1.7.15

Lar Da Paixão - Capitulo 6

— Então, como foi seu dia? Demi sorriu.

— Cansativo.

— É mesmo?

— Ah, foi muito agradável. Mas estou cansada. Selena é maravilhosa, mas me fez experimentar um monte de roupas, e eu não estou acostumada com crianças. Depois fui fazer compras.

— Sorte sua. Detesto fazer compras.

— Bem, não tinha solução. Examinei o freezer, e ele esta­va mais vazio do que a geladeira, então fui até o centro e comprei algumas coisa para o jantar.

— Foi a pé fazer compras de comida'?

— Isso mesmo. Não tenho carro. E o que mais eu poderia estar comprando?

— Sei lá. Compras e mulheres são dois mistérios para mim. Devia ter me ligado.

— Não tenho telefone.

— Bem, aqui tem um.

— Mas eu não sei o número do seu celular.

Ele cocou a cabeça, pensativo.

— Sabe dirigir?

— Está me perguntando se sei dirigir ou se tenho permis­são para isso? Porque eu sei, mas não tenho carteira de mo­torista aqui na Inglaterra.

— Que pena.

— Por quê? Tem um BMW sobrando por aí? — ela per­guntou, e ele riu.

— Não. Mas tenho um lindo Triumph antigo na garagem. Eu poderia tê-lo usado e emprestado o BMW para você.

— Por que não emprestar o Triumph? Ele sacudiu a cabeça.

— Desculpe-me, mas esse é o meu xodó. Não deixo nem meu pai dirigi-lo, e ele foi policial. Então, o que foi que com­prou? Vou começar a cozinhar.

— Você? Mas esse é o meu trabalho...

— Esta noite quem cozinha sou eu.

— Mas você cozinhou ontem.

— Neste caso, vamos entrar num acordo. Vou deixá-la sentar à mesa e me dizer o que fazer. Você é mulher, portanto deve saber.

Ela riu.

— Não posso fazer isso, não seria justo.

— Ora, vamos, tenho certeza de que pode fazer isso. Emily me diz isso sempre. Desculpe-me, não ia mencionar o nome dela.

— Joe, sou eu que vou ter de aprender a conviver com ela e a opinião que tem de mim.

— Mas ela não tem nenhuma opinião sobre você. Ela fez uma imagem de uma mulher que ela nunca viu, e isso vai mudar. Ela vem sempre aqui em casa. No momento, está tra­balhando no meu jardim, ela é paisagista. Provavelmente vocês devem se ver pela manhã, e acho até que vai ser mais difícil para ela do que para você.

Disso ela duvidava.

— Então, que tal um penne com lagostim ao molho de tomate e uma saladinha?

— Sabe fazer isso? — ele perguntou, espantado.

— Não — ela disse. — Mas você sabe. E se me provar que é bom, lhe darei uma nota.

— Ah, eu sou muito bom.

E de repente o clima entre eles ficou meio estranho.

Por um momento, eles se olharam, e logo ele tentou se recompor; virou-se e começou a mexer na geladeira enquan­to ela abanava o rosto em chamas.

Será que a estava paquerando?

Mesmo sendo ela apenas sua empregada?

Mas na sua mente ela ouvia a voz de Selena dizendo: "É mesmo? Somente sua empregada? Veremos".

*****

Por que será que dissera aquilo?

Devia estar maluco. Ela estava grávida, e ainda sofrendo com a perda de Jamie, embora Joe não soubesse por que ti­nha perdido tempo com um ser humano tão inútil; mesmo assim ela não estava interessada em outro relacionamento. Ainda mais um com tantas implicações.

Então, por que diabos a estava paquerando? Porque ela era divertida e gostava das mesmas coisas que ele? Porque o provocava? Porque era bonita? Ela foi franca e amigável quando se conheceram, um pouco cautelosa, o que era na­tural, mas essencialmente franca, e ela estava começando, lentamente, a se abrir para ele; e ele entendeu que queria isso, queria conhecê-la melhor, descobrir mais coisas so­bre ela.

Ele sentia vontade de ficar ao seu lado de um jeito como não sentia havia muito tempo. Nem mesmo Kate o fez se sentir assim, tão interessado em conhecê-la melhor. Na ver­dade, ele nem chegou a conhecê-la profundamente.

E também não conhecia Demi, portanto, se ele tivesse um mínimo de juízo deixaria isso de lado e pararia de ser tão estúpido. E se Emily estivesse com a razão?

Não. Ele sabia que ela não tinha razão, e Emily também chegaria à mesma conclusão quando conhecesse Demi. Mas isso não significava que ele deveria se envolver com ela.

Mesmo sendo ela a mulher mais sensual que ele conheceu nos últimos anos.

Ele parou de repente, os dedos fechados no puxador da geladeira, e olhou fixo para seu conteúdo em total confusão.

Sensual? Era possível ser sensual aos sete meses de gra­videz?

Seu corpo estava lhe dizendo que sim. Muito, muito sen­sual. Não de uma maneira banal, mas de um jeito sutil como toda mulher deveria ser sempre. Mesmo quando perdesse sua formosura, quando ficasse velha e grisalha e quando toda sua beleza despencasse, ainda seria sensual a ponto de deixá-lo de joelhos diante dela.

E era uma pena que ele não estaria lá para apreciá-la; mas não estaria. Era uma questão de estar no lugar errado, na hora errada.

— Então — ele disse, soltando a porta da geladeira e se recompondo. — O que estou procurando aqui?

*****

Ele cozinhava muito bem.

Deixou que ela pensasse que não sabia cozinhar, mas ele sabia, e muito bem. Bem orientado, ele se saiu maravilhosa­mente bem. E a caçarola que havia feito no dia anterior ficou deliciosa.

Talvez ele não apreciasse cozinhar, ou não quisesse ter trabalho quando estava sozinho. Mas ela entendia isso.

Fosse como fosse, estava divino. Eles se sentaram juntos à mesa, de frente para o mar e de costas para a bagunça da cozinha que ela sabia que teria de arrumar depois, e conversaram.

Ele falou sobre como encontrou aquele terreno, sobre a construção da casa e seus planos para o jardim.

— Queria algo simples, não havia muito aqui quando comprei o terreno, nem arbustos, nem árvores, exceto por umas plantas antigas ladeando o caminho e milhares de amoreiras; e o muro de arrimo nos fundos do terreno estava caindo no precipício, então a primeira coisa que fizemos foi limpar o terreno e em seguida cercá-lo todo. O muro de arrimo foi todo remodelado, então ele ficou nivelado com o gramado. Eu pretendia plantar uma cerca viva lá embaixo, no outono, para ter mais privacidade, mas Emily não achou necessário, ela acha melhor outra planta. Há um caminho para a praia, Você já viu?

— Eu tentei passar, mas estava trancado.

— Precisa ficar trancado, pois a praia é pública. Não que­ro ninguém cortando caminho por aqui.

— Não, nem pensar.

— Estou sempre pensando na minha segurança. Valorizo demais a minha privacidade; acha que estou errado?

— Não, claro que não. Só não estou acostumada com coi­sas do tipo segurança e privacidade, nunca tive um lugar só meu, então me soa estranho.

— E quando estava na universidade?

— Dividia um quarto, portanto não existia privacidade. Depois fiquei com Jamie, em albergues ou dormindo na praia. Não se tem privacidade nesses lugares.

— Imagino que não.

Ele parecia que não imaginava, e ela achou que ele devia ter tido seu próprio quarto em uma mansão a vida toda, e nunca precisou dividir seu espaço tom ninguém.

E agora tinha essa casa enorme só para ele. Por quê?

— Por que construiu esta casa tão grande?

— Não sei. Gostei do terreno. Há tempos eu queria cons­truir uma casa como esta, e a oportunidade surgiu. E tinha de pensar na valorização dela, também, pois não vou ficar aqui a vida inteira.

— E por que não?

— Bem, porque é uma casa para uma família.

— Eu sei. Então por que a construiu? Só para você? Foi mesmo só como investimento, e como showroom? Foi o que você disse, mas não faz sentido.

— E precisa fazer?

— Não. Não precisa fazer sentido. Nada no mundo faz sentido.

Ele sorriu e voltou a falar sobre o jardim:

— Mandei replantar o gramado inteiro depois de colocar a instalação do aquecimento no subsolo, e agora quero algumas plantas nas laterais. Nada que atrapalhe a vista para o mar.

— Concordo com você. Imagino que não queira nada mui­to colorido. Talvez apenas algumas flores brancas, se tanto.

— Emily deu a mesma sugestão. Ela fez uns croquis; quer vê-los?

— Adoraria. — Mesmo que não simpatizasse com a moça;

Os croquis eram bem interessantes, mas era o escritório dele que a fascinava.

Era bem desarrumado e havia caixas para todo lado. Cai­xas de livros, documentos, todo tipo de coisa.

— Desculpe-me pela bagunça — ele disse ao entrar. — Embarquei todas as minhas coisas que estavam em Nova York, e ainda não tive tempo de arrumar.

Ele tirou uma caixa de cima de uma cadeira para que ela pudesse sentar e, quando a colocou no chão, uma foto voou e caiu sobre seu pé. Ela se abaixou e a entregou a ele, e viu como ficou tenso.

— Quem é Kate?

— Não é ninguém — ele disse.

E o coração de Demi ficou apertado por ele, sozinho em sua casa grande, sem um futuro à vista, rejeitado por uma moça chamada Kate, de cabelos louros até a cintura.

Que mulher tola. Será que ela sabia o que teve e perdeu?

Ou o que ele perdera por causa dela?

— Então, vamos ver esses croquis — ela disse, fingindo que estava interessada em outra coisa que não fosse aquele olhar triste e o corpo cheiroso.

*****

Na manhã seguinte, a campainha tocou logo depois que Joe saiu para o hotel para mais uma reunião com George Cauldwell.

Demi estava se acostumando aos afazeres da casa, tentan­do descobrir como funcionava o aspirador e desistindo, quando alguém bateu à porta.

Que estranho. Ela achou que, se alguém chegasse, avisa­ria pelo interfone do portão, mas ela ouviu a campainha da porta, e a única vez que tinha ouvido antes fora no domingo.

E tinha sido Emily.

Por isso ela não se surpreendeu quando abriu a porta e viu uma mulher jovem, de longos cabelos escuros e ondulados, com ar preocupado. Mesmo que só a tivesse visto de costas, Demi a teria reconhecido imediatamente, e o carro que estava parado ali era o mesmo que vira no domingo.

Ela não se sentia pronta para enfrentar isso, mas então percebeu que nunca estaria pronta, então era melhor enfren­tar logo esta situação.

Depois de um instante de silêncio, Demi resolveu falar: — Olá, Emily. Meu nome é Demi. Emily levou alguns segundos para responder:

— Podemos ser civilizadas ou você quer que eu vá em­bora?

— Bem, isso não depende de mim, não é mesmo? — ela disse educadamente. — Esta é a casa de Joe, e você veio trabalhar no jardim. Tem mais direito de estar aqui do que eu.

— Na verdade, eu vim falar com você.

— Então, é melhor entrar — ela disse, e depois que Emily entrou, fechou a porta. — Aceita um café?

— Não, obrigada. Eu lhe devo minhas desculpas. Não de­via ter dito aquilo sem conhecê-la. Conheço bem meu marido e meu irmão, e eles são bons demais. São incapazes de ver o perigo diante de si e são muito vulneráveis quando o assunto é mulher. Sinto muito se você ouviu aquilo tudo. Não era pessoal.

— Nem poderia ser, pois você não me conhece — Demi foi bem franca. — Não fiquei perturbada só com o que você disse, mas também pelo fato de Joseph ter omitido a ligação com o hotel. Por isso, tudo que ele disse parecia ser mentira.

— Posso imaginar. Mas ele não iria mentir para você, Demi. Ele não é assim. Ele pode lhe dizer tudo, pode até ser irritantemente teimoso, mas não mente nem trapaceia. Sinto muito se a magoei, de verdade, mas eu estava falando sério e vou repetir olhando para você — ela continuou, falando bai­xo, mas firme: — Não o magoe. Não engane, não trapaceie e não se aproveite dele, ou vai se ver comigo. Ele não mere­ce isso.

Bem, ela foi bastante clara, pensou Demi, e de certa forma ela admirava Emily por ter tido a coragem de dizer isso olhando-a nos olhos.

— É justo. Mas posso lhe assegurar que não tenho nenhu­ma intenção de enganá-lo nem de roubá-lo. Não precisa ter receio de mim.

— Ótimo. Eu adoro o meu irmão, e ele já sofreu demais. Não quero que ele passe por isso de novo.

— Refere-se a Kate?

— Ele lhe falou sobre Kate?

— Não. Foi você quem disse alguma coisa sobre ela no domingo, e ontem à noite, no escritório dele, eu vi uma foto de uma mulher de cabelos louros.

— Era ela, com certeza.

— Achei que fosse. Mas quando perguntei, Joe disse que não era ninguém.

Emily ameaçou um sorriso.

— Foi uma boa definição, mas não tenho o direito de falar sobre isso. Terá de perguntar a ele, mas não espere que ele se abra com você. Joe nunca conversou sobre isso conosco. Perdão, estou aborrecendo você com essa história. Podemos começar de novo?

— Acho que seria uma boa ideia. — Demi abriu um largo sorriso. — Oi, meu nome é Demi. Emily sorriu com olhos meigos.

— Eu sou Emily. — Ela apertou sua mão.

— Que tal um café?

— Já soube que você conheceu Emily.

— Hum, hum. Ela é bem agradável.

— Engraçado, ela disse o mesmo de você. Eu tinha um palpite de que vocês iam se dar bem.

— Bem, não vamos exagerar — ela disse. — Aliás, ela deixou alguns desenhos no seu escritório.

— Onde?

— Não sei. Não fui lá dentro. Estava ocupada com outras coisas.

— Ocupada?

— Sabe como é — ela desconversou.

— Entendi. Bem, vou tomar um banho. Que cheiro gosto­so na cozinha!

— Fiz um prato com chíli. Não sei se você gosta, mas não tive tempo de fazer nada mais elaborado. E, como você não disse a que horas queria comer, fiz algo que pudesse guardar, caso não quisesse.

— Onde conseguiu a carne moída? Não vai me dizer que foi até o centro de novo, não é?

— Emily me levou para fazer compras. Ela me falou so­bre uma bicicleta velha que fica na garagem da casa deles. Uma bicicleta com uma cesta acoplada, que pertencia à avó de Harry. Enfim, ela ficou de perguntar a Harry se ele a em­prestaria para mim. Se ele aceitar, já terei transporte.

— Uma bicicleta?

— Sim. Qual o problema?

Ele ficou horrorizado com a ideia de Demi, grávida, andar de bicicleta pelas ruas.

— Nada de mais se você tem instinto suicida. Mas será que a bicicleta velha tem lanternas?

— Joe, estamos no verão — ela disse rindo. — Não pre­tendo sair para um passeio noturno! Quero poder sair para fazer compras, só isso. Ande, tome logo seu banho, preciso tirar a roupa do varal.

— Como?

— Comprei uma corda de varal no supermercado. Você não tinha um.

— Mas não tenho estrutura para prendê-la.

— Eu sei. Amarrei a corda em duas árvores.

— O que há de errado com a máquina de secar? Demi revirou os olhos.

— Assim é mais ecológico.

— Detesto roupa estendida no varal.

— Que bobagem. Nem vai vê-lo, ele está do outro lado da casa, aonde ninguém precisa ir. Emily gostou da ideia. Ah, eu queria lhe perguntar se podemos fazer uma horta aqui.

Ele ficou olhando para ela por um momento, depois sacu­diu a cabeça, perplexo.

— Faça como quiser — ele disse. — Mas combine com Emily e certifique-se de que ela não tem outros planos para o local em que você quer fazer isso. — Depois ele foi para o quarto, se perguntando que diabos tinha arranjado trazendo essa moça para morar com ele.

*****

— Nossa.

— Gostou? Usei a pimenta malagueta fresca que sobrou de ontem.

— Está gostoso.

— Acha que ficou apimentado demais?

— Não, está saboroso. Deve estar bom para você. Se fos­se com Emily, ela já teria engasgado.

— Joe, eu já vivi em muitos lugares. Mamãe e eu vivemos dois anos no México, e passei dois anos na Tailândia com Jamie. Ou se aprende a comer pimenta ou se passa fome.

— Aceita mais um pouco? — ele perguntou.

Ela não quis comer mais, não podia exagerar. Estava en­gordando rapidamente com a gravidez.

— Você está bem?

— Só um pouco empanturrada aqui dentro.

— Deve estar mesmo. — Ele olhou para a barriga de Demi com certo carinho. — Isto estava ótimo, obrigado.

— Foi um prazer — ela disse já se levantando e pegando o prato. — Fiz uma salada de frutas.

— Tem sorvete?

— Pensei que quisesse ter uma alimentação mais saudável — ela brincou, e em seguida tirou um pote de sorvete do freezer e mostrou para ele, que riu e foi ajudá-la a levar as coisas para a mesa.

— Sua bruxa — ele murmurou ao passar por ela.

E, como não tinha se acostumado com o tamanho da bar­riga, Demi esbarrou nele ao se virar e perdeu o equilíbrio com o pote de salada de frutas nas mãos.

— Calma — ele disse segurando-a pelos ombros, depois pegou as coisas das mãos dela para levá-las para a mesa, mas a deixou perturbada com contato físico.

— Por que não senta e me deixa fazer isso? — ela sugeriu, incomodada com a proximidade do corpo dele naquele espa­ço pequeno. — Ou então eu vou colocando a louça na má­quina enquanto você leva a sobremesa para o jardim, onde poderemos nos sentar e apreciar a vista para o mar.

Que ideia boba. Ideia boba, romântica e absolutamente adorável.

Sentaram-se ali por horas até ela sentir frio. Ele foi bus­car um suéter — um lindo suéter de caxemira com o chei­rinho dele —, e ela se agasalhou e tomou água mineral que Joe trouxe. Ficaram ouvindo o barulho do mar, e Demi fa­lou sobre outras praias que conhecera. Até que Pebbles apareceu a se acomodou no colo dela; e ela achou tudo perfeito.

Mesmo que ele não fosse seu, mesmo que ela não perten­cesse a esse lugar, que estivesse só de passagem, porque sua vida sempre fora assim.

Nas últimas semanas sua vida tinha mudado radicalmen­te, e Demi mal podia acreditar que havia apenas 72 horas que eles se conheceram quando ela lutava com um colchão. Pa­recia que tinha sido muitos anos atrás.

Agora, Demi tinha um emprego, um lar e novos amigos, mesmo que tivessem sido um pouco hostis no início e que ainda não fossem muito chegados. A gatinha estava conten­te, ela estava contente e sua filhinha estava segura.

— Joseph?

— Sim? — Sua voz era macia, e ela sentiu um enorme vontade de se encostar nele.

— Obrigada.

— Por quê?

— Por ser um cavaleiro em sua armadura reluzente, resgatando-me daquela enrascada em que me meti. Acolhendo a mim e minha gatinha. Farei qualquer coisa por você.

Ele riu baixinho e deu-lhe um abraço carinhoso; depois a soltou.

— Foi um prazer poder ajudá-la — ele murmurou, sensibilizando-a.

Ela podia sentir o calor que seu corpo emanava, o peso do seu braço em volta dos ombros dela, seu cheiro e mais algu­ma coisa que mexia com o corpo dela.

Provavelmente era uma indigestão, ela pensou, e levan­tou-se com a gatinha nos braços.

— Vou me deitar.

Em seguida, ele se levantou e a segurou pelo braço para ajudá-la nos degraus, e os dois entraram em casa.

Ele parou junto à porta do seu escritório e fez um carinho no rosto dela.

— Boa noite. Durma bem. E obrigado pela noite agradável.

Pelo jantar? Ou pelo resto? Ela não sabia e não queria perguntar. Queria apenas apreciar a mão dele em seu rosto. Teve vontade beijar sua mão, mas ele logo se afastou.

— Não foi nada — ela respondeu, depois foi para seu quarto com Pebbles.

Da cama ela ficou observando o gramado onde viu o re­flexo das luzes do escritório, mas pouco depois elas se apa­garam, assim como a luz do corredor, e, em seguida, foi o quarto dele que iluminou o jardim.

Passado um tempo, ele apagou a luz, e a escuridão se apo­derou do jardim.

— Boa noite — ela sussurrou e fechou os olhos, deitando-se de lado e se encolhendo, com a mão debaixo do rosto, o lugar que ele havia tocado tão brevemente.

Demi ainda podia sentir a mão dele, ela pensou, embalando-a enquanto pegava no sono...

---------------------------------------------------------------------------------------------

Gente vocês estão gostando da história? Está tão pouco de comentários, assim desanima pra postar :(

3 comentários:

  1. Desculpa não ter comentado antes, só hj que vi que vc tinha voltado a postar... estou adorando a história..... juro que achei que fosse rolar beijoooo..... continua logooo por favor!!!!

    ResponderExcluir
  2. Desculpa nao ter comentado antes roubaram meu celular e só agr consegui um provisorio, mas eu to amando essa historia e nao vejo a hora de rolar o primeiro beijo deles. bjus e posta mais

    ResponderExcluir
  3. Finalmente você voltou!!!! A história tá muito boa! Continua sempre não pare! Tem gente que fica entrando todos os dias pra ver se você posta ou não! (Nem vou falar que eu faço isso) mais enfim! Não vejoooooo a hora de rolar um beijo ai!!!!!!!!! Ele é muito carinhoso com ela pelo amor de Deus!

    ResponderExcluir