25.9.15

Escolha - Capitulo 6


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JOE MUDOU de posição enquanto a beijava. Ele já estava excitado há um tempinho, desde que largara aquela bandeja de chá burlesca. Demi não fazia seu tipo, não havia nenhuma dúvida sobre isso, mas havia nela alguma coisa tão… Alguma coisa.

Tão pequena. Não magra, era uma magreza onipresente, uma coisa a se superar, não para se desfrutar. Pelo menos o tipo de magreza ao qual ele estava acostumado. Demi era diminuta, delicada. Como ele, queria abraçá-la completamente, erguê-la e levá-la para sua cama. Isto era mais absurdo do que o serviço de chá, pois não havia nenhum traço romântico no corpo dele, e nem a bebida fora o suficiente para fazer sua imaginação voar para longe, no entanto, as mãos dele corriam pelo vestido preto, o qual tinha de ser retirado, abarcando os quadris e o traseiro dela.

Em vez de ceder à sua vontade, Joe andou de ré, puxando-a consigo. Ele não precisava olhar, ainda não. Era uma linha reta até o corredor, onde então eles se virariam, em seguida iria por outra linha reta até o quarto.

Eles se beijavam e caminhavam num arrastar desajeitado. Ele a tocava sempre que podia, principalmente nos pontos desnudos, quentes e eriçados. Ele esperava que os arrepios fossem por causa dele, não por causa da temperatura. Optou por não perguntar.

O quarto era obscenamente grande para Manhattan, mas o prédio era da época pré-guerra e o local tinha sido expandido em uma reforma. Ele havia colocado um tapete de pelúcia ali para o próprio deleite, lençóis escandalosamente refinados, preservativos e garrafas de água perto da cama king-size. Demi rompeu com o beijo em um suspiro. Não por causa do luxo do cômodo, ela não o havia espiado ainda, mas para respirar. Para oferecer um sorriso.

Joe acenou com a cabeça em direção à parede, as cortinas eletrônicas de todas as janelas estavam abertas para exibir a vista.

– Não – disse ele. – Eu quero você lá.

Ela se virou. O arfar não foi para tomar fôlego. – Oh, é lindo.

– Perde a graça. – Ele pegou a mão de Demi e a guiou para mais perto das janelas, beijando-a novamente, esgueirando a língua entre os lábios enquanto seus dedos encontravam o zíper dela. Não ouvia nada além da respiração e da circulação sanguínea, mas continuou a baixar o zíper do vestido com a mão esquerda nas costas nuas até chegar ao fim. Tocou a faixa de elástico do cós da calcinha fio dental. O toque foi suficiente para fazer Joe se afastar do calor maravilhoso da boca de Demi.

Ele precisava ver aquilo.

O vestido caiu, formando uma poça aos pés dela, e foi melhor do que ele tinha imaginado. A calcinha não era preta, mas vermelha. Um tom de vermelho escuro, pequena. Vê-lo contra a pele pálida deixou seu membro rijo, o desejo intenso.

Estranha, tão estranha a reação dele. Ela era bonita, realmente era, mas não de uma beleza escultural. Proporções perfeitas, mas não tão magras a ponto de não ter curvas e uma barriguinha que o fazia querer descansar a cabeça ali por uma semana. Deus, e os seios. Eram de dar água na boca, com aréolas rosa claras e mamilos pequenos e firmes, enrugados e à espera.

Demi saiu de seu vestido, e ah, que coisa. Ela nua, usando nada além de uma tanguinha cor de rubi e saltos altos. Impressionante, deliciosa… Deus do céu, a mulher estava a meio metro dele, disposta e ávida.

Joe tirou as próprias roupas em um frenesi controlado, atirando tudo para os lados, em gestos multitarefa, retirando sapatos e meias, se aproximando de Demi enquanto abria o zíper, com a seda da cueca boxer farfalhando enquanto roçava seu pênis cheio de desejo.

Ele a beijou novamente, mas ela estava tremendo e com frio suficiente para ele se render à vontade absurda de tomá-la nos braços. Ela era um peso-pena de carne macia e arfares, e droga, Joe devia ter puxado o edredom da cama. Demi riu dando uma bufada quando ele a pôs no chão, e juntos eles se livraram dos travesseiros extras e retiraram o edredom.

Joe esperou, e quando ela se sentou e se abaixou para tirar os saltos, ele fez um barulho. Não foi um grito ou um gemido, mas algo parecido com ambos. Demi sorriu e levantou-se da cama. Havia um brilho perverso nas pupilas dilatadas de desejo dela, e quando se virou e ficou de quatro no colchão, Joe fez outro barulho, mas este era um gemido, originado diretamente de sua masculinidade. Demi rastejou sobre a cama, rebolando num convite, mostrando-lhe lampejos em vermelho entre as coxas.

Quando ela chegou ao segundo travesseiro, exibiu-se para ele ao se deitar, sorrindo, corada e respirando com dificuldade enquanto posava. Colocando as mãos atrás de si, segurava a cabeceira feita com ripas de teca, com os cabelos escuros contrastando na fronha branca. Demi levantou as pernas, uma inclinada sobre a outra, como uma pin-up dos anos 1940, como uma sereia, como um sonho.

Milagrosamente, Joe não chegou ao ápice de imediato. Ele subiu na cama, devagar, e fechou os olhos antes de tocá-la.

Porque, Deus.

Quando ele lambeu uma trilha pela parte interna da coxa de Demi, ela estremeceu de encontro à língua dele.
DEMI PAROU de respirar quando a boca de Joe avançou pela coxa. A pose sexy não era bem o estilo dela, mas esta noite ela não era a Demi de sempre. Felizmente as mãos dela estavam agarradas às ripas, ou ela teria flutuado até o teto. Queria apressar Joe, o hálito quente provocando-a muito perto dos vincos onde as coxas encontravam a calcinha, mas sem exatamente chegar lá.

Ele pegou o tornozelo esquerdo dela, segurando a perna no ar enquanto a outra mão lhe alisava a coxa direita. Ela o observava, a excitação crescendo, porém estava complicado para Demi manter a cabeça naquele ângulo, com os travesseiros firmes amarrados de um modo meio desajeitado sob suas costas. Por mais que ela quisesse refestelar a cabeça para trás, manter os olhos fechados e soltar o grito preso na garganta, não conseguia fazer nada senão observá-lo, nu, agachado na cama entre os joelhos dela. Sendo assim, ela só ficou observando, incitando-o a se movimentar, permitindo que aquela respiração quente se espreitasse furtivamente sob a pele sedosa, deixando que a língua acompanhasse.

Cada inspiração expandia o peito de Demi, então os seios, pequenos demais para seus mamilos pontiagudos, entraram no campo de visão dela. Quando Joe olhou para cima, sorriu por compartilhar a mesma visão, porém de baixo. Certo, talvez os seios dela não fossem tão pequenos. Pelo jeito como Joe gemia, sempre mantendo a língua na pele de Demi, ele parecia gostar deles. Muito.

Apesar do gemido, o sujeito teimoso se recusava a acelerar.

– Joe – gemeu Demi quando levantou os quadris. Ele queria o que para ir além, um convite por escrito?

A risada baixinha dele marcou a frustração dela.

– Paciência – sussurrou ele, com a boca se movimentando para mais perto de onde ela necessitava. Mas em vez de usar a língua, ele roçou o nariz na fenda, afastando a calcinha. Ele inalou como se ela fosse um buquê de rosas e, ai, Deus, baixou o tornozelo dela enquanto seus dentes agarravam a seda. O puxão foi forte, mas não o suficiente para arrebentar a calcinha, só para arredar as coisas para o lado, para permitir a ela sentir o roçar do ar frio em sua carne nua.

Quando Demi soltou as ripas, as mãos doíam. Tinha certeza de que estavam marcadas com a pressão, mas não se importava. Era necessário tocar Joe. Ela era mais baixa do que qualquer uma de suas amigas, mas a distância entre a cabeceira da cama e o corpo de Joe pareceu se estender por quilômetros. No entanto, Demi chegou a ele sem esforço, tocando o cabelo escuro, macio, os dedos trilhando pelas têmporas.

Ele gemeu, a centímetros de mais uma dobra íntima. Então aquela língua astuta começou a explorar e o corpo de Demi arqueou com o choque.

A batalha contra o travesseiro mal posicionado foi perdida em um instante. Ela pendeu a cabeça para trás, os olhos fechados enquanto ele lambia, sugava e pincelava, até que Demi pôs uma perna pressionando o ombro dele e agarrou os cabelos de Joe de um jeito que deve ter doído muito.

Ele não parou, nem quando ela choramingou, nem mesmo quando o nome dele virou um apelo compassivo nos lábios dela.

Demi chegou ao êxtase com um tranco, o corpo inteiro arqueando e um grito que começou grave e terminou tão agudo que apenas morcegos seriam capazes de ouvi-lo.

Joe a segurou em meio aos tremores, beijando até o umbigo, rumo ao peito. Beijos suaves, beijos fortes, alguns molhados e obscenos, e outros castos e doces. Os dentes arranharam a pele dela, fazendo-a ofegar, no entanto as lambidas posteriores a acalmaram para um suspiro. Quando ele chegou aos seios, ficou ali por um tempo. Demi estremeceu, cada mordiscar e sugada nos mamilos sensíveis provocara tremores.

Ela correu as mãos pelos ombros de Joe enquanto sussurrava o nome dele sem parar, puxando-o para mais perto. Mas o safado obstinado tinha outros planos. Joe abandonou o mamilo com um longo toque da língua e encontrou o olhar de Demi, as pupilas mais dilatadas do que nunca. Os lábios dele estavam molhados com a umidade dela, e o sorriso estava a três passos além do estágio pecaminoso.

– Você precisa alcançar ali – disse ele, apontando para a mesinha de cabeceira. – Abra aquela gaveta.

– Vou abrir.

Joe escancarou o sorriso e Demi sentiu a mão dele descendo furtivamente por sua barriga. – Se você não se importa – disse ele, e ela pôde jurar que a voz dele baixou uma oitava.

– Joe, o que você está fazendo?

– Eu não terminei – disse ele. – Então só vou me divertir até que você achar que vai preferir mais do que apenas dedos.

– Talvez eu tenha uma quedinha por dedos.

– Tudo bem – respondeu ele. Mas ele já estava se posicionando de joelhos até que Demi pudesse vê-lo. Ver seu membro muito, muito duro e pronto.

A mão que não estava acariciando a parte íntima de Demi, brincando no limite dos lábios, envolvia a ereção. Era caprichada e, aparentemente, ele sabia muito bem como usá-la.

Ela engoliu em seco e contraiu seus músculos quando ele percorreu o comprimento do membro até o brilho da lubrificação reluzir na ponta, uma gotinha de pré-ejaculação gotejando obscenamente.

Demi odiava a ideia de ter que desviar o olhar, mas não conseguia levitar. Ela encontrou o preservativo na mesinha rapidamente, abriu o pacote com os dedos trêmulos. Joe fez as honras de vesti-lo, exibindo-se descaradamente, então se deitou em cima dela, apoiado nos cotovelos para não esmagá-la.

O beijo era puro sal e sexo, a língua de Joe dando a ela uma prévia do que estava por vir. Abrindo-a, ele se esfregou para cima e para baixo entre os lábios, orientando-se instintivamente. Durante o tempo todo, ele a encarava com pupilas dilatadas, olhos semicerrados.

Quando ele investiu, o grito que Demi estava segurando ecoou além do quarto, deixando-a sem fôlego.

Tudo a partir de então foi preenchido e se transformou em excitação intensa. Crua e opressiva, cada estocada era seguida por um arfar desesperado dele, e dela.

Demi chegou ao clímax novamente. Espremendo-o no íntimo, puxando-o para si, mais apertado. Então ele congelou, com o rosto em uma máscara de intenso prazer.

Quando Joe retornou do limite do êxtase, ele a beijou. Mais do que o encontro, mais do que o chá, mais do que tudo, o beijo revirou tudo. Longo, lento e profundo, que não foi um agradecimento ou exibicionismo, ou como qualquer outro beijo pós-sexo que ela já experimentara. Foi tão real quanto o céu noturno, e deixou Demi tão tonta quanto se tivesse afogado em um garrafão de champanhe.

Depois, enquanto ela recuperava o fôlego roubado, Joe desabou sem qualquer graciosidade ao lado dela.

Ela ainda estava usando os sapatos de salto.

Quando ele se obrigou a se levantar da cama e ir ao banheiro, ela fechou os olhos, ainda atordoada e confusa. – Feliz Dia dos Namorados, Demi – disse ela baixinho para ele não ouvir. – Uau.

ERAM 6H40. Joe tinha olhado para o despertador às 6h38 e em seguida para Demi, ainda dormindo, ainda com ele. Ele só conseguira enxergar parte do ombro nu e a parte de trás da cabeça dela. Agora ele estava olhando para o teto e tendo um ataque de pânico.

Nunca tivera um, mas o jeito como seu coração estava batendo devia ser um sinal. Como um teste, ele virou a cabeça para captar um vislumbre dela. Que droga. O que diabos ele tinha feito?

Na última vez que se sentira assim, não exatamente assim, mas da maneira mais similar que conseguia se lembrar, com uma vibração semelhante, fora aos 15 anos. Sua primeira vez. Ele estava na casa de Amy Johnson, na cama de dossel, com os pais dela a duas portas de distância no corredor. Ele era louco por Amy, louco dentro daquele conceito de amor aos 15 anos. O sexo tinha sido horrível, mas ele tinha conseguido afinal. Não conseguia imaginar o quão ruim tinha sido para Amy. Ele se sentia o rei dos garanhões; mesmo quando caiu de cara no chão ao fugir pela janela do quarto, considerou a noite um grande sucesso.

Ele certificou-se para que seus pais encontrassem um dos preservativos da caixinha. O ataque fulminante deles perante a inadequação do sexo com uma garota daquele tipo de família. Ela frequentava a escola pública e seu pai era dentista em uma clínica, tinha sido o acontecimento mais gratificante da vida de Joe, até seus 16 anos e meio, quando ele descobriu as delícias das mulheres mais velhas e percebeu o quanto tinha a aprender.

Tais lições tinham sido um prazer sincero.

Mas ninguém e nada desde Amy tinha recapturado a alegria enlouquecedora daquela viagem inaugural. Até ontem à noite.

Independentemente do que tinham feito, Demi definitivamente era inocente. Ah. Tudo bem. Demi o fazia se lembrar de Amy. Não era motivo para pânico. A respiração dele provavelmente voltaria ao normal em breve. A noite anterior tinha sido uma reprise de uma grande noite. Só isso. A reação de Joe nada tinha a ver com a mulher agradável em sua cama. Ele prepararia o café para ela, pagaria o táxi e fim.

Quanto mais cedo melhor. Ela precisava ir para o trabalho, e ele também.

Joe congelou quando Demi se virou e eles se tocaram. A mão dele, a coxa dela. Estava quente, o lugar onde tinham chegado ao ápice juntos, e todo o progresso que ele tinha feito no quesito respiração foi para o inferno.

Por que ele estava ficando excitado de novo? Droga.

Joe a imaginou naquela pose, com as mãos segurando na cabeceira da cama, os mamilos duros como seixos e aqueles sapatos de salto. Jesus. Ela cheirava a mel e tinha o sabor do oceano, e ele não ficava excitado daquele jeito há anos. Conteve um gemido quando imaginou o rosto dela no ato do clímax. Eis o resumo do problema. Ou ele deveria dizer prazer?

Obrigando sua mente a se concentrar, Joe se recusou a validar qualquer reação abaixo da cintura. Se estivesse pensando com a cabeça de cima, e não com a de baixo, ele teria mandado Demi para casa ontem à noite. Assim que ela pediu chá. Chá?

Sério mesmo? E então ele piorou tudo pegando a maldita prataria do jogo de chá. O que foi aquilo?

Dane-se sua excitação. Aquilo era ridículo. Ele estava a trabalho. A noite anterior tinha sido um favor para Rebecca, uma agradável surpresa para ele. Joe não negava que Demi era fantástica na cama, mas isso não era relevante. Não importava. Não precisava de uma boa transa, precisava de vips, mulheres que atraíssem leitores para os blogs, material para fofocas. Ele precisava de Mia Cavendish e suas sósias, quanto mais fotogênicas e controversas, melhor. Queria trending topics, render manchetes na coluna de fofocas do New York Post. Necessitava de receita publicitária e de infâmia. Demi poderia levá-lo exatamente a nada disso.

BOM DEUS Todo-Poderoso, ela estava muito encrencada.

Como era possível que a melhor coisa de sua noite de Cinderela tivesse sido um casinho de uma noite com o rei de Manhattan?

Não é a limusine, não a fama de Joe, nem as estrelas ou os vestidos, e nem mesmo conhecer seus estilistas favoritos. Não. A melhor coisa, a coisa que iria paralisá-la se ela não se aprumasse neste minuto foi fazer… sexo com Joe.

Demi não era nenhuma virgem recatada e tinha noção do que havia acontecido entre os lençóis. Ela já havia experimentado sexo ruim e já havia experimentado sexo incrível, porém o que tinha acontecido com Joe não estava nem na mesma escala do que ela conhecia.

Apaixonar-se por Joe não era aceitável.

Ela realmente precisava sair da cama porque, se ele movimentasse a mão na coxa dela só um pouquinho, não seria capaz de se responsabiliza por suas atitudes.

Onde estava seu vestido? Perto da janela. De algum modo, o quarto não estava iluminado, fato que deveria ocorrer, porque da última vez que ela olhara, não havia nada senão vidro entre eles e o Central Park. No entanto, o parque ainda não estava escuro. Ela ainda não havia aberto os olhos, mas havia algum tipo de coisa dourada ocorrendo sob suas pálpebras, então…

O abajur que havia sido ligado enquanto eles estavam…

Ela inspirou baixinho, se recompondo. Não importava o que Joe estivesse fazendo. Estava no controle de suas ações e pensamentos. Jogaria as cobertas para o lado, sairia da cama, pegaria seu vestido e iria ao banheiro. Não precisaria nem olhar para ele.

Droga. Os dedos de Joe roçaram sua coxa. Então rápido assim a determinação de Demi desapareceu e seu corpo ficou tenso. As coisas estavam acontecendo contra a vontade dela. Os mamilos enrijeceram. Os músculos de Kegel se contraíram. Isso sem mencionar as batidas de seu coração.

Foi só uma vez, Kingston. Uma noite. Você tinha bebido champanhe. Foi como estar em um conto de fadas. Não é de verdade. Coisas assim não acontecem no mundo real. Acabou. Deixe de ser idiota e vá embora.

Depois de uma contagem silenciosa até três, ela tomou uma atitude. Arremessou as cobertas, colocou o vestido, estragou o zíper, pegou os sapatos, correu para o banheiro, bateu a porta, respirou.

Amaldiçoou-se dali até domingo, porque, enquanto ela estava na segurança agradável do banheiro, sua bolsa com seus pertences estava na sala de estar.

Demi suspirou e se recostou na porta, mal contendo a vontade de bater a cabeça contra a madeira até desmaiar. Sua maquiagem já estava um desastre, então chorar não estava fora de cogitação.

Quais eram as chances de Joe ter uma escova de dentes reserva naquele cômodo gigantesco? Só o boxe do chuveiro era maior do que aquilo que ela ridiculamente chamava de quarto.

Ela poderia lavar o rosto com qualquer sabonete que ele tivesse, e enxaguar a boca com alguma coisa que pelo menos pudesse disfarçar o bafo matinal por um tempinho. Tudo o que precisava fazer era estar um pouco apresentável para pegar um táxi, daí poderia começar a esquecer Joe enquanto corria para se arrumar para o trabalho.

Café. Café resolveria tudo. Não, aspirina e café. Era disso que ela precisava, e seu mundo iria voltar ao normal.

Uma batida na porta do banheiro a fez dar um pulo de susto tão intenso que seu vestido quase escorregou até o chão.

– Hum, tem gente – disse ela, puxando-o para cima novamente.

– Sim – disse Joe, e Deus, a voz dele a atravessou como um fogo brando. – Imaginei que você fosse querer sua bolsa.

– Ah. Hum. Isso. Sim. – Ela se virou, segurando o vestido com um braço quando abriu uma gretinha na porta. Não era o bastante. Abriu mais um pouco, depois mais, e finalmente conseguiu pegar a bolsa. Demi a segurava como se estivesse conectada a uma ratoeira. – Obrigada. Já vou sair em um minuto. Não se preocupe comigo.

Então veio o silêncio. Demi não sabia se Joe estava bem ali fora ou não, mas ela não se mexeu. Pressionou seu ouvido contra a porta.

– Tudo bem – disse ele, fazendo-a se sobressaltar novamente. – Vou preparar o café.

– Ótimo. Obrigada. Parece ótimo. – Ela se encolheu por causa de sua boca grande e recogitou a coisa de bater a cabeça contra a porta.

Finalmente, ela se virou, conformada que não haveria aspirina e café suficientes no mundo.

– O QUE é isso? – perguntou Demi.

Joe olhou para a nota de cem que ele estava estendendo para ela.

– É para o táxi.

– Cem? Você acha que moro em outro estado?

– Eu não tinha certeza. Olha, sinto muito, eu não posso levá-la, mas o blog…

– Tudo bem. Mesmo. Já entendi – disse ela enquanto segurava seu copo descartável de café. – Obrigada pelo café.

– Mas assim você não vai se atrasar para o trabalho?

– Não. Não, se eu sair agora.

Demi não olhou para ele. Nem uma vez. Pelo menos, ele achava que não. Joe estivera evitando olhar para ela, então não havia nenhuma certeza, mas aparentemente ela não olhara.

Se nada mais lhe dizia que a noite tinha sido um erro colossal, o constrangimento desta manhã o teria feito. Foi épico. Ambos aos tropeços, resmungando, envergonhados e basicamente agindo como idiotas. O problema era que Joe não sabia por que Demi estava se comportando como se ele fosse um leproso. Ele achou a noite ótima, e o sexo fantástico. Bom demais.

Talvez só ele tenha achado, no entanto.

Não. Tinha sido espetacular, e ele sabia do que estava falando. Demi estava esquisita por outra razão. Joe bem que gostaria de culpar o dinheiro excessivo para o táxi, mas a esquisitice tinha começado assim que ela saíra da cama.

Demi estava chegando na porta de entrada, embora simplesmente tivesse dado meia-volta e saído. Deu alguns passos para trás, conferiu as próprias costas, em seguida andou mais alguns passos, e aquilo fez Joe desejar beijá-la. Droga.

Ela precisava ir. Agora.

Joe passou na frente dela e abriu a porta.

– Desculpe por não poder encontrar você… – Ele parou antes de repetir a frase inteira.

– Claro. E eu tenho… – Ela estava bem na frente dele agora, encarando-o com aqueles olhos verdes. – Obrigada – disse ela.

– Foi a melhor noite de todos os tempos. Eu nunca vou esquecer você. O evento. A festa. As coisas que fizemos… na festa.

As bochechas dela ganharam um tom muito escuro de rosa, e sim, as pontas das orelhas também. A necessidade de se abaixar alguns centímetros e grudar os lábios aos dela mais uma vez foi mais forte do que Joe estava preparado para admitir.

– Eu me diverti muito também – disse ele, a voz embargada no final. – Nós deveríamos… – Ele se conteve, mordendo a língua. Doeu um pouco. Mas Joe quase disse que deveriam fazer aquilo novamente.

– Bem, vou sair. Pegar o elevador. Para pegar um táxi. – Ela passou pela porta. Quase escondida atrás de seu café, derramando só um pouquinho.

– Certo. Tchau.

– Tchau.

Joe foi fechar a porta enquanto Demi chamava o elevador. Então ele parou. Seria rude da parte dele fechar a porta. Por outro lado, ela parecia desesperada.

Ele escolheu o meio-termo. Deixou a porta entreaberta, mas se afastou. Para a cozinha. E não voltou a respirar até ouvir o ding do elevador.

Mas que droga.

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Amanhã começa a maratona. Fiquem ligados.
Quero ver muitos comentários.
xoxo

6 comentários:

  1. fiquei uns tempos fora do blog... e agr estou de volta! e, pfvr, tem como você divulgar? historiaslove.blogspot.com.br

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  2. Ai esses dois... acho que não vão conseguir ficar muito tempo longe do outro

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  3. Eu.só.quero.mais. beijos haha

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  4. Caralho, Joe e demi já se gamaram já na primeira noite,To vendo que essa história é do babado

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  5. Louca pra saber quem vai dar o primeiro passo para o próximo encontro..... continua logo please!!!

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  6. esses dois <3 ta muito bom..... ansiosa para a maratona!!!

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