Joe se encontrava acomodado junto ao balcão do bar e saboreava um café expresso enquanto assistia Demi atender à clientela.
Ela se movia de um canto para o outro da cafeteria anotando pedidos e servindo os grupos de pessoas que se encontravam para desfrutar de algum tipo de petisco no mais famoso café da região.
Vestindo um top na cor preta e saias justas, ela se movia com a graça de uma deusa. O cabelo preso em uma longa trança e um sorriso permanente nos lábios a tornavam uma pessoa que esbanjava confiança. Uma mulher independente e no comando da situação, muito diferente da tímida Demi que parecia muito vulnerável enquanto eles estavam participando do churrasco na casa da irmã de Joe.
Eles ainda não haviam conversado sobre o assunto desde o dia em que o churrasco acontecera. E já havia se passado uma semana sem que Joe soubesse a razão de Demi ter se sentido tão aborrecida naquele dia. Ele ensaiara a conversa uma centena de vezes em sua cabeça, mas não tivera a coragem de tomar a iniciativa. Seria preferível que ela mesma falasse o que estava acontecendo de errado quando achasse conveniente.
Como se tivesse adivinhado os pensamentos dele, Demi o avistou naquele preciso momento e acenou com uma das mãos no ar. Ele respondeu ao aceno e sorriu. Em seguida, consultou o relógio de pulso que usava e se perguntou até que horas a clientela pretendia se demorar. Joe não era o tipo de homem que gostava de ficar por muito tempo em um lugar tão lotado. Ele só estava ali porque Demi lhe dissera que não iria demorar muito para fechar o bar. Porém, pelo jeito como a casa estava lotada, Joe não tinha muitas esperanças de que isso acontecesse cedo.
— Está se divertindo? — A voz de Demi soou atrás dele enquanto os braços dela lhe enlaçavam a cintura.
— Agora sim — ele brincou. Mas quando girou o corpo para encará-la, Demi recolheu um dos braços que mantinha na cintura dele para poder acenar um cumprimento para um executivo que acabava de chegar acompanhado de duas jovens loiras.
— Ah, não! — exclamou Joe. — Mais pessoas estão chegando?
— Sinto muito — lamentou Demi com um sorriso exibido. Esse é o resultado do meu sucesso.
Joe nunca tinha visto Demi tão animada. Os olhos brilhando de satisfação e um deslumbrante sorriso nos lábios. Ele inclinou a cabeça e murmurou em um ouvido dela:
— O lugar está lotado demais para o meu gosto. Eu acharia preferível uma festa particular para dois.
Ela deu uma risada alta e divertida.
— Pois eu adoro multidões. Essa é uma das razões pela qual eu me mudei para Melbourne. — E girando o corpo de maneira teatral, ela abriu os braços e falou: — Imagino que você não goste de uma garota da cidade grande, não é?
— Não. Eu não gosto. — Joe confirmou com seriedade na voz. O que estava acontecendo com ela? Demi parecia que estava servindo álcool em vez de café.
— Bem, se você está pensando em ir para uma festa, eu ouvi alguns clientes mencionando o nome de um ou dois clubes. O que acha? Eu adoro dançar! — ela exclamou dando mais um giro e um sorriso sensual.
Antes que ele respondesse, o celular tocou, e Joe o retirou do bolso para atender a chamada.
Demi percebeu que ele empalideceu enquanto pressionava o aparelho em um ouvido e tapava o outro com a palma da mão para poder entender o que estava sendo dito do outro lado da linha.
E ela não podia culpá-lo. Além do baralho de vozes e risadas, a música estava alta demais. E isso fazia parte de seu plano secreto. Ela exagerara no som e nas suas atitudes de maneira propositada. Queria demonstrar que eles eram muito diferentes em seus hábitos e isso o deixaria irritado. Então ficaria mais fácil apontar um motivo para lhe dizer que pretendia deixá-lo por que o casamento deles não poderia dar certo. Demi não queria mentir, mas também não queria magoá-lo. E dessa maneira, seria mais fácil romper o relacionamento com ele.
— Fique calma. Estou indo para aí. — Joe berrou e desligou o celular.
A palidez no rosto de Joe a assustou.
— O que aconteceu? — ela perguntou aflita.
— Jemma está no hospital. A família inteira já está lá. Eu também preciso ir.
— Eu vou com você — ela se prontificou.
— E o bar?
— Vou avisar Anna que se trata de uma emergência e pedir que ela cuide da cafeteria da maneira que puder. Acho melhor você ir à frente e logo mais eu o encontro no hospital. Está bem?
— Você é incrível, Demetria! — Ele sabia o quanto a cafeteria representava para ela, e, mesmo assim, ela se dispôs a abandonar tudo para acompanhá-lo. Com um beijo rápido nos lábios dela, ele agradeceu antes de sair. — Obrigado.
— Vá logo! — Ela deu um empurrão suave no peito dele para que Joe se apressasse. Aguardou que ele saísse para procurar por Anna e instruí-la antes que pudesse partir para o hospital. Joe estava precisando do apoio dela, e Demi não poderia deixá-lo sozinho num momento como aquele. Tudo o que havia planejado lhe dizer naquela noite poderia ficar para depois.
*****
Joe piscou algumas vezes para afastar a sensação de ardência nos olhos por conta do sono que sentia em razão do cansaço. Entretanto, ele não era o único. Olhando ao redor da sala de espera, ele viu cada membro de sua família tentando encontrar uma posição de descanso naquelas horríveis cadeiras de plástico na cor laranja. Sandy e Monica estavam na última fileira e aproveitavam para recostar a cabeça contra a parede da sala. Jodi repousava os braços sobre o imenso abdômen e mantinha as mãos sobrepostas.
Os maridos haviam ficado em casa para tomar conta das crianças. Por um instante, Joe também desejou estar com eles em vez de naquele lugar frio com o odor de antissépticos no ar e observando a expressão aborrecida das irmãs sob a luz forte das luminárias fluorescentes.
Ele odiava ter que vê-las daquela maneira e odiava o fato de que sua preciosa sobrinha estivesse sendo operada naquele instante. Os cirurgiões haviam dito que não havia outro jeito. Eles precisavam remover o apêndice da garota antes que acontecesse uma ruptura, o que poderia ser fatal. Os médicos garantiram que se tratava de um procedimento simples, mas Joe não conseguia entender como uma criança de apenas dois anos de idade precisasse passar por uma coisa dessas.
Aproveitando que a pessoa que estava sentada na cadeira próxima de Jodi se levantou, Joe decidiu se acomodar ao lado da irmã para confortá-la.
— Vai dar tudo certo, Jodi — ele murmurou enquanto enlaçava os ombros da irmã.
Ela ergueu o olhar para ele e falou com a voz trêmula:
— Será?
— Claro que sim! — Ele exclamou com segurança para tentar acalmá-la. — Agora você precisa cuidar desse bebê que está aí dentro e deixar os cirurgiões fazerem o seu trabalho para salvar Jem.
Ele estendeu o braço que estava livre e repousou a mão sobre o ventre volumoso da irmã, orando silenciosamente para que o bebê estivesse bem. Ele imaginava o drama que Jodi deveria estar passando.
— Eu estou me sentindo tão perdida, Joe! — Jodi exclamou, repousando a cabeça no ombro dele.
Joe se perguntou por um instante se a missão de ter filhos fosse realmente uma benção ao observar o sofrimento da irmã.
— Sra. Lee?
Jodi endireitou os ombros rapidamente ao avistar o jovem médico que se aproximava deles.
— Como está Jemma? Ela está bem? — Jodi se atropelava nas palavras enquanto apertava a mão de Joe.
Joe segurou o fôlego enquanto fixava o olhar na boca do médico e esperava ansioso o que o profissional tinha para dizer.
Depois de alguns segundos que mais pareceram uma eternidade, o doutor exibiu um sorriso e revelou:
— Jemma vai ficar bem. A cirurgia já terminou e deu tudo certo. Ela está na sala de recuperação e logo vocês poderão vê-la.
— Graças a Deus! — Jodi exclamou e agradeceu ao médico.
O doutor mantinha um sorriso contido de quem está acostumado a assistir essas cenas constantemente. Assim que o bip tocou, ele se despediu com um aceno de cabeça e saiu apressado na direção de um dos corredores.
As irmãs se abraçaram, e Joe se afastou para promover espaço para elas.
Naquele mesmo instante, Demi surgiu com uma bandeja nas mãos, lotada de embalagens apropriadas para viagem e que continham café expresso para servir para a família.
Joe se apressou em encontrá-la. Apanhou a bandeja das mãos dela e a colocou sobre uma mesinha que estava próxima. Então a abraçou.
— Vocês tiveram notícias de Jemma?
— Sim. Ela vai ficar bem — Joe revelou.
— Graças a Deus! — ela exclamou com um suspiro aliviado.
— Ei, por que está chorando? A pior parte já passou. — Joe murmurou enquanto afastava com um polegar uma lágrima solitária que se desprendeu dos olhos marejados de Demetria.
— Eu sei.
Se ela sabia, então porque estava com um olhar tão triste? Ele se perguntou, sem ter ideia do que estava acontecendo com Demetria.
— Vamos embora daqui. Você deve estar exausta.
Demi não protestou enquanto Joe enlaçava os ombros dela e a conduzia na direção de sua família para se despedirem.
Joe não podia fazer outra coisa a não ser esperar que, em algum momento, ela lhe contasse o que estava se passando em sua mente.
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Grandes emoções!! Comentem p/ o próximo.
Muito Bom!!! A Demi ta mt emotiva.......... quero mais.........Posta Logo!!!!
ResponderExcluirPRECISO do próximo capítulo!!!!!! Espero que eles fiquem bem e, por favor, que Jemi não se separe! Beijos :*
ResponderExcluirA demi tem que parar com isso de querer se separar do joe.. posta mais
ResponderExcluirAhhhhh Posta mais estou muito anciosa *--*
ResponderExcluirPerfeito
ResponderExcluirEspero que ela não faça a besteira de terminar com o Joe..... por favor posta logoo!!!
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