13.7.15

O Sucesso Em Meus Braços - Capitulo 6

Demi se sentia como se estivesse flutuando. Os pés pa­reciam quase não tocar o chão enquanto Joe a conduzia pela mão através dos espaçosos recintos da mansão.

Ela não poderia estar mais feliz até que eles entraram na suíte máster. Seus sonhos pareceram se dissolver junto com a brisa marítima que entrava pelas janelas abertas do quarto.

— O que significa aquele espaço reservado próximo da cama?  ela perguntou, embora já soubesse a resposta.

A imensa construção abrigava cinco quartos de hóspedes para a família e amigos, amplas salas para as refeições e descanso, além dos salões para jogos e brincadeiras. Aquele espaço adicional só poderia significar um berçário provisório. Tinha uma área suficiente para abrigar um berço e uma cômoda para trocar as fraldas de um bebê.

Como ela poderia ter se esquecido disso? Demi pre­tendia contar para Joe sobre o fato de ter se tomado estéril assim que ela percebeu que ainda amava Joe e que estava decidida a aceitar a reconciliação com ele. Po­rém a dúvida de que ele a amasse tanto quanto ela o ama­va acabou por distraí-la de contar a verdade. Quando eles se casaram em Rainbow Creek, a ideia de filhos nunca fora discutida. Provavelmente porque eram muito jovens para pensar no assunto. E aquilo que não significava um problema naquela época, agora poderia ser um impacto capaz de arruinar qualquer chance de um casamento feliz.

— Trata-se de um espaço temporário para bebê ele revelou com um brilho entusiasmado no olhar.  Minhas irmãs me contaram que existe um grande risco de um bebê morrer sufocado durante a noite nos primeiros seis meses de vida. E o fato de manter o berço próximo da cama reduz muito esse perigo. Por isso, eu achei melhor incluir esse espaço na planta da construção em vez de pre­cisar fazer isso mais tarde.

Joe falava com tanta lógica como se planejar o espa­ço para seus futuros filhos fosse a coisa mais natural do mundo. E talvez fosse, mas não para ela. Demi havia desistido desse sonho desde que o médico lhe tirara as esperanças de poder engravidar.

— O que foi? Você não gostou?  A voz de Joe soou atrás dela. Ele enlaçou-lhe a cintura e colou seu cor­po junto ao dela e, ao mesmo tempo, repousou o queixo suavemente sobre a cabeça de Demi.

— Nãé isso  ela falou e limpou a garganta para poder clarear a voz embargada pela emoção. Com certe­za, Joe pensava em ter filhos e encher aquela casa com o ruído alegre de crianças brincando. Ela até podia ima­ginar aquela cena em sua mente. Estando nos braços do homem que amava e na casa de seus sonhos, aquela visão lhe parecia muito real. Tão real quanto ela gostaria que fosse. Infelizmente, nem sempre aquilo que desejamos desesperadamente pode estar ao nosso alcance, ela pen­sou enquanto se recordava da última vez que saíra do hospital, com lágrimas nos olhos. Embora Demi esti­vesse com medo de que a verdade pudesse arruinar o re­lacionamento deles, ela precisava revelar para Joe a sua triste realidade.

Demi girou nos braços dele e o encarou. O sorriso sumiu dos lábios dele no instante em que Joe percebeu a expressão de tristeza no rosto dela.

— Existe algo de errado? Por acaso acha que estou me apressando? Eu sei que nunca falamos a respeito de fi­lhos, mas eu pensei que...

— Não se trata disso, Joe.  Ela ergueu uma das mãos e repousou dois dedos sobre os lábios dele e dese­jou, por um instante, que pudesse beijá-lo e esquecer-se das palavras duras que precisava lhe dizer. Só que não havia outro jeito. Aquela era a única maneira de descobrir se eles poderiam ter uma chance de prosseguir com o re­lacionamento, mesmo sem a possibilidade de existirem filhos no futuro. Apesar de sentir o coração sangrando e a mente protestando contra a injustiça do seu destino, ela não podia protelar por mais tempo seu dever de contar a verdade para Joe.

Ela recolheu a mão e liberou-se dos braços dele.

— Eu preciso lhe confessar uma coisa, Joe.  Inspi­rando o ar com força para tomar fôlego, ela despejou: — Eu não posso ter filhos.

Ele alargou o olhar e a fitou com incredulidade.

Demi balançou a cabeça e afastou-se até a janela. Cruzou os braços contra o peito e, em silêncio, observou o azul do oceano, que se estendia até a linha do horizonte.

Com a voz estremecida, ela começou a explicar aos poucos o que havia acontecido há alguns anos.

— Eu tive uma séria inflamação pélvica, e os médicos decidiram me operar. Aconteceu que, durante a cirurgia, eles precisaram fazer uma extensa assepsia, o que acabou prejudicando o funcionamento dos meus ovários. Depois, eles me informaram que uma gravidez não seria impossí­vel de acontecer, mas muito improvável  ela se inter­rompeu ao sentir uma terrível frustração por não poder dar a Joe os filhos que ele merecia. A brisa marítima começou a secar algumas lágrimas que escorriam dos seus olhos entristecidos, enquanto ela inspirava o ar na esperança de que o mar pudesse também afastar o nó de angústia que lhe bloqueava a garganta.

— Oh, querida... Eu sinto muito  Joe murmurou, vindo por trás dela e abraçando-lhe a cintura.  Existe alguma coisa que eu possa fazer?

Ela meneou a cabeça.

Quem lhe dera que Joe pudesse resolver isso da mes­ma maneira como ele preenchera o vazio do seu peito quando retornara para a vida dela.

— Eu quero que você saiba que isso não mudará as coi­sas entre nó ele avisou.  Nós conseguiremos enfren­tar qualquer problema, desde que estejamos unidos.

Não mudará as coisas entre nós? Aquilo não era intei­ramente verdadeiro e ambos sabiam disso, ela pensou. Aquela casa simbolizava claramente as esperanças dele para o futuro. Um futuro que incluía filhos e que ela não poderia lhe dar por mais que quisesse.

Com um suspiro, ela girou o corpo para poder fitar os olhos dele e apoiou as palmas das mãos no peito amplo do marido.

— Você não teria projetado essa casa tão grande a me­nos que tivesse a intenção de enchê-la de crianças, nãé?

— Bem, talvez eu esteja cansado de ser o tio preferido dos meus sobrinhos, mas eu adoraria vê-los fazendo ba­gunça em nossa casa.

Demi sentiu o coração se apertar ao observar a pes­soa maravilhosa que era Joe. Talvez ela devesse fazer a coisa certa e deixá-lo livre para construir seus sonhos com outra pessoa.

Como se ele estivesse lendo os pensamentos dela, Joe falou:

— Preste atenção, Demetria. Os médicos disseram que seria muito improvável que você pudesse engravidar, nãé isso? Então nós tentaremos por um tempo e, se não der certo, exploraremos outras opções. O importante é que es­tejamos juntos.

Ela balançou a cabeça em gesto negativo, e ele insistiu:

— Eu quero você como minha esposa para o resto da vida. Não importa o que aconteç ele murmurou en­quanto acariciava a extensão das costas dela com as pal­mas das mãos.

Sentindo-se protegida nos braços fortes do marido, ela fechou os olhos e se deliciou com o calor que parecia in­cendiar-lhe o corpo com o simples toque das mãos dele.

Ela ergueu o queixo para oferecer-lhe os lábios. Joe aceitou o desafio e a beijou com paixão. Demi tentou aproveitar ao máximo o sabor do beijo que talvez pudesse ser o último, caso ela decidisse deixá-lo livre.

— Nós vamos conseguir superar isso  ele murmurou por um instante, antes de tornar a cobrir os lábios dela com os seus.

De repente, Demi enrijeceu a musculatura do corpo quando um pensamento cruzou a sua mente. Eles pode­riam trocar milhões de beijos e fazer amor por muito tem­po e nada acontecer. Ela provavelmente se tornara estéril, e ele desejava filhos. Objetivos diferentes poderiam signi­ficar vidas separadas.

— Eu não posso fazer isso com você, Joe.  Ela li­vrou-se dos braços dele e recuou um passo.

— Mas eu a amo, Demetria!

— Eu sei  ela concordou com a voz entristecida, sa­bendo que não haveria alternativa. Joe desejava uma família, e ela não poderia lhe dar filhos. Quanto mais tem­po eles ficassem juntos, mais ela se apaixonaria por Joe e mais difícil seria a despedida.  Eu também o amo, mas não quero lhe dar falsas esperanças. Se eu não posso engravidar de maneira natural, então nunca terei filhos. Eu não suportaria uma vida tomando injeções de hormô­nios, entrando e saindo de consultórios médicos e sendo submetida a procedimentos de inseminação artificial.

— Então nos restaria uma adoção.

— Uma adoção? Passar anos preenchendo formulários e ver nossa vida devastada para, no fim, ficarmos desa­pontados? Você tem certeza de que deseja passar por tudo isso?

Ele segurou o próprio queixo por um momento e então respondeu:

— Eu estou disposto a enfrentar tudo o que for preciso. E se você não se sentir bem com isso, também estará tudo bem para mim.

— Não!  ela exclamou sentindo uma dor que lhe di­lacerava o peito. Demi precisava fazer com que Joe entendesse o quanto ela o amava e, por isso mesmo, ela estava disposta a desistir dele para que Joe pudesse re­alizar seu sonho de ter uma família. Seis anos antes, ele fizera isso por ela, e o mínimo que Demi poderia fazer por Joe seria retribuir o sacrifício. Ele merecia realizar seus sonhos assim como ela merecera realizar os dela.

Demi segurou as mãos dele entre as dela e pediu que ele a ouvisse.

— Você ainda não entendeu? Eu o amo tanto que dese­jo a sua total felicidade. Eu quero que você tenha a família dos seus sonhos, ainda que não seja comigo.

Ele abriu a boca para protestar, e ela o impediu erguen­do uma das mãos no ar.

— Deixe-me terminar, por favor. Eu adorei o tempo que passamos juntos e a nossa redescoberta. Porém não quero prendê-lo ao meu lado. Se você deseja ter filhos, entãé melhor terminarmos agora, antes que o sofrimento seja maior.

Agora que Demi havia dito tudo o que estava entala­do em sua garganta, seu coração parecia sangrar de tanta dor. Perder Joe agora seria pior do que da primeira vez. Talvez ela nunca mais se recuperasse. Contudo, seria me­lhor enfrentar esse sofrimento do que carregar a culpa por ter sido egoísta a ponto de impedi-lo de ter a família com a qual ele sonhava.

Houve um silêncio por alguns minutos enquanto eles se entreolhavam enternecidos.

— Eu já lhe disse o que eu quero.  Ele foi o primeiro a falar.  Eu quero você, Demetria. E se não irá existir filhos em nossa vida, isso não me importa. Eu a amo e sempre amarei. Poderemos ser felizes apenas com a companhia um do outro. Ter você ao meu lado é o bastante para mim. Seremos companheiros, amantes e melhores amigos para o resto de nossas vidas.

Apesar de Demi ter dito toda a verdade para Joe, ele ainda a queria. Mesmo que fossem apenas os dois para o resto da vida. Uma esperança de felicidade inundou o coração dela, e a sinceridade no brilho dos olhos azuis de Joe silenciaram as suas dúvidas.

Demi desejava desesperadamente ter a mesma fé de Joe no sentido de que tudo iria dar certo. No entanto, uma ponta de incredulidade ainda a atormentava. Ela sabia que ele sonhava em ter filhos, e ela não poderia satisfazer-lhe esse sonho. Essa era a verdade. E por mais que ele jurasse que apenas a companhia dela seria o suficiente, o que aconteceria se o amor dele esfriasse com o tempo ao se dar conta de que nunca teria a chance de ser pai? Joe já a abandonara uma vez, o que o impediria de fazer isso de novo? Ela demorara muito para abafar a dor que sentira quando ele partira de Rainbow Creek e se entregara ao tra­balho de corpo e alma para poder se esquecer do passado.

Porém, se isso acontecesse novamente, principalmente depois que ela se entregasse sem reservas ao amor dele, a recuperação do seu equilíbrio emocional seria impossível.

Com um suspiro magoado, ela afagou o queixo dele com as pontas de dois dedos e tentou reafirmar o seu pon­to de vista:

— Você é a pessoa mais extraordinária que já conheci.  A expressão de ternura que ele exibia no olhar tornava aquela tarefa dez vezes mais difícil para ela.  Eu o amo de todo o meu coração, mas não posso aceitar que você desista dos seus sonhos de ter uma família por minha causa.

— Você pode sim!  ele exclamou e, inclinando a ca­beça, colou sua testa na dela, como sempre costumava fazer quando pretendia convencê-la de alguma coisa. — O nosso amor é forte o suficiente para superar qualquer obstáculo. Apenas deixe as coisas acontecerem.  E para provar o seu ponto de vista, Joe lhe proporcionou um beijo lento e amoroso que fez o coração dela se acelerar de emoção.

— Mas...  ela tentou protestar outra vez, mas ele a calou com outro beijo.

— Está vendo?  Joe perguntou com um sorriso triunfante ao perceber um ligeiro tremor no corpo dela.

— Basta deixar o amor se encarregar de nos conduzir. Apenas deixe as coisas acontecerem  ele repetiu.

Um novo tremor percorreu a espinha de Demi incentivando-a a aceitar as palavras do homem que amava e a ignorar os seus medos.

Joe afastou o rosto para poder olhar nos olhos dela e reafirmar:

— Você é a mulher da minha vida, Demetria. Sempre foi.

— Roçando os lábios nos dela ele sussurrou:  Deixe que eu a ame.

A determinação de Joe fez com que as dúvidas que ela ainda mantinha se dissolvessem no ar e fossem substituídas por um intenso desejo de amá-lo. O coração disparou, os joelhos bambearam, e Demi fosse obrigada a apoiar as mãos nos ombros dele para conseguir manter o equilíbrio.

— Eu a quero aqui e agora, Demetria  ele murmurou com um brilho intenso no azul do olhar.

— Mas não há nenhum móvel na casa.

— E quem precisa de móveis?  ele perguntou com um sorriso malicioso e gesticulou na direção de uma pilha de lençóis dobrados num canto do quarto.  Parece que os pintores ainda não precisaram usar aqueles lençóis de proteção.

Ela o observou através dos cílios longos e lançou um olhar maroto.

— Nunca pensei que você fosse tão criativo!

Ele a abraçou e, com um gemido rouco, declarou:

— Acontece que você me deixa louco.

Aninhada nos braços do homem que amava e que lhe prometia um amor incondicional sem se importar com os obstáculos, Demi decidiu jogar pela janela os seus re­ceios e deixar que a brisa marítima os levasse para longe.

Ela teria uma vida inteira para conviver com a angústia de não ser capaz de dar filhos para Joe, mas agora o que Demi mais precisava era perder-se no calor do corpo dele. Sua alma ansiava para desfrutar dos prazeres que o amor dele oferecia.

Ela encarou os olhos azuis e o desafiou:

— Mostre-me do que é capaz.

— Com todo o prazer.

Pouco tempo depois, o ar se enchia de murmúrios aba­fados enquanto seus corpos se entrelaçavam sobre os len­çóis espalhados no chão, e as carícias se tornavam cada vez mais íntimas e frenéticas. Os derradeiros raios de sol penetravam através da janela e provocavam sobras sensu­ais nas paredes do quarto.

Demi ignorou suas preocupações e mergulhou no mar de prazeres que seu incrível marido era capaz de lhe proporcionar.

-----------------------------------------------------

Huum, parece que está esquentando. Continuem comentando.
xoxo

4 comentários:

  1. Ufa..... ainda bem que ele conseguiu convence-la..... contunuaaaa.....

    ResponderExcluir
  2. Posta mais, please.
    Ta muito boa

    ResponderExcluir
  3. Heeei não para não!
    Não deixa a gente ansiosa não kkk'
    Posta mais uns dois hoje, por favor :3
    Beijos

    ResponderExcluir