8.9.15

Faça Meu Jogo - Capitulo 9


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DEZ HORAS depois e Demi ainda não havia absorvido o choque da noite anterior. Ela se sentia atordoada sempre que pensava no assunto.

– Simplesmente não consigo acreditar que você fez isso. Sua família deve me odiar – disse ela enquanto entrava no banheiro de Joe na manhã seguinte. Havia passado a noite na casa dele, é claro, pois não tinha para onde ir e não havia trazido uma única peça de roupa.

Ela agora usava uma das camisetas dele, que mal lhe roçava as coxas. Não que ela tenha precisado de alguma coisa para usar na noite anterior. Ah, não, ele a mantivera bem aquecida ao fazer amor com ela até poucas horas atrás, quando eles finalmente caíram num sono exausto.

Demi gostava de sentir a camisa, gostava do cheiro de Joe agarrado a ela, e sentia-se perfeitamente confortável invadindo o banheiro e dando um pulinho para se sentar no balcão da pia.

Era estranho eles já estarem tão confortáveis um com o outro, como amantes de longa data. Estranho, porém agradável.

– Não se preocupe com isso – disse Joe, olhando para ela pelo reflexo do espelho. Ele estava perto da pia, fazendo a barba, a diversão em guerra com a satisfação sexual preguiçosa em seus olhos. – Vou contar a verdade, e todos vão morrer de vergonha e pedir desculpas.

A verdade? Que ela era a amante de feriados que fizera joguinhos sensuais com ele por todo o país desde o Dia das Bruxas? Ah, que lindo.

– Mas você disse que eu era sua esposa.

– Não, eles me disseram que você era minha esposa e esfregaram a “evidência” na minha cara para provar isso.

Aquele maldito vídeo. Demi ainda não conseguia acreditar. Alguém havia filmado os dois naquela noite, provavelmente com um celular, e eles nem perceberam. Que Deus a ajudasse se algum de seus clientes corporativos desse de cara com o tal vídeo.

Pelo menos ela não estava tão facilmente reconhecível. Ao contrário de Joe, completamente desprovido de uma fantasia.

– Mas você confirmou. Meu Deus, Joe, o que estava pensando?

– Bem, eu estava pensando que minha família é composta por um bando de intrometidos e curiosos que mereciam uma vingancinha. – Sorrindo, ele passou a navalha ao longo de mais uma faixa negra no queixo fino. – Se minha tia Jean não tivesse escapado pela porta dos fundos antes de você chegar, eu teria cogitado seriamente jogar a bomba da gravidez, também.

– Opa, garotão – disse ela, sabendo que tinha soado horrorizada. Ela saltou do balcão e saiu do banheiro, as mãos erguidas num sinal de “pare” visível. – Isso nem mesmo é engraçado.

Ele não olhou para ela, aquele sorrisinho ainda brincando na boca enquanto ele raspava ao redor dela. Ignorando o espanto de Demi, ele disse:

– Você não conheceu minha tia Jean.

Não, não conhecera. Tampouco achava que queria conhecer. Demi havia conhecido o suficiente do clã na noite anterior e não fazia questão de expandir ou de repetir a experiência. Ela balançou a cabeça lentamente.

– Eu devia ter negado suas palavras.

– Fico feliz que você não o fez.

Ele podia rir. Não era ele quem estava sendo assassinado mentalmente por um grupo de mulheres que achava que ela havia encurralado ou drogado seu irmão e filho.

É. A negação teria sido o caminho correto. Mas Demi ficou tão surpresa com a afirmação de Joe que só conseguiu ficar observando em silêncio enquanto a família chocada dele calmamente se levantava e se dirigia até a porta. Ela não disse nada enquanto elas ficaram murmurando pedidos de desculpas para Joe pela invasão e foram embora, oferecendo a Demi olhares que variaram de aversão a pena. Elas foram embora cinco minutos após sua chegada.

Outra coisa que ela poderia ter feito: poderia tê-las seguido. Teria sido ainda melhor ter ficado em casa em Chicago tentando telefonar para Joe durante a noite inteira, em vez de voar para bancar a super-heroína e protegê-lo do bandido.

Super-heroína é o escambau. Ela viera pessoalmente porque queria vê-lo. Só isso. A história do bandido de Las Vegas era só um maldito pretexto.

E ela permaneceu lá pelo mesmo motivo. Permaneceu, apesar da mentira louca, apesar da desgraça absoluta que foi ficar cara a cara com as mulheres da família dele, de ser apresentada como namorada, não, esposa, como se ele de fato tivesse algum direito de fazer isso.

Demi permaneceu depois de enfrentar as mulheres que pensavam que ela fazia sexo por dinheiro.

Ela estava com vontade de vomitar.

Retornando ao quarto, ela só parou quando suas pernas bateram na borda da cama imensa de Joe, e então Demi sentou-se lentamente. Em quê diabos ela havia se metido? E não estava nem mesmo se referindo ao fato de que um assaltante furioso a seguira por metade do país e até mesmo poderia estar estacionado em frente à porta de Joe agora, só esperando para arrombar o local.

Não que Joe parecesse se importar.

Na verdade, quando Demi lhe contara o motivo de ela ter viajado até ali, ele passou cerca de cinco minutos totalmente enfurecido e os trinta seguintes murmurando todas as maneiras como pretendia punir o sujeito caso ele realmente tivesse coragem de aparecer.

Ela só queria chamar a polícia. E era exatamente o que eles iriam fazer dali a algumas horas, uma vez que o fuso horário estivesse adequado para entrar em contato com Las Vegas, e eles tivessem a grande chance de pegar o policial Parker no trabalho.

Nesse meio-tempo, Demi não sabia bem o que fazer. Ela já tinha telefonado para Ginny e solicitado a reorganização de sua agenda. Felizmente, a semana parecia bem tranquila e tio Frank ia poder realizar a viagem de hoje. E um piloto que eles costumavam contratar para épocas de muito movimento estaria de plantão no dia seguinte.

Não que ela tivesse a intenção de passar mais uma noite ali. Não, não. Ela não tinha roupa, e já estava se coçando para retornar à sua vida real e desinteressante, longe da casa notoriamente bela de Joe.

Ela não estava pronta para desempenhar o papel de deusa doméstica, ou mesmo de namorada que morava junto. Não importava o quão bom tinha sido acordar na cama dele e assistir a ele dormir, para variar.

Hora de cair fora, amiga.

No entanto ela não podia ir embora ainda. Não até eles falarem com o policial Parker e descobrirem o que deveriam fazer a respeito do bandido indesejável. Talvez precisassem entrar em contato com a polícia local. Ou Demi teria de voltar imediatamente e reportar o caso à polícia de Chicago. Ela simplesmente não sabia.

– Esqueça isso – disse Joe, observando-a da porta do banheiro. Estava com uma toalha branca enrolada nos quadris estreitos e parecia tão absolutamente delicioso que Demi desejava ter dito sim quando ele lhe ofereceu para dividirem o chuveiro.

– Esquecer o quê?

– Você não vai para casa, não até darmos um jeito nesse cara.

– E depois o quê? Vou me mudar para cá?

Ele deu de ombros, sem resposta, mas a contração de seus lábios diziam que ele não se importava com a ideia.

Ela afastou o lampejo de prazer que aquilo causou, sabendo que não poderia se deixar distrair pela percepção de que Joe realmente queria que ela ficasse.

– Eu não tenho nenhuma roupa.

– Não é nenhuma grife, mas temos lojas aqui na Pensilvânia.

Ela passou a mão pelo cabelo, o qual nem tinha escovado ainda esta manhã.

– Tenho um emprego.

– Seu avião está pousado no aeroporto, não é? Quem disse que você não pode decolar daqui para ir buscar seus passageiros?

Bom argumento, e era, de fato, exatamente o que Demi teria feito se não tivesse conseguido cobertura para hoje e amanhã. Mas ela não estava pronta para desistir.

– Eu realmente não devia.

– Sim. Devia.

O sorriso sexy e persuasivo se alargou, e Joe caminhou até ela. Demi engoliu em seco quando aquele corpo rijo e musculoso parou diante dela, e não conseguiu resistir a passar a ponta do dedo ao longo dos músculos ondulados da barriga dele.

– Além do mais, você realmente quer ficar – sussurrou ele, acariciando-lhe o cabelo e, em seguida, o rosto.

Demi se inclinou para mais perto, desejando provar a pele quente. Ela pôs a boca na cavidade logo abaixo do quadril dele, que estava descoberta pela toalha posicionada mais abaixo.

– Como vou passar meu tempo aqui? – perguntou ela, roçando os lábios no corpo dele, em direção à trilha longa de penugem escura que ia da barriga lisa até debaixo da toalha branca.

O tecido começou a inflar em sua direção quando ele ficou excitado bem diante de seus olhos.

– Hummm.

Ele levantou a outra mão e entrelaçou os dedos no cabelo de Demi, mas não a puxou para si, não a obrigou a fazer nenhum movimento que ela não quisesse.

Ela era capaz de decidir tudo por conta própria.

Um movimento rápido dos dedos dela, e a toalha caiu no chão. A ereção se projetava para ela, e Demi a soprou levemente, ouvindo-o sibilar em resposta.

Ela sabia do que ele gostava, sabia como agradá-lo. Mas também sabia como prolongar o prazer. Então, em vez de abrir a boca e sugá-lo, ela continuou a dar beijos bem suaves na virilha, roçando a bochecha no membro, sabendo que cada carícia suave fazia a tensão, o desejo, disparar.

– Dem… – murmurou ele, já soando no limite do controle.

Ela deslizou a mão pela coxa forte, com um objetivo em vista. Quando tomou os testículos delicados na palma, manuseando-os com cuidado, Joe se aproximou dela num sobressalto. Só então Demi abriu a boca e lambeu ao largo da ponta da ereção.

– Mais? – perguntou ela.

Joe enredou a mão um pouco mais no cabelo dela, no entanto ainda não estava recebendo o que queria, simplesmente aceitando o que ela escolhera dar a ele.

E ela escolhera colocar toda aquela masculinidade latejante em sua boca. Ela envolveu tudo que conseguiu, então inclinou a cabeça para ir um pouco mais além. Usando a língua e sugando delicadamente, e mais as carícias cuidadosas da mão entre as pernas dele, Demi logo conseguiu fazer Joe gemer de puro prazer sexual.

Ela estava pronta para ir até o fim, amando o gosto dele e o poder de saber o quanto ele adorava o que ela estava fazendo. Mas de repente ele se afastou, empurrando-a gentilmente. Então ele firmou Demi sob as axilas, a ergueu e a jogou de costas na cama, deitando sem cima dela, em seguida.

Ele não disse uma única palavra, não a beijou, não a acariciou, parecendo além da capacidade de fazer qualquer coisa, exceto possuí-la.

Não importava. Porque quando ele investiu nela, estava macia, úmida, completamente pronta para ele.

Demi arqueou o corpo, recebendo tudo, encontrando-o a cada investida, nem mesmo se importando por ele ter começado a atingir o clímax muito antes de ela estar pronta para ele.

Principalmente quando ele murmurou:

– Desculpe. Eu juro, eu vou fazê-la gozar tantas vezes esta noite que você não vai lembrar mais como é não ter um orgasmo.

Aquilo soou como um negócio muito bom para ela.

Daí ele não conseguia dizer mais nada, só podia gemer quando explodiu em uma torrente quente dentro dela. Tomando pílula há muito tempo, de modo que eles não precisavam usar preservativos, ela saboreou cada sensação, adorando por não haver nada separando a pele da pele. Sentir aquele homem desembocando em seu corpo a fazia sentir-se ligada a ele de uma forma que Demi nunca experimentara com ninguém.

Ou talvez fosse mais que isso. Talvez fosse a noção de que, pela primeira vez, ela não havia aberto apenas as pernas para um homem.

Ela estava começando a desconfiar que também havia aberto seu coração empoeirado para ele.

A FAMÍLIA dele manteve distância nos dias conseguintes. Joe não recebeu um único telefonema, nem um e-mail, e não precisou tolerar qualquer visita de averiguação disfarçada de uma passadinha casual na cervejaria.

Aquilo era bom, na verdade. Muito bom. Não, ele ainda não estava furioso com eles por terem se intrometido na outra noite, com eles achando que tinham o direito ou não. Mas simplesmente não queria lidar com essa parte de sua vida no momento.

Não quando o restante dela estava indo tão bem.

Demi podia não ser sua esposa, podia nem mesmo estar pronta para admitir que o amava, mas ela estava dormindo na cama dele à noite. Estava sentada em frente a ele na mesa para o café da manhã, e encolhida no sofá para assistir a um filme com ele durante a noite. Ela usava o creme dental dele e dormia usando seus calções, pois o passeio de compras no primeiro dia não incluíra uma parada para comprar uma camisola.

Ela até fizera conforme ele tinha sugerido e feito seu trabalho a partir dali, decolando e pousando em Pittsburgh. Seu ponto de origem realmente não importava, considerando que ela buscava as pessoas em todo país e as transportava para onde quisessem ir. Então não foi um ajuste difícil; Joe a levava para o aeroporto de manhã e a buscava à noite.

Eles estavam brincando de um jogo totalmente novo: casal normal. E aquilo o agradava mais que tudo.

A única imperfeição na coisa toda era que eles estavam fazendo esse joguinho porque um criminoso desprezível de Las Vegas poderia estar atrás de Demi. Não tinha havido muito progresso no caso, ainda que eles estivessem mantendo contato com o policial Parker, com um detetive de Chicago e com um policial local, os quais estavam monitorando a situação.

Parker ficara furioso ao saber que o ladrão tinha sido capaz de acessar os registros da polícia para rastrear as testemunhas que estavam contra ele. E a primeira conversa com ele fora rapidamente seguida por outra com alguém no escritório de Assuntos Internos.

No entanto havia uma boa notícia: pelo menos eles identificaram o rapaz. Parker tinha algumas pistas que levava aos suspeitos, e quando ele descobriu sobre a visita do bandido a Chicago, conseguiu reduzir a lista ainda mais, concentrando-se em todos que tinham saído de Las Vegas. Uma foto dos fichados enviada por fax depois e eles identificaram o sujeito como sendo Teddy Lebowski, 36 anos, gatuno de meia-tigela e bandido praticante de vários crimes pequenos.

Saber que o criminoso estava vagamente ligado a uma das famílias do crime de Las Vegas não fora uma grande notícia. Mas o fato de ele nunca ter sido acusado de um crime violento e de Parker considerá-lo pouco mais que um fanfarrão sem coragem de machucar alguém de fato, trouxera uma pitada de alívio.

Mais cedo ou mais tarde, o desgraçado seria pego. Joe meio que esperava que ele fosse estúpido o suficiente para aparecer em Pittsburgh.

Ele sinceramente apreciava a oportunidade de socar o sujeito pelo que ele tinha feito a Demi, tanto em Las Vegas quanto em Chicago, no prédio dela.

– Ei, você – disse ela, interrompendo os pensamentos de Joe enquanto ele terminava de trancar sua mesa no fim do expediente. Ela não precisava voar hoje e tinha concordado em vir para a cervejaria durante algumas horas à tarde, para conhecer o local onde ele trabalhava.

A tarde se esticara até se transformar em noite, quando surgiu uma crise com um dos distribuidores. Mas Demi não parecera entediada, insistindo que tinha gostado de visitar o lugar, inspecionando as enormes cubas e assistindo aos trabalhadores da fábrica operando os equipamentos e a linha de engarrafamento.

Ela havia feito uma degustação, declarando a lager amber a melhor de todas, então se sentou em silêncio em um canto enquanto Joe resolvia as coisas.

Agora que o último telefonema tinha sido dado, ele se levantou e, cansado, esfregou as têmporas.

– Parece que você precisa de uma massagem – disse ela, levantando-se do sofá que ficava encostado em uma parede do escritório.

– Hum. Que brincar de massagista agora?

– Acho que isso poderia ser incluído em meu repertório – disse ela de maneira provocante.

De braços dados, eles saíram. Alguns funcionários do turno ficaram lá, mas Joe fez uma pausa para trancar tudo.

Então, tomando o braço dela novamente, eles se dirigiram para o carro dele.

Ainda não tinham descido os degraus da parte externa quando viram um veículo conhecido parado no estacionamento.

– Ai, que inferno.

Ao lado dele, Demi ficou tensa, entrando em alerta.

– O que é?

– Acho que está mais para quem é. – O Cadillac parou diretamente na frente deles. – Você está prestes a conhecer minha tia-avó Jean.

– Ah, que ótimo. Mal posso esperar por isso – disse ela, seu tom dizendo exatamente o oposto.

Joe tinha muito a dizer para a tia-avó, tanto por ela ter incitado a visita até sua casa na outra noite… ele não tinha nenhuma dúvida de que ela havia sido a autora do motim… como pela forma como ela se esgueirara pela porta dos fundos depois de agitar todo mundo.

A porta se abriu e a senhora se levantou do banco do motorista até as sombras do estacionamento. Então contornou o carro de luxo, aproximando-se deles sem uma pitada de cautela, suas botas de caubói de couro vermelho esquisitas estalando alegremente no asfalto.

Joe estava prestes a abrir a boca para alertá-la a não falar qualquer coisa fora dos limites quando Demi arfou baixinho, confusa.

– Sra. Rush?

– Olá, Demi, minha querida – disse a senhora quando chegou aos degraus e caminhou até dois. Ela se inclinou para dar um beijo na bochecha de Demi. – Não tenho como expressar o quanto estou feliz por vê-la aqui. – Ela meneou as sobrancelhas desenhadas para Joe. – E em circunstâncias tão deliciosas.

Joe não conseguia se mexer, não conseguia falar, não conseguia organizar um pensamento. Ele só conseguia olhar, imaginando como, em nome de Deus, sua tia-avó conhecia sua amante.

– Eu não entendo – disse Demi, soando um pouco atordoada.

Mas Joe entendia. Ou estava começando a entender.

– Mas que droga. Sua velhinha manipuladora…

A tia desprezou a raiva dele como se esta fosse um odor muito desagradável, em seguida ergueu o rosto para receber um beijo.

Ele não deu o beijo nela.

– Você armou isso. Essa coisa toda.

– Oh, não, claro que não.

– Espere – disse Demi, finalmente compreendendo. – Você é realmente a tia-avó Jean de Joe?

– Culpada – reconheceu a mulher.

– Filha da mãe – murmurou Demi, tirando as palavras da boca dele.

– Ah, vocês dois, por favor, parem de agir como se eu tivesse alguma coisa a ver com essa confusão na qual vocês se meteram. – Ela fez um “tsc” e balançou a cabeça, embora seus lábios estivessem contraídos de alegria. – Eu simplesmente joguei um nos braços do outro. Providenciei o primeiro encontro de vocês e plantei algumas sugestões na mente de Joe… – Ela se virou para Demi – … e garanti que vocês estivessem adequadamente vestidos e relaxados para a ocasião, pensando que iam participar da minha festa à fantasia em pleno voo.

A roupa de Dia das Bruxas. O voo de última hora. Tudo armado.

Uma luz se acendeu.

– Você telefonou para o Sr. Braddock e o mandou me ligar para eu ter de ir a Chicago naquele dia.

Suas pulseiras tilintaram quando ela bateu palmas, como se satisfeita por ter juntado os dois tão rapidamente.

– Sim! – Então ela fez um movimento de cruz sobre coração, como um juramento, e disse: – Mas foi só isso. Todo o restante é coisa da cabeça de vocês. – Ela quase sorriu para eles, tão envolta em aprovação e autossatisfação que mal conseguia se conter. – Ai, nossa, fazendo esses joguinhos safadinhos em Las Vegas. – Ela bateu a ponta do dedo no peito de Joe. – Você é um danadinho, Joe Campbell.

Ele cruzou os braços, quase a perdoando, considerando que de fato tinha feito a ele um dos maiores favores de sua vida. Mas ele não havia chegado nessa parte ainda.

– Você tem alguma coisa a ver com aquele vídeo na internet?

Ela balançou a cabeça resolutamente.

– Absolutamente não. – Então, desviando o olhar, confessou: – Embora, devo admitir, foi um de meus amigos, cuja filha viu você nele e me mandou um link. Lamento que o vídeo tenha se transformado em, como eles chamam mesmo, viral? Você foi direto para seus 15 minutos de fama.

Que sorte a dele. E Joe nem imaginava. Mais uma razão para ele não ser tão louco pela era da internet.

– Deixe-me adivinhar. Você teve de mostrar para o restante da família depois que fui embora da sua casa na outra noite.

– Sim. Gostaria de dizer que lamento muito, mas você sabe que não lamento.

É claro que ela não lamentava. A mulher nunca se lamentava de fato pelas coisas que fazia. Diabos, seu tio-avô deve ter se esforçado para fisgá-la.

– Então tudo está bem quando acaba bem!

– Não, não está – protestou ele. – Caso você tenha se esquecido, minha família está convencida de que sou casado com uma prostituta.

Ela acenou com indiferença.

– Não, não está. Eu já resolvi tudo.

Quase não muito certo se queria mesmo saber, ele perguntou:

– Como?

– Falei para eles que estava muito zangado e envergonhado por você e Demi terem sido filmados em uma festa à fantasia da véspera de Ano-Novo em Las Vegas. Que era tudo uma brincadeira e você os estava punindo por presumir o pior ao seu respeito.

Não era uma história ruim, pensando bem.

Tia Jean estendeu a mão e apertou a bochecha de Demi, aparentemente sem perceber que ela havia ficado quase completamente em silêncio.

– Eu sabia que você ia ser perfeita para ele… e que ele seria perfeito para você. Perdoe a intromissão de uma mulher velha. É que quando vejo duas pessoas feridas que tão obviamente formariam o par perfeito, não consigo ficar sem fazer algo a respeito.

Sem esperar por uma resposta, ela se virou e desceu a escada aos pulinhos, como uma mulher com um terço de sua idade. E então acenou de forma alegre antes de voltar para seu carro e ir embora, deixando-os olhando para ela, em silêncio.

Joe não se mexeu por um longo momento, simplesmente ficou ali absorvendo o fato de que tinha sido completamente manipulado por um membro da família. Quanto pior devia ser para Demi? Deus, ela mal sabia que a tia-avó dele, que, aparentemente, pelo que haviam falado, era uma de suas clientes regulares.

Ele já devia saber, devia ter desconfiado quando sua tia simplesmente insistira para ele tomar seu lugar no voo particular para Chicago no Dia das Bruxas.

– Demi – murmurou ele finalmente. – Você está bem?

Ela hesitou por um instante, e então, inclinando a cabeça para o lado, com a testa franzida, respondeu:

– Sua família é maluca, você sabe disso, né?

Surpreso, aliviado, ele só conseguiu assentir e sorrir.

– Sim.

– Quero dizer, isso é atestado.

– Repito… sim.

Ela fez outra pausa, sacudindo a cabeça, ainda olhando pela estrada onde o carro da senhorinha havia desaparecido. Quando voltou a falar, sua confusão tinha ido embora. Bem como qualquer indício de raiva.

– Sabe, eu gosto dessa velhinha maluca.

– Eu também, quando não quero esganá-la.

– Nós realmente precisamos planejar nossa vingança.

Com o coração ficando mais leve a cada minuto, Joe meneou a cabeça em concordância. Uma conspiração em conjunto fazia soar como se ela planejasse ficar por perto durante um tempo.

O que soava perfeito para ele.

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Esses dois são muito fofos *-*
xoxo

4 comentários:

  1. Meu coração não aguenta esses dois juntos,são tão lindos, e a tia jean é a melhor kkkk,posta mais rsrs to anciosa,beijos

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  2. Amando a tia Jean.... lindoss...... Posta Maiiis!!!!!!

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  3. Vingança Jemi ..... adoroooo........ posta logooo......

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