24.4.15

Nosso Amor - Capitulo 8

Demi se levantou antes de Joe. Preparou o café da manhã e colocou a mesa na varanda. Vestindo um terninho estonteante, cor de creme, contrastando com seus cabelos pretos e o bronzeado, apresentava uma fisionomia serena. Não se poderia dizer que horas mais tarde iria entrar em uma sala de conferência na sede das empresas e enfrentar um ambiente hostil.

Durante o trajeto até La Spezia, Joe a treinou para os comentários de abertura que ela planejou fazer em italiano. Ele sentiu um grande orgulho pela habilidade que Demi mos­trou de ser uma aprendiz tão rápida. Seu sotaque também não era tão ruim.

Logo depois, chegaram ao complexo. Bruno, o amigo de Joe de cabelo ruivo, estava esperando na entrada do salão de conferências, no quarto andar. Ele havia conhecido Demi na primeira vez em que ela esteve na Itália. O rapaz abriu um sor­riso e ambos trocaram cumprimentos em italiano.

Bruno enviou a Joe uma mensagem silenciosa de apro­vação. Joe fez um gesto com a cabeça e depois escoltou Demi para dentro. Os doze, como Joe os chamava, esta­vam sentados ao redor de uma mesa oval demonstrando várias atitudes agressivas, prontos para atacar. Porém, no momento em que a viram, todos os queixos caíram. Fabbio praticamente deitou no chão. Demi tinha o tipo de aparência que podia parar o trânsito de uma estrada.

Joe puxou-lhe a cadeira que ficava ao lado da dele, mas se manteve de pé.

Bom dia, família. É gratificante saber que durante os anos em que estive longe da companhia, vocês foram leais ao papa. Antes de dar continuidade, se algum de vocês, ou todos, desejar se expressar dizendo que não querem me agraciar com a mesma lealdade, irei entender, assim como discutir a aposentadoria de cada um em particular.

Como ele previu, nenhum deles se moveu.

Já puderam notar alguns novos componentes na equipe. Quero apresentar-lhes minha adorável esposa Demi Liapis, de Atenas. Convidei-a para ser a copresidente da companhia e ela aceitou. Vamos ocupar o mesmo escritório.

O anúncio bateu como uma onda gigante, sacudindo a todos em suas cadeiras. Enquanto estavam digerindo a notícia, Joe balançou a cabeça em direção a Bruno, que deu a cada um deles uma pasta.

Bruno Torelli trabalhou comigo na Jonas. Eu o trouxe para ser meu assistente pessoal aqui. Ele será de valor inestimá­vel. Se dedicarem um tempo para ler a página um, vão ver o dossiê com as credenciais profissionais da minha esposa.

Ela é uma mulher de muitos talentos escondidos. Seu italiano está ficando maravilhoso, o que não é uma surpresa. Demi tem um inglês impecável. Devido a seus amplos laços familiares, também fala servo-croata e esloveno. Nessas áreas, fazemos grandes negó­cios. Estou deixando Demi responsável por elas. Seu trabalho vai se encaixar em nossas necessidades como uma luva.”

Enquanto Joe ouvia tossidos e arfadas silenciosas, olhou para seu irmão-emprestado, que até então não tinha sido capaz de olhar para ele nos olhos.

Por anos, papa, em pessoa, supervisionou as indústrias locais, mas agora que saiu de cena, estou dando a Fabbio carte blanche.

Fabbio lançou um olhar atordoado.

Você é eminentemente qualificado para a função e já está aqui há muito tempo. Estabeleça seu escritório no prédio B com Gino e Luca.

Joe tinha outras duas atribuições a fazer.

Tio Tullio? Com a saída do papa, você vai assumir a posi­ção de administrador financeiro no prédio C. Tio Carlo? Você irá pegar a área de responsabilidade antes ocupada por Tullio e vai mudar para o prédio C. — Tullio adorava sentir-se impor­tante e Carlo desaprovava a forma como ele tocava os negócios. Essas mudanças iriam satisfazer os dois em algum patamar.

Quero que todos vocês agreguem seu novo corpo de fun­cionários e façam as mudanças físicas necessárias. — Eles pre­cisavam de um espaço próprio, algo que o pai de Joe nunca entendeu. — Até sexta quero relatórios na minha mesa. Demi vai receber os relatórios de Mário, Cesario e Valentino para tomar ciência da situação nessas áreas que mencionei. Agora, antes que essa reunião seja encerrada, ela tem algumas palavras a dizer.

Depois que sua esposa terminou sua pequena fala, em um italiano perfeitamente adequado, Joe percebeu um ar di­ferente rondando pela sala. Demi foi até ele com um jeito meio disparatado, mas sem perder sua forma charmosa e ultra femi­nina. Eles não ficaram felizes com ela, mas não estavam se sen­tindo tão amotinados quanto antes.

Contente por todos terem apertado sua mão antes de saírem, Joe gostava da ideia de trabalhar com a esposa. Enquanto a mantivesse próxima dele, seria forçada a pensar sobre ele. Até a chegada do bebê.

Na noite anterior, Joe tinha sonhado que o resultado do teste havia mostrado que Andreas era o pai da criança. Quando Demi teve que entregar o bebê para Simonides, na data da visitação, ela desmaiou e Joe não foi capaz de confortá-la. Ele acordou suando frio. Esperava do fundo do coração que o filho que Demi esperava fosse dele.

***

Da mesa da cozinha, Demi olhou para Dino com seu dicionário de bolso. Joe havia pedido licença para dar um telefone­ma para Bruno.

Dino? Seu pai faz você feliz? — ela perguntou em italiano.

Si.

Quer fazê-lo feliz?

Ele é feliz.

Ela sorriu.

Eu sei. Seu pai gosta do barco dele. Quer que você goste também. — Demi vinha trabalhando duro para conseguir acertar os pronomes e colocá-los na ordem certa.

Dino olhou para baixo.

Eu gosto do barco.

Então vamos com ele.

Dino sacudiu a cabeça.

Por que não?

Não sei nadar.

Por que não? — perguntou novamente.

Ele respondeu com uma palavra que Demi não entendeu. Quando olhou para Dino viu medo.

Você tem pauro?

Dessa vez o menino afirmou com a cabeça.

Demi rapidamente procurou por outra palavra.

Tem medo de pesce luna? — O peixe lua que a assustou na outra noite, mas provavelmente a pronúncia saiu errada.

Não. — Ele mordeu o lábio e então balbuciou — Squalo.

Mais uma vez ela procurou no dicionário e encontrou a palavra. Demi levantou a cabeça. Ele tem medo de tubarões! Entendeu.

Capisco.

Demi sabia que um grande tubarão branco foi visto no medi­terrâneo, um tempo atrás. Foi um acontecimento raro, mas era claro que Dino tinha ouvido algo sobre animais que tinha incul­cado um medo profundo em sua mente.

Mais tarde, quando o colocaram na cama, ela discutiu o as­sunto com Joe, que estava deitado com a cabeça em seu colo no sofá. Havia colocado uma música que achou que a agradaria.

Eu acho que sei por que Dino não quer nadar, Joe. De acordo com seu raciocínio, se ele aprender você vai querer que ele ande de barco. É um pequeno passo daí a cair no mar e ser atacado por um tubarão.

Joe segurou a cabeça de Demi e a inclinou para baixo.

Conseguiu tirar algo dele que nunca pude. Minha nova copresidente é brilhante! — Ele beijou-lhe a boca. — Sinto que papa disse alguma coisa a ele sobre a vez que se engalfinhou com um tubarão quando era adolescente. Provavelmente dei­xou-o apavorado de medo.

Demi balançou a cabeça.

Tenho uma ideia. Quando ele vier na sexta para passar o fim de semana, por que não o convida para nadar conosco piscina do Lido? Talvez funcione e ele lentamente supere seu medo.

Os olhos de Joe incendiaram-se numa chama azul.

Vou tentar. Agora tenho outros planos. Vamos dançar!

Sim!

Só faltavam nove dias para o teste. Se dançar era, por en­quanto, uma forma se ficar mais próxima dele, então o faria. Mas, no momento em que se levantou e derreteu nos braços do marido, agarraram-se e Joe começou a devorar-lhe, num abandono selvagem.

Antes que pudesse mencionar, Joe disse que era hora de ela ir para o quarto dele. Sozinha. Ele dormiria no sofá como já tinha em mente. O que fazia disso suportável era o fato de eles irem para o escritório juntos, todos os dias. Lá ela podia divertir seus olhos observando o gênio no trabalho.
***

Na sexta-feira, os três primos de Joe se reportaram a ela. Demi ainda estava reunida com eles quando chegou a hora de buscar Dino. Avisou seu marido para que fosse sem ela. Quando o helicóptero pousasse de volta no complexo, os três iriam jun­tos para casa.

Logo depois que saíram, enquanto estava fazendo suas anota­ções, Bruno interrompeu a reunião ao interfoná-la da recepção.

Está livre, Demi? Tem um homem aqui para vê-la.

Ela piscou os olhos porque significava que não era ninguém ligado à empresa.

Quem é?

Ele não disse, mas falou que era urgente. A segurança já o revistou.

Demi tinha ideia de quem era. Parte dela estava esperando por isso. Não havia ninguém no mundo mais discreto do que o homem com quem achava que iria se casar. Andreas. Aquela vida e a mulher que tinha sido pareciam ter existido um século atrás. Quanta coisa havia mudado!

Por favor, diga-lhe para entrar, Bruno.

Bene.

Demi se levantou e esperou.

Leon! — Ela disse surpresa quando viu o irmão gêmeo de Andreas entrar na sala usando um terno.

Seus olhos a percorreram por inteira, demonstrando alarme.

Sente-se antes que caia.

Demi não precisava que fosse solicitada.

O homem que seria seu cunhado correu até a cadeira dela com um copo de água que pegou na mesinha ao lado.

Você perdeu a cor. Tome aqui. Beba. Se não melhorar em trinta segundos vou levar você para o hospital mais próximo.

Vou ficar bem.

Demi esvaziou o copo antes de olhar para ele. Leon ainda estava de pé ao seu lado. A essa distância podia ver a mesma expressão que habitava seu rosto quando Deline ainda não tinha nada com ele.

A hora de desembuchar finalmente chegou.

Andreas sabe sobre o bebê?

Não. Ele estava doente quando os peguei no aeroporto. Chamamos o médico, que acha que pegou uma virose durante a lua de mel. Está no hospital no momento, tomando medica­ção intravenosa enquanto são feitos todos os tipos possíveis de exame.

Andreas está doente?

Lamento que sim. A temperatura está alta e ele não conse­gue comer. — Demi ouviu a dor em sua voz. Sendo irmão gêmeo de Andreas, ela sabia que isso o estava preocupando.

Não posso acreditar — disse em um tom baixo. — Pobre Gabi. Como ela está?

Apavorada por ele, como pode imaginar. Não saiu ne­nhum instante do seu lado.

Claro que não. Ele está doente há muito tempo?

Não. No avião, na volta de Nassau, começou a passar muito mal, o piloto e a aeromoça tiveram que ajudá-lo a entrar no carro. Quando voltei para casa e contei a Deline, ela quebrou o silêncio e contou sobre sua gravidez. Ela está em pânico, to­dos nós estamos.

No começo eu estava também, mas não estou mais e ela não precisa ficar. — Demi colocou uma das mãos em seu braço. — Andreas soube que estou casada?

Não sei. Não disse nada. — A respiração dele parecia di­fícil. — Gabi está apavorada porque não há melhoras.

Demi podia imaginar, se fosse Joe que estivesse em uma cama de hospital neste momento...

Não importa como, mas vocês têm que acreditar que ele vai melhorar, Leon.

Uma das razões pelas quais estou aqui é para me certificar de que não piore. Se Andreas descobrir sobre o bebê...

As palavras dele não precisavam de tradução.

Não posso impedir que as pessoas comentem, Leon, e certamente não posso evitar que Andreas tire conclusões.

Não. Ninguém pode fazer isso.

Agendei um teste em uma semana, contando de sexta. Quando Andreas melhorar já saberemos de quem é o filho. Se acontecer de ser de Andreas, então vou lidar com o fato quando o momento chegar. Mas até então, Leon, estou esperando e par­tindo do pressuposto de que a criança seja de Joe.

Você é uma mulher forte, Demi.

Enquanto Leon lhe dava um abraço, Demi ouviu uma voz infantil.

Demi?

Ela se afastou a tempo de ver Dino na porta. Joe estava parado atrás dele, com as feições rígidas. Seus olhos estavam velados, dessa forma ela não conseguia ver o azul.

Venha aqui, Dino. — Quando Demi se dirigiu a ele, Dino correu e deu-lhe um abraço.

Dino, gostaria que conhecesse Leon. Ele é o marido da minha melhor amiga, Deline. Já falei dela. — O menino assen­tiu com a cabeça.

Lançando um olhar para Leon ela disse:

Leonides Simonides, este é meu stupendo enteado, Dino. — A forma como pronunciou o fez rir.

Leon sorriu.

Ciao, Dino. Come stai?

Demi havia esquecido que a família dele falava o básico de italiano. O coração dela disparou quando Joe se aproxi­mou deles.

Leon, este é meu marido, Joe Valsecchi.

Os dois homens apertaram as mãos.

Parabéns pelo seu casamento, signore Valsecchi. A famí­lia de Demi e a minha são amigas há muitos anos. Eu sempre disse que o homem que ganhasse o coração dela seria o mais sortudo da face da terra.

Grazie, signore Simonides. — Seu marido deu uma res­posta educada. — O que o trás de tão longe?

O coração de Demi estava pulando pela boca.

Andreas voltou doente da lua de mel e está no hospital.

Quando Joe franziu as sobrancelhas, Dino bateu no braço de Demi. Ela olhou para baixo.

O que foi?

Quem está no hospital?

O irmão de Leon.

Ele era seu amigo também? — perguntou inocentemente.

Ambos os homens olharam para ela. Antes mesmo de Demi conseguir dar a próxima respirada.

Sim, era.

Oh.

Dino? — Joe colocou a mão no ombro do filho. — Vamos para o carro esperar por Demi enquanto ela se despede do signore Simonides. — Sua conduta civilizada não entregou o que ele estava sentindo por dentro.

Já estou indo — ela garantiu.

Quando Joe fechou a porta ao sair, Leon suspirou.

Desculpe-me, Demi. Não existe um modo fácil de lidar com tudo isso.

Não se preocupe. É que a espera pelo teste fez com que nós dois ficássemos irritados.

O homem está desesperadamente apaixonado por você. Qualquer um pode ver isso.

O fato de Leon dizer tal coisa a assustou. Se ao menos seu marido tivesse lhe dito essas coisas.

Ele é a luz da minha vida. Eu o adoro e faria qualquer coisa para evitar que se magoasse.

Leon balançou cabeça.

Agora tudo faz sentido. Para você ter deixado Andreas simplesmente ir da forma que fez... Sem drama...

Eu já tinha me apaixonado por Joe e estava pronta para terminar tudo com seu irmão.

Os olhos de Leon estavam cheios de dor.

Que situação essa em que se encontra, hein?

Somente você pode entender o quanto quero que este bebê seja de Joe. Mas se não for, vou lidar com a situação da mesma forma que fez.

Demi andou até sua mesa e pegou a bolsa na gaveta.

Vamos, vou até o estacionamento com você. Tem um menininho e seu papa me esperando.

Pegaram o elevador particular até o térreo. Antes de passa­rem pela segurança, na porta principal do prédio, Demi se virou para ele.

Não acredito que Andreas não vá se recuperar, sendo as­sim, não vou nem considerar a possibilidade.

Então somos dois. — Leon deu-lhe outro abraço. — Deline mandou um beijo.

Manda outro para ela.

Enquanto Leon se dirigia ao carro que havia alugado, ansio­so para voltar para Atenas, Demi correu para o estacionamento VIP. Dino estava debruçado na janela de trás da Fiat esperando por ela.

Demi! — ele gritou seu nome com um grande sorriso no rosto. Essa visão aqueceu-lhe o coração.

Ela deu-lhe um beijo na bochecha, antes de entrar no lado do carona. Joe se inclinou para abrir a porta. Sem falar uma só palavra, ele ligou o carro e deu partida.

Como está seu amigo doente? — Dino quis saber.

Ele tem uma virose. — Ela deu uma batidinha na sua barriga, um gesto que Joe notou. Lembrou a ambos do bebê que estava esperando. Joe traduziu para o filho que disse:

Che tristezza.

Sim, era triste.

Si, Dino. Mas logo ele vai melhorar.

O ponto é: você vai? — Joe atirou em uma voz de­sorientada.

A visita de Leon trouxe a questão da paternidade à linha de frente, mais uma vez. De alguma forma, Demi tinha que ajudar a desviar a mente de seu marido do assunto. Quando estaciona­ram nos fundos do apartamento, Joe anunciou que iriam ao parque assim que mudassem de roupa.

Dino parecia em deleite, ao sair do carro. Demi o seguiu para dentro e decidiu usar short branco e uma camiseta de malha. De­vido ao calor intenso, prendeu o cabelo com uma faixa branca.

Quando voltou para a sala, viu que Joe havia trocado o terno por short azul e uma camiseta azul clara, usava um figuri­no parecido com o do filho. Um dia Dino iria crescer e ter o mesmo físico musculoso do pai. Nenhuma mulher ficaria imu­ne a ele também.

O parque era logo depois da igreja, do mesmo lado da rua. Quando chegaram, havia pelo menos uma dúzia de crianças brincando. Joe abriu a bolsa de pano onde estavam as coi­sas de seu filho e tirou uma bola de futebol.

Olhe para mim, Demi!

Dino começou a chutar a bola ao redor do pai. Joe era um atleta e muito natural com crianças. Em breve outros garo­tos juntaram-se a eles. Demi sentou em um dos balanços, con­tente por ter uma razão legítima para olhar para seu impressio­nante marido o tempo que desejasse.

Suas pernas poderosas a fascinavam. Lembrou da forma com que elas se entrelaçaram nas dela.

Uma ardência feroz atravessou-lhe o corpo. Demi desejou que pudesse fazer de seu mundo um lugar perfeito, mas saben­do que não podia, começou a se balançar como fazia, quando era pequena. Mais e mais alto.

Cuidado — Joe a alertou, pegando o balanço por trás no meio do caminho, fazendo-a parar. — Lembre do teste. A esta proximidade da data acredito que não queira fazer nada que possa causar complicações. Se isso quebrar...

Está certo. — Demi saiu do brinquedo e virou-se para ele. — Não pensei.

O olhar do marido a percorreu, sem perder nada, desde as sandálias até a faixa que prendia seu cabelo. O pequeno músculo no canto da boca de Joe caiu, revelando a emoção que mal conseguia esconder.

Isso não me surpreende, não é todo dia que ouve que Simonides está no hospital.

Joe... — Demi levantou a cabeça com os olhos lhe rogando. — Não tinha nenhuma ideia de que Leon viria até aqui. Se soubesse teria lhe contado.

Acredito em você.

Ela umedeceu os lábios de maneira nervosa, consciente de sua análise. Por cima dos ombros conseguia ver Dino jogando futebol com os garotos. No momento, estavam sozinhos.

Leon está preocupado com o irmão.

A única coisa que posso supor é que ele não quer que diga ou faça qualquer coisa que chateie o irmão gêmeo.

Para um homem tão brilhante, ela não conseguia entender como Joe estava tão cego a respeito da intensidade dos sentimentos dela por ele.

Disse a ele que não iria me preocupar com nada porque estou esperando que você seja o pai. E quando ele se recuperar, já saberei o resultado do teste.

Joe esfregou seu lábio inferior com o topo de seu dedo.

E então...

Se Andreas for o pai, vou deixar que Leon escolha o momento para levar o resultado do DNA até o irmão. Mas não quero pensar sobre isso agora. Quero me concentrar em nós.

Eu também — Joe sussurrou encostando-lhe os lá­bios. Diante daquela prova de recuperação de afeto, ele chamou Dino e avisou que estavam indo embora. O garoto veio corren­do em direção a eles com a bola na mão.

O que vamos fazer agora?

Demi se inclinou.

O que acha de comprarmos um sorvete?

Na piscina?

Demi olhou de forma engraçada para o menino.

Não, na sorveteria.

Não quer ir à piscina?

Ela não entendeu o porquê da sugestão.

Achei que não gostasse de ir lá.

Dino balançou a cabeça.

Sim, eu gosto.

A pulsação dela acelerou ao perceber que Joe havia conseguido algum tipo de progresso com o filho.

Veramente?

Si. — Dino riu. — Não tem tubarões na piscina. Todo mundo sabe disso!

Extremamente contente, ela deu-lhe um abraço.

Fico muito feliz de ter me contado. Agora vou poder en­trar na piscina com você.

Fantástico! Vamos colocar nossa roupa de banho!

Demi estava tão alegre com tal progresso no qual o filho de Joe estava envolvido que teve vontade de abraçar seu ma­rido e nunca soltá-lo, mas a paternidade do bebê ainda tornava seu futuro nebuloso. Se o filho fosse de Andreas, então a família deles ficaria sempre dividida. Demi não conseguia suportar tal pensamento, sendo assim, para compensar deu toda sua atenção a Dino, a criança que tinha no momento, fingindo por enquanto que o bebê que crescia dentro dela era de Joe.

***

Ao chegar domingo à noite, eles já tinham tido momentos maravilhosos brincando e nadando, que Dino derramou lágrimas no heliporto em Milão. Joe estava em pé na porta do helicóp­tero, mas seu filho estava tão despedaçado que não queria sair.

Por que você não pode vir e me pegar no próximo fim de semana, papa?

Demi teve que segurar firmemente suas emoções para não demonstrar. O teste seria feito no final de semana seguinte e um novo capítulo da vida deles começaria.

Porque um fim de semana por mês sua mãe quer que es­teja com ela. Já foi tudo planejado, mas vamos vê-lo na quarta.

Isso o alegrou um pouco.

Ok.

Vou estudar todas as cores, professore — Demi prometeu. — Você pode me testar para verificar se vou cometer algum erro.

Um pequeno sorriso apareceu no canto da boca do menino.

Se ela acertar todas, o que vai dar-lhe como recompensa? — seu pai lhe perguntou.

Gosta de chocolate?

Não consigo viver sem.

Dino riu. Era bom vê-lo partir com um humor mais feliz.

Ciao.

A presto, Dino. Ti amo. — Demi queria dizer a ele que o amava muito tempo atrás, mas até agora não parecia ter chega­do o momento certo.

Ti amo, Demi. — Essa foi a primeira vez para ele também. Era o garoto mais doce do mundo. Após um rápido abraço, ele se virou para que o pai pudesse abraçá-lo.

Quando pegaram o caminho de volta na limusine, Demi ligou para Deline. Desde a visita inesperada de Leon na sexta, não ouviu mais nada dos amigos. Para sua decepção o telefone to­cou por tanto tempo que ela teve que deixar uma mensagem.

Cinco minutos depois, Deline ligou de volta.

Sinto muito por não poder ter atendido. Estávamos no hospital com Andreas.

Como ele está?

Ontem descobriram que ele tem um parasita raro, mas tem tratamento. Colocaram-no no antibiótico e a temperatura já caiu. Hoje à noite ele comeu um bolinho e tomou um suco. Se continuar a melhorar, vai poder ir para casa nos próximos dias.

Que bom! Agora tenho ótimas notícias. Hoje o filho de Joe disse que me amava.

Oh, Demi...

Dino vai ser o mais fabuloso irmão mais velho para meu bebê. Para a manutenção de nossa sanidade, o dia do teste tem que chegar rápido.

Só faltam agora alguns dias. Espere, Demi.
        
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                     Obrigado pelos coments, me fizeram feliz :)
                     Aqui está mais um capítulo pra vocês. Boa leitura.
                     PS: Penúltimo capítulo.
                     xoxo Nathi

5 comentários:

  1. OMG, chorosa aqui, amei o final do capitulo, posta mais

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  2. Ownnn dino sendo fofo igual ao pai dele,quero pra mim, to aqui pedindo para as estrelas para esse bebê ser de joe

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  3. senhor nao creio que o proximo já é o ultimo essafic ta boa demais pra acabar

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  4. Que lindo!
    Amei! Posta logo

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  5. a historia e otima, pena que ja ta acabando, continuaaa

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