virou o rosto dela, inclinou o queixo para cima, e então se abaixou em direção a ela. Os hálitos se misturavam no ar da noite fria e um chiado quase tangível de emoção precedeu o primeiro encontro de seus lábios.

Um segundo depois, o ar frio desapareceu. Nada podia separá-los.

O primeiro beijo não foi um roçar tímido de lábio no lábio, nem houve qualquer hesitação, ou até mesmo um suspiro na emoção. Em vez disso, foi forte e molhado. Sensual. Confiante e ávido, Joe entreabriu os lábios e deslizou a língua contra a de Demi, saboreando profundamente, completamente, com prazer, mas sem desespero.

Um prazer que poderia facilmente levar ao desespero, ela não tinha dúvida. Mas, apesar do fato de eles estarem no banco de trás de um táxi qualquer, e de haver uma plateia de um homem só, cortesia do espelho retrovisor, Demi não se importou.

Ela queria aquilo. Almejava aquilo.

Então ela não resistiu, ou mesmo hesitou. Em vez disso, reagiu com puro instinto, abraçando o pescoço de Joe. Inclinando a cabeça para o lado, convidando-o silenciosamente a ir mais fundo. Ela gemeu com as delícias da língua macia, saboreando-o e explorando o interior da boca máscula.

Ele era quente e sólido, o cheiro masculino e repleto de especiarias preenchendo a cabeça dela, enquanto o calor contra seu corpo afugentava quaisquer vestígios finais de frio.

Finalmente, ele concluiu o beijo, afastando-se lentamente, o suficiente para fitá-la nos olhos. Ela enxergou desejo ali. E algo mais: excitação. Prazer.

Ele sorriu. E Demi enxergou ainda mais: autoconfiança. Ele confirmou com um sorriso largo e satisfeito.

– Isto vai ser muito divertido.

– A festa?

Ele balançou a cabeça.

– Você e eu.

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Quero ver vocês participando! Quem tiver tt me segue lá --> @SraCabeYo
xoxo

Um comentário:

  1. Já está aquecendo!!!! Mais vale eles pularam a festa no pub e irem-se divertir sozinhos ;)

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