26.7.15

Dois Pequenos Milagres - Capitulo 2

Ele deixou o chalé para pegar uma camisa seca no carro, e ela olhou para ele através da janela, com a mão sobre a boca.

Ele iria ficar?

Oh, Deus. Ficar ali? Não, ele não podia ficar ali, não com ela! Ela não poderia deixá-lo ficar porque ela o co­nhecia, conhecia aquela expressão em seus olhos, sabia o quanto era vulnerável ao seu fascínio. Ele só precisava tocá-la para que ela cedesse.

Mas a verdade era que Demi estava chocada com a mu­dança de Joe.

Ele perdera peso; ela estava certa disso, sentira seus mús­culos tesos sob seus dedos enquanto passava o gel sobre a pele avermelhada dele. Alguns fios de cabelo grisalho nas têmporas haviam aparecido, e ele aparentava cada um de seus 38 anos. Joe envelhecera no último ano mais do que envelhecera em todos os anos em que estiveram juntos, e ela sentiu outra pontada de culpa, apesar de dizer a si mesma que não era sua responsabilidade se ele não se cuidava. Demi não esperava vê-lo tão, tão desolado.

— Há um pub ou algum lugar onde eu possa ficar? — perguntou ele, voltando para a cozinha e abaixando-se para abrir sua mala, tirando dela um suéter macio e vestindo-o, depois de tirar sua camisa molhada.

Ela abriu a boca para dizer que sim, mas algum gênio do mal assumiu o controle, porque tudo que conseguiu dizer foi:

— Não seja bobo, você pode ficar aqui, há quartos so­brando.

— Mesmo? Você não está preocupada em comprome­ter sua reputação na aldeia?

Ela riu.

— É um pouco tarde para se preocupar em me compro­meter, Joe. Você fez isso quando me engravidou. E, fran­camente, não ligo para o que os outros pensam;

Ele franziu a testa, e voltou sua atenção outra vez para a mala, fechando o zíper e deixando-a de pé em um canto.

— E quanto a Blake? — perguntou ele.

— Quanto a ele? Apenas cuido da casa dele. Estou au­torizada a receber visitas, está no meu contrato.

— Você tem um contrato?

— Bem, é claro que tenho um contrato! — disse ela. — O que você acha, você pensa que eu estaria vivendo na casa de um homem sem um propósito? Ele é amigo de Jane e Peter, e estava procurando alguém para cuidar da casa. Não se preocupe, está tudo sob controle.

— A senhora na agência do correio pareceu pensar di­ferente.

— A senhora na agência do correio precisa cuidar da própria vida — disse ela. — De qualquer forma, como eu já disse, ele é gay. Você está com fome?

Ele franziu a testa.

— Com fome?

— Joe, é hora de jantar — disse ela, sentindo-se mal ao pensar que ninguém cuidava dele, obrigava-o a traba­lhar menos e a comer nos horários certos. Ninguém estava cuidando dele, aquilo era claro. E mais claro ainda: ele não se cuidava sozinho. Joe parecia exausto, havia círcu­los negros ao redor de seus olhos, seus rosto estava encovado e aquele sorriso fácil e adorável se fora sem deixar vestígios.

Ela sentiu lágrimas surgirem em seus olhos e se virou.

— Temos frango na geladeira.

— Nós não podemos sair?

— Aonde iríamos com as gêmeas? Não posso apenas sair, Joe. Isso é uma operação militar e não tenho acesso instantâneo a uma babá.

— Servem comida no pub?

— Sim. E boa, por sinal. Você poderia ir até lá.

— Eles fazem comida para viagem?

— Duvido muito. Por que você não vai até lá? Fica do outro lado do rio. Você vai levar dois minutos a pé. Ou você poderia comer lá, se você estiver preocupado que eu vá envenená-lo.

Ele ignorou a tentativa de piada dela.

— Eles têm um cardápio?

— Têm. Eles são muito bons, a comida é excepcional. Você poderia escolher alguma coisa e tomar um drinque enquanto eles preparam. Deve levar uns 20 minutos.

E ela poderia tomar um banho e vestir algo que não cheirasse a vômito de bebê e pomada de assadura, pentear seus cabelos e colocar alguma maquiagem. Não, maquia­gem não; ela não queria parecer muito desesperada.

— É um pouco cedo. Eu poderia ir mais tarde.

— Acontece que mais tarde os bebês podem ter acordado, e, acredite em mim, é mais fácil comer quando elas estão dormindo. Além disso, o pub só fica aberto até as 9h da noite e, de qualquer forma, estou faminta; me esqueci de almoçar.

Ele continuou hesitando, mas então deu em breve ace­no de cabeça, encolheu os ombros, vestiu sua jaqueta e foi até a porta.

— Alguma sugestão?

— Ah, Joe, você sabe do que eu gosto.

No pub, Joe bebeu uma cerveja lentamente e exami­nou o cardápio. Ele sabia do que ela gostava. Bem, costu­mava pensar que sim. Café com leite desnatado e com um toque de essência de baunilha, chablis bem gelado, cho­colate amargo, filé de peixe com legumes ao vapor, san­duíche de bacon, croissants de amêndoas, pudim de leite com muito creme e acordar nas manhãs de domingo para fazer amor com ele até a hora do almoço. Ele sabia como arrancar até o último suspiro dela, como fazê-la suplicar e pedir por mais, por aquele último toque, por aquele último movimento que a levaria gemendo ao êxtase.

— Está pronto para pedir, senhor?

Ele apertou os olhos brevemente, e então olhou para a garçonete.

— Humm... Sim. Eu vou querer o filé, por favor, e o salmão. Para viagem, você pode fazer isso para mim? Eu sei que vocês não costumam fazer isso habitualmente, mas não temos uma babá e, bem, vocês já terão fechado quando conseguirmos sair para jantar. — Ele deu a ela seu melhor sorriso.

— Certamente podemos fazer isso, senhor — disse ela, um pouco sem fôlego, e ele odiou a si mesmo pela peque­na pontada de orgulho que sentira, porque ainda podia fa­zer as garotas ficarem encantadas com um simples sorriso.

— Oh, e eu poderia dar uma olhada na carta de vinhos? Gostaria de levar umas duas garrafas, se possível.

— Claro, senhor! Vou levar isso para a cozinha e trago a carta de vinhos.

Ela estava de volta em alguns minutos, e ele escolheu um tinto e um branco, pagou a conta e esperou. Engraçado. Ainda ontem, ele estaria muito ocupado para esperar pela comida. Mas, esta noite, depois de ter dado alguns telefone­mas e checado seus e-mails em seu Smartphone BlackBerry, ele estava satisfeito em sentar em um pub lotado e pensar sobre o que fora o dia mais importante da sua vida. Exceto...

Mas ele não queria pensar naquele outro dia, então en­terrou esse pensamento, bateu os dedos de leve e esperou...

*****

— O jantar estava ótimo. Obrigada, Joe. Foi realmente uma boa ideia.

— Estava tudo bom? Meu bife estava sensacional, mas fiquei inseguro sobre o que você gostaria, confesso.

Ela sentiu um sorriso chegando e não pôde impedir.

— Você não é o único. Frequentemente também não sei o que quero.

Os olhos dele voltaram a ficar sombrios enquanto ele a observava.

— Foi por isso que você não entrou em contato comigo? Por que você não conseguiu decidir se era a coisa certa a fazer?

— Provavelmente. Mas você apenas não me ouviria, então não consegui achar um bom motivo para tentar en­trar em contato com você. Mas você também não tentou falar comigo.

— Eu tentei! Seu número estava bloqueado e eu não fazia ideia do porquê.

— Meu telefone foi roubado. Mas foi o mesmo até junho.

— Eu estava esperando que você me ligasse. Pensei que se eu lhe desse espaço você me procuraria. E, quando você não ligou, uma parte de mim pensou: "dane-se". Não sabia onde você estava, o que estava fazendo. Isso estava me matando. Então, liguei e não consegui falar com você. E você não estava gastando nenhum dinheiro, não estava usando a nossa conta.

— John paga as minhas despesas com a casa e o carro.

— Muito generoso — rosnou ele.

— Ele é. É um bom homem.

Ele trincou os dentes ao pensar que outro homem a esti­vesse sustentando. Bem, pensou, era apenas um trabalho.

— Ele foi maravilhoso comigo — continuou ela. — Foi realmente compreensivo quando os bebês nasceram, e conseguiu um amigo para ficar aqui em meu lugar até que eu estivesse apta a voltar para casa.

— Casa?

— Sim, casa. Este lugar é uma casa para nós; por en­quanto, pelo menos.

Ela não contou a ele que John retornaria em breve e ela teria que encontrar outro lugar. Deixou que ele pensasse que estava tudo certo e que ela não tinha preocupações, ou ele usaria isso para tentar algum tipo de reconciliação. E ela não poderia aceitar tê-lo de volta à sua vida até que tivesse certeza de que estava pronta.

— E eu disse a mim mesmo que você entraria em con­tato se precisasse de mim. Eu me obriguei a lhe dar espa­ço, a dar um tempo para que você escolhesse o que queria. Você disse que precisava de tempo para pensar, mas eu não perguntei de quanto tempo. Caso precisasse de muito, então nós provavelmente não tivemos nenhuma importân­cia para você, e eu seria rejeitado se fraquejasse e lhe te­lefonasse. Mas, como você não entrou em contato, contra­tei um detetive.

— Um detetive?! Você mandou me espionar?

— Eu estava muito preocupado com você. E, de qual­quer forma, como diabos você pensa que eu a encontrei? Não foi por acidente, de jeito nenhum.

— Bem, não pelo seu próprio esforço, com certeza — disse ela, elevando a voz, ignorando outra pontada de culpa. — Você devia estar muito ocupado para fazer esse tipo de coisa por si mesmo. Estou surpresa por você estar aqui agora, na verdade. Você não deveria estar em algum lugar mais importante?

Ele deu a ela um olhar frio.

— Bem, Joe, quando você descobriu que eu estava aqui?

— Hoje. Esta tarde, às 14h30 ou algo assim.

— Hoje? — disse ela surpresa. — Então você veio di­reto para cá?

Ele encolheu os ombros.

— O que você pensou que eu faria? Esperaria você de­saparecer outra vez? É claro que eu vim direto para cá, eu queria respostas.

— Respostas?

— Sobre quem é o pai das meninas.

— Você sabe que elas são suas! Você não deveria estar nem um pouco surpreso. Eu espero que seu detetive parti­cular tenha tirado muitas fotos. E, de qualquer forma, por que você se importaria? Você me disse tantas vezes que não queria filhos. O que mudou, Joe? O que levou você a percorrer todo esse caminho em pleno inverno para me perguntar sobre o pai das meninas?

— Você venceu — disse ele, bruscamente. — Senti sua falta, Demi. Volte para mim.

— Não é assim tão simples.

— Oh, você vai começar com aquela história do meu estilo de vida outra vez, não vai? — disse, revirando os olhos e deixando escapar um suspiro de irritação,

— Bem, sim. Você obviamente não mudou, está com uma aparência horrível, Joe. Quantas horas você dormiu na noite passada?

— Quatro horas— admitiu ele de má vontade, pare­cendo um pouco desconfortável.

— Quatro horas de sono, ou quatro horas no apartamento?

— De sono — disse ele, mas parecia desconfortável novamente, e ela teve a intuição de que ele estava escon­dendo alguma coisa, e sentiu que sabia o que era.

— Joe, quantas horas você está trabalhando em mé­dia? Quinze, dezoito, vinte? — acrescentou ela, olhando cuidadosamente para ele, e percebeu um movimento rápi­do nos olhos dele quando acertou.

— Joe, seu idiota, você não pode fazer isso! Você pre­cisa de mais do que quatro horas de sono por dia! E onde você está dormindo? No apartamento ou no escritório?

— Por que você se importa? — perguntou ele, sua voz repentinamente amarga, então levantou a cabeça e a ful­minou com os olhos. — Que diabos importa para você se estou tentando acabar comigo mesmo?

— Tentando? — caçoou ela, mas em seguida desejou não ter feito isso, porque, com a voz rude, ele respondeu com uma honestidade que lhe partiu o coração.

— Tentando esquecer você. Tentando ficar acordado tempo o suficiente para cair no sono completamente exausto e não pensar sobre você, se está viva ou morta.

Ela respirou fundo.

— Joe, por que você pensou que eu estava morta?

— Porque eu não soube mais nada sobre você! — ralhou ele, jogando-se em uma cadeira e olhando ao redor da cozinha, as emoções contidas fazendo seu corpo estre­mecer. — O que eu ia pensar, Demi? Que você estava bem e tudo estava bem sei lá onde? Não seja tão ingênua. Você não estava movimentando nosso dinheiro, seu telefone não estava funcionando, você poderia estar jogada numa vala. Passei dias procurando por você, telefonando para qual­quer um de quem eu me lembrasse, fazendo o detive in­vestigar mais e mais, trabalhando até chegar ao fim do dia tão cansado que não tinha mais nenhuma energia ou emo­ção. — Ele parou e olhou em volta, girou sobre os calca­nhares e bateu a mão contra a parede, enquanto ela olhava para ele, espantada com a dor em suas palavras, dor que fora causada por ela. Não ter energia ou emoção para o quê? Ele também chorava sozinho, como ela fazia?

Não. Não Joe. Será que não?

Ela se levantou e foi até ele, seus passos silenciosos no chão de pedras, e colocou a mão em seu ombro.

— Joe, sinto muito — sussurrou ela.

— Por que, Demi? — perguntou ele, sua voz como pe­dra. — Por quê? O que eu fiz de tão ruim para que você me tratasse desse jeito? Como você pôde não me contar que eu ia ser pai?

— Eu quis, mas você sempre foi contra ter filhos.

— Porque você não podia ter e porquê...

— Porquê...?

Ele sacudiu a cabeça.

— Não importa. Isso é irrelevante agora, mas nós esta­mos falando na teoria, aqui, não na prática. Quando você descobriu que estava grávida, quando você soube?

Ela engoliu em seco.

— Quando você estava indo para Tóquio. Jane meio que adivinhou e me deu um teste de gravidez.

Os olhos dele ficaram arregalados.

— Todo esse tempo? Você soube desde o primeiro mi­nuto e escondeu isso de mim? Demi, como? Por quê?

— Eu não imaginei que você quisesse saber. Eu quis contar a você. Eu quis muito que você estivesse aqui co­migo, para participar disso.

— Eu poderia ter estado — disse ele asperamente, seus olhos atormentados. — Eu poderia ter estado com você cm cada momento se você tivesse me dado a chance.

— Mas só quando você não estivesse muito ocupado. Ele olhou em volta.

— Eu não estaria muito ocupado nesse caso.

— É claro que estaria.

— Não, não para algo assim. Você deveria ter me dado chance de escolher, Demi, e não ter tomado a decisão sem o meu conhecimento. Você não estava certa em fazer isso.

Ele estava certo, claro. Tão certo, e sua raiva e mágoa naquele último momento a atravessaram. Ela quis abra­çá-lo, colocar seus braços em torno dele, mas não tinha mais direito de fazer isso. Como confortá-lo por uma dor que ela mesma causara? E, de qualquer forma, não havia garantias de que ele não a rejeitaria, e ela não teria supor­tado uma dor daquelas. Então, ele buscou e encontrou os olhos dela, e ela soube que ele jamais a rejeitaria. Ela es­tava presa em seu olhar triste, incapaz de respirar por causa das emoções que fluíam através dela.

Ele estendeu a mão e tocou em sua face ternamente, e ela sentiu que os dedos dele estavam trêmulos.

— Eu preciso de você — disse ele em voz baixa. — Eu a odeio pelo que você me fez, mas, maldita seja, ainda preciso de você. Volte para mim. Por favor, volte para mim; vamos construir uma vida juntos. Nós podemos re­começar.

Ela deu um passo para trás, suas pernas parecendo geleia. Se fosse tão simples...

— Não posso. Não para aquela vida.

— Para qual vida, então, Demi? Ela encolheu os ombros.

— Eu não sei. Ainda não sei. Apenas não aquela. Não para aquelas viagens sem fim ao redor do mundo, aquela corrida por dinheiro, a excitação do mercado de ações, as aquisições arriscadas, o desespero para estar no topo da lista dos mais ricos. Não quero isso nunca mais, Joe, e mais importante: não posso fazer isso. Não quando tenho dois bebês que precisam de mim. Foi por isso que eu deixei você e nada mudou, não é? Você de­veria estar em algum outro lugar agora. E, apesar de estar aqui, aposto o que for que você estava dando tele­fonemas agora há pouco lá do pub, para checar se está tudo bem na empresa. E aposto que, mais tarde, depois que eu for para a cama, você ainda irá fazer mais telefo­nemas, cuidar de outros assuntos. Estou certa? — Ela deu um passo para trás e ele suspirou e concordou com a cabeça.

— Sim, droga, você está certa, claro que você está certa, mas eu tenho um negócio para tocar.

— E uma equipe. Uma boa equipe. Algumas pessoas excelentes, que são mais do que capazes de manter as coi­sas funcionando. Se você deixar, Joe. Dê uma chance para que eles possam provar, e tire um tempo para conhe­cer suas filhas.

— Tempo? — perguntou ele com cautela.

— Duas semanas. Duas semanas aqui, comigo, sem te­lefones, sem notícias, sem papéis, sem computador ou e-mails ou correspondência, apenas nós. Umas férias, você sabe, uma daquelas coisas que você nunca teve? Você, eu e os bebês, para ver se há algum jeito de sermos uma família.

Ele estava balançando a cabeça.

— Não posso tirar duas semanas, não assim. Não sem ter alguma espécie de contato com minha equipe, meus negócios.

— Joe, a única coisa que sei é que, se vamos tentar, tem que ser assim. Olhe, não tenho mais forças para dis­cutir sobre isso. Foi um dia terrível, estou exausta. Es­tou indo para a cama e sugiro que você faça o mesmo. Fique com o quarto ao lado do quarto dos bebês, já está tudo pronto. E pense sobre o que eu disse. Se você real­mente está falando sério sobre nós voltarmos a ficar juntos, quero essas duas semanas. Sem compromissos, sem trapacear, sem quebrar as regras. Apenas você, os bebês e eu. Telefone para sua assistente e resolva isso pela manhã.

— Ei, isso pareceu ser uma ordem!

— Apenas cumpra o regulamento. Ou você está com­prometido com isso ou não está.

— Apenas me dê um único motivo. Ela riu suavemente.

— Posso lhe dar dois. E, se você quer fazer parte da vida delas, fará isso. Porque eu não vou sujeitá-las a um pai ausente que não tem compromisso com sua família e não sabe a diferença entre casa e trabalho.

Joe olhou para ela por um longo momento e, então, cedeu.

— Tudo bem, vou ligar para Andréa de manhã e forma­lizar a coisa toda. Você terá suas duas semanas. Mas não se engane, estou fazendo isso pelas crianças, elas mere­cem mais do que um pai ausente. Mas vai levar muito tempo antes que eu possa perdoar você por me privar dos seus primeiros meses, e por manter algo tão imensamente importante escondido de mim. Não espere que eu seja sempre doce e compreensivo. Ainda estou com tanta raiva de você que nem consigo encontrar palavras para descre­ver o que sinto.

Os olhos dela se encheram de lágrimas.

— Eu sei. E sinto muito. Não machuquei você por mal­dade. Eu ainda amo você.

— Então volte para mim.

— Não. Não dessa forma. Isso não é o suficiente. Que­ro saber se podemos ser uma família. Se podemos recons­truir nossa vida, cuidar dos bebês juntos, criar nossas filhas em um lar feliz. Vamos ver, Joe. Vamos ver.

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Infelizmente com essa fic não da para fazer maratona, talvez a próxima que eu poste tenha maratona. Mas só vai depender de vocês. Comentem pro próximo.
xoxo

5 comentários:

  1. Eu ri chorando junto com a Demi,entendo que ela errou de contar,mas ele tem uma grande parcela de culpa,por tratar ela com funcionária do que com sua esposa,o pior é que ele fala que quer ela mas não fala o principal que é eu te amo, ai fica difícil

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  2. Vontade de bater no joe pra ele largar essa mania de trabalho.. posta mais

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  3. Mal posso esperar pelas duas semanas!!

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  4. Essa fic promete, tô super curiosa. Posta mais!!!!! ^^

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