21.7.15

O Sucesso Em Meus Braços - Capitulo 11

Demi ficou encantada com as antigas passarelas da ci­dade de Veneza, da mesma maneira como havia adorado a vista de Paris estando no topo da Torre Eiffel e a mag­nífica arquitetura britânica de Oxford. Foi só quando chegou a Roma que ela se deu conta da futilidade do que estava fazendo. Ela se distanciara de Joe durante aque­les três meses apenas para demonstrar que suas atitudes falariam mais do que as palavras. Ele não acreditara quando ela lhe dissera que estava tudo acabado entre eles. Joe não aceitava a ideia de que Demi estivesse querendo lhe retribuir um favor, o mesmo que ele lhe fi­zera seis anos antes. Então só lhe restara afastar-se para provar que ela realmente queria deixá-lo livre. Demi precisou abafar o ímpeto de pegar o primeiro voo de vol­ta para Melbourne depois de atender à primeira ligação que Joe lhe fizera. Por isso, ela decidiu não atender mais as ligações que eventualmente ele lhe fizesse. Ela precisava ignorar as tentativas de contato, para forçá-lo a prosseguir com sua vida.

Mas seria isso mesmo o que ela queria?

Enquanto ela desfrutava de um cappuccino em uma cafeteria tradicional de Roma, Demi espiou na direção da Piazza e observou um casal de italianos muito bem vesti­dos que caminhavam de mãos dadas. Naquele instante, ela teve a certeza de que se separar de Joe estava se tornando uma prova muito difícil de ser ultrapassada. O fato de ter conhecido cidades famosas pela riqueza de suas tradições havia sido gratificante como uma distração. Contudo, nem as construções e pinturas feitas por renomados artistas ou os concertos executados por maestros talen­tosos eram capazes de preencher o vazio de seu peito.

Ela tentara. Realmente tentara fazer as coisas da manei­ra certa e deixar Joe livre para encontrar uma pessoa que fosse capaz de realizar o sonho dele de ser pai. Mas ao pensar que ele dissera que iria esperar por ela e das inú­meras vezes em que Joe afirmara que só a companhia dela seria o suficiente para que ele fosse feliz, ela chegou à conclusão de que o melhor seria voltar para Melbourne e para os braços do seu marido.

Com aquela decisão em mente e se sentindo mais ali­viada, ela provou o cappuccino. Mal podia esperar para chegar ao hotel e enviar um e-mail para Joe, lhe avisan­do da sua volta. Finalmente ela iria para casa e resolver as coisas com o homem que amava.

Demi estava tão contente com sua própria decisão que não conseguia tirar o sorriso do rosto. Consultou o relógio e calculou a diferença de fuso horário entre Roma e Melbourne, para saber se Joe estaria acordado naque­le momento. Assim ela não teria que esperar muito tempo pela resposta dele. Ansiosa para chegar logo ao hotel, ela terminou de tomar o cappuccino e procurou sua carteira na bolsa para pagar a conta.

De repente, ela sentiu um enjoo inesperado e olhou para a xícara vazia. Será que o leite estaria vencido? Ela se perguntou enquanto sentia o estômago revirar.

— Está tudo bem, signorina?  o garçom perguntou notando a palidez no rosto dela.

— Sim. Eu só preciso de um copo de água  ela res­pondeu com um sorriso forçado.

— Bene. Deseja mais um cappuccino para acompanhar a água?

— Ah, não!  Ela afastou a xícara na direção dele ao sentir náuseas apenas com a lembrança do gosto do café.

— Já estou satisfeita. Obrigada.

Assim que o garçom se afastou, Demi repousou a palma de uma das mãos sobre o abdômen e orou para que não tivesse ingerido alguma substância tóxica.

Para alguém que tenha passado a vida trabalhando em uma cafeteria, o fato de sentir enjoo do cheiro do café era algo muito estranho.

Subitamente, Demi sentiu uma tontura e precisou se agarrar à mesa para não cair da cadeira.

O que estaria acontecendo?, ela se perguntou assim que a zonzeira passou. Então se lembrou de que sua mãe uma vez lhe contara que não podia sentir o cheiro do café quando estava no início da gravidez. Ela até precisou se afastar da cafeteria por algum tempo.

Seria possível que...

Demi sacudiu a cabeça para afastar o ridículo pensa­mento de que talvez estivesse grávida. Estava certo que os seus períodos naqueles três meses não tinham acontecido, mas ela colocara a causa na agitação da viagem. Até mes­mo o fato de sentir que o abdômen estivesse mais proemi­nente, ela justificava como um excesso de peso por conta das fartas refeições.

Entretanto, ela não tinha como justificar as náuseas e a tontura.

Será que haveria uma possibilidade de que ela tivesse engravidado? Os médicos lhe haviam dito que uma con­cepção natural seria muito difícil, mas não impossível.

Não. Não podia ser verdade. Mas... E se fosse?

Com o coração quase saltando do peito, ela deixou so­bre a mesa uma quantia de dinheiro suficiente para cobrir a despesa e disparou na direção da Piazza. Precisava en­contrar uma farmácia e comprar um teste de gravidez.

Se fosse verdade... Se o inacreditável tivesse aconteci­do, o assunto que pretendia discutir com Joe teria uma nova dimensão.

*****
Joe franziu o cenho quando recebeu um e-mail de caffeinechick@hotmail.com e não sabia de quem seria. Ele pensou em desconsiderar a mensagem, mas preferiu dar uma espiada mais minuciosa. O assunto estava em bran­co. Então só lhe restava abrir a mensagem para saber quem a havia enviado. A curiosidade o venceu, e ele cli­cou com o mouse para abrir a mensagem.

Joe sentiu o sangue congelar nas veias ao ver o nome de Demi. Não podia ser. Por que ela o contataria depois de todo aquele tempo? E de um endereço de e-mail que ele não conhecia? Demi já não havia deixado claro que não queria contato com ele desde quando se recusara a atender os telefonemas dele?

Ela quase o matara de angústia naquela última vez que estiveram em Rainbow Creek, quando lhe dissera que o amava, mas que ele deveria compreendê-la e deixá-la par­tir. Aquilo não se tratava de amor e sim de loucura. E ele se cansou de tentar convencê-la do contrário. Mesmo as­sim, Demi partiu e o excluiu da vida dela. Tudo isso ainda o magoava muito.

Joe sentiu vontade de excluir a mensagem sem nem mesmo saber do que se tratava. Contudo, um sentimento mais forte do que ele se apossou da sua mente e instinti­vamente Joe fixou os olhos na tela e começou a ler a mensagem:

Oi, Joe.

Espero que esteja bem. Estarei em casa dentro de uma semana. Preciso ver você quando eu retornar. Trata-se de algo muito importante. Sinto muito por tudo o que acon­teceu. Eu explicarei melhor quando nos encontrarmos. Mantenha seus sonhos.

Demetria.


Mantenha seus sonhos? Isso era tudo o que ele fizera nos últimos seis anos. Sonhava em construir um futuro seguro para eles. Sonhava em oferecer o mundo para ela em uma bandeja de prata. Sonhava em manter um casa­mento feliz com a mulher por quem se apaixonara desde o primeiro momento em que a vira.

Entretanto, ela não dera a mínima para esses sonhos dele. Ela partira e o ignorara para comprovar essa teoria. Então o que Demi queria dizer com mantenha os seus sonhos!

Será que ela havia se cansado dos seus medos e agora queria voltar apenas para sentir a proteção dele? Ele fincou os cotovelos sobre a mesa e segurou a cabe­ça entre as mãos.

A vontade de responder ao e-mail era poderosa. Até sentia os dedos formigavam com o desejo de se comuni­car com ela. Mas ele havia tomado uma decisão depois da quarta vez que tentara falar com ela e Demi não aten­deu a ligação. Ele prometeu a si mesmo que daria a ela todo o tempo e espaço que precisasse. Não queria mais saber de pressioná-la. Esse seria um teste para saber se ela o amava o suficiente para voltar para ele. Joe não poderia fraquejar agora, por mais que desejasse responder àquela mensagem. Havia muita coisa em jogo, principal­mente o futuro deles. Para impedir a tentação de responder o e-mail e come­ter o mesmo erro de sempre, ele apertou uma tecla e apa­gou a mensagem, Se Joe já havia esperado tanto tempo por ela, o que lhe custaria aguardar,por mais uma semana?

*****
Demi verificou seus e-mails durante todos os dias na semana que precisou ficar no hotel em Roma, antes de poder voltar para casa. Joe não respondeu. Nem mesmo uma linha. Nada. A princípio, ela imaginou que ele não havia respondido por que ela não havia pedido por confir­mação. Contudo, na medida em que o tempo passava, Demi começou a perder as esperanças de que ele qui­sesse voltar a se comunicar com ela. Talvez o seu plano tivesse dado certo, e Joe tinha resolvido prosseguir com sua vida.

*****

Uma névoa intensa cobria a manhã em Melbourne quando Demi chegou ao aeroporto de Tullamarine.

A visão familiar da cidade não foi o suficiente para acalmar a dor constante que emanava do fundo da sua alma. Seguir direto para o Café Niche foi o seu primeiro impulso, mas ela não poderia fazer isso. Não agora. Não no dia em que estava sendo comemorado mais um Dia dos Namorados.

O pior dia do ano para Demi estava de volta, e Joe nem mesmo havia respondido seu e-mail. Ela esperava que ele se lembrasse dela naquele dia, pelo menos pelo que a data representava como sendo o aniversário do pri­meiro encontro deles, e também da noite em que ele entra­ra de volta em sua vida e a transformara outra vez.

Com um suspiro desanimado, Demi apanhou suas malas da esteira rolante que trazia as bagagens do avião. Ajeitou-as em um carrinho e procurou por um táxi.

Ela forneceu o endereço do seu apartamento para o moto­rista. Demi não poderia encarar o Café Niche agora. Ela teria tempo para lidar com o seu destino no dia seguinte.

*****
Joe não retornava a Docklands há mais de três meses. Ele evitava o lugar para não sentir a falta de Demetria ainda mais. Preferia realizar as reuniões com os construtores em sua cobertura.

Contudo, naquela noite, Dirk insistira em tomar um cappuccino na sua cafeteria preferida enquanto discutisse sobre negócios com Joe.

Quando Joe chegou ao Café Niche e notou o banner posto na frente do estabelecimento e que exibia a imagem do cupido e um "Feliz Dia dos Namorados" escrito em letras douradas, ele estacou estarrecido. Ele havia se es­quecido completamente daquela data. Num piscar de olhos, seus pensamentos retornaram até um ano antes, quando ele entrara no Café Niche para encontrar Demi e pedir que ela lhe desse uma chance de reconciliação.

Joe empurrou a porta envidraçada da entrada do café e procurou por uma mesa distante daquelas ocupadas pe­los casais enamorados para esperar pela chegada de Dirk.

Enquanto o outro não chegava, Joe começou a espiar ao redor do salão e observar a atmosfera romântica que se instalava no lugar. As lembranças de Demi começaram a surgir em sua mente, e ele sacudiu a cabeça na tentativa inútil de afastá-la de suas lembranças.

— Ei, Joe! Faz tempo que eu não o vejo por aqui!  Anna exclamou.

Ele ergueu os olhos para ela e exibiu um sorriso diver­tido ao notar as roupas coloridas e brilhantes que ela vestia.

— Está óbvio que você não se interessaria em frequentar o Café Niche enquanto a minha chefe estivesse viajan­do pela Europa, nãé Arma prosseguiu com olhar de zombaria.  E então? O que vai querer? Se disser que precisa de um par de óculos escuros para poder olhar para mim, eu o esgano.

— Sinto muito  Joe gracejou.  Será que meus pensamentos estão tão evidentes?

— Não. Acontece que eu recebi esse mesmo olhar de quase todos os clientes hoje. Parece que ninguém aprecia um traje extravagante nos dias de hoje.

Joe apenas sorriu. Ele também não gostava daquele excesso de brilho nas roupas que Anna usava. As saias justas e botas de cano longo que Demi costumava usar para atender a clientela lhe parecia bem mais elegante. Por um instante, ele ficou pensativo e desejando que ela pudesse estar ali com sua trança longa repousada sobre um ombro e os olhos espertos vigiando o salão.

Notando o rápido devaneio de Joe, Anna perguntou:.

— Você sente muito a falta dela, não sente?

Joe afundou as costas no espaldar da cadeira e apoiou as mãos sobre a nuca.

— Bem, faz tempo que ela partiu.

— Mas você sabe que ela é louca por você, não sabe? Eu nunca a vi tão feliz como depois que você retornou para a vida dela.

Seria possível que Anna estivesse dizendo a verdade? Será que realmente ele a fazia feliz? Joe pensou en­quanto ela prosseguia falando.

— Demi chegou da Europa nesta manhã, mas ela me ligou dizendo que não viria até o café hoje.  Ela deu uma pausa para apanhar uma comanda a fim de anotar o pedido de Joe.  A menos que ela tenha uma boa razão para isso. E talvez essa razão esteja bem na minha frente  ela acrescentou com um sorriso insinuante.

— Demi está em casa?

— Sim. Por que você não vai até lá?

Joe baixou os olhos por um instante e precisou fazer um esforço enorme para não se erguer da cadeira e sair correndo na direção do apartamento de Demi.

— Eu vou lhe trazer um expresso enquanto você pensa nisso, está bem?

— Eu tenho uma ideia melhor. Você quer ouvi-la? — ele endireitou o corpo na cadeira e gesticulou para que ela chegasse mais perto dele.

Anna se inclinou e aproximou um ouvido dos lábios dele.

Joe revelou o plano que tinha em mente e a parte que Anna deveria fazer.

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O que acharam desse capítulo? Comentem bastante para o último.
xoxo

6 comentários:

  1. Demi esta gravida né. Poste logo! Beijos

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  2. eu necessito de mais um capitulo ainda hoje!! essa fic é perfeita e esse capitulo ~le eu suspirando~ que plano é esse posta logo eu acho ue vou enlouquecer!!!

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  3. Ela ta gravida.......não é? .......Qual sera o plano do Joe
    Posta Mais!!!!

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  4. Sabia que ela tava grávida :3 Que plano é esse??? Quero muito saber. Posta logooo!!!!

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  5. Ela ta gravida e to bem curiosa pra saber qual é o plano do joe... posta mais

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  6. Omgggg
    Possta logooo
    Que plano é esse????

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