8.7.15

O Sucesso Em Meus Braços - Capitulo 2

— Por que você está me olhando dessa maneira? Parece que nunca me viu provar uma torta antes!

— Não com tanto gosto!  Joe exclamou com um sorriso debochado,

Demi balançou o garfo no ar adorando a provocação. A brincadeira entre eles fluía de maneira fácil e alegre.

— Está me chamando de gulosa?

— Oh, não.  Ele balançou a cabeça.  Apenas tentando lembrá-la do perigo que oferece o excesso de calorias.

— Verdade?  Ela simulou um ar de inocência e deu mais uma garfada no doce.

Joe não conseguia afastar os olhos da boca sensual de Demi enquanto ela saboreava a deliciosa torta e lam­bia os lábios para aproveitar o excesso.

Em vez de se sentir embaraçada, Demi estava ado­rando chamar a atenção dele. Ela se sentia tão relaxada que até havia se esquecido da animosidade que nutria por Joe, pelo fato de ele tê-la abandonado seis anos antes. O brilho de desejo que ela presenciava nos esplêndidos olhos azuis a excitavam de uma maneira que há muito tempo não acontecia.

Joe recostou-se no espaldar da cadeira e cruzou os braços na frente do peito.

— Ouça, Dem. Eu sei que deseja conversar sobre a re­forma do seu apartamento e talvez essa seja a principal razão por ter aceitado o meu convite. Eu prometo que fa­laremos sobre isso depois, mas agora eu quero esclarecer outro assunto.

O tom de seriedade contido na voz dele a alertou. Demi terminou de engolir o bocado que havia colo­cado na boca e, então, afastou para um lado o prato que continha o doce. Afinal, o que é que ela estava fazen­do? Agindo como se tudo estivesse bem e aquele en­contro se tratasse apenas de lazer? Por Deus! Joe era seu marido, e ela não o via há mais de seis anos!

Ela deveria estar fazendo um sermão e não se derreten­do pela maneira como ele olhava para a sua boca.

— Bem, se você pretendia me acalmar com uma torta de chocolate, acho que o que tem para me dizer deve ser muito ruim.  E seria melhor que fosse mesmo, porque ela não aceitaria nada menos do que uma catástrofe para justificar a atitude que Joe tivera há seis anos.

— Considerando que eu passei os últimos seis anos pensando em você e me perguntando se tinha feito a coisa certa, acho que o que eu tenho a dizer nãé tão ruim.

— Por que não me conta o que aconteceu para que eu julgue por mim mesma?

Ele atravessou o braço por cima da mesa para segu­rar-lhe uma das mãos, porém Demi se negou a aceitar o gesto carinhoso e cruzou os braços na frente do peito.

— Eu preciso que você entenda as razões pelas quais fui embora.

— Para acalmar sua consciência?  ela se antecipou. Ele recolheu o braço e o repousou sobre um joelho.

— Não se trata de uma confissão para que eu me sinta melhor.

— Então do que se trata?  ela insistiu.

— De nós.

— De nós?  ela repetiu incrédula.  O que você quer dizer com isso?

— Quero dizer que aqueles três meses em Rainbow Creek foram os melhores da minha vida. Você foi a me­lhor coisa que me aconteceu.

— Então por que foi embora?

Ele deu um longo suspiro antes de prosseguir.

— Porque éramos muito jovens. Eu me perguntava se você realmente me amava ou estava me usando como uma maneira de sair da cidade e da casa dos seus pais. Mas, principalmente, porque você estava desistindo dos seus so­nhos por minha causa. Eu não poderia conviver com isso e decidi que você merecia encontrar alguém melhor.

— O quê? Está me dizendo que foi embora para me fazer um favor?  De todas as desculpas que ela esperava aquela era a mais ridícula que poderia existir.

Sentindo o sangue ferver em suas veias, Demi bateu as palmas das mãos contra a superfície da mesa. Joe aproveitou para cobrir uma das mãos dela com a dele, e ela foi incapaz de retirá-la. O calor que emanava do centro da palma gigantesca de certa maneira a acalmava.

— Olhe para mim, Dem  ele pediu enquanto aperta­va a mão dela com firmeza.

Ela piscou algumas vezes para impedir as lágrimas que ameaçam brotar. E ela não queria desmoronar na frente dele, porque se começasse a chorar, não haveria ninguém no mundo que conseguisse fazê-la parar. Inspirou o ar com força e decidiu encará-lo. O coração se apertou quan­do ela notou a sinceridade nos olhos dele.

— Eu fui muito egoísta quando decidi que deveríamos nos casar  ele começou.  Eu a queria tanto que nem me importei com o que poderia acontecer no futuro. Você era apenas uma garota de 19 anos que nunca havia saído da sua pequena cidade, e eu tirei vantagem disso.  Com a mão que estava livre, ele cobriu o rosto por um instante depois prosseguiu:  Não passávamos de duas crian­ças, e sugerir que você fugisse de casa para nos casarmos foi a pior atitude que eu tive na vida.

— Eu fugi de casa para me casar com você porque eu queria fazer isso e não por causa da sua sugestão.  Ela engoliu a saliva para conter a emoção e finalizou:  Você era o meu mundo.

A dor e o arrependimento se tomaram visíveis no olhar triste que ele exibia.

— O mesmo acontecia comigo. Mas quando você me disse que queria me acompanhar nas viagens, sabe Deus para onde, enquanto eu procurava por trabalho, eu sabia que teria que abandonar os seus sonhos. E isso não seria justo.  Ele apontou um dedo na direção da parede à sua direita, para se referir ao Café Niche.  Seu sonho está bem ali. Ele se tornou uma realidade. Você queria morar em uma cidade grande e gerenciar o seu próprio bar. E você conseguiu. Isso é maravilhoso e jamais o teria con­quistado se tivesse me acompanhado por este mundo afo­ra. Eu não podia permitir que desistisse dos seus sonhos e de tudo o que seus pais planejavam para você. Por isso, eu fui embora.

Demi lembrou-se dos pais, mas não queria pensar nisso agora. Ela precisava concentrar a atenção no que ele lhe dizia, para tentar encontrar algum sentido e absorver o impacto daquelas palavras.

Joe estava lhe explicando que ele realmente acredita­va que havia feito a coisa certa em favor dos sonhos dela.

Mas a que preço? Seu coração? A maravilhosa vida que eles desfrutavam juntos?

Ela balançou a cabeça tentando não se dissolver em prantos.

— Você não tinha o direito de fazer essa escolha por mim! Ao menos, poderia ter discutido o assunto comigo. E como saberia o que os meus pais planejavam para mim? Você nunca falou com eles depois que fugimos para nos casarmos.

Ele baixou o olhar e confessou:

— Na verdade, eu fui procurá-los logo depois do nosso casamento para explicar-lhes o quanto estávamos apaixo­nados e que eu nunca quis me intrometer entre você e eles.

— E o que eles lhe disseram?

— Que eu não tinha nada para lhe oferecer. E que você desfrutava de uma vida confortável e um meio financeiro de realizar seus sonhos. Então eu me dei conta de que não seria justo tirar isso de você.

Demi riu com a ironia da situação.

— O mais engraçado foi que a sua partida acabou sendo um meio para que eu descobrisse uma triste ver­dade, o que me fez sair de Rainbow Creek o mais rápido que pudesse.

Ele a olhou intrigado.

— Por quê?

Demi tomou um gole de água antes de revelar.

— Quando eu retornei para casa, minha mãe estava muito zangada, e nós tivemos uma grande discussão. En­tão ela me confessou que havia pedido para que o juiz prorrogasse para 21 anos o prazo de 18 anos que minha avó tinha estipulado para que eu recebesse a herança que ela havia me deixado.  Ela tomou o restante da água para acalmar a garganta ressecada.  A verdade era que eu poderia ter retirado aquele dinheiro quando completei 18 anos. Imagine como tudo teria sido diferente.  E o que mais lhe magoava era saber que, se ela tivesse retira­do o dinheiro que sua avó lhe deixara, talvez eles ainda estivessem juntos. Joe não teria que pular de emprego para emprego ou de cidade para cidade. O capital seria suficiente para que ambos se estabelecessem e tivessem uma vida feliz. Mas seus pais lhe roubaram essa oportuni­dade, e Demi nunca os perdoaria por isso.

— Eu sinto muito, Dem. Eu nunca imaginei que você tivesse que enfrentar essa situação com seus pais.  Ele afastou uma mecha do cabelo dela e a prendeu atrás de uma orelha.  Por isso, eu achava importante que nós tivéssemos essa conversa. Só assim, poderemos prosse­guir com nossas vidas.

Prosseguir com nossas vidas? O que Joe queria dizer com aquilo? Ela pensou. Será que ele havia encontrado alguém importante e teria vindo procurá-la para pedir o divórcio?

Percebendo a dúvida nos olhos dela, Joe moveu o corpo para frente e segurou-lhe o queixo com dois dedos da mão direita.

— Eu quero prosseguir minha vida com você, Dem.

A angústia que ela sentia se dissipou em instantes. Demi desejou contornar a mesa e atirar-se nos braços dele. Porém o bom-senso a impediu de fazer isso. Ela até concordava com as razões que ele apontara e achava que Joe estava sendo sincero. Eles eram jovens de­mais na época e fugir dela havia sido uma loucura. Mas seria certo começar tudo de novo depois de todos aqueles anos de separação?

— Eu não posso Joe  ela disse quase num sussurro e reclinou-se no espaldar da cadeira para livrar-se da mão dele em seu queixo.

- Tem certeza disso?  Ele duvidou.  Da maneira como vejo nossa situação, ainda somos casados e tenho certeza de que existe a mesma química entre nós. De outra forma, por que você concordaria em se encontrar comigo?

Demi estava se fazendo a mesma pergunta desde quando aceitara o convite para encontrá-lo na confeitaria. Contudo, não pretendia revelar para Joe a sua dúvida.

— Eu aceitei me encontrar com você porque decidi lhe dar uma chance de explicar a razão por ter me abandona­do. Apenas isso.

Ele meneou a cabeça bem devagar e exibiu aquele sor­riso devastador.

— Desculpe-me, mas eu não vou engolir essa desculpa.

— Está bem. Quer saber a verdade? Eu perdi muito tempo procurando por você, e já que estava por aqui, con­siderei que seria uma ótima oportunidade para obtermos o divórcio.

Joe arregalou os olhos.

— Você procurou por mim?  ele quis saber sem nem mesmo dar atenção para o fato de ela referir-se ao divór­cio. A curiosidade fez com que ele movesse o corpo para frente e fincasse os cotovelos sobre a superfície da mesa.

Demi observou os braços fortes de Joe e recor­dou-se de como costumava correr seus dedos pela muscu­latura poderosa daqueles braços enquanto ele explorava a curvatura do seu corpo. Os mesmos braços que a ergue­ram do chão e giraram seu corpo junto ao dele logo depois que se casaram. Os braços nos quais ela se aninhou depois que fizeram amor num quarto modesto de um hotel nos arredores de Echuca, onde passaram a noite de núpcias. Um lugar simples como aquele era tudo o que eles pode­riam pagar. O colchão deformado e o carpete desgastado foram facilmente esquecidos no instante em que eles caí­ram nos braços um do outro, pela primeira vez, como ma­rido e mulher.

— Sim. Por quase um ano. Eu queria discutir sobre a possibilidade do divórcio.

— Ah, sei  ele apenas murmurou e ignorou completa­mente a insinuação sobre o divórcio. Estendeu um braço para alcançar o cabelo dela e segurou uma mecha entre dois dedos de uma das mãos.  Eu gosto mais do seu ca­belo como está agora.

Ela procurou disfarçar a onda de eletricidade que lhe percorreu a espinha, ocasionada pelo toque dos dedos dele em seu cabelo.

— Cabelo longo nãé muito prático para quem traba­lha com alimentos. Eu costumo mantê-lo trançado a maior parte do dia.

— Mas quando você passeia, costuma soltá-lo, nãé?

Será que Joe estava querendo saber se ela tinha um namorado?

Bem, se ela considerasse os jantares que tivera com Lars ou Deon, então, sim. Ela havia, por duas vezes, na­queles seis últimos anos, tentado iniciar um relaciona­mento com um homem que não fosse Joe. O problema era que nenhum deles conseguira atraí-la da mesma ma­neira como acontecera com o homem de olhos azuis-acinzentados e sorriso magnífico que estava sentado bem esua frente.

— Eu confesso que sou viciada no trabalho e, por isso, não tenho tempo para pensar em distrações. Tudo o que eu quero é que a cafeteria progrida cada vez mais.

— O trabalho nãé tudo na vida, Dem.

— Pelo menos, é para mim.

— Está querendo me dizer que não existe nenhum ho­mem em sua vida?

Ela estudou-lhe o rosto por um instante. Aquela seria oportunidade perfeita para lhe contar uma pequena menti­ra e obter o divórcio que ela deveria ter pedido anos antes

— Vamos lá, Dem. Trata-se de uma simples pergunta.

— Não. Não existe nenhum homem em minha vida. — Ela decidiu revelar a verdade.  E quanto a você?

Ele intensificou o azul do olhar na direção dos olhos dela e declarou:

— Eu nunca me interessei por outra mulher que não fosse você.

Naquele instante, o garçom se aproximou para recolhei a louça e limpar a mesa. Assim que o homem se afastou na direção da cozinha, Joe estendeu os braços e alcançar as mãos de Demi.

— Ouça, Dem. Eu sei que reapareci de repente em sua vida, mas detesto fazer rodeios. O que eu realmente dese­jo é ter uma nova chance com você. Mas não quero pres­sioná-la. Poderíamos começar devagar a nos aproximar de novo. Pode ser um jantar, um cinema ou qualquer outra coisa. Você escolhe.

Demi gostaria de acreditar na sinceridade que ela pa­recia vislumbrar nos olhos dele. Mas será que Joe real­mente desejava uma segunda chance ou aquela era mais uma de suas passagens por Melbourne e, estando sozinho, pensara em procurar uma antiga paixão para preencher o tempo?

Uma parte dela desejava concordar com a proposta dele, porém, Demi temia acabar se apaixonando por Joe outra vez. Depois de seis anos de solidão, bastara passar algum tempo ao lado dele para que seus instintos acordassem. Ela nunca sentira por ninguém a poderosa atração física que sentia por Joe. E isso a assustava. Ela aprendera, da pior maneira, que jamais deveria abandonar o bom-senso se quisesse manter seus objetivos.

Com isso em mente, Demi reclinou as costas no espaldar da cadeira e revelou:

— Eu não pensei que esse encontro fosse para falarmos de nós. Eu prefiro discutir sobre a reforma do meu aparta­mento.

Ela percebeu o desapontamento nas feições dele, con­tudo, Joe reagiu da maneira como ele sempre fazia: sorriu.

— Bem, acho que não tem muito para ser discutido. Dirk e Mike me informaram o que você estava precisando e, como seu empreiteiro, eu já aprovei as mudanças na planta.

— Mas e se...  Ela beliscou o lábio inferior hesitando sé deveria dizer o que estava pensando.

— Se pelo fato de você não querer nada pessoal comi­go eu possa tirar vantagem no preço do trabalho?

Ela sentiu o rosto esquentar pelo embaraço. Porém não deveria ter ficado surpresa que ele a conhecesse tão bem. Joe parecia ler os pensamentos dela e sempre terminava as frases que ela começava. Mas Demi não esperava que, depois de seis anos, ele ainda se comportasse da mesma ma­neira. Será que aquele seria um sinal para que ela concor­dasse em dar uma segunda chance para Joe?

Naquele momento, a risada de uma criança que estava na mesa próxima da deles, chamou-lhe a atenção, e ela observou que o garçom acabava de colocar na frente do menino um doce com o formato de um sapo. Os olhos da criança pareciam querer saltar das órbitas enquanto os pais sorriam felizes.

A família perfeita, Demi concluiu com amargura en­quanto sentia o coração se apertar dentro do peito.

Algo que ela nunca teria...

Algo que lhe fora arrancado aos poucos em cada visita que ela fizera ao médico nos últimos seis anos.

Demi segurou um gemido ao se recordar de que, em tão pouco tempo, todas as coisas que mais lhe importa­vam na vida foram afastadas.

Seu marido.

Seus pais.

Sua fertilidade.

Enquanto ela aprendia a focar nos seus objetivos de vida e foi submetida a uma última cirurgia, Demi rece­beu a notícia de que não poderia ser mãe.

Agora olhando para Joe e sabendo que talvez ele ti­vesse sido honesto ao dizer que ainda a quisesse, ela se sentia na obrigação de precisar confessar o fato de que jamais poderia gerar um filho. Será que ele conseguiria lidar com isso por mais que dissesse que a amava?

— Ei, você está bem?  Joe perguntou ao vê-la tão distraída.

— Sim. Eu apenas estava pensando em tudo o que você me disse antes. Será que me daria um tempo para pensar no assunto?

— Claro. Eu a procurarei quando o projeto estiver pronto.  Ele retirou a carteira do bolso traseiro da calça e apanhou um cartão pessoal que continha o número do seu celular e o seu endereço eletrônico.  Fique com o meu cartão. Pode me ligar quando quiser.

Demi aceitou o cartão, mas não tinha a intenção de usá-lo. O que ela precisava era sair de perto daqueles olhos bonitos e do sorriso encantador de Joe o mais rá­pido que pudesse.

— Eu preciso ir para casa. O dia foi estafante e tenho que descansar antes de começar tudo de novo pela manhã.

— Certo.  Joe concordou e colocou algumas cédu­las de dinheiro sobre a mesa, antes que ela tivesse a opor­tunidade de abrir a bolsa.

— Mas...  ela começou a protestar.

— Eu a convidei e quero pagar a conta. Além do mais, preciso agradar a proprietária da cafeteria se eu quiser to­mar um delicioso café outra vez.

— Obrigada  ela agradeceu o elogio.

— Nãé preciso me agradecer  ele avisou enquanto apanhava á mão dela para saírem da confeitaria.  Não se trata de adulação. Você conseguiu montar um bar que além de servir bem é muito aconchegante. Tem todos os motivos para se sentir orgulhosa.

Demi sorriu e concordou silenciosamente com a opi­nião dele. Ela planejara o Café Niche para ser exatamente como era: um lugar estratégico de onde se podiam avistar os arranha céus da cidade de Melbourne de um lado, as águas do oceano do outro e ao mesmo tempo, provar o melhor café da região em um ambiente tranquilo.

Além disso, o bar representava para ela um verdadei­ro ninho, o lugar que ela desejava construir para se sen­tir segura e abafar a dor que sentia desde que deixara Rainbow Creek.

— Você quer que eu a acompanhe até o seu apartamento?

— Não, obrigada.

Encantada com o cavalheirismo costumeiro de Joe, Demi nem mesmo raciocinou antes de erguer-se nas pontas dos pés e depositar um beijo carinhoso no rosto dele. O perfume másculo e familiar inundou-lhe as narinas, e ela sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha ao recordar-se dos velhos tempos em Rainbow Creek, quan­do eles costumavam ficar abraçados por horas observan­do o pôr do sol.

Ela recuou um passo antes que fizesse alguma loucura, como a de atirar-se nos braços dele e clamar por seus lábios.

— Bem, tenho que admitir que uma despedida formal não fosse o tipo de reação que eu esperava.  Joe reve­lou enquanto roçava os dedos no local onde Demi deixara uma marca de batom.

A expressão tímida que ele exibia a fez recordar-se do primeiro encontro deles, e ela esforçou-se para conter a vontade de abraçá-lo.

— Acho que não temos motivos para que a despedida seja feita de forma diferente  ela afirmou tentando ser convincente.

— Sei... Está bem então. Obrigado por ter concordado em se encontrar comigo, Dem. Você tem o meu cartão se precisar falar comigo.

Demi considerou que ele poderia esperar sentado pelo telefonema dela.

— Até qualquer dia  ela respondeu de maneira evasi­va, procurando ignorar o sorriso confiante esboçado nos lábios dele.

Demi começou a caminhar na direção do seu aparta­mento sem nem mesmo olhar para trás. Da mesma manei­ra como ele fizera quando a abandonara seis anos antes.

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Hey meninas estão gostando? Essa história é muito boa :D 
Comenteeem.

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