29.4.15

Laços de Amor - Capitulo 3

Demi abaixou a cabeça e empurrou-lhe a mão, mesmo que aquele contato lhe causasse uma sensação deliciosa. Joe deu um passo atrás e se afastou, o que, naquela cabine, significava que estava praticamente contra a porta de saída. Então, concluindo que poderia olhá-la sem querer entrelaçar as mãos naqueles cabelos e tomar-lhe a boca na sua, voltou a encará-la.

— Eu não tenho tempo para resolver isto agora. - Demi cruzou os braços sobre o peito numa clássica postura defensiva.

— Oh, claro, mundos para conquistar, mulheres para seduzir. Ocupado, ocupado.

— Inteligente como sempre, posso ver. — Joe não queria admitir nem para si mesmo o quanto sentira falta daquela língua afiada de Demi. Sempre retrucando, colocando-o em seu devido lugar, diminuindo-lhe o ego antes que este tivesse a chance de se expandir.

Não havia muitas pessoas como Demi em sua vida. A maioria das pessoas que ele conhecia estava muito ocupada em bajulá-lo para discutir com ele. Todos, exceto Teresa, é claro. E Demi. Contudo, ela não fazia mais parte de sua vida.

— Nós jantaremos esta noite. Na minha suíte.

— Acho que não.

— Você veio aqui para conversar comigo, certo?

— Sim, mas...

— Então iremos conversar. Às 7h.

Antes que ela pudesse discutir ou discordar, Joe abriu a porta e saiu da cabine. Respirou profundamente no corredor escuro, então se dirigiu ao elevador que o tiraria das entranhas do navio e o levaria de volta para a luz.

*********

Por volta das 5h da tarde, Demi estava mais do que pronta para tomar algumas margueritas com Mary.

Ela deixara sua cabine abafada e sufocante apenas minutos depois que Joe tinha saído. Francamente, a presença dele fora praticamente imprimida no minúsculo espaço, fazendo a cabine parecer ainda menor do que era. O que não havia parecido possível, em sua opinião.

Mas Joe a abalara mais do que Demi pensara que aconteceria. Apenas a proximidade dele lhe despertara sentimentos e emoções que ela teimara em ignorar mais de um ano atrás. Agora tais emoções estavam de volta, e Demi não sabia como lidar com elas. Afinal de contas, não tivera muita experiência com esse tipo de coisa. Antes de Joe, só houvera outro homem em sua vida, que não a afetara nem de perto da maneira que Joe a afetara. É claro, desde Joe, os únicos homens em sua vida preferiam babar no seu ombro a dançar romanticamente no escuro.

Só o fato de pensar em seus garotinhos causou um aperto no coração de Demi. Ela nunca os deixara antes, e, apesar de saber que os gêmeos estavam em boas mãos, detestava não estar com eles.

— Mas eu estou neste navio para o bem dos meninos — relembrou-se com firmeza.

Com tal pensamento em mente, olhou para o interior do Captain Jack's Bar and Lounge. Como em todos os outros lugares daquele navio, Joe não tinha sido mesquinho. As paredes de madeira clara brilhavam na luz que vinha de candelabros altos em formato de lemes. O bar era uma curva elegante de madeira clara, com o topo de granito da cor de mel derretido.

Conversas fluíam num murmurinho constante, pontuadas pelo ocasional tinir de cristais ou por risadas suaves. Primeiro dia no mar, e a festa já havia começado.

Bem, para todos, exceto para Demi. Ela não estava exatamente no humor de comemorar, depois que Joe saíra de sua cabine.

Na verdade, havia passado a maior parte do dia deitada numa espreguiçadeira no Verandah Deck, tentando se perder no livro que escolhera na loja de presentes. Mas não conseguia se concentrar nas palavras tempo bastante para fazer progresso. De tempos em tempos, seus pensamentos tinham retornado para Joe. O rosto dele. Os olhos azuis.

O semblante de rejeição no primeiro momento que olhara para as fotos dos filhos.

Ela não sabia o que aconteceria a seguir, e a preocupação sobre isso a consumira o dia inteiro. Motivo pelo qual decidiu não desmarcar as margueritas com Mary. Demi tinha passado muitas horas sozinha naquele dia, com tempo demais para pensar. O que precisava agora era de alguma distração. Um drinque à base de tequila para relaxar parecia perfeito. Especialmente considerando sua ansiedade em relação ao jantar com Joe mais tarde.

— Oh, Deus — sussurrou ao sentir uma angústia no peito novamente.

— Demi!

A voz de uma mulher a chamou, e Demi virou-se naquela direção. Viu Mary, parada perto de uma das mesas ao longo da parede, acenando e sorrindo-lhe. Grata, Demi trilhou seu caminho entre as mesas repletas de gente. Quando chegou à mesa, sentou-se numa cadeira e sorriu para a marguerita que já a aguardava.

— Espero que não se importe. Pedi o drinque para você assim que cheguei aqui — disse Mary, dando um gole no seu próprio drinque tamanho gigante.

— Importar-me? — murmurou Demi, pegando o copo gelado. — Está brincando? Isto é fabuloso. — Após tomar um longo gole de seu drinque, ela recostou-se e olhou para sua nova amiga.

Mary estava praticamente saltando da cadeira, os olhos brilhando com excitação. Seus cabelos loiros pareciam desalinhados pelo vento, e a pele estava rosada, como se ela tivesse tomado muito sol hoje.

— Procurei você pelo navio inteiro — disse Mary, sorrindo como uma tola. — Eu precisava vê-la. Descobrir onde eles a colocaram.

Demi piscou e balançou a cabeça.

— Como assim, me colocaram? Quem me colocou onde?

Mary estendeu um braço e pegou a mão de Demi para um rápido aperto.

— Oh, meu Deus. Você não voltou para o buraco o dia inteiro, voltou?

— De jeito nenhum — replicou Demi com um suspiro. - Depois de meu encontro, subi e permaneci no Verandah Deck, adiando o momento de voltar para lá.

— Então você não sabe.

— Sei o quê? — Demi estava começando a pensar que talvez Mary tivesse tomado margueritas demais. — Sobre o que você está falando?

— Da coisa mais incrível. Mal posso acreditar, e eu vi.

— Ela bateu uma das mãos sobre sua blusa azul e gemeu como se estivesse no meio de um orgasmo.

— Mary... o que está acontecendo?

— Certo, certo. — A loira pegou seu drinque, deu um grande gole, e disse: — Aconteceu logo no começo desta tarde. Liam e eu estávamos no Promenade Deck, olhando todas as lojas. Bem, eu estava olhando, Liam estava sendo arrastado por mim com relutância — admitiu ela. — E quando nós saímos de Crystal Candle... uma loja que você deveria ver, eles têm coisas fantásticas lá...

Demi imaginou se havia uma maneira de fazer Mary seguir um único raciocínio tempo bastante para lhe contar o que estava acontecendo. Mas provavelmente não, então ela deu um gole no seu drinque e se preparou para esperar. Não precisou esperar muito.

— Quando saímos — Mary estava dizendo —, havia um comissário de bordo esperando por nós. Ele falou: "Sr. e Sra. Curran?" de um jeito tão oficial que por um momento me perguntei o que tínhamos feito de errado, mas então Liam indagou: "Do que se trata?", e o comissário pediu que nós o seguíssemos.

— Mary...

Sua nova amiga sorriu.

— Eu estou chegando lá. Sério. É porque isso tudo é tão incrível... certo. — Ela acenou uma mão no ar para informar Demi que iria continuar a história, então murmurou:— O comissário nos levou para a suíte do dono... você sabe, Joe Jonas.

— Sim — respondeu Demi. — Eu sei quem ele é.

— Quem não o conhece, pelo menos nos países onde se fala inglês? — disse Mary com uma risada, então continuou: — Estávamos parados lá, no meio de uma suíte que parece um palácio, e Joe Jonas em pessoa chega para se apresentar para nós, e pede desculpas sobre a cabine no buraco.

— O quê? — Demi apenas olhou para a outra mulher, incerta do que fazer com aquela informação.

— Eu sei! Eu fiquei completamente pasma. Fiquei quase sem fala, e Liam pode lhe dizer que isso quase nunca acontece. — Mary parou para dar mais um gole no drinque, e quando terminou, ergueu uma mão para a garçonete, indicando que queria outro. — Então, lá estávamos nós, e o sr. Jonas sendo tão gentil e tão sincero sobre como se sente mal sobre as cabines do Riviera Deck... e insistindo em nos transferir para uma acomodação melhor.

— Transferir?

— Sim, transferir — confirmou Mary enquanto agradecia à garçonete pela nova marguerita. Esperou até que a moça desaparecesse com o copo vazio, antes de continuar: — Então, eu estava feliz, porque aquela cabine minúscula é tão ridícula. Esperei uma cabine de tamanho médio, talvez com uma janela, o que seria ótimo. Mas não foi isso que recebemos.

— Não foi? — Demi pôs seu copo sobre a mesa e observou os olhos de Mary brilhando ainda mais.

— Oh, não. O Sr. Jonas disse que a maioria das cabines estava ocupada, motivo pelo qual fomos parar naquelas minúsculas, para começar. Então ele nos mudou para uma suíte de luxo!

— Verdade?

— Fica no Splendor Deck. O mesmo piso que o próprio sr. Jonas mora. E Demi, nossa suíte é incrível! É maior do que minha casa. Além disso, nosso cruzeiro inteiro será por conta dele, que quer nos reembolsar o valor que pagamos por aquela cabine ridícula, e insiste que não paguemos nada nesta viagem.

— Uau. —: Joe sempre tivera muito orgulho de manter seus passageiros felizes, mas aquilo era... bem, para usar a palavra de Mary, incrível. Passageiros geralmente esperavam por uma conta que podia chegar a diversas centenas de dólares no final de um cruzeiro. Oh, comida e acomodação estavam inclusas quando você alugava a cabine. Mas despesas extras podiam ser muito altas se você não prestasse atenção.

Fazendo aquilo, Joe tinha dado a Mary e ao marido uma experiência num cruzeiro que a maioria das pessoas nunca teria. Talvez ele tivesse mais coração do que ela um dia acreditara.

— Ele é tão gentil — Mary estava dizendo enquanto mexia o gelo de seu drinque com o canudo. — De alguma maneira, pensei que um homem tão rico e famoso fosse...não sei, esnobe. Mas ele não é. Tem muita consideração e gentileza, e não posso acreditar que isto tudo está realmente acontecendo.

— Isso é maravilhoso, Mary — disse Demi com sinceridade. Mesmo tendo ela e Joe seus problemas, ela podia admirá-lo e respeitá-lo pelo que ele havia feito por aquelas pessoas.

— Espero muito que sua nova cabine seja em algum lugar perto da nossa, Demi. Talvez você deva procurar um comissário de bordo, descobrir para onde eles irão mudá-la.

— Oh — Demi meneou a cabeça - eu não acho que vou mudar de cabine. - Não podia imaginar Joe lhe fazendo nenhum favor. Não com a hostilidade que acontecera entre os dois apenas algumas horas atrás. E, embora estivesse feliz por Mary e o marido, não gostara de ser a única residente no deck mais baixo do navio. Agora o lugar não seria apenas pequeno e escuro, mas também solitário e assustador.

— É claro que vai — discordou Mary. — Eles não nos mudariam sem mudar você. Isso não faria o menor sentido.

Demi apenas sorriu. Não ia contar a Mary sobre sua história passada com Joe naquele momento. Então, não havia nada que pudesse dizer para sua nova amiga, além de:

— Descobrirei quando eu descer para trocar de roupa. Tenho um jantar com alguém em — ela consultou o relógio —, aproximadamente uma hora e meia. Então vamos tomar nossos drinques, e você pode me contar tudo sobre sua nova suíte antes que eu tenha de ir embora.

Mary franziu o cenho, então deu de ombros.

— Certo, mas se você não for transferida, vou ficar realmente chateada.

— Não fique. — Demi sorriu e, para distraí-la, perguntou: — Vocês têm um terraço?

— Dois! — Mary sorriu como uma criança na manhã de Natal e disse: — Liam e eu vamos jantar num deles esta noite. Ao ar livre, sob as estrelas... hmm. Hora de um pouco de romance, agora que saímos do buraco!

Romance.

Enquanto Mary falava sobre os planos que tinha feito com o marido para uma noite de sedução, Demi sorria.

Desejava o melhor para sua amiga, contudo, sua experiência ao tentar romance lhe trouxera consequências amargas. Não, não queria saber de romance. Tudo que queria agora era a promessa de que Joe faria a coisa certa, e que lhe permitiria criar seus filhos da maneira que ela quisesse.

Sua cabine estava trancada.

— O que... — Demi deslizou o cartão-chave dentro do compartimento, tirou-o novamente e... nada. A luz vermelha na fechadura ainda piscava, provocando-a. Ela sabia que não ia adiantar, mas mesmo assim, girou a maçaneta com força antes de sacudi-la, como se, de algum modo, pudesse convencer a maldita porta a se abrir.

Mas nada aconteceu.

Demi olhou para trás, vendo a cabine dos Curran, mas nenhuma ajuda viria de lá. O casal feliz estava confortavelmente instalado em seu palácio flutuante.

— O que é ótimo para eles — murmurou Demi.— Mas e quanto a mim?

Desistindo, ela virou-se, encostou-se contra sua porta fechada, e olhou para os dois lados do corredor escuro. Aquilo era fantástico. Sozinha no buraco. Ninguém a quem pudesse pedir ajuda. Ela teria de subir de novo e achar um telefone.

— Perfeito. Simplesmente perfeito. — Sua cabeça estava meio zonza das margueritas, e seu estômago se revolvendo de nervosismo pelo jantar iminente com Joe, e agora nem mesmo podia tomar um banho e trocar de roupa. — Que maravilha.

Demi apertou o botão do elevador, e quando a porta se abriu instantaneamente, ela entrou. A música de fundo era uma horrível versão orquestrada de "Stairway to Hea-ven", que não conseguiu acalmá-la.

Demi saiu no Promenade Deck e foi imediatamente engolida pela multidão de passageiros passeando ao redor das lojas. A área do saguão era em vidro e madeira, com uma claraboia instalada no teto convexo que mostrava um céu de verão azul, salpicado com nuvens brancas e fofas.

Mas ela não estava numa missão exatamente turística. Foi em direção aonde um dos empregados de Joe se encontrava posicionado para ajudar passageiros que queriam respostas às suas perguntas. O homem de camisa vermelha e calça branca, usando um crachá onde se lia Jeff, deu a Demi um sorriso de boas-vindas e perguntou:

— Em que posso ajudá-la?

Ela tentou não descontar sua frustração nele. Afinal de contas, o homem estava tentando ajudar.

— Oi, eu sou Demi Lovato, e estou na cabine 2A no Riviera Deck e...

— Demi Lovato? — interrompeu ele rapidamente, franzindo o cenho de leve, então checando uma prancheta sobre a mesa à sua frente.

— Sim — disse ela, tentando chamar a atenção dele de volta. — Acabo de vir de minha cabine, e meu cartão-chave não funciona, então...

— Sra. Lovato — disse ele, a atitude mudando de amigável para totalmente profissional. — Há uma anotação aqui, pedindo que a senhora seja escoltada ao Splendor Deck.

Onde ficava a nova cabine de Mary. Então Joe a tinha transferido também? Apesar de inesperado, aquilo era um alívio. Uma suíte seria muito mais confortável do que o closet no qual estava.

— Mas...Todas as minhas coisas ainda estão na minha cabine, então realmente preciso ir lá, arrumar a mala e...

— Não, senhora — interrompeu Jeff, sorrindo novamente. — Sua mala já foi arrumada e transferida pelo staff. Se apenas pegar aquele elevador — ele fez uma pausa para apontar em direção a um banco de elevadores oposto a eles — para o Splendor Deck, será recebida e conduzida para sua nova cabine.

Estranho. Ela não sabia como se sentia sobre alguém mexendo nas suas coisas pessoais, mas se isso significava que poderia tomar um banho, trocar de roupa e aprontar-se para encontrar Joe, então aceitaria.

— Certo. Hmm... obrigada.

— Foi um prazer, Sra. Lovato. Espero que aprecie sua estada nos Cruzeiros Jonas.

— Hã-hã. — Ela acenou distraidamente e dirigiu-se aos elevadores. Não havia muita chance de apreciar o cruzeiro quando estava lá para batalhar com o rei da companhia marítima. Não, o máximo que podia esperar era sair do buraco e ir para uma cabine melhor, como cortesia do sr. Joe Jonas.

Quando o elevador parou no Splendor Deck, Demi saiu num corredor largo e lindamente acarpetado. O teto era de vidro, aberto ao céu, mas escuro o bastante para proteger as pessoas do sol direto. As paredes eram pintadas de um tom vibrante, creme, e enfeitadas com quadros de ilhas tropicais, navios e até mesmo cenas simples do mar com suas ondas brancas, que pareciam tão reais que você tinha a impressão de que molharia os dedos se as tocasse.

O que Demi não viu foi alguém para informá-la que direção tomar, uma vez chegando lá. Mas quase antes de o pensamento se formar em sua mente, ela ouviu o som de passos apressados. Virou-se e escondeu sua surpresa ao reconhecer Teresa Hogan, a assistente de Joe.

— Demi. Prazer em vê-la — disse a mulher mais velha, andando na sua direção com passos determinados. O sorriso parecia sincero, e os olhos verdes inteligentes eram calorosos quando ela estendeu a mão num cumprimento amigável. Demi ficou feliz em estender a sua.

— Prazer em vê-la, também, Teresa. — Elas tinham se conhecido durante aquela semana mágica com Joe mais de um ano atrás. Normalmente, como diretora de um dos cruzeiros, Demi nunca teria entrado em contato com a mão direita do grande chefe. Mas como a mulher que teria um caso com Joe, Demi conhecera Teresa quase imediatamente.

Teresa tinha sido bastante amigável, até que a verdade sobre Demi ser uma das funcionárias de Joe aparecera. Então, a fria e eficiente Teresa havia desenhado uma linha na areia, metaforicamente falando. Escolheu defender Joe e se certificar de que Demi nunca mais tivesse a chance de se aproximar dele.

Na época, aquilo deixara Demi furiosa, mas agora podia entender este tipo de lealdade. E até apreciá-la de certa forma.

— Como vai? — Demi sorriu ao perguntar, determinada a manter o tom de voz amigável que Teresa começara.

— Ocupada. — A mulher mais velha deu de ombros. — Você conhece o chefe. Ele nos mantém ocupados.

— Sim — concordou Demi. — Ele sempre nos manteve ocupadas.

Um longo momento desconfortável se passou antes que Teresa dissesse:

— Então, você sabe que as cabines no Riviera Deck foram fechadas.

— E por isso que estou aqui — disse Demi, dando uma olhada para os dois lados do corredor vazio. — Eu vi Mary Curran mais cedo, que me contou que ela e o marido tinham sido transferidos. Então fui à minha cabine e não consegui entrar. Jeff me enviou para cá.

— Ótimo. — Teresa assentiu e nem um fio de seus cabelos escuros e curtos saiu do lugar com o movimento. Ela apontou atrás de Demi para o fim do corredor largo. — A suíte dos Curran é por ali. Agora, se você me acompanhar, eu e levarei para sua nova cabine. Podemos conversar enquanto andamos.

Elas seguiram para o lado oposto dos Curran. Andando em direção à proa do grande navio, Demi olhou casualmente para as obras de arte no caminho, e tentou entender o que estava acontecendo. Ser escoltada pela assistente do dono parecia incomum. Um comissário de bordo não deveria ter sido encarregado de levá-la às suas novas acomodações? Mas isso importava? Demi esforçou-se para acompanhar os passos de Teresa, que parecia estar sempre acelerada.

— Você não imagina — disse Teresa por sobre o ombros —, como Joe ficou apavorado ao descobrir que as cabines do deck mais abaixo tinham sido alugadas.

— Apavorado, não? — Demi fez uma careta. Claramente Teresa ainda era fiel ao chefe. — Então por que ele as alugou?

Teresa diminuiu um pouco o ritmo da caminhada.

— Foi um engano. As cabines baixas deveriam ter sido fechadas antes de deixarmos o porto para esta viagem de estreia. A pessoa responsável por ir contra as ordens do chefe foi repreendida.

— Repreendida? Ou simplesmente demitida sem referências? — perguntou Demi numa voz baixa.

Teresa parou subitamente e Demi quase colidiu com ela.

— Joe não demite pessoas indiscriminadamente, e você sabe disso. — Teresa ergueu o queixo enquanto defendia seu chefe. — Você mentiu para ele. Por isso foi demitida, Demi.

Ela enrubesceu. Sim, mentira. Não pretendera, mas era isso que tinha acontecido. E uma vez que a mentira começara, ela não conseguira encontrar um jeito de sair da situação. Entretanto, ele poderia ter lhe ouvido depois que a verdade havia sido revelada.

— Ele poderia ter me deixado explicar — argumentou Demi, e encontrou os olhos verdes com firmeza.

Apenas por um instante as feições duras de Teresa se suavizaram um pouco. Ela meneou a cabeça e suspirou.

— Ouça, Joe não é perfeito...

— Uma admissão e tanto vindo de você.

Teresa sorriu.

— Verdade. Eu o defendo. Faço o que posso para ajudá-lo. Joe é um ótimo chefe. E tem sido bom para mim. Não estou dizendo que a maneira que ele lidou com a situação de vocês foi certa...

Demi a deteve, erguendo ambas as mãos.

— Sabe de uma coisa? Esqueça isso. Faz mais de um ano. E passado. E qualquer coisa que Joe e eu tivemos acabou.

Teresa inclinou a cabeça para um dos lados e estudou-a pensativamente.

— Você realmente pensa assim?

— Acredite em mim — disse Demi, recomeçando a andar. — Joe me esqueceu completamente.

— Se você diz. — Teresa parou diante de um conjunto de portas duplas. Gesticulando uma mão para as portas com um floreado, murmurou: — Aqui estamos. Sua nova acomodação. Espero que goste.

— Tenho certeza que será maravilhosa. Muito melhor do que Riviera Deck de qualquer forma.

— Oh, não há a menor dúvida quanto a isso — concordou Teresa com um sorriso. — Entre agora. Suas roupas já foram penduradas. Tenho certeza de que eu a verei novamente.

— Certo. — Demi permaneceu parada no corredor, observando Teresa partir. Havia alguma coisa acontecendo ali, pensou, apenas não sabia o que era ainda.

Então ela olhou para seu relógio, viu que tinha menos de uma hora para se aprontar a fim de jantar com Joe, e abriu a porta com o cartão-chave que Teresa lhe dera.

Entrou, respirou fundo e quase desmaiou.

O cômodo era incrível... enorme, espaçoso... com paredes de vidro que mostravam a vista de um oceano que se estendia infinitamente e de um céu azul salpicado de nuvens brancas.

Pisos de madeira clara tinham um brilho dourado, e os móveis espalhados no ambiente pareciam projetados para o conforto. Havia uma lareira em uma parede, um bar de canto, e o que parecia obras de arte inestimáveis decorando as paredes. Havia vasos preenchidos com arranjos gloriosos de flores frescas, que perfumavam o ar, até que ela se sentiu como se estivesse andando num jardim.

— Esta não pode ser a minha cabine — sussurrou Demi, balançando a cabeça de um lado para o outro, enquanto tentava absorver tudo de uma vez. — Tudo bem, ser transferida para uma suíte. Mas esta é o Taj Mahal das suítes. Isso só pode ser um engano.

— Não é um engano — disse Joe, entrando ali e dando-lhe um sorriso que mesmo do outro lado da sala era tentador o bastante para fazê-la arfar. — Esta é a minha suíte, e é onde você vai ficar.

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                       Hey babys mais um capítulo pra vocês!!! Estão gostando?
                       xoxo Nathi

12 comentários:

  1. Joe botou a Demi na Suíte dele, Hum *-*...
    Estou adorando a historia. Poste logo!! Beijos

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  2. Ahhhhhh estou adorando a história :) afinal o Joe ainda se preocupa com a Demi, senao nao a colocava na sua suíte ;)

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  3. SABIA! SABIA QUE ELE IA COLOCAR ELA NA SUITE DELE HAHAHAHA QUERO MAIS, HOJE SE DER, POR FAVOR!!!
    Beijos :3

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  4. selinho pra vc, amor - >
    http://fanficss-jemi.blogspot.com.br/2015/04/selinho-xuxus.html

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  5. Não para.... vou ter um infarto aqui...., continua logoooo!!!!!

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  6. OOOOOO MEU DEUUUUUUUS !!!!
    Muito perfeito!!!!! Maratona por favor né ?! Beijinhos

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  7. OH MY GOD!! posta outri hojeee kkkk

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  8. Posta mais !!!!!!!!! Tudo perfeito ....

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  9. OOOOOOOMMMMMMMGGGGGGGGGG!! Estou embasbacada com o joe,esse é sabe das coisas kkkkkkkk

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  10. CARALHO CARALHO CARALHOOO ELA VAI FOCAR NA MESMA SUITE QUE ELE JA TO ATÉ IMAGINANDO OS ALTOS HOTS QUE VAI ROLAR... ESSA FIC TA LACRANDO GERAL CARA TENTA FAZER UMA MARATONA IA FAZER AS LEITORAS SURTAREM XARAA...
    BJUS POSTA MAIS

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  11. SOCORRO EU SUMO POR UNS DIAS E TEM UMA HISTÓRIA FINALIZADA E ESSA PERFEITA A CAMINHO
    EU ESTOU SURTANDO COM ESSA HISTÓRIA, QUERO QUE JOE CONHECA LOGO AS CRIANÇAS
    SOCORRRRRRRO ELE COLOCOU ELA NA CABINE DELE MEU JESUS!!!!!
    POSTA LOGO NATH
    sam, xoxo

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