22.7.15

O Sucesso Em Meus Braços - Capitulo 12 - Último

Demi tinha apenas acabado de tomar um banho e ainda estava com uma toalha enrolada na cabeça quando o celu­lar tocou. Ela consultou o identificador de chamadas e fi­cou alarmada ao verificar que se tratava do número da sua cafeteria, que já deveria estar fechada naquele horário. Talvez fosse o alarme automático que estava conectado ao seu celular. Anna havia mencionado que tinha acontecido um problema com o alarme enquanto Demi esteve fora.

Que ótimo!, ela exclamou em pensamento. Passara o dia inteiro tentando acalmar a tontura por causa da dife­rença de fuso horário e agora que pretendia relaxar depois de um banho, precisava ir até o Café Niche e verificar o que estava acontecendo. Ela adorava o Niche, mas em momentos como aquele, Demi desejaria não ser a única proprietária do café.

Ela retirou do armário um conjunto de moletom que costumava usar em suas aulas de ioga e uma jaqueta com capuz para colocar por cima do agasalho. Depois de ves­tir-se, ela apanhou seu molho de chaves e saiu apressada na direção do café.

As luzes dos painéis de neons que refletiam sobre a rua elevou-lhe o ânimo. A agitação das noites na cidade de Melbourne fora a principal razão que a atraíra para morar ali.

Sim, Melbourne sempre fora o seu grande sonho. Mas será que ali era o lugar onde ela deveria prosseguir com sua vida?

Bem, isso dependeria do que o seu sexy marido deci­disse fazer.

Demi se dirigiu para a porta dos fundos do bar e a abriu. Entrou no salão e aguardou que o alarme disparas­se. Mas nada aconteceu.

— Mas que droga!  ela praguejou em voz baixa. Será que o aparelho havia quebrado outra vez?

Antes que ela alcançasse, o interruptor para acender as luzes, ela ouviu um ruído num canto do salão e sentiu os pelos da nuca se arrepiarem de medo. Então distinguiu um vulto que caminhava na direção dela em plena escuridão. Com a adrenalina jorrando como louca em suas veias, Demi foi para trás do balcão e apanhou uma das facas que estavam em uma gaveta. Com a mão trêmula, mante­ve a faca segura e esperou que o intruso se aproximasse. Ela lembrou-se dos roubos que estiveram acontecendo na região, onze meses antes, e por causa disso, tivera que se mudar para o apartamento de Joe. Com o coração na boca e a pulsação acelerada, Demi olhou aterrorizada para o vulto que se aproximava cada vez mais. Até que reconheceu o rosto de Joe.

Suspirando aliviada, ela repousou as mãos sobre o bal­cão e arfou repetidas vezes.

— O que você está fazendo aqui? Quase me matou de susto!

Joe sorriu.

— Desculpe-me por tê-la assustado. Eu pretendia lhe fazer uma surpresa.

— E pode apostar que conseguiu fazer isso!  ela ex­clamou com a voz mais irritada do que pretendia.

O sorriso dele desapareceu dos seus lábios ao perceber o quanto Demi estava zangada.

Ela suavizou a expressão do rosto e contornou o balcão do bar para poder cumprimentá-lo.

— Desculpe-me a grosseria. Eu fiquei apavorada quan­do me lembrei dos roubos que já aconteceram pela vizi­nhança. Na verdade, estou muito feliz por ver você.

— É mesmo?

Ele estudou o rosto dela e aguardou pelas respostas que ele desejava saber.

— Quando você não respondeu ao meu e-mail, eu considerei que tivesse decidido prosseguir com a sua vida.

— Eu estava lhe dando o tempo que você precisava para pensar a nosso respeito.

— Acontece que antes...

— Não existe o antes e sim o agora  ele declarou e avançou um passo coma se fosse abraçaria e depois se arrependeu.

Tudo o que Demi queria era que ele a abraçasse e nunca mais a deixasse partir. Porém ainda havia alguns pontos que ela desejava esclarecer.

— Eu tenho muita coisa para lhe contar Joe  ela revelou com um brilho de alegria nos olhos que foi capaz de reacender as esperanças dele.

— Teremos tempo para isso  ele avisou e finalmente a abraçou. Os lábios se tocaram, e um beijo repleto de saudades e paixão aconteceu.

Demi sonhara muito tempo com esse beijo enquanto estava na Europa. Por isso, se ancorou nos ombros dele e correspondeu à carícia com toda a força do seu ser. As línguas se provocavam e as mãos exploravam o corpo um do outro em uma ansiedade louca de sufocar o desejo re­primido por tanto tempo. Entretanto, ela interrompeu o beijo em um determinado momento, porque precisava lhe contar sobre o milagre que havia acontecido e que muda­ria o rumo das suas vidas para sempre.

— Eu preciso lhe contar uma coisa Joe.

— Então eu acho que devemos nos sentar, já que insis­te em ter uma conversa comigo  ele sugeriu com um sorriso enquanto começava a afagar o cabelo dela.  Ei! Você cortou o cabelo?

— Você levou muito tempo para perceber isso  ela falou em tom provocativo.

Joe acoplou o rosto dela entre as imensas palmas e lançou um olhar de aprovação.

— Ficou excelente!  A ternura que ele exibia no olhar era mais convincente do que as palavras.  Você está mais bonita ainda!

Demi poderia dizer o mesmo de Joe, porém ela não era muito boa quando se tratava de elogios. Contudo, ele lhe parecia magnífico desde o cabelo revolto até as solas do calçado que usava. Depois de ter viajado por Paris, Roma. Milão e Veneza e ter visto inúmeros homens muito bem vestidos e atraentes, ela poderia garantir que nenhum deles se comparava à beleza da musculatura bem definida do corpo de Joe, assim como do contorno perfeito do seu rosto ou do sorriso incomparável e o brilho dos olhos azuis com reflexos acinzentados, que tinham a capacidade de mudar de cor conforme o humor dele.

Capturando as mãos dele, ela avisou:

— Eu realmente preciso lhe dizer algo antes que eu morra de ansiedade  ela insistiu.

Ele apertou as mãos dela como se estivesse com medo de que ela se afastasse outra vez.

— Eu não pretendo ir para lugar algum se é isso o que está pensando.  Ela brincou ao notar o nervosismo dele.

— Quer dizer agora ou para sempre?

— Isso irá depender de você.

Joe asseverou as feições e livrou as mãos dela.

— Você sabe o que eu sinto por você, mas estou decidi­do a nunca mais pressioná-la. Você já teve tempo sufi­ciente para pensar e fez o que achava que deveria fazer. E eu ainda estou aqui. Mas quero que saiba de uma coisa, Demetria. Eu não estou disposto a passar o resto da minha vida esperando por alguém que não me ame o suficiente para compartilhar seus problemas comigo. Por isso, acho me­lhor dizer logo o que você tem em mente.

O que ele lhe dizia era muito justo, ela pensou. Mas por onde deveria começar?

No instante em que ela procurou pela ponta do rabo de cavalo para começar a torcer e se deu conta de que ele não existia mais, Demi teve a ideia de começar o assunto pelo motivo de ter decidido cortar o cabelo.

— Eu decidi cortar o meu cabelo quando estava em Roma. Exatamente vinte minutos depois de ter recebido uma graça divina.

Ele ergueu uma sobrancelha e a olhou com ceticismo. O que tudo isso tinha a ver com o problema deles?

— Eu estava sentada em um café próximo da Piazza e comecei a pensar que tudo aquilo que eu estava fazendo para me afastar de você estava errado. Sem você, não ha­via nada que me divertisse naquela viagem.

Ele franziu o cenho, e a expressão em seu rosto bonito estava ainda mais confusa.

— Mas essa viagem não era tudo o que você queria?

— Sim. Pelo menos a princípio. Eu estava tão obceca­da com a ideia de lhe retornar o favor que acabei ignoran­do o fato de que o seu sonho sempre fora o meu também.

— Eu ainda não entendo aonde você quer chegar. Por acaso está se referindo ao fato de que deseja tentar ter um bebê?

Ela apertou os lábios antes de dizer:

— É muito tarde para isso.

Houve um silêncio e uma tensão no ar. Joe estreitou os olhos e arriscou:

— Está tentando me dizer que...

— Sim. Eu estou grávida!

Os olhos acinzentados de Joe se arregalaram com o choque. Ele ergueu a mão direita e roçou o queixo por alguns momentos.

— Grávida? Mas...

— Inacreditável, nãé?

Joe permaneceu imóvel. Sentia-se incapaz de mover um músculo sequer.

— Eu não posso acreditar nisso! Acho que estou so­nhando. Você tem certeza? Nós vamos ter um bebê?

— Pode apostar. O laboratório já confirmou a minha suspeita.

Demi ostentou um sorriso de felicidade e aguardou que ele a erguesse no ar e rodopiasse com ela no salão, como sempre fazia para comemorar alguma vitória.

Porém, para surpresa dela, Joe se recostou no balcão e assumiu uma postura de seriedade.

— Então foi por isso que você voltou? E não porque descobriu que me amava e que queria prosseguir com nosso casamento em nome desse amor? Você voltou por que descobriu que estava grávida e necessitava do meu apoio, nãé?

— Não! Isso nãé verdade!  ela exclamou em tom de desespero.  Eu voltei por sua causa! Por que eu o amo! O bebê significa um presente dos céus, um precioso milagre, mas eu já havia decidido voltar para você quando descobri que estava grávida.  Demi sentia o coração bater como louco dentro do peito. Ela jamais se perdoaria se perdesse o marido por causa de um mal entendido. — Eu te amo, Joe. E prometo que não haverá mais viagens e nem essa história de colocar os seus sonhos na frente dos meus. Desta vez, serão os nossos sonhos que nos con­duzirão. E isso é tudo o que eu quero. E quanto a você?

Após alguns minutos, que mais pareceram uma eternida­de, Joe aliviou o semblante e segurou a mão de Demi. Depois, gentilmente, entrelaçou seus dedos nos dela.

— Venha comigo. Eu vou lhe mostrar o que eu quero.

Com os nervos à flor da pele, Demi se deixou condu­zir pelo marido até um canto distante do salão, onde havia uma mesa reservada para ocasiões especiais. Ela conser­vava aquele canto discreto no salão para servir os recém-casados que costumavam frequentar o bar por oca­sião da lua de mel. A mesa ficava protegida dos olhares indiscretos por dois painéis com estampas floridas e havia dois sofás brancos e macios, um de cada lado da mesa.

Aquele ambiente romântico que Demi idealizara sempre era disputado pelos casais que estavam de passa­gem por Melbourne.

Quando eles se aproximaram da mesa, Demi desco­briu que havia dois castiçais no centro da mesa, um balde com gelo e, dentro dele, ò seu champanhe favorito. Um vaso de flores e taças de cristal aguardando para serem utilizadas.

— Quem preparou essa mesa?  ela perguntou enquan­to Joe se ocupava de acender as velas dos castiçais.

— Anna  ele respondeu. Em seguida, apertou o bo­tão de um controle remoto, e a música preferida deles começou a tocar.

Joe ajudou-a a se acomodar em um dos sofás e de­pois de depositar um beijo ligeiro nos lábios dela, sen­tou-se no lado oposto ao dela.

— Você ainda não me disse o que você quer  ela in­sistiu.

Joe retirou do bolso uma pequena caixa e a colocou sobre a mesa. Depois deslizou o objeto pela superfície lisa até que ficasse na frente dela.

— Se você abrir essa pequena caixa, acho que terá uma resposta.

Demi se apressou em desatar o laço de fita na cor rosa que envolvia a pequena caixa e, depois de retirar o papel de presente, a abriu.

Ela ficou desapontada ao descobrir que se tratava de um chaveiro que continha uma única chave e um adorno que imitava uma xícara de café em miniatura.

— E só uma chave!  Demi exclamou.  O que significa isso?

Joe sorriu.

— Acontece que nãé uma chave qualquer. Ela serve para abrir outra caixa. E dizendo isso, ele apanhou outro pacote do bolso e entregou para ela.

Demi olhou para a nova caixa acondicionada com papel de presente e outro laço de fita, dessa vez, na cor verde.

— Se isso significa algumas daquelas surpresas feitas para ser vendidas no Dia dos Namorados, eu lhe asseguro que...

— Apenas abra a caixa, Demetria.

Apesar do protesto, ela não tinha alternativa a não ser a de abrir a próxima surpresa. Ficou ainda mais surpresa ao descobrir que dentro dela havia apenas um mapa.

— Acho que eu ainda estou sob o efeito da diferença de fuso horário, porque não consigo entender nada do que está acontecendo. Para o que serve esse mapa?

Com mais um de seus sorrisos devastadores, Joe apanhou o mapa das mãos dela e o abriu sobre a superfície da mesa.

— Eu vou explicar. Talvez isso a ajude a esclarecer al­gumas coisas.  Ele apontou para um enorme X traçado com a ponta de um lápis vermelho.  Está vendo essa marca?  ela assentiu com um gesto de cabeça, e ele prosseguiu.  Esse mapa representa a cidade de Melbourne e o X marcado com o lápis vermelho identifica onde fica o Café Niche.

— Huum... Ainda não estou entendendo nada.

Joe pediu que ela se concentrasse no dedo indicador que ele mantinha sobre o mapa. Então moveu o dedo des­de o ponto assinalado em vermelho até outro ponto do mapa onde havia um X traçado com um lápis azul.

— Esse sinal feito comum lápis azul representa o lugar onde fica Barwon Heads.

— Ah...

— Você levará aproximadamente 85 minutos se quiser ir do ponto assinalado com o X vermelho até o ponto as­sinalado com o X azul. Nãé tão longe assim, se alguém desejar desfrutar do melhor de dois mundos: um lugar tranquilo com vista para o mar e outro com uma boa dose de agitação.

Quando Demi finalmente conseguiu entender que Joe estava propondo que eles morassem na casa em Barwon Heads e ela prosseguisse administrando sua cafeteria, ela não conseguiu conter a alegria. Ergueu-se do sofá e depois de contornar a mesa se atirou nos braços do marido.

Ele a acomodou sobre seu colo e com um sorriso esplendoroso declarou:

— Acho que a sua atitude revela que você gostou da ideia.

Ela deu um soco carinhoso no peito dele e simulou uma zanga.

— Quer dizer que você já tinha planejado tudo isso, mesmo antes de eu lhe dizer como eu me sentia?

— Com certeza  ele afirmou com um sorriso de triunfo.

— Mas o que o fez mudar de ideia? Você nem mesmo respondeu ao meu e-mail!

Afastando o cabelo dela para trás das orelhas, ele am­parou o rosto miúdo entre suas mãos poderosas e a fitou com um imenso carinho.

— Trata-se de uma tática. Eu a pressionei e não adian­tou nada. Então decidi fazer o oposto e demonstrar indife­rença. E aqui está você comigo. Então acho que a artima­nha funcionou.

Ela abriu a boca para protestar e pedir que ele nunca mais bancasse o indiferente com ela, mas Joe a impediu de falar colocando dois dedos sobre os lábios dela.

— Mas, só para que saiba, aquela foi a primeira e a úl­tima vez que eu deixo você ficar longe de mim.  Colan­do sua testa na dela, ele murmurou:  Entãé isso, Demetria. Nós pertencemos um ao outro.

Com um suspiro, ele afastou a cabeça enquanto Demi tentava segurar as lágrimas de alegria que ameaçavam jor­rar de seus olhos.

Joe segurou as mãos dela entre as dele e propôs:

— Minha linda, forte e independente Demetria, você acei­ta se casar comigo outra vez? Promete que ficaremos juntos na saúde e na doença? Promete que encherá aque­la casa de crianças se Deus nos abençoar com essa gra­ça? Promete que ficaremos juntos até o fim de nossas vidas?  Eu prometo  ela murmurou num sussurro enquan­to as lágrimas lhe inundavam o rosto.

Joe colocou uma caixa na frente dela. Só que, dessa vez, foi ele quem abriu apequena caixa. Demi nunca havia usado uma aliança de casamento e, no instante em que viu o fantástico anel cravejado de minúsculos diamantes, ela deu um grito de alegria.

— Ah, Joe!

Ele retirou a joia da caixa e a colocou no dedo de Demi e repousou um beijo na mão delicada e estremecida.

— Agora eu acredito que você esteja certa de que dese­ja passar o resto dos seus dias comigo, nãé?

— Eu nunca tive tanta certeza de uma coisa quanto a de que desejo ser a sua esposa até o fim da minha vida.

Joe abriu o champanhe e ofereceu uma taça para ela.

— Então vamos brindar ao nosso amor e a um feliz Dia dos Namorados.

— Você sabe que eu sempre considerei o Dia dos Na­morados apenas como uma manobra do comércio?

— Talvez. Apesar de que eu nunca tenha sido um ho­mem dado a romantismos, eu sou obrigado a admitir que o Dia dos Namorados tem um sentido especial para mim. Foi num dia como esse que nos conhecemos e também num dia como esse que eu a procurei novamente. E está sendo em um dia como esse que eu fiquei sabendo que serei pai e que estamos vivendo um novo recomeço de nossas vidas juntos.

Ela sorriu.

— E você ainda tem a coragem de dizer que não seja um homem romântico?

— Bem, se você está dizendo isso...

— Você quer ouvir uma coisa engraçada?

— Não. Acho que estou mais para pensar em outras coisas do que ouvir piadas.

— Eu vou lhe dizer mesmo assim. Acho que acabo de mudar a minha opinião sobre o Dia dos Namorados. Afi­nal, o cupido tem as suas razões para atirar suas flechas nos corações das pessoas.

— É mesmo? Então vamos brindar a isso  ele sugeriu. Depois do brinde, eles provaram o champanhe enquan­to trocavam olhares jubilosos.

Joe tomou os lábios dela, e Demi cerrou as pálpebras para poder desfrutar melhor do beijo especial do seu marido.

No instante em que ela abriu os olhos novamente, ela captou a imagem do cupido que estava gravada na faixa posta na entrada do café. E com certeza, a piscada que ela imaginou que ele lhe tivesse dado teria sido um efeito da brisa soprando sobre o banner.

---------------------------

E eles viveram felizes para sempre. 
The end.
Espero que tenham gostado dessa história, ela é uma das minhas preferidas.
Já estão prontas para outra??
xoxo

4 comentários:

  1. amei mt boa essa fic............ ansiosa para a próxima.....Posta Logo!!!!

    ResponderExcluir
  2. LINDAAAA essa FIC amei pode postar outra meu amor estou mais que pronta!

    ResponderExcluir
  3. Que final fofo, eu amei essa fic e com certeza to pronta pra proxima

    ResponderExcluir
  4. Adorei!!! Ansiosa para a próxima!!!

    ResponderExcluir