18.8.15

Dois Pequenos Milagres - Capitulo 7

Joe dormiu até as nove horas na manhã seguinte, algo que ele jamais fazia.

Preocupada, Demi entrara no quarto dele às 9h da ma­nhã, para checar como ele estava. Ele roncava. As cober­tas haviam caído para um lado, mas o quarto estava aque­cido, então ela pensou que, mesmo que ele estivesse nu, não estaria com frio.

O desejo de se enfiar na cama e tomá-lo em seus braços quase a dominara, mas, em vez disso, ela se afastara na ponta dos pés, tirara as meninas de seus berços e voltara para baixo, pra lavar roupa e deixar Murphy sair para o jardim para brincar.

*****
— Demi? O que um homem tem que fazer aqui para con­seguir uma xícara de chá?

— Oh, bom dia! Que tal colocar a chaleira no fogo? — sugeriu ela. Ele fez isso e depois se abaixou é disse "olá" para os bebês, que estavam bem-humorados no cercadinho.

E olhou as meninas e riu. A primeira risada de verdade que ela ouvira dele em anos, e então o riso enfraqueceu e os olhos deles se encontraram, e ele prendeu a respiração.

Ela soube disso, porque podia ver seu peito paralisado e o coração dele estava batendo forte, o pulso visivelmente acelerado no pescoço, pulsando ao mesmo compasso que o dela. Ela fez um bule de chá e preparou algumas torradas.

— Então, o que vamos fazer hoje? — perguntou ela.

— Como está o tempo lá fora?

— Frio. Brilhante e ensolarado, mas frio. O vento está gelado.

— Vamos às compras?

— É uma boa ideia. E podíamos comprar algumas roupas para elas. Essas meninas crescem como plantas. — Demi estava encantada com a ideia, não pelas coisas que com­prariam em si, mas porque nunca houvera tempo para compras na vida antiga deles, ou para nada que não fosse trabalho.

— Bem, vamos a Lakeside — sugeriu ela. — Há todos os tipos de lojas lá, e é tudo coberto. Podemos tirar o dia para isso.

*****

Eles compraram um portão de proteção para a escada, roupas, fraldas e tantos brinquedos que ele acabara tendo que fazer mais de uma viagem até o carro para levar tudo. Numa das idas e vindas, surpreendeu Demi, que observava ardentemente uma loja de roupas. Para mulheres.

— Quando foi a última vez que você comprou alguma coisa nova? — perguntou ele, e ela sorriu de modo estranho.

— O que, sem contar jeans e suéteres? Não me lembro. Mas não preciso de mais nada.

— Sim, você precisa — disse ele para ela. — Claro que você precisa.

— Para usar quando?

— Quando eu levar você para jantar fora?

— Com os bebês a tiracolo?

— Não. Quando tivermos uma babá.

— Não conheço uma babá; bem, com exceção de Jane, e ela não está acostumada a servir de babá para mim du­rante as noites. Normalmente deixo as meninas com ela se preciso ir a algum lugar aonde não possa levá-las.

— Minha mãe?

— Linda? Ela mora em Londres.

— Ela pode vir.

— O que, apenas para que você possa me levar para jantar?

— Nós poderíamos ir para Londres.

— Por que não comprar um vestido? Algo bonito. Você pode levar tudo para experimentar em casa se quiser.

— Eu não quero. — Ela soou um tanto áspera e Joe se surpreendeu.

— Oh, Demi, não seja orgulhosa. Eu não estava criti­cando suas roupas, só pensei que você quisesse algo boni­to... — Ele se interrompeu. — Não importa. Esqueça isso. Desculpe.

E, sem esperar pela resposta dela, ele se afastou.

Droga.

Ela o interpretara mal? Porque ela amava comprar roupas novas, algo bonito que caísse bem em seu corpo novo e diferente e a fizesse se sentir uma mulher nova­mente, em vez de uma máquina de leite.

Lingerie. Lingerie linda e sexy.

Para Joe?

Ela agarrou-se ao carrinho de bebê e correu atrás dele.

— Joe? Joe, pare! Por favor! Ele parou e ela o alcançou e tentou um sorriso.

— Desculpe, você está certo. Adoro comprar coisas novas. E, na verdade, preciso comprar coisas novas. Você pode carregar isso?

— Só se eu puder ver o que você vai escolher.

— Oh, eu estava falando sobre lingerie, na realidade. Os olhos dele se iluminaram, em seguida escureceram.

— Melhor assim — murmurou ele, e ela corou. Ele suspirou.

— Por que eu não levo as crianças comigo e volto para pagar as compras e buscá-la em uma hora?

— Você não tem que pagar! — ela protestou, mas ele apenas levantou uma sobrancelha.

— Demi, você é minha mulher — disse ele com firmeza. — E eu ficarei muito feliz em pagar pelas suas roupas.

— Desculpe. Certo, eu vou ser o mais rápida que pu­der. Não as deixe sozinhas.

Ele olhou para ela, e então se virou e se misturou à multidão, fazendo com que ela se sentisse repentinamente de mãos vazias e perdida.

Vamos lá, Demi, disse a si mesma. Organização. Lingerie primeiro, depois uma blusa, depois calças.

*****

— De quanto tempo ela pode precisar, meninas?

Ele deu uma risada, um pouco arrependido, e Ava al­cançou sua mão e gorgolejou para ele.

— Pa-pa — disse ela, e ele sentiu seus olhos marejados.

— Oh, garotinha esperta — disse ele, fazendo um es­forço para não passar vergonha em público, mas então ela disse "mama" e ele concluiu que ela estava apenas tagarelando.

Que idiota. Claro que ela estava.

Ele ficou em pé e olhou em volta. O que poderia entretê-las? Havia uma livraria no centro comercial ele foi até lá e viu um livro de culinária pra iniciantes.

Ele ia cozinhar para ela. Mas o quê?

Peixe. Ela amava peixe. Atum fresco? Ele folheou o livro de receitas e escolheu uma receita que parecia pro­missora, com atum e batatas.

*****

Uma hora depois, ele a encontrou junto ao balcão de uma loja cara, com uma braçada de roupas, esperando por ele. Ele pagou pelas compras e, com suas meninas seguras nas cadeiras especiais para carros, ele foram para casa. Tão felizes que mal podiam acreditar.

*****

— O que é isso? — perguntou pia entrando na cozinha, e ele sorriu.

— Jantar. Vou cozinhar para você.

— Mesmo? — Oh, Deus, aquilo soava formidável, mas ela ainda podia sentir o cheiro de alho em sua pele depois da paella e não tinha ideia do que ele iria fazer desta vez.

— Não se preocupe, não tem alho — prometeu ele com um sorriso malicioso e ela riu, pouco à vontade.

— Desculpe. Então, o que teremos?

— Segredo — disse ele. — Estou cozinhando. Tudo que você tem que fazer é vestir algo bonito e fazer as hon­ras da casa.

Pouco depois, lá estava ela, limpa e arrumada, usando um leve toque de maquiagem pela primeira vez em meses, contemplando suas compras sem saber o que usar. Uma das novas blusinhas? A rendada, que tinha um mi­núsculo corpete por baixo, talvez? Ou a de seda lindamen­te bordada?

Renda, decidiu ela, e então escolheu um conjunto de cal­cinha e sutiã combinando. Ela só trouxera apenas uma calça, mas lhe caíra tão bem que ela estava encantada com ela, e a vestiu para complementar o visual, afastou-se para olhar para si mesma e seus olhos brilharam.

Uau. Ela estava mesmo muito bem, parecia feminina, elegante e, sim, bonita. E isso a fez sentir como se ganhasse um milhão de dólares. Com um toque de malícia, ela borrifou perfume no are andou através dele, então deslizou em seus saltos altos e desceu as escadas. Ele estava sentado à mesa, folheando uma revista, olhou para cima e seu queixo caiu.

— Uau. —- Ele tomou fôlego, e, levantando, colocou a revista de lado e caminhou até ela, seus olhos fixos nela. — Vire-se — instruiu ele, com ansiedade em sua voz, e ela se virou, devagar, e então olhou para ele e encontrou seus olhos. Ele estava queimando por dentro, um fogo azul em seus olhos. Como azul poderia ser uma cor fria? Não em Joe. Oh, não.

— Estou bem? — perguntou ela, um pouco constrangida.

— Oh, sim, você está — disse ele, sua voz levemente áspera e dura. Ele ficou ali por alguns segundos, analisando-a, então com outro sorriso malicioso ele deu um passo para trás e puxou uma cadeira para ela. — Gostaria de se sentar, senhora?

— Obrigada.

Ela sorriu para ele quando ele estendeu um guardanapo sobre o colo dela com um floreio.

Demi farejou o ar. Atum?

Joe colocou uma colher de manteiga nas batatas e as polvilhou com cebolinha picada, para depois levá-las até a mesa, colocando lá as postas de atum, e colocou um prato em frente a ela com outro daqueles floreios, que ela concluiu fazerem parte da refeição.

— Salada, senhora?

— Obrigada. Murphy, para a cama, isso não é para você. Joe, sente-se.

— Eu não estou certo de que você deva me colocar no mesmo nível que o cachorro.

— Claro que não. Bom garoto.

Com um pequeno suspiro, ele serviu as batatas para ela.

Estava tudo delicioso, preparado com perfeição. O vi­nho era delicado, não tão gelado que o sabor se perdesse, e de sobremesa tiveram petit gâteau com morangos fres­cos, com um cabernet escuro e encorpado que era um complemento perfeito.

— Uau, Joe, estava fabuloso — disse ela, afastando seu prato e sorrindo para ele, maravilhada.

Para surpresa dela, ele corou levemente e deu um sorri­so meio constrangido.

— Obrigado. Apenas li as instruções.

— Não, você fez muito mais que isso. Você teve muito trabalho para fazer tudo certo, e estava maravilhoso. Obrigada.

— Café na sala de estar?

— Seria adorável.

— Vamos lá, então, vá e sente-se. Vou colocar a louça na máquina enquanto a chaleira ferve.

Ela saiu e foi se sentar na sala de estar com Murphy, e colocou outro pedaço de lenha no fogo. Então, se sentou no sofá para esperar por ele. Murphy estava farejando a mesa e ela o afastou gentilmente com o pé e olhou para o pequeno prato que ele estava xeretando.

Trufas?

Joe veio para a sala com a bandeja do café e deu uma trufa para o cão.

— Chocolate para o cachorro, Joe?

— Só uma. O resto é nosso — disse ele, sentando ao lado dela no sofá e lhe entregando seu café. — Abra a boca.

E ele colocou uma das trufas na boca de Demi.

— Humm. São maravilhosas — disse ela.

Ele passou um dedo em seu rosto e sorriu meio mali­ciosamente.

— Sabe, eu pensei que você estivesse linda hoje pela manhã, mas agora...

O dedo dele baixou, deslizando ao redor do decote do top dela, seguindo o contorno do espaço entre seus seios, e ela sentiu o ar fugir de seus pulmões.

— Joe...

Ela se inclinou e pegou um chocolate, e gentilmente colocou o doce na boca dele. Ele se aproximou mais e mais, seus lábios roçando os dedos dela, seus olhos fixos nos olhos dela, quentes, escuros e perigosos, e ela se sen­tiu derreter.

Ela o queria.

Agora. Esta noite.

— Joe... — sussurrou ela. — Leve-me para a cama.

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Próximo capítulo pega fogo #ChamaOBombeiro kkkkkkkkkkk
Comentem...
xoxo

6 comentários:

  1. Eita que a coisa ta ficando boa... posta mais

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Eitaaaaaaaa... Vai ocorre um incêndio, preparem seus baldinhos de água bem gelada kkkkkkkk

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  4. amannnnndooo!!!
    saudades de comentar por aqui ... mas a vida anda muito complicada!
    prometo não sumir mais !!!
    posta mais <3

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