21.1.16

Paixão Inesperada - Capitulo 4 - Ressaca


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Joe
Dormir a noite inteira nesse sofá acabou com as minhas costas. Bem, dormir é modo de dizer, afinal se eu consegui fechar meus olhos e perder a consciência por mais de duas horas é muito.
Demorou para que eu conseguisse desligar minha mente e finalmente conseguir dormir, e quando isso aconteceu não demorou muito para que os raios de sol atravessassem a janela e me despertassem.
Eu paguei muito caro nesse sofá, pelo menos essa porra deveria servir para dormir.
Mas tenho que ser honesto, o sofá não foi completamente culpado por eu não conseguir dormir na noite passada.
A culpa disso está dormindo nesse exato momento na minha cama.
Demi Lovato.
A irmãzinha do meu melhor amigo. Aquela que eu vi crescer. Aquela que eu segurei em meus braços pela primeira vez quando tinha pouco mais de um mês de vida.
Foi culpa dela que eu não conseguia desligar minha mente e ter uma boa noite de sono.
Estou preocupado com ela. Ontem à noite, aquela Demi que eu vi, não era ela.
Se embebedar e se atracar com dois desconhecidos? De jeito nenhum que a Demi que eu conheço faria isso.
Mas talvez ela não seja mais a menina que eu conhecia. Depois que me mudei para Dallas e ela foi para a universidade nós perdemos contato.
A cada dia no trabalho parecia que eu ganhava mais responsabilidades. A cada dia eu me tornava mais ocupado e para ver minha própria família demandava de muito esforço da minha parte. Mas eu nunca deixei de visita-los no final de semana, ou então, pelo menos ligar para conferir como todos tinham passado a semana.
E é claro que nessas idas até a fazenda dos meus pais eu ocasionalmente via as gêmeas, mas era sempre breve. Apenas um “Oi, como tem estado?” “Bem, e você?” “Como está a faculdade?” “Ótima” “Que bom, tenho que ir, nos falamos qualquer hora.”
Isso quando nos encontrávamos, era difícil simplesmente encontra-las por lá.
Talvez durante esse tempo distante ela tenha mudado. Talvez com a influência - muito má - de alguma colega ela tenha se transformado da água para o vinho.
Mas eu me recuso acreditar nisso. Demi nunca foi uma menina influenciável, e das gêmeas, sempre foi a com personalidade mais forte.
Algo fez com que ela agisse daquela forma. Ou melhor dizendo, alguém.
Estou cada vez mais convencido que o Vince que ela comentou ontem durante sua falação bêbada, é o mesmo Vince seu namorado, é o mais provável.
Ele deve ter feito algo muito sério para tirar Demi do prumo dessa forma.
Não quero força-la a nada, mas eu preciso saber se esse moleque que ela namora fez algo que obrigue eu e Nick a bater a merda fora dele.
Levando em consideração que ela estava transtornada o suficiente para se embebedar e deixar dois caras desconhecidos toca-la daquela forma, eu diria que eu terei que ter uma conversa com esse tal de Vince. Uma que ele não vai gostar nem um pouco.
A imagem da doce menininha que eu vi crescer, gemendo enquanto um cara estava com a mão dentro da sua saia, vai ficar gravada a ferro na minha mente para sempre.
O que não é o maior dos meus problemas se levado em consideração o que aconteceu depois.
Como eu pude deixar aquilo acontecer?
Como eu pude ter sido tão leviano? Faz muito tempo que eu aprendi a me controlar quando se trata de mulheres. Admito que eu ainda tenho uma vida considerada bem promiscua, mas minha vida hoje em dia comparada com a de quando eu tinha vinte anos é praticamente a de um padre.
Eu me esqueci de tudo quando eu senti os lábios dela nos meus, suas curvas femininas e delicadas contra mim, seu calor se misturando com meu calor.
Foi uma sensação boa para caralho. Eu já troquei calor com muitas mulheres, muitas mesmo. Tantas que eu não posso nem imaginar, e nenhuma me fez sentir como quando eu tinha Demi em meus braços.
Eu não tenho noção do que isso quer dizer, mas não me parece algo bom.
Parece-me que o melhor a fazer é ignorar aquela sensação, esquece-la por completo e continuar vivendo como se eu nunca tivesse beijado, tocado e desejado a irmãzinha do meu melhor amigo.
Simples assim? Simples assim. Afinal, fazer isso não deve ser tão difícil.
Não é como se ela fosse viciante.
Levanto-me e não querendo entrar em meu próprio quarto, vou até a lavanderia e pego uma camisa que estava jogada lá por cima.
Eu sempre durmo pelado. Roupas na hora de dormir me deixam desconfortável. Mas visto que eu estaria dormindo no sofá e Demi estaria no meu quarto, podendo acordar a qualquer hora - apesar de que eu duvido que ela levantasse tão cedo - me obriguei a vestir pelo menos uma calça de moletom.
Colocando a camisa sigo em direção à cozinha. Aquela menina vai estar com uma baita ressaca quando acordar e provavelmente não vai querer comer nada, mas eu estou morrendo de fome.
Quem sabe eu posso preparar para ela uma daquelas bebidas magicas que eu aprendi a fazer e que curam as dores pós-bebedeira, aposto que ela vai precisar muito.
Pego os ovos e o bacon na geladeira e vou preparar meu café da manhã. Ovos mexidos, bacon, torradas e suco de laranja.
Coloco duas fatias de pão de forma na torradeira e enquanto espero ficar pronto quebro e misturo os ovos no pote arredondado de vidro. Fiz um pouco mais caso Demi também queira, nunca se sabe.
A torradeira apita e os pães torrados saltam para fora, coloco-os em um prato e coloco mais duas fatias para preparar.
Em uma frigideira frito as tiras de bacon e em outra remexo os ovos. Pego as coisas no armário para arrumar a mesa, ocasionalmente verificando a comida para não queimar enquanto distribuo os pratos e talheres pela mesa.
Viro-me e mexo os ovos e viro as tiras de bacon. Coço meu queixo e jogo o pano de prato em cima do ombro. Desligo o fogão e despejo a comida em meu prato, deixando um pouco na frigideira para ela.
— Ahhhh.
Escuto um grito vindo de longe, mas inconfundivelmente vem de dentro do meu apartamento. Coloco a frigideira no fogão e vou ver o que diabos fez essa menina gritar desse jeito, mas não é necessário. Escuto uma porta se abrindo e se chocando contra a parede com força e passos descalços batendo apressadamente contra o piso de madeira.
Demi aparece no meu campo de visão. Ela não está com uma cara nada boa, seu cabelo está todo bagunçado e ela está vestindo uma camisa minha. Graças a Deus ela cobre o suficiente de suas pernas e é larga o bastante para caber duas dela ali dentro. Ótimo, isso vai evitar distrações e pensamentos totalmente inapropriados e que eu não devo ter mais sobre ela.
Demi para na porta da cozinha com uma expressão de puro terror na cara. Seus olhos estão tão arregalados que eu acho que vão saltar das orbitas a qualquer segundo.
— Por favor, me diga que nós não transamos! — Ela diz parecendo desesperada.
Então ela está assim por que acha que nós transamos.
Espera um segundo...Acho que pela sua reação eu deveria estar com meu orgulho ferido. Seria tão horrível assim acordar e descobrir que você havia passado a noite comigo?
— Ei, calminha aí, Little Nips. — Chamo-a pelo seu apelido de infância. — Nós não transamos, ok?
Ela coloca a mão na barriga e solta um alto e longo suspiro de alivio.
— Como você está? — Pergunto me sentando em frente ao meu prato de comida.
— Agora que você falou...Aí. — Ela diz levando a mão na cabeça e fazendo uma careta de dor.
— Sente-se aí.
— Não sei se consigo comer alguma coisa. Estou me sentindo péssima. 
Ela diz se sentando mesmo assim.
— Depois do quanto você bebeu não é de se admirar. — Digo baixinho e empurro a caneca com  bebida que eu preparei para ela.
— O que é isso? — Ela pergunta fazendo uma careta para o conteúdo da caneca.
— A aparência não é boa, e o gosto menos ainda. Mas te garanto que isso faz milagre contra a ressaca.
Meio hesitante ela leva a caneca até a boca e toma um gole.
— Urgh! Isso é horrível, a pior bebida que eu já tomei na minha vida.
— Lembre-se disso da próxima vez que quiser encher a cara. — Digo em tom repreensivo.
Ela abaixa a caneca e me olha com a testa franzida.
— Joe, o que aconteceu ontem à noite? Como eu vim parar no seu apartamento?
— Você não se lembra de nada do que aconteceu ontem à noite? — Pergunto desconfiado.
— Não, quer dizer...Antes de eu começar a beber eu me lembro, mas depois é tudo muito nublado, como um borrão.
Não sei se eu fico feliz ou não por sua afirmação. Talvez seja melhor dessa forma. Será mais fácil fingir que aquilo entre nós nunca aconteceu se ela não se lembrar.
— Bom, eu fui ao Eros ontem à noite com alguns amigos meus. Quando estava saindo eu vi você com..Humm...Bem, com dois...Dois caras. Você estava caindo de bêbada e eles estavam querendo se aproveitar disso. Então eu te tirei de lá e te trouxe para meu apartamento.
Ela apoia a testa em seu braço que repousa em cima da mesa e geme, soando doente.
— Sinto muito, não queria estragar sua noite.
— Não se preocupe com isso. Não podia deixar você lá com aqueles caras.
— Não acredito que eu fiz isso. — Ela diz num gemido lamentoso.
— Nem eu...Agora beba. — Digo e empurro a caneca até bater em seu braço. Ela levanta a cabeça e me lança um olhar zangado. — Não olhe para mim assim. Foi você que bebeu até não aguentar mais.
Ela abre a boca para dizer algo mas permanece em silêncio, pega a caneca e fazendo uma careta bebe mais um gole.
— É como lamber a blusa de um jogador do Dallas Cowboy depois de um jogo.
— E como diabos você sabe disso? — Pergunto rindo.
— Não enche. — Ela diz com um leve sorriso no canto dos lábios enquanto toma mais um gole.
Ficamos em silêncio, ela ocasionalmente tomando da sua bebida, sempre fazendo caretas engraçadas, e eu fazendo meu dejejum.
— Se mudar de ideia e quiser comer algo, deixei um pouco para você na frigideira.
— Obrigada. — Ela diz parecendo meio tímida agora. — Por tudo.
Ela me olha com seus doces olhos parecendo caramelo derretido e eu engulo em seco.
— De nada.
— Espero não ter feito ou dito nenhuma besteira para você ontem. — Ela diz bem quando estou bebendo meu suco e eu engasgo.
— Oh não, eu fiz algo estupido, não foi? Por favor, me diga. — Ela diz me olhando com uma carrinha torturada.
— Não, você não fez. — Decido mentir e não lhe contar tudo o que ela fez ontem, só serviria para constrangê-la e deixar um clima estranho entre nós. — Besteira você fez quando se embebedou daquela forma e deu bola para aqueles dois aproveitadores. Aquilo foi muito perigoso, Demi. — Digo sério.
Ela abaixa o olhar com vergonha e faz uma carinha que me faz ter vontade de aninha-la em meus braços e conforta-la até que se sinta melhor.
— Eu sei, sinto muito. Eu fiz besteira.
— Besteira é pouco, mas não importa mais. Você tem que me prometer que não vai mais fazer isso. Prometa.
— Eu prometo. — Ela diz baixinho.
— Prometa de verdade, Demi. Dá próxima vez eu posso não estar lá para te proteger...Prometa que você nunca mais vai beber e sair com estranhos.
— Eu prometo, prometo, ok?
Respiro mais aliviado. É bom que ela tenha entendido o quão sério seus atos foram. Esse mundo está cheio de malucos, aproveitadores e pessoas muito más.
— Você não pode simplesmente ir embora de um bar com uma pessoa que você não conhece. — Digo um pouco irritado depois de imaginar o que poderia ter acontecido com ela se eu não estivesse lá. Será que nunca ninguém disse para essa menina não falar com estranhos? Eu estava lá enquanto ela crescia, me lembro muito bem de tia Dianna orientar as meninas sobre isso.
Ela cruza os braços e me olha com as sobrancelhas levantadas, com uma expressão de acusação.
— O que foi? — Pergunto confuso.
— “Você não pode simplesmente ir embora de um bar com uma pessoa que você não conhece.” — Ela diz imitando minha voz e meu jeito de falar, o qual eu acho que ela está exagerando. — Qual é, Joe, não seja hipócrita. Você faz isso o tempo todo. Aliás, todos os homens fazem e ainda por cima depois se gabam com seus amigos sobre quantas pegaram na balada.
— É diferente. — Digo tentando me justificar.
— Ah é? Posso saber como? — Ela pergunta petulantemente.
— É diferente porque eu sou homem e você...Você é...É...
— Eu sou o que? Vamos, fale...É porque eu sou mulher, não é? Você é mais um daqueles idiotas que acham que só porque são homens podem fazer tudo, não é isso? Pois eu tenho uma novidade para você Joe Jonas, as mulheres também podem ficar com quantos homens elas quiserem, elas também podem sair para beber e ficar com alguém que elas não conhecem só para ter sexo sem compromisso. Isso não é exclusividade de vocês homens idiotas, inúteis, infiéis que só pensam com a maldita cabeça de baixo. — Ela termina seu discurso gritando e em pé, com ambas as mãos apoiadas na mesa e o corpo curvado ameaçadoramente para frente.
Só percebo que havia recuado com o corpo quando me endireito na cadeira. Olho assustado para ela e me pergunto de onde veio toda essa agressividade e raiva contra os homens. Então me lembro de algo que eu quero perguntar-lhe.
— Demi, acalme-se ok? Eu não quis dizer isso, é só que para os homens é menos perigoso. Vocês mulheres são fisicamente mais fracas que nós, e não me olhe assim...É a natureza. A não ser que você seja uma fisiculturista um homem será mais forte que você.
— Você é um idiota, sabia?
— Estou falando sério. Aqueles caras de ontem eram mais fortes que você, facilmente poderiam te forçar a fazer algo que você não quisesse, sem falar que eram dois. Mas eu não vou ficar aqui discutindo com você sobre igualdade entre os sexos. O que eu quero mesmo que você me diga é o porquê você fez o que fez.
— O que você quer dizer? — Ela me pergunta brava.
— Porque você bebeu daquele jeito e resolveu ir embora com aqueles caras? Você não é assim, eu sei.
Sua expressão muda para uma mais triste e ela desvia o olhar.
— Me fale o que aconteceu para você agir daquela forma. — Peço.
Ela continua encarando a caneca a sua frente e não diz nada.
— Isso tem alguma coisa a ver com esse tal de Vince? — Assim que digo seu nome ela me olha surpresa, posso ver sofrimento em seu olhar também, como se ouvir esse nome lhe causasse dor.
— Você disse o nome dele ontem. — Respondo a pergunta silenciosa estampada em seus olhos.
— Ele não tem nada a ver com isso. — Ela diz pouco convincente.
— Ah não? Então porque você disse o nome dele?
— Não faço a mínima ideia.
— Lembro-me muito bem de você dizer algo sobre se ele acha que você vai sofrer por ele, ele está muito enganado e sobre dormir com quantos caras você conseguir e depois esfregar isso na cara dele. E se não me engano tinha uma vadia no meio dessa história também.
— Aparentemente eu falo muito quando estou bêbada. — Ela diz parecendo amargurada.
Ela não tem ideia. E poderia dizer que ela faz muito também.
— Anda logo Little Nips, fale de uma vez.
— Não tem nada a ser dito. Eu realmente preciso ter um motivo para querer sair e me divertir?
— Eu realmente espero que sim. Porque sair e fazer besteira com motivo já é burrice, agora sem um...Aí já é demais.
Ela revira os olhos e solta um grunhido.
— Eu vou embora. Obrigada por ontem e por essa bebida horrível. — Ela diz irritada e se levanta, mas eu sou mais rápido e a seguro pelo braço.
— Espere. Não vá. — Peço.
Ela, de má vontade, se senta novamente.
— Eu só quero te ajudar. Eu me importo com você. Se estiver acontecendo algo, então quero saber. Por favor.
Ela me olha fixamente e eu quase posso ver as engrenagens girando em sua cabeça, decidindo se me conta ou não. Por fim ela solta um suspiro, como se estivesse desistindo e me diz:
— Tudo bem, eu vou contar. Mas só se você me prometer que não vai contar para ninguém, principalmente para o Nick.
— Eu prometo.
— É sério, Joe. Eu não contei isso para ninguém, e não quero que ninguém saiba.
— Tudo bem, eu prometi, não vou contar nada.
— Tudo bem então...Não sei se você sabe mas eu estava namorando com o Vince há um ano.
— Seu irmão havia comentado algo um tempo atrás. — Digo.
— Quando eu conheci ele, logo fiquei sabendo da fama que ele tinha na faculdade. Ele era um pegador. Já ficou com praticamente todas as meninas da universidade. Nós nos tornamos amigos e ficamos assim por um bom tempo. Bem, para encurtar a história, ele me disse que queria algo sério comigo, que havia mudado por mim e que não queria saber mais de nenhuma outra mulher. Eu acreditei. Deixei-me envolver e me apaixonei loucamente por ele...Uma semana atrás eu peguei ele na cama com a minha amiga, ou pelo menos eu achava ser, e que também é minha colega de quarto. Eles estavam no meu dormitório, eu abri a porta do quarto e os dois estavam... — Ela cobre o rosto com a mão e não termina a frase. Parece se engasgar com as palavras.
Eu não conheço esse cara. Nunca o vi. Mas eu odeio-o.
Como alguém pode trair uma menina tão doce, linda e maravilhosa como Demi? Esse filho da puta. Se ele aparecer na minha frente eu vou arrebentar a cara do desgraçado.
— Sinto muito. — Digo sem saber o que mais devo dizer.
— Eu sei o que você está pensando. Que é um exagero minha reação, que amores vem e vão, não é?
— Não estou pensando nada disso. E não acho que você esteja exagerando, quando uma pessoa que gostamos muito nos magoa profundamente...Bem, isso quebra nosso coração. É normal querer esquecer, e cada um tem o seu jeito. O seu foi enchendo a cara, não foi um bom jeito, mas foi o que você achou que te faria esquecer. Não te culpo por tentar.
Agora o que ela me falou ontem a noite faz mais sentindo. Quando ela tirou a roupa e disse que queria que eu a fizesse se esquecer.
Sinto um aperto no estômago e um gosto amargo na boca.
O amor é tão perigoso, olha só o que ele pode fazer com quem se permite desfruta-lo. Ele pode destruir uma pessoa, acabar com ela por completo.
Observando os olhinhos tristes de Demi eu vejo que é exatamente isso que aquele filho da puta fez com ela.
Fecho minhas mãos em punhos e tenho que lutar contra a vontade de bater em algo com toda a minha força.
— Não foi a primeira vez que isso aconteceu. — Ela diz de cabeça baixa e com a voz não mais que um sussurro.
— Como assim?
— Eu tive um namorado antes do Vince, o Todd, lembra?
Faço que sim com a cabeça.
— Ele foi meu primeiro namorado. Ele me traiu também, foi por isso que nós terminamos, mas eu não contei para ninguém. Quando eu descobri terminei com ele na hora, mesmo me doendo muito. — Ela fixa o olhar em mim mas parece não me enxergar. Solta uma risada sem humor nenhum, uma quase amarga. — Ele disse para todo mundo que ele havia terminado comigo, e que ele havia me traído porque eu era muito...Frígida.
Não achava que era possível ficar com mais raiva. Mas estava errado.
Todd.
Mais um nome na lista de caras que eu tenho que deixar em coma.
— O que era mentira porque eu e Todd nunca chegamos a...Bem, você sabe, nós nunca transamos. Talvez seja por isso que ele tenha me traído, mas esse não é o caso com Vince.
Tudo bem, imaginar que a minha Little Nips não é mais virgem não é algo que me agrade nem um pouco. Faço uma careta ao pensar sobre isso.
— Talvez ele esteja certo. — Ela diz.
— Quem?
— Todd. Talvez ele esteja certo sobre eu ser frígida. Ele não tinha como saber, falou aquilo só para me atingir, mas talvez ele tenha acertado. Foi por isso que Vince precisou procurar outra mulher, porque eu não pude agrada-lo, não fui o suficiente.
— Hey, calma aí. Nunca mais fale isso Demi. Entendeu? Nunca mais fale isso. O que esses dois babacas fizeram não tem nada a ver com você. Eles são uns filhos da puta que não foram capazes de enxergar o tesouro que possuíam.
— Tá bom. — Ela ri em deboche e parece não acreditar no que eu disse.
— Estou falando muito sério, Demi. A culpa dessas traições não foi sua. Qualquer cara teria muita sorte de ter você.
— Então porque eles fizeram isso comigo, Joe? — Ela me olha com os olhos ameaçando transbordar em lágrimas.
— Porque eles são uns ferrados. — Respondo.
— Sabe o que é pior... — A voz dela tremula. — Eu realmente amo o Vince. — Ela não consegue mais segurar e as lágrimas escorrem livremente por sua bochecha rosada.
Seus ombros começam a chacoalhar e ela cobre o rosto com as mãos.
Foda. Foda. Foda.
O que eu devo fazer quando uma mulher está chorando? Eu não sei como agir nessa situação.
— Eu ainda o amo, muito...Meu coração está doendo tanto. — Sua voz abafada por sua mão que cobre o rosto.
Nesse momento posso jurar que sinto dor física. Sinto meu coração se rachando e se quebrando. Um buraco em meu peito é aberto.
Deus, como alguém pode fazer isso com ela? Sinto que faria qualquer coisa só para fazê-la parar de chorar e sorrir novamente.
Estico meu braço e puxo seu corpo leve e pequeno para meu colo. Ela vem sem resistência alguma, se senta em meu colo e me envolve com os braços, sua cabeça escondida em meu pescoço.
Abraço-a forte e acaricio seus cabelos. Seu corpo dá pulinhos em meu colo a cada soluço.
— Tudo vai ficar bem, Little Nips. Tudo vai ficar bem. — Tento reconforta-la mas ela balança a cabeça discordando de mim. — Vai sim, você vai ver. Você vai esquecê-lo.
— Mas eu não quero esquece-lo. Eu o amo. — Ela diz toda quebradiça.
— Gostaria de ter as palavras certas para te dizer, para fazer tudo ficar melhor. Mas eu não as tenho.
Ela diminui o choro e levanta a cabeça, me encarando nos olhos.
Seu nariz e olhos estão vermelhos e sua expressão é tão triste, de tanta dor, que sinto como se tivesse levado um soco no estômago.
— Não chore mais, ele não merece suas lágrimas. — Digo limpando as manchas que as lagrimas fizeram em sua bochecha. Acaricio sua pele macia com meu polegar e lhe ofereço um sorriso tímido. Não estou com nenhuma vontade de sorri agora, mas me esforço por ela. — Ele não te merece. Você é incrível Demi, merece alguém muito melhor que ele.
— Eu quero ele. — Ela diz ameaçando derramar as lágrimas que parece ter sob controle agora.
— Ele não te merece. — Repito.
— Mas eu quero ele. Eu preciso dele. — Ela diz fazendo um biquinho.
— Você vai perdoa-lo então?
— Eu...Eu não sei. O que ele fez me magoou demais, não sei se sou capaz de perdoa-lo. Mas eu sei que essa última semana tem sido um inferno, não aguento mais ficar longe dele. Queria perdoa-lo e que voltássemos a ser felizes como antes, mas também tem o meu orgulho que não me deixa. Não sei o que fazer.
— Tenho certeza que logo você descobrira o que deve ser feito.
— Espero que sim.
— Sei que sim. Mas seja o que for, eu só quero que a sua decisão seja aquilo que for o melhor para você. Ok?
— Ok. — Ela diz e eu até ganho um sorrisinho. Um caso imperceptível, mas mesmo assim não deixa de ser um sorriso. — Muito obrigada, Joe. Por ontem, por hoje...Por tudo. — Ela diz e me dá um beijo na bochecha. Por um segundo pude jurar que senti como se uma corrente elétrica estivesse passando por meu corpo, mas então seus lábios se afastaram e tão rápido como veio, a sensação foi embora.
— De nada, Little Nips. Sempre que precisar.

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Se nesse capítulo tiver no mínimo 6 comentários, faço maratona
xoxo

7 comentários:

  1. Ai ai o que o amor faz a uma pessoa... quando corre bem é um espectáculo, agora quando corre mal é uma porra.
    Apesar de ser difícil ela deve tentar seguir em frente, se ele realmente a amasse não a tinha traído, ele não a merece. E o Joe pode apoiar nisso ;)
    Maratona, maratona, maratona!!!! :)

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  2. Tadinha da Demi.... tomara que o Joe dê um corretivo nesse Vince..... maratona por favor!!!

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  3. Ai meu Deus como o Joe foi fofo.
    Acho que ela não pode voltar pro Vince, ela tem que ser forte e superar.
    O joe já esta se apaixonando que lindo, quero ver só quando ele perceber.
    Ai MDS MARATONAA :)

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  4. Aaaaai meu Deus!!! O que é essa fic já estou amandoooo pelo amor de Deus vamos fazer uma maratona

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  5. A Demi não se pode deixar enganar novamente por esse Vince, o Joe precisa é de lhe dar uma lição.
    Faz maratona!!!!
    Ass: Sara Maria

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  6. ❤❤❤❤
    Faz maratona, por favor!!
    Posta logo....

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  7. Não acredito que a Demi vai voltar com o Vince!!! Não deixa não Joe!!! Posta mais!!!

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