19.4.15

Nosso Amor - Capitulo 5

Era a manhã do dia do casamento de Demi, mas sua noite havia sido de indecisão. Foi bom Joe ter saído cedo para ir a Milão pegar Dino. Quando se olhou no espelho e viu sua face desenhada, ficou feliz por ter tempo para corrigir o estrago an­tes que eles voltassem.

Parte de sua agitação baseava-se no fato de ela não ter con­tado a seus pais nada, desde a última vez em que falou com eles ao telefone. Ela hesitou sobre ligar agora ou depois da lua de mel.

Mas, ao longo da manhã, percebeu que não poderia adiar dar-lhes a notícia. Não seria justo magoá-los, uma vez que ti­nham sido pais maravilhosos por toda sua vida. Teria que con­tar-lhes a verdade. Não por completo, mas o suficiente para satisfazê-los.

Depois de se aprontar para o grande dia, foi até a cozinha tomar seus remédios e dar o telefonema. Quando ligou, seu pai já havia saído para o trabalho, então sua mãe telefonou para ele e fizeram uma conferência via telefone.

Demi? Estou ansiosa a seu respeito — começou sem rodeios.

Eu sei. Como estão?

Bem, mas esse não é o caso. — Seu pai parecia aborrecido. — Que história é essa de visitar pontos turísticos com um italiano e o filho dele? Quem é ele?

Ela deu uma respirada fortificante.

O nome dele é Joe Jonas. É divorciado e tem um filho de seis anos chamado Dino. Ele gerência a fábrica Jonas Liquers, em La Spezia.

Aquela que você cobriu para a seção da revista?

Sim.

Essa é a razão pela qual ainda está na Itália? — A pergunta de sua mãe não foi à toa.

O sangue de Demi correu mais rápido.

Sim.

Eu nunca vou perdoar Andreas pelo que ele fez com você — seu pai proferiu, de forma emocionada.

Por favor, não diga isso. Acredito que tinha que ter sido assim. Ele não pôde evitar o que sentiu quando conheceu Gabi, assim como também não pude evitar meus sentimentos por Joe.

Suas palavras foram recebidas com silêncio, antes que sua mãe perguntasse.

Que sentimentos?

Agora era o momento.

Quando o conheci, dois meses atrás, passamos o tempo todo juntos. Não quis que fosse dessa forma, mas aconteceu. Na hora de eu ir embora, ele me pediu em casamento.

Quando já estava prometida para Andreas? — Seu pai parecia atordoado.

Não estava prometida para ele, pai. Não estávamos nem noivos! É verdade que nos amávamos, mas aparentemente não o suficiente para chegar ao altar. Havia vezes em que ele ia até Leon, antes de chegar a mim. Sei agora que nunca fui apaixona­da por ele. Foi por isso que voltei para Riomaggiore.

Sua mãe fez um barulho com a garganta.

Então, o que está dizendo?

Ela apertou o telefone com mais força.

Joe e eu vamos nos casar em algumas horas.

Em algumas horas! — ambos os pais exclamaram em uníssono.

Sim. Tem uma igreja na descida da rua do apartamento dele. O padre Rinaldo vai nos casar. Sei que isso é um grande choque. De fato, é para mim também. Vocês não têm ideia de quanto o amo. É um homem maravilhoso com um querido filho. — A percepção de que seus sentimentos por Joe tinham crescido e virado amor eram surpreendentes para Demi, mas, no momento em que disse as palavras, sabia que eram verdadeiras.

Seu pai foi o primeiro a recuperar a voz.

O garoto mora com ele?

Demi fechou os olhos.

Não. Dino mora com a mãe. Estão entrando em acordo sobre a visitação.

Então vai ser mama meio expediente antes de ser real­mente mama! — falou como mãe.

As lágrimas deslizaram pelos olhos cílios de Demi.

Estou muito feliz a esse respeito e espero que fiquem também.

Quando nós vamos conhecê-lo?

Vamos sair em lua de mel para Califórnia por duas sema­nas. Ligo para vocês quando chegarmos lá. Depois que voltar­mos e tudo se ajeitar, nós três voaremos para Atenas. Joe já ouviu coisas maravilhosas sobre vocês e está ansioso para...

Demi?

Era Dino.

Desculpe, mas tenho que ir. Prometo ligar em breve. — Ela desligou. — Estou aqui!

Dino veio correndo, apartamento adentro, usando short e uma camiseta de dinossauro. Quando ele a viu na sala de jantar, parou de uma só vez.

Você está bellissima!

Isso a fez perceber o quanto ela sentia falta dele.

Grazie — ela disse com um sorriso, e depois o abraçou.

Os olhos castanhos do menino combinavam com o terno cre­me de duas peças que Demi havia comprado em uma das butiques. Ao redor do pescoço, ela colocou um véu de renda de cores combinando, que usaria quando entrasse na igreja.

Enquanto faziam compras, ela perguntou a Joe o que achava que ficaria bem em seu cabelo. Ele disse que não se importava, desde que ela os deixasse soltos.

Está na hora?

Ela olhou para o relógio.

Quase. Estava com medo de que não conseguisse chegar a tempo.

Joe entrou, também usando short e uma camiseta. Seus olhos a apreciaram tão intimamente que ela estremeceu.

Depois que deixamos Milão, vimos um acidente terrível na estrada, o que nos atrasou. Venha até meu quarto, Dino, para nos aprontarmos.

Seus ternos novos estão em cima da cama.

Fantástico!

Ela podia ouvir barulho de água do chuveiro. Depois de mui­to tempo, Dino veio correndo para a cozinha, em seu novo terno azul marinho e sua camisa branca. Joe havia escolhido o mesmo modelo para ele. Ambos usavam gravata listrada de azul e cinza.

Demi foi até a geladeira e pegou uma caixa de flores, na qual estavam duas pequenas rosas cor de creme e seu corpete. Ela levantou uma parte do tecido de Dino e pregou uma rosa. Quan­do ficou pronto, ela o beijou na bochecha.

Agora está bello, igual seu papa.

Elogios podem levá-lo a qualquer lugar — Joe dis­se, com uma voz penetrante. Demi virou-se e encontrou um par de olhos azuis quentes.

Vou ganhar uma rosa também?

Ele estava incrivelmente bonito. Sua boca ficou seca demais para falar. Demi pegou a outra rosa e foi até ele. Seus dedos tremiam, a ponto de ela ter que tentar várias vezes espetar a rosa até que conseguisse fazer da maneira certa. O tempo todo esta­va agitada. Joe dava-lhe pequenos beijos aqui e ali, fazen­do com que Dino entrasse em deleite.

Agora é sua vez, signorina Spiros. — Perto dos ombros da jaqueta ele apertou o corpete feito de um conjunto de rosas cor de creme. — Percebe que não vai ser mais chamada por esse nome?

Como ela poderia esquecer? Sua viagem impulsiva de volta a Riomaggiore era a mistura de uma dolorosa confusão e a ridícula percepção de que Joe fora sincero ao propor casamento. Agora ali estava ela, pronta para fazer promessas de amor, estimar e honrar o homem que conhecia há pouco tempo.

Era estranho ela conhecer Andreas por anos e, mesmo assim, depois de começarem a namorar, nunca ter chegado a saber peque­nas coisas sobre ele, o que não acontecia em relação a Joe.

Cada hora com ele poderia trazer uma nova surpresa. Em algumas vezes, Demi perdia a respiração. Em outras, encontra­va-se às voltas com as novas informações que recebia dele.

Sentindo-se corada e nervosa, Demi se virou para Dino.

Acho que estamos prontos.

Primeiro vamos tirar algumas fotos. — Joe colocou a câmera na mesa da varanda.

Ela segurou-lhe o braço.

Acabei de ligar para meus pais e contar a eles que estamos nos casando.

Os olhos dele indicaram um questionamento.

Devo esperar a polícia cair em cima de mim antes de con­seguir te conduzir à igreja? — ele brincou.

Não. Eles não são desse tipo, mas vão querer ver as fotos.

Meu pai também vai.

Depois de ele ajustar a câmera para disparar algumas fotos cronometradas, os três se juntaram, tendo as rosas como cená­rio. Depois de uma dúzia de fotos em sucessão rápida, ele disse.

Vamos sair para nos casar.

Dino saiu primeiro do apartamento. Eles deram as mãos a ele, que ficou no meio, e fizeram a mesma caminhada do outro dia, debaixo do calor e com o céu ensolarado. Turistas abordavam-nos a cada passo, para congratulá-los e tirar fotos. A respiração de Demi parava todas as vezes que olhava para Joe, porque ele estava lindo. Assim como sua pequena cópia, que apresentava um sorriso contínuo.

Logo, moradores locais enfileiraram-se na rua, aplaudindo e festejando com eles. Andar até a igreja para seu próprio casa­mento cercada por pessoas que jogavam pétalas de flores era algo que Demi nunca havia imaginado. Mas, como todas as ou­tras coisas relacionadas a Joe, neste jardim de sonhos pa­radisíaco, isso parecia perfeitamente normal.

Quando avistaram a igreja, a multidão já havia crescido. A princípio, ela pensou que isso era algo que acontecia com todos os casais que faziam seus votos ali, mas a deferência dedicada a Joe ficou óbvia demais para ser ignorada.

Ela percebeu que alguma coisa a mais estava acontecendo. Demi teria perguntado, mas era tarde demais. Ele já tinha aberto as portas e ela teve que soltar a mão de Dino para ajeitar o véu sobre a cabeça. Joe a ajudou.

Eu já te disse como você é squisita? — ele disse em uma voz rouca.

Ele a conduziu até a ante-sala e pelo corredor até a frente onde se sentaram no banco paroquial. Logo um homem e uma mulher entraram pela porta lateral. Eles acenaram com a cabeça para Joe antes de tomarem seus lugares de cada lado do corredor. Um minuto depois, o padre Rinaldo apareceu. Quando ele se aproximou, os três levantaram.

Vocês estão atrasados.

Em uma avalanche de palavras em italiano, Dino explicou o atraso.

O padre piscou para ele e deu um tapinha em sua cabeça.

Acidentes irão acontecer. Eu entendo. — Ele olhou para Joe. — Vamos assinar os papéis depois da cerimônia.

Grazie.

Dino? Fique ao lado de seu papa. A signorina Spiros vai ficar do outro lado. Joe? Se segurar a mão de Demi, pode­remos começar.

Ela sentiu a mão dele se enroscar na sua com um toque fami­liar que aqueceu-lhe o coração. O padre conduziu a cerimônia em inglês. Provavelmente foi o mais curto ato paroquial já rea­lizado. Não havia dúvidas de que Joe tinha uma relação direta com a escolha da língua e a duração.

Ambos deram suas respostas no momento apropriado e o pa­dre eventualmente disse.

Eu agora os declaro, Joe e você, Demi, marido e mulher. Amém.

Ele sorriu para Dino e disse algo em italiano. Demi viu o sorriso de seu novo enteado antes de ele responder.

Si — em uma voz espirituosa.

Joe virou para ela e disse.

Padre Rinaldo perguntou a Dino se ele acha que eu devo beijar minha noiva agora. — Depois do comentário, levou a boca até a dela de deu-lhe o beijo mais doce que já experimentou na vida. Tocada muito além das palavras, ela mal ouviu o padre dizer alguma coisa a mais para Dino.

Papa... — ele puxou a manga da camisa do pai. Quando ela olhou ele havia entregue a Joe um anel de ouro. Ele se virou para Demi.

Era da minha mãe. Ela me disse para guardar e dar à mu­lher com a qual eu fosse me casar. — Então, ao falar, ele desli­zou o anel pelo dedo de Demi.

Ele realmente não poderia ter amado Mila ou teria o dado a ela, que ficaria de posse do anel. Mas toda a circunstância de seu primeiro casamento ainda era um mistério para ela. Joe pertencia a si próprio. Ela não conseguia entender o fato de ele ter se casado com Mila por pressão.

Demi? — Ela virou a cabeça. — O padre Rinaldo pediu para que o sigamos até a ante-sala para assinarmos a papelada do casamento.

Claro.

Dino correu na frente. As testemunhas assinaram primeiro, depois foi a vez de Demi. Ela teve que preencher Liapis depois de Spiros.

Joe foi o último. Ela esperou até que ele assinasse. Le­vou tanto tempo que ela olhou para baixo para o papel. Seus olhos se arregalaram de surpresa porque seu nome seguiu e com ele um floreio.

Guilio Fortunato Coletti Joe Jonas Gaspare Vasecchi. Depois de ele ter assinado, a testemunha feminina fez uma leve reverência a Demi.

Congratulazioni, duchessa — ela murmurou.

Demi não devia ter ouvido a mulher direito, mas quando olhou a sua volta para falar-lhe, ela e o outro homem tinham desaparecido.

Joe? — Ela segurou em seu braço. Ele levantou o semblante.

Si, signora Valsecchi? Eu não sei você, mas eu gosto do som desse nome. Muito, na verdade. — O olhar latente dele derreteu-lhe os ossos.

Aquela mulher acabou de me chamar de duquesa.

Não ligue — ele murmurou. — É um título que está ex­tinto há anos, mas alguns insistem em usar para sentirem-se importantes.

Demi se negou a adiar a questão.

Você é um duque?

Não significa nada, tesora.

Demi se virou para Dino.

Você sabe o que seu pai é?

Si. Ele é papa.

Não... Quero dizer... Oh... — ela suspirou de frustração. A risada baixa de Joe foi a única coisa a mais que ouviu.

Ele finalmente se levantou e entregou os papéis para Dino.

Pode levá-los para o padre Rinaldo? Esperamos por você.

Dino assentiu com a cabeça e saiu em disparada. Depois de ele desaparecer, Joe a puxou para seus braços.

Certo. Vou dizer uma vez, então nunca mais discutiremos o assunto novamente. Meu pai é o mais recente duque de La Spezia.

Ela apertou os olhos.

Então os Valsecchis foram uma família importante.

Uma vez, no passado! — ele enfatizou. — Na época do meu casamento com Mila, papa estava com suspeita de câncer, e tinha transferido o título para mim. Não poderia ter ligado menos para isso. Infelizmente, a notícia chegou aos jornais. Mas, então, ele se recuperou. Depois que me divorciei de Mila ele me renegou e o título foi rescindido. Isso é tudo.

Demi sacudiu a cabeça.

Isso não pode ser tudo. Quem era sua mãe?

Ele a analisou por um momento.

Os Antonellos eram a família real original da região de Ligurian.

E Mila?

A família dela veio de Florença e era de menor importân­cia. Isso não significa absolutamente nada, Demi.

Exceto que, ao se divorciar dela, você foi ao ostracismo real.

Ele deu de ombros de forma elegante.

Essa é uma forma de colocar as coisas, eu suponho, mas é parte da história, agora.

Exceto pelo fato de eu ser ninguém.

Essa é a beleza da coisa. — Os olhos deles brilhavam mais quente. — Eu finalmente segui o desejo do meu coração.

Antes que ela pudesse perguntar o que quis dizer com aquele comentário, Dino voltou correndo. Joe o pegou no colo e deu-lhe um abraço. Os dois tiveram uma conversa importante, em italiano. O que quer que seja que seu pai tenha lhe dito, Dino terminou gritando de alegria.

Quando saíram pela porta da igreja, Joe traduziu para ela.

Perguntei a ele se estava pronto para ir para a lua de mel. Ele disse que sim e quis saber se era muito longe. Disse-lhe que precisaríamos voar para chegar lá.

Ele já viajou de avião?

Não. Quando contei a ele que pegaríamos o jato da com­panhia Valsecchi para irmos à Disneylândia, você ouviu a res­posta dele.
***

Demi? Está triste por termos que ir para casa hoje? — Dino estava tão fofo com aquele chapéu do Indiana Jones. Joe tinha descido até a recepção para pagar a conta, deixando os dois a sós por um minuto.

Si, mas sei que sua mama mal pode esperar para vê-lo. Mila vai adorar os presentes que comprou para ela.

Ao longo da viagem eles combinaram de Dino ligar para Mila todo final de tarde quando ela já estaria de pé e disponí­vel. A conversa deles era longa, ouvir a voz da mãe todos os dias provavelmente aliviava a saudade de casa que deveria es­tar sentindo.

Demi não conseguia acreditar que nas últimas duas semanas já podia entender um pouco de italiano e falar algumas frases, com muitos erros e bastante risadas, claro. Eles ainda fizeram um pacto de falar a língua o máximo possível e estava funcio­nando. Joe tinha dito a ela que aprenderia italiano mais rápido que qualquer um com seu filho por perto. E era verdade.

Olhe! — ela disse a ele. — Tivemos que comprar duas malas para que coubessem todas as coisas novas e os suvenires!

O comentário de Demi fez com que ele desse uma risadinha e corresse pelo local, vestido com sua fantasia de Indiana Jones. Compraram para ele o lego do Indiana Jones para que le­vasse para casa e montasse. A terra da aventura tinha sido o maior barato para Dino e haviam ido lá oito vezes, mas ele ainda não tinha encontrado coragem para ir no cruzeiro pela floresta.

Demi contou-lhe que também ficava nervosa em barcos, mas iria se ele fosse. Achou que estava fazendo progressos quando Dino chegou mais próximo da entrada, mas então recuou.

Joe beijou-lhe o lado do pescoço.

Obrigado por tentar ajudá-lo.

Talvez tenha que começar com algo mais simples, como entrar na piscina com ele. E se eu tivesse aulas com ele? Acha que funcionaria?

Possivelmente. Você tem um jeito especial para isso.

É porque o amo.

Ele sente isso. É por isso que você quase o convenceu. — Quase era uma palavra operativa. No curto tempo em que passaram juntos, ela sentiu que os três formavam uma peque­na família. — Eu já te disse que vai ser a mãe mais perfeita do mundo? A pequena vida dentro de você não sabe quanta sorte tem.

Joe beijou-lhe as costas da mão.

Ela, ou ele, vai adorar você também, Joe.

Fizeram do hotel da Disneylândia a base deles. Dino havia dormido no quarto de seu pai, que continha duas camas queen. Demi ficou no quarto anexo, na outra queen. Tanto ela quanto Joe tinham tomado essa decisão durante o voo. Depois do casamento, acharam que era importante para Dino que ela en­trasse devagar na vida de seu pai.

Em alguns minutos, Joe voltou com o carrinho das ba­gagens e eles deixaram o hotel em direção ao aeroporto. Mais tarde, durante o voo de volta para a Itália, Joe insistiu para que ela dormisse no quarto enquanto ele e Dino dormiriam na cama dobrável.

Era quinta-feira quando pousaram em Milão. Duas semanas pareceram um minuto. Demi achou difícil deixar que Dino se fosse. Mais à frente, decidiram que ela permaneceria a bordo do jato. Assim que Joe entregasse Dino à mãe, voltariam para Genoa.

Joe ficou em pé na porta do avião e Demi levou Dino até o pai e se controlou em frente a ele.

Nos veremos na próxima quarta, depois da escola, para que passe a noite conosco. — Joe já tinha resolvido, pe­rante a lei, o novo acordo de pais: toda quarta-feira à noite, três finais de semana por mês, oito semanas no verão, todos os feria­dos seriam compartilhados e teria direito a telefonemas noturnos antes que o filho fosse para a cama.

Dino sacudiu a cabeça. As lágrimas encheram seus olhos castanhos, mas ele não permitiu que derramassem.

Vou trazer meu novo jogo do Indiana Jones.

Ótimo, dessa vez não vou cair na cova das cobras.

Ele riu fazendo com que uma lágrima descesse pelo seu rosto.

Vou sentir saudades, Dino — Demi disse. — Enquanto estivermos separados vou estudar meu italiano e vai poder me testar. Vamos fazer um trato?

Joe ajudou com aquela palavra porque ele não a conhecia.

Temos que ir agora, filho.

Ciao, Demi. — Ele seguiu o pai porta afora e desceu os de­graus até o asfalto. A aeromoça se juntou a eles com a bagagem.

Demi voltou para o hotel. Antes mesmo que pudesse sentar, debulhou-se em lágrimas por Joe, Dino, Mila e por ela mesma.

Depois de anos de estrada, ela poderia ter que encarar uma despedida como essa, com seu próprio filho. Joe já tinha que fazer isso todo o tempo. Como ele se sentiria se o bebê que ela esperava fosse de Andreas? Ficaria despedaçado da mesma forma? Demi não sabia como ele lidava tão bem com a separação. Fez um papel magnífico de super-herói para seu filho. O bebê tinha que ser de Joe!

Mas, enquanto isso, seu coração tinha esperança de que outra parte dela tentasse aceitar a possibilidade de ser de Andreas, porque pensando assim, a alegria da notícia oposta seria muito maior.

Ela secou os olhos e pegou seu celular. Era hora de parar de vivenciar suas próprias preocupações e perguntar a Deline como ela estava. Estando ambas grávidas, tinham muito em comum.

Finalmente! — a amiga falou ao atender. — Faz uma sema­na desde a última vez que me ligou. Ainda está em lua de mel?

Estamos no finalzinho. Estou esperando no avião. Joe foi levar Dino à casa da mãe e assim que chegar voare­mos para Genoa. — Ela ouvia muito barulho ao fundo. Vozes de crianças rindo e gritando. — Onde você está?

Em Milos. Leon tirou o dia de folga e viemos para cá, vamos ficar até amanhã. Todas as famílias estão em volta da piscina.

Então não pode falar direito.

Na verdade, esta é a hora perfeita. Leon está causando a maior parte do estrago.

Vocês precisam de um descanso. Como vão as coisas en­tre vocês?

Acredite ou não, está tudo muito melhor. Conte-me sobre você e Joe.

Passamos momentos maravilhosos com Dino.

Naturalmente, mas estou falando de vocês dois, se enten­de o que quero dizer.

Demi respirou fundo.

Ainda não tivemos uma noite mesmo de núpcias. Acredito que aconteceu dois meses atrás e eu não percebi. No momen­to é importante ter certeza de que Dino esteja seguro.

Você ganhou um enteado. É uma responsabilidade enorme.

É verdade, mas ele é adorável. Se eu tivesse dado-lhe à luz, acho que não poderia amá-lo mais.

Acredito nisso. — Houve um silêncio. — E sobre o bebê que está esperando... Pensou mais sobre isso? Andreas ainda não voltou da lua de mel. Leon acha que ainda vão levar mais alguns dias.

Demi abaixou a cabeça.

Amanhã vai ser minha primeira consulta com minha nova obstetra. Ela vai pedir um exame de sangue para fazer alguns testes. O teste de DNA não vai acontecer até as próximas duas semanas.

Já decidi que se for de Andreas, vou contar a ele assim que tiver o resultado do teste nas mãos. Eu não quero pensar muito sobre esse cenário, mas, se acontecer, tenho a esperança de que possa ligar para Leon e pedir ajuda. Eu achei que saberia a me­lhor forma de lidar com isso. Ele e Andreas têm fortes laços. De qualquer modo, se achar que é pressão demais...”

De maneira alguma. Ele já esteve onde você está agora. Se alguém tiver a sensibilidade de como dar a notícia, esse al­guém é meu marido.

Demi quase quebrou o telefone, apertando o aparelho com tanta força.

Estou tão preocupada com Joe, Deline. Ele não fala muito sobre isso, mas tenho a sensação de que tem a esperança de que esse filho seja dele. Nunca quis nada tão intensamente em toda minha vida. Mas agora tenho tentado encarar a realidade.

Eu admiro você por ter lidado com essa situação da forma mais honesta e discreta possível. Agora está casada com um homem interessante, que está encarando você com suas verrugas e tudo. — Demi riu em meio às lágrimas. — Ele ainda é interessante?

Não tem ideia. — Embora houvesse tanta coisa que Demi não lhe contara. Joe havia enumerado tudo que dizia respeito à família dele. Até que ela tivesse uma melhor compreen­são do motivo por que havia rejeitado sua ilustre herança e o fato de não gostar de falar no assunto. Ela não podia discutir isso com ninguém, mesmo com sua melhor amiga.

Joe é tão bom para mim, mas não dá para começar a contar, é melhor desligar agora. Ele vai voltar em breve. Ligo novamente antes de fazer o teste. Obrigada por ser a melhor amiga do planeta.

O sentimento é mútuo.

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                     Oi gente, desculpa a demora pra postar. Espero que estejam gostando.
                      xoxo Nathi

4 comentários:

  1. Eu to amando a fic, ja fico imaginando a demi e joe com o bebe <3 posta logo

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  2. Heeey!!!
    Posta mais, por favor, to adorando essa história *-* Louca pra saber do resto hehe ^^
    Beijos~
    By: Luu

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  3. Apaixonada pelo Dino.... que linda a relação dos três.... continuaa,,..

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