12.2.16

Paixão Inesperada - Capitulo 17 (1/2) - Love Sucks


~


Joe

— Esse lugar é muito chique. — Demi comenta observando o ambiente.

— Você merece. — Digo dando-lhe um sorriso nervoso. “Isso e o que mais você quiser”.

— Se eu soubesse que veríamos a um lugar como esse, teria me vestido melhor. — Ela diz com um sorriso tímido.

— Não sei do que você está falando. Você está linda, como sempre. — Digo e vejo suas bochechas corarem um pouco. Depois de tudo que já fizemos juntos, era de se esperar que ela não sentisse mais vergonha, e o fato de ela ainda corar quando eu a elogio me fascina.

Estou tão nervoso, sinto praticamente todas as partes do meu corpo suando. Demi e eu estamos em um encontro - mas ela não sabe disso - e eu nunca estive em um antes, ela acha que foi só um convite para jantar, mas para mim é a chance de mostrar como eu me sinto através das minhas atitudes. Eu não faço a mínima ideia de como contar para ela como eu me sinto, então resolvi tentar mostrar. Acho que ela já deve ter percebido que dos últimos dias para cá, eu venho a tratando diferente. Eu realmente espero que ela tenha notado a diferença.

Se ela percebesse o que eu sinto sem tem que me fazer falar seria uma maravilha, porque só de pensar em me declarar para ela, sinto uma dor no estômago e minha garganta se fechando.

Quando levanto a mão para pegar a taça de vinho, percebo vergonhosamente que ela está tremendo um pouco, pego a taça rapidamente para que ela não veja o tremor e na minha pressa, ao trazer a taça em direção à boca, eu a bato no meu prato, provocando um alto barulho agudo e fazendo com que alguns casais nas mesas mais próximas virem o pescoço para me encarar.

— Joe, está tudo bem com você? — Ela pergunta me olhando analisadoramente.

— Sim, sim está tudo ótimo. Porque a pergunta?

— Sei lá, você parece um pouco...Nervoso. Está tudo bem mesmo?

— Não, bobagem, porque eu estaria nervoso? — Faço uma pergunta retórica e sorrio nervosamente. — Garçom. — Chamo-o ansioso para mudar de assunto.

“Merda! Se controle, Joe.”

— Estamos prontos para fazer o pedido.

— Sim, senhor. 

Fazemos nossos pedidos. Eu escolho a plancha de grelhados do mar com aspargos frescos, cogumelos e batatinhas na manteiga de limão com alho crocante, e uma salada caprese. Demi pede ravióli de queijo gruyére com picadinho de mignon e cogumelos paris, e uma salada pomodori. Para sobremesa pedimos uma Tarte

Tartin caramelizada de maçã com sorvete de baunilha para dois.

— Então, como está o trabalho? — Demi pergunta depois que o garçom se afasta da nossa mesa.

— Está indo muito bem. — “Tirando o fato de eu ter cometido erros horrendos porque não parava de pensar em você”.

— E aquela proposta da qual você havia me falado, ocorreu tudo bem? — Ela pergunta parecendo genuinamente interessada e eu me surpreendo dela ainda se lembrar sobre isso.

— Ah sim, a proposta da Thompson Reuters. Foi melhor do que eu esperava.

— Sabia que você ia conseguir. — Ela me diz dando um sorriso orgulhoso. — Você assinou o contrato, então?

— Ainda não. Carlson Thompson, o dono da Thompson Reuters, é quem tem que assinar o contrato. Ele me pediu para adiar o fechamento da nossa parceria até que ele voltasse da Bélgica. Vou me encontrar com ele essa semana.

— Isso é ótimo, Joe. Deve ser maravilhoso conseguir ser bem sucedido fazendo aquilo que se gosta.

— De fato, é sim. Tenho certeza que você será a melhor aluna graduada em História da Arte que a UTD jamais viu, então você vai ver por si mesma o quão gratificante é. Aposto que você vai trabalhar em vários museus ao redor do mundo e vai ser a profissional mais solicitada. — Ela começa a rir antes mesmo de eu terminar de falar.

— Está bem... — Ela diz revirando os olhos.

— Não, é verdade. Você sempre se dedica com afinco a tudo o que faz, além do mais, pela quantidade de noites que você me trocou pelos livros, é melhor que você seja boa mesmo. — Digo dando-lhe um sorriso malicioso e me sentindo relaxado pela primeira vez na noite.

— Ah é, se não você vai fazer o que? — Ela pergunta rindo.

— Se não vou ter que te castigar. Quem sabe, talvez amarra-la na cama e lhe dar alguns tapas. — Digo mudando o tom de voz, dizendo as palavras provocantes em um tom mais baixo e grave, de um modo sensual, e olhando-a maliciosamente.

Seus olhos adquirem um brilho faminto, seus lábios se separam e sua respiração fica difícil, como se o ar de repente tivesse se tornado mais denso.

Olhamos um nos olhos do outro, e nesse momento sinto que nos conectamos de alguma forma, fico em transe, hipnotizado por suas duas belas esmeraldas. Sinto meu desejo por ela aumentando, me deixando com um calor infernal e uma vontade enlouquecedora de lhe arrancar a roupa.

— Aqui está, senhor...Senhora. — A mágica do momento é quebrada quando o garçom traz nossos pratos, ele reabastece nossos copos com vinho e nos deixa a sós.

— Bom apetite.

— Obrigado. — Demi e eu dizemos ao mesmo tempo.

Durante o jantar, eu fui me permitindo me sentir mais a vontade, mas a chama inicial do nervosismo ainda estava presente. É como se depois do que eu descobri, eu tivesse perdido completamente a capacidade de simplesmente ficar perto de Demi, agora que eu sei que eu gosto dela, me sinto nervoso e desesperado para provar algo, eu só não sei o que exatamente.

Quando estamos comendo a sobremesa Demi tenta disfarçar um bocejo, mas percebo pelos seus olhos cansados que está na hora de ir.

Pago a conta e seguimos lado a lado e em silêncio para o estacionamento.

Ela caminha tão perto de mim, seu corpo quase se encostando ao meu. Meu olhar se concentra na sua mão pendendo livremente ao lado do corpo, e então sutilmente eu entrelaço nossos dedos. Minha atitude inocente parece assusta-la, ela afasta a mão e me olha com um olhar indecifrável.

— O que você está fazendo?

— Nada. — Respondo constrangido com a rejeição.

Eu sou bom o suficiente para dar-lhe orgasmos, mas aparentemente não para segurar sua mão em público, percebo com tristeza.

Só queria toca-la. Toca-la sem que isso necessariamente leve-nos a fazer sexo, queria apenas poder sentir seu calor, beija-la na frente de todos e dizer a todos que estamos juntos.

Mas não estamos. Não do jeito que eu gostaria.

Ótimo, a parte do sofrimento de se estar apaixonado já começou, quando a parte boa vai vir? Será que eu finalmente comecei a sentir algo por alguém, apenas para não ser correspondido?

Isso seria uma bela de uma sacanagem do universo.

Quando estaciono em frente ao dormitório de Demi, um desânimo enorme se infiltra em mim.

— Não tem mesmo como você passar a noite comigo hoje? — Pergunto numa última tentativa patética de salvar minha noite.

— Sinto muito.

— Tudo bem. — Não está tudo bem, não. — A gente se vê amanhã, então.

— Certo, até amanhã. — Ela abre a porta e faz menção de sair, mas para quando sente minha mão em seu ombro.

Deslizo minha mão para seu pescoço e a puxo para um beijo. Tento transmitir todos os meus sentimentos por ela nesse beijo; Paixão, carinho, necessidade...Espero que ela sinta.

— Boa noite, Little Nips. — Sussurro, nossos lábios ainda se encostando.

— Boa noite, Joe. — Ela diz com a voz rouca. Percebo com felicidade que ela parece sim, afetada pelo nosso beijo.

Observo ela sair do carro e subir os degraus de pedra do prédio. Antes de passar pela porta se vira e me olha por um segundo. Não sorri ou acena, apenas me olha com uma tristeza que me pega desprevenido e me angustia.

Mas então ela entra no prédio e me deixa encarando a porta com a testa franzida.

“O que será que a está incomodando?”                  

Demi

Tenho que subir as escadas até meu apartamento me apoiando nas paredes.

O que foi aquilo que acabou de acontecer? Aquele beijo...

Por um momento parecia que, bem, parecia que ele estava querendo me dizer alguma coisa, parecia que havia sentimento ali. Foi tão intenso e cheio de paixão que eu ainda sinto minhas pernas fracas.

Quase parecia que ele gostava de mim, depois daquele beijo eu até poderia acreditar nisso, se não fosse pelo fato que é do Joe Jonas que estamos falando. Ele simplesmente não é assim, como Miley fez muita questão de ressaltar. Falando nela, Miley vai me matar quando descobrir que eu e Joe voltamos com o nosso...Lance.

Abro a porta e entro no apartamento escuro, encosto-me à porta fechada e traço com os dedos o sorriso bobo que se forma em meus lábios.

Pode até ter sido coisa da minha cabeça, mas o beijo foi bom de qualquer forma. Acho que eu seria a mulher mais feliz do mundo se o Joe realmente tivesse me beijado com algo a mais, se ele estivesse começando a desenvolver sentimentos por mim.

Mas que porcaria, porque ele tem que ser tão viciante? Eu sei que para evitar me machucar em um futuro muito próximo, quando ele me der um pé na bunda, eu mesma tinha que parar com isso agora, mas eu não consigo. Sei que pode parecer degradante, mas eu preciso aproveitar o que ele me dá e pelo tempo que ele quiser, não consigo simplesmente me afastar agora só porque é o certo a se fazer.

Se eu soubesse que ia acabar me apaixonante justo por ele, não teria aceitado a proposta que ele me fez alguns meses atrás. Mas agora é tarde demais, eu estou tão apaixonado por Joe como eu nunca estive antes. Nem mesmo com Vince, que eu tenho certeza ter sido o cara pelo qual eu mais me apaixonei antes de Joe. Mas agora, o que eu sentia por Vince parece brincadeira de criança, se comparado com o que estou sentindo por Joe.

Vou até meu quarto e tranco a porta, vou até a mesa de madeira e ligo meu computador. Respondo alguns e-mails e dou uma olhada em algumas promoções que eu recebi. Nada que me interesse, a não ser por um e-mail especifico de uma loja de noivas.

Eu sou uma das damas de honra de Dani, juntamente com Miley, Gwen – a melhor amiga da minha prima – e Mitchie, outra amiga de Dani. E como é o nosso dever ajudar em tudo que tem relação a esse casamento e garantir que tudo seja perfeito, desde que ela me fez o convite para ser sua madrinha eu estou de olho em tudo que envolve casamentos; Buffets, floriculturas, spas, lojas de noiva, loja de tecidos, decoradores, ofertas de passagem aérea para a lua de mel, etc.

Cadastrei meu e-mail em pelo menos trinta e dois sites diferentes para receber ofertas e novidades.

E esse e-mail que eu recebi de uma loja de Austin especializada em vestidos de noiva me deixou bem empolgada, eles receberam alguns modelos novos e eu tenho certeza que isso vai animar Dani.

O casamento é em mais ou menos um mês, e tudo já está pronto ou quase pronto. Como Kevin estava desesperado para se casar logo, o gênio marcou a data para apenas dois meses depois da formatura de Dani, é claro que como não é ele quem está tendo de organizar tudo, para ele apenas dois meses soou um tempo muito razoável.

Eu, Miley, mamãe, Denise, Mitchie, Bárbara e Dani temos feito o que podemos para organizar esse casamento a tempo, até Gwen e Bárbara, que moram em outro estado tem ajudado como podem, fazendo telefonemas e mandando os convites eletrônicos por e-mail. O fato de tanto o noivo como a noiva quererem algo simples, também é de grande ajuda.

Conseguimos organizar um casamento lindo e do jeito que Dani queria em muito pouco tempo, agora só falta alguns pequenos ajustes, mas o essencial já está pronto. Quer dizer, menos uma coisa, e justamente uma das mais importantes.

O vestido de noiva da Dani.

A coitadinha está quase arrancando os cabelos por ainda não ter achado o vestido perfeito. Ela ficou louca porque alguém tinha dito para ela que todo o casamento gira em torno do vestido de noiva, e como ela não achou o dela ainda...Bem, tivemos que mudar um pouquinho as coisas, pois se esperássemos achar o vestido perfeito para depois encomendar as flores e a decoração para ficarem em harmonia com o vestido, Dani se casaria daqui há seis meses, não um.

Todas as madrinhas estão empenhadíssimas em ajuda-la a encontrar “o vestido”, aquele que no momento em que ela se olhar no espelho vestida com, lágrimas de genuína felicidade transbordarão de seus olhos e sinos começarão a tocar. Ou é pelo menos isso que esperamos.

Não adianta encaminhar o e-mail para Dani, em Wills Point dificilmente as pessoas lidam com computadores, tablets ou qualquer coisa mais tecnológica do que um celular e uma TV.

Então anoto o endereço da loja e o telefone, amanhã mesmo irei falar com Dani sobre isso.

Escuto o familiar barulho que meu celular faz quando recebo uma mensagem e vou checar para ver quem pode ser à uma hora dessas.

Olho a tela e vejo que é uma mensagem de Vince. Quando abro-a, leio:

Vince: Campo de futebol. Preciso de você, por favor.

Nossa, faz mesmo muito tempo que eu não recebo uma mensagem dessas.

Isso é meio que um código nosso, ou era. Vince é um cara sempre muito confiante em si e nas suas habilidades, mas às vezes ele tem problemas e incertezas como qualquer um, e normalmente o lugar que ele vai para tentar clarear a cabeça e resolver esses problemas, é o campo de futebol da faculdade.  

Quando namorávamos, e antes disso também, quando ele realmente estava confuso ou com algum problema que o estava incomodando muito, ele me mandava uma mensagem parecida com essa. Quando eu a recebia sabia que era coisa séria, porque Vince não é o tipo de cara que normalmente expõe suas fraquezas, então eu sempre ia correndo até ele.

Mas agora a questão é; Devo ir atrás dele? Quer dizer, se ele me enviou essa mensagem a essa hora, algo deve estar mesmo o incomodando, e se eu realmente estou voltando a ser sua amiga, eu deveria ir, não é mesmo? Afinal, é para isso que os amigos servem, ajudar uns aos outros.

Decido ir, talvez ele esteja mesmo precisando de alguém para conversar.

Quando chego à porta tenho a visão desagradável de Aletta, vestindo apenas um robe transparente, parada em nossa pequena sala de TV.

— Nossa, já vai sair de novo? — Ela pergunta com aquela voz debochada dela.

— Não vejo como isso possa ser da sua conta.

— Você nunca recolhe as suas garras, não é mesmo?

— Com você por perto, não mesmo. Nunca se sabe quando vai dar o bote. — Digo e abro a porta, quando ela entende o que eu quis dizer - que eu a chamei de cobra - começa a me dizer algo, mas eu bato a porta e não a escuto.

“Deus do céu, como foi que ela e eu fomos amigas por dois anos antes disso?”

Quando estou na metade do caminho, e estremeço por causa de uma brisa gelada, percebo que eu não troquei de rouba. Estou vestida com a rouba com a qual fui jantar com Joe. Calça jeans skinning preta, uma blusa de seda fina e ankle boots preta.

Quando chego ao campo, logo localizo Vince, além de ser porque não há mais ninguém aqui, ele sempre se senta no mesmo lugar. Na parte de cima da arquibancada, bem no meio do campo.

Aproximo-me dele, está com os braços apoiados no joelho e o queixo apoiado nas mãos, sua expressão é pensativa, concentrada, como se ele estivesse assistindo a um jogo que só ele vê.

— Oi. — Digo me sentando ao seu lado. Ele me olha e parece um pouco surpreso, mas um sorriso contido surge em seus lábios.

— Oi. Obrigado por vir, não tinha certeza.

— É isso que amigos fazem, não é? — Pergunto e aperto seu ombro.

— É. É sim. — Ele responde de uma forma triste, voltando seu olhar para o campo iluminado pelos fortes holofotes.

— Então, o que é que está te incomodando?

— Sabe o próximo jogo, de sexta? — Ele pergunta ainda encarando o campo.

— Sei sim.

— Então, Steve Tischy vai estar aqui. Você acredita que ele vai assistir o jogo? — Ele pergunta se virando para mim, eu o olho com confusão.

— Você sabe quem ele é, certo? — Sorrio timidamente e balanço a cabeça.

— Meu Deus, garota. — Ele diz fingindo estar exasperado e eu rio.

— Hey, não sou eu a viciada em futebol aqui. — Defendo-me.

— Ele é o presidente do New York Giants.

— Ah meu Deus, Vince, ele está vindo para dar uma de olheiro? — Pergunto empolgada.

— Não, não na verdade. Mas ele vai assistir o jogo, e quem sabe se alguém jogasse bem o suficiente para chamar a atenção...

— Você é o capitão do time, ele vai acabar notando você.

— Eu sei.

— Imagina se ele se interessasse por você, muitos jogadores famosos foram descobertos assim, não é? Em jogos de colégio e faculdade.

— Sim. — Ele diz apenas.

— Você está nervoso, é isso? — Pergunto e ele balança a cabeça.

— É isso mesmo o que você quer, jogar futebol profissionalmente?

— É o que eu mais quero. — Ele responde me encarando seriamente.

— Então arrase no jogo de sexta.

Ele ri parecendo desanimado.

— Não é tão fácil assim, Pequena.

— Claro que é. É só você jogar como sempre, você é muito bom Vince. — Chego mais perto dele, nossas coxas se encostam, coloco minha mão em sua perna e lhe dou um apertão. — Eu confio em você, na sua habilidade, na sua capacidade. Você não é o capitão à toa, você é o jogador que mais faz gols nesse time.

— É touchdown, linda. — Ele diz com um sorriso divertido no rosto.

— Tanto faz. Gols ou touchdowns, não importa, você faz muito deles e é isso que esses caras querem, não é?. — Ele ri e segura minha mão que está em sua perna.

— Estou com medo. Não é que eu ache que eu não jogo bem, mas tenho medo de não jogar bem o suficiente para me tornar profissional.

— Você joga, Vince. Aliás, eu não sei como você não foi contratado ainda. Esse idiotas não sabem o bom jogador que estão perdendo.

Ele me olha com as expressões parecendo mais tranquilas, acho que falar sobre isso o ajudou. Seus olhos viajam pelo meu corpo e brilham com admiração.

— Você está muito linda. Alguma ocasião especial? — Ele quer saber.

— Não, nada demais, só sai para jantar. — Tento parecer casual para que ele não pergunte mais nada sobre o assunto. Ele balança a cabeça levemente e parece querer dizer algo, mas permanece em silêncio um momento.

— Desculpe se eu atrapalhei alguma coisa. — Ele diz por fim.

— Eu tinha acabado de chegar quando você enviou a mensagem, está tudo bem.

— Obrigado por vir até aqui e ficar escutando minhas besteiras. — Ele aperta minha mão levemente.

— Não é nenhuma besteira. E não se preocupe, é normal ficar nervoso.

— Os Giants sempre foram meu sonho.

— É mesmo? — Ele balança a cabeça como resposta.

— Eu sei que você vai conseguir, mas se por um acaso não for dessa vez, não desanime. Essa é a primeira oportunidade de várias que você terá para mostrar seu talento, tenho certeza.

— Você acha mesmo?

— Acho.

— Você vai assistir ao jogo sexta? Por favor, você sabe que a sua presença me dá sorte.

— Tudo bem, eu estarei aqui sexta, torcendo por você. — Digo com um sorriso amigo.

— Obrigado, isso é importante para mim.

— Não há de quê.

— Sei que eu não mereço sua amizade e seu apoio, não depois do que eu fiz com você. — Ele diz abaixando a cabeça envergonhado.

Quando ele a levanta novamente e me encara, seus olhos brilham cheios de lágrimas não derramadas.  

— Eu sinto...Tanto. — Sua voz falha e uma lágrima rebelde escapa e escorre por sua bochecha. Sinto meu coração se apertando. Ele entrelaça os dedos da nossa mão que ainda está junta repousada em sua perna.

— Ter perdido você será o grande arrependimento da minha vida. — Ele diz, agora mais lágrimas caindo de seus olhos.

— Vince... — Minha voz sai fraca, quase um sussurro. Sinto um desconforto enorme do estômago e um aperto na garganta. — Eu já te perdoei, estamos voltando a ser amigos, vamos simplesmente tentar esquecer isso, ok?

— Não dá. Como esquecer toda a dor que eu te causei? Como esquecer que eu te perdi? Eu ainda te amo, Demi, e é muito doloroso. — Sua voz falha de novo, e mais lágrimas são derramadas, sinto meus olhos ficarem marejados.

— E sabe o que é o pior? A culpa é toda minha. Não tem ninguém a quem culpar, a não ser eu mesmo. Eu não sei por que eu fiz aquilo, eu nem a desejava...

— Vince, por favor, não. — Peço, sinto uma lágrima escorrendo por meu rosto e rapidamente a limpo. Eu não o amo mais, mas as feridas ainda não estão cicatrizadas completamente, e elas ainda podem doer. Doer não por mim, mas pela Demi que já foi muito apaixonada por ele.

— Por favor, eu preciso falar...Eu não a desejava, Pequena, eu juro.

— Então, por quê? — Sinto mais uma lágrima escapando.

Ele me olha, o verde dos seus olhos mais claros por causa das lágrimas.

— Eu não sei. Talvez porque eu seja o cara mais idiota do mundo? Eu estava com a garota mais especial que eu conheço e a magoei sem nem ao menos saber o porquê eu fiz isso.

— Vince, você já tinha... — Paro e respiro fundo, essa dúvida me atormenta desde o primeiro momento. — Você já tinha me traído antes disso? — Consigo ouvir o medo em minha própria voz.

A princípio ele não me responde e nem olha em meus olhos, quando ele vira o rosto e nossos olhos se encontram ele começa a chorar.

— Sinto muito, eu realmente sinto.

Sinto uma dor horrível, como se além dele fazer novas feridas em meu coração, ele tivesse acabado de reabrir aquelas que estavam cicatrizando.

Escuto um gemido e percebo que saiu da minha garganta. Vince chora mais ainda.

— Quantas vezes? — Pergunto num sussurro.

— Duas. Com Aletta e a outra, com uma garota numa festa de comemoração depois do jogo.

— Mas eu fui com você em todas as festas. — Digo horrorizada me afastando dele.

— Eu sei. — Ele me encara visivelmente com dor no olhar.

— Ah meu Deus. — Digo me levantando e colocando uma mão no peito. Acho que não consigo mais respirar.

— Meu Deus, você fodeu uma garota qualquer enquanto a sua namorada estava a poucos metros de você? Qual é o seu problema? — Pergunto gritando, minha visão nublada pelas incessantes lágrimas que escorrem por meu rosto.

— Perdão, por favor, me perdoa. — Ele diz, seu corpo chacoalhando com o choro forte.

Não consigo acreditar nisso, sinto que vou vomitar a qualquer segundo. Sinto tanto nojo, tanta raiva, tanta magoa que chega a me deixar desnorteada, dou alguns passos cambaleando para trás.

Sinto uma dor tão excruciante que apenas respirar é difícil, parece que o ar se recusa a entrar em meus pulmões.

— Me perdoa, mas eu precisava te contar tudo, se nós vamos ser amigos eu tinha que...

— Nós não vamos ser amigos, não depois disso! — Grito para ele com raiva e vejo-o se encolhendo.

— Não, por favor. Eu sei que eu não mereço, mas não consigo viver sem ter você por perto.

— Então você vai ter que aprender. — Digo e me viro, e saio correndo.

— Não, Demi, por favor espere. — Ele corre atrás de mim e me alcança, sua mão se fecha em meu braço e ele me puxa, me virando para si. Suas mãos seguram firmemente meus braços e não consigo me soltar.

— Me solta, eu não quero... — Minha frase é interrompida por seus lábios. Ele aperta meu corpo contra o seu e sua língua consegue invadir minha boca. Seu beijo é desesperado, ansioso, rude.

Com algum esforço consigo empurra-lo, dou um passo para trás e estico o braço, impedindo que se aproxime novamente.

— Não. — É tudo o que digo, e então me viro e corro para longe dali.

Entro no apartamento correndo e me tranco em meu quarto. Jogo-me na cama e trago meus joelhos até meu peito, abraçando minhas pernas, querendo me encolher o máximo possível.

E fico assim até os soluços e os tremores cessarem.

Joe

Estaciono a caminhonete em frente à casa, saio do carro e minhas botas de cowboy provocam estalos quando piso nos cascalhos no chão.

Subo os degraus, abro a porta e assim que entro o familiar e reconfortante cheiro de lar me recebe.

— Mãe, pai, Kevin? Tem alguém em casa? — Grito.

Escuto passos no andar de cima e logo vejo mamãe descendo as escadas com uma expressão confusa no rosto.

— Joe, o que você está fazendo aqui?

— É muito bom ver você também, mamãe. — Digo enquanto a puxo para um abraço e um beijo.

— Sim, claro, é bom ver você também, lógico. Mas você não deveria estar no trabalho, filho? É dia de semana.

— Sim, eu sei. Mas hoje eu não tinha muito trabalho no escritório então sai um pouco mais cedo e resolvi vir ver se tinha algo que eu pudesse fazer por aqui. — Mamãe me dá aquele olhar desconfiado dela, espero que ela não perceba que estou mentindo, mas a dona Denise sempre percebe quando seus filhos estão mentindo para ela.

— Que bom que você veio, então. Acho que poderíamos usar um par de mãos extras em muitas coisas aqui. — Tudo bem, talvez ela não perceba sempre.

— Onde está Kevin e papai?

— Seu pai está lá fora concertando a cerca, e Kevin foi...Bem, ele foi visitar sua irmã.

— Kevin foi visitar Holly? — Pergunto surpreso.

Essa é uma parte na história da nossa família e que é muito triste, minha querida irmã Holly – que atualmente está com 21 anos – sofre de bipolaridade e ciúmes patológico, ou pelo menos sofria, agora graças a Deus ela está muito melhor. Mas infelizmente, alguns anos atrás essa doença – que nós ainda não sabíamos que ela tinha – fez com que ela fizesse coisas muito horríveis. Ela era apaixonada pelo nosso irmão adotivo, Kevin, mas acho que a palavra que se encaixa melhor é obsessiva. Para encurtar a estória, ela sequestrou Dani, a namorada de Kevin, e iria realmente mata-la se não fosse Kevin chegar no momento certo. Infelizmente as coisas saíram mais ainda do controle e ela acabou atirando nele, felizmente não foi nada muito grave, mas Holly foi presa e depois diagnosticada, sendo mandada assim para se tratar em um hospital psiquiátrico em Austin. Como Dani não prestou queixas e foi comprovado que Holly estava doente, ela não foi condenada há passar vários anos na cadeia, mas Kevin nunca a perdoou, ou era isso o que eu pensava até agora.

— Eu sei, também fiz essa cara quando ele me falou que iria vê-la. Mas como eu venho querendo que esse reencontro aconteça a tanto tempo, não discuti com ele.

— Mas ele foi sozinho? Mamãe, você lembra o que aconteceu a última vez que ele foi vê-la, anos atrás, não sei se isso é uma boa ideia.

— Calma, aquela vez ele ainda estava muito bravo com ela, foi errado o forçarmos a ir vê-la. Mas dessa vez é diferente, parece que Dani o convenceu a perdoa-la, e ela foi com ele até Austin para conversarem com sua irmã e resolverem isso de uma vez por todas. E eu estou muito feliz se você quer saber, quero minha família reunida novamente.

— Ah mamãe, eu também quero. Muito. Só estou com um pouco de medo, só isso.

— Sua irmã está muito melhor agora, Joe. Ela está tomando os remédio, indo as consultas com os psiquiatras, você saberia disso se a visitasse com mais frequência.

— Hey, não precisa disso, dona Denise. Só estou preocupado, mas se você diz que está tudo bem, eu acredito. Mãe sempre sabe de tudo mesmo.

— E não se esqueça disso, mocinho. — Ela diz dando um tapa na minha bunda e eu rio.

— Acho que eu vou ir ajudar papai com aquela cerca.

— Ele está perto do cercado dos bois. — Ela diz e eu saio.

Vou andando e alguns instantes depois vejo papai ao longe, concertando a cerca, vou até ele meio nervoso, vir para Wills Point especialmente para conversar com meu pai é o meu verdadeiro objetivo. — Oi, pai. — Digo chegando por trás dele e pegando-o de surpresa.

— Ah, Joe, meu filho. Que surpresa, não esperava te ver por aqui durante a semana, você não deveria estar no trabalho? — Ele diz enquanto trocamos um abraço rápido.

— Deveria, mas não tinha tanto trabalho assim hoje, sai mais cedo e resolvi dar uma passada por aqui.

— Que bom que você veio, já falou com a sua mãe? Ela vai ficar muito feliz se você ficar para o jantar.

— Já falei sim, ela disse que o senhor estava aqui e vim saber se eu posso ajuda-lo.

— Ah mas é claro, ajuda é sempre bem vinda, ainda mais para um velho como eu.

— O senhor não está velho, papai. — Digo rindo e dobrando as mangas da minha blusa xadrez.

— Mas não estou novo também. — Ele me diz com aquele sorriso de quem sabe das coisas.

Vou até a sua camionete estacionada ao lado da cerca e pego um par de luvas e as coloco.

— Porque o senhor não descansa um pouco enquanto eu continuo com isso daqui? — Pergunto pegando da sua mão o martelo.

— Acho que eu vou fazer isso, já não sou tão resistente como há vinte anos. — Ele diz e vai se sentar na parte detrás da caminhonete, na caçamba aberta.

Continuo o concerto de onde ele parou e começamos a conversar sobre amenidades.

— Pai, como é mesmo a história de quando você e mamãe se conheceram? — Pergunto depois de termos ficando em silêncio por alguns minutos.

— Não esperava por essa. — Ele diz.

— Como assim? — Pergunto confuso.

— Eu percebi que você queria me perguntar alguma coisa quando você chegou, uma pergunta que estava te deixando nervoso, só não esperava que fosse sobre como sua mãe e eu nos conhecemos. Você já sabe essa história, já contamos várias vezes para vocês.

— Sim, eu sei que quando vocês se conheceram ela estava com o seu melhor amigo, mas vocês acabaram se apaixonando e ficaram juntos, mesmo com os seus pais não aprovando ela. Mas eu quero saber mais, o que vocês sentiram, como você se sentiu por se apaixonar pela namorada seu melhor amigo, como vocês contaram para todo mundo que estavam juntos, qual foi a reação de todos, essas coisas.

— Ah sim. Bem, é uma história um pouco longa.

— Eu tenho tempo, se você tiver. — Digo. Ele fica com o olhar vidrado, olhando em minha direção, mas sem me ver de fato. Parecendo estar voltando para a noite que se conheceram há tantos anos atrás. Ele permanece em silêncio por tanto tempo que acho que não vai me contar, mas então ele começa a falar:

— Foi numa noite de agosto, há um pouco mais de trinta anos atrás. Jacob Daniels e eu fizemos o ensino médio e a faculdade juntos, aonde íamos éramos conhecidos como Jacob e Paul, os amigos inseparáveis. — Ele dá uma risada saudosa, porém triste.

 — Depois que Jacob e eu nos formamos, ele se mudou para uma cidade no estado de Nova York, mas nós sempre nos comunicávamos por telefone. Passado um pouco mais de ano depois que ele havia se mudado, ele me convidou para ir visita-lo. Eu ainda não tinha um emprego fixo então fui para passar um mês lá, já com a mentalidade de quem sabe arrumar um emprego para mim também. Ele foi me buscar no aeroporto e matamos a saudade, ele disse que queria me mostrar a cidade e que no dia seguinte iria me apresentar para seus novos amigos e para sua namorada.

“Então na noite do dia seguinte ele me levou até um bar em que ele e seus amigos sempre se reuniam. Quando nós aproximamos da mesa cheia de pessoas conversando e rindo, eu a vi. Sua mãe. Meus olhos pareciam ter sido puxados para ela, foi a primeira pessoa em quem eu reparei e a única. Eu fiquei momentaneamente sem reação, senti algo estranho acontecendo dentro de mim, foi uma sensação muito estranha, as coisas ao meu redor pareciam ter sumido, meu coração começou a bater tão rápido como se eu tivesse acabado de correr uma maratona. A mulher mais linda que eu já tinha visto em toda a minha vida, e quando ela me viu sorriu, e meu filho...Que sorriso.”

Papai diz com um brilho emocionado nos olhos e um sorriso apaixonado no rosto, o que me faz sorrir também.

— Quando Jacob me apresentou a ela e disse que aquela era a famosa Denise, sua namorada, eu senti uma coisa horrível em meu peito. Uma das maiores decepções que eu já senti foi saber que eles estavam juntos, foi como correr para abrir os presentes em baixo da árvore na manha de natal e descobrir que seu irmão ficou com todos os brinquedos que você queria e você ganhou só roupas sem graça. — Ele ri da sua própria analogia.

“Não conversei com ela naquela noite mais do que o essencial, ela estava curiosa sobre mim porque ao que parece, Jacob tinha ficado muito animado com a minha visita e tinha falado muito sobre nossa amizade para ela. Ela foi muito simpática, mas eu não conseguia ser muito amigável com ela porque a cada vez que eu a olhava, eu a achava mais linda. Enfim, aquele mês passou e eu descobri que não queria voltar para o Texas, que eu queria ficar lá, e mais assustadoramente, eu percebi que era por causa dela. Eu não queria sair de perto de Denise, mesmo que ficar lá significava ter que vê-la com Jacob. Eles pareciam muito apaixonados, estávamos juntos há dez meses, e toda vez que ele a beijava era como um soco no meu estômago, a única coisa pior era ver ela beijando ele.”

Paro de mexer na cerca e vou me sentar ao seu lado na caminhonete, hipnotizado por suas palavras. Papai nunca tinha sido tão detalhista e aberto com relação aos seus sentimentos sobre essa história antes, ele e mamãe nunca a contaram com detalhes, apenas superficialmente.

— Eu acabei voltando para o Texas no final daquele mês, mesmo querendo ficar. Mas eu sabia que tinha que ir embora, tinha que voltar para casa, para minha família e tinha que me afastar de Denise porque eu estava apaixonado por ela, desde daquele primeiro momento no bar, e bem, ela era a namorada do meu melhor amigo e os dois estavam apaixonados. Por mais que eu quisesse ficar perto dela, conversar com ela, escutar sua risada e conhece-la melhor, aquilo tudo era muito doloroso. Eu nunca tinha sentido aquilo antes, por nenhuma outra mulher e eu estava com muito medo. Sabe, eu acho que é assim que a gente sabe que é a pessoa certa.

— Como assim? — Pergunto.

— Alguns dizem que é quanto você só quer ficar perto dela, ou quando você só pensa naquela pessoa, ou então quando você imagina viver com a pessoa para sempre e isso não te deixa com medo. Pois eu acho que quando a gente encontra a pessoa certa, quando a gente ama de verdade, o maior sinal é o medo.

— Medo? — Pergunto confuso.

— O medo, sim. Medo do sentimento, sabe? Porque ele é tão forte, tão grande, tão poderoso, tão confuso que é extremamente assustador. Eu fiquei apavorado quando conheci sua mãe, porque eu fui dominado por um sentimento que eu não conhecia e eu não tinha nem sequer a chance de tê-la. Era visível que ela era apaixonada por Jacob e eu não tinha a menor chance. Então para mim, isso é a maior característica do amor. Se o cara, por mais durão que seja, morre de medo do que sente pela garota, então ele a ama de verdade.

“E eu tinha muito medo mesmo, e quanto mais o tempo passava, mais eu tinha medo, porque eu já tinha voltado para o Texas fazia meses e não tinha nem um único dia em que eu não pensava na sua mãe. Eu tentei procurar outras mulheres capazes de me fazerem sentir algo mais poderoso do que eu sentia por Denise, é claro que eu fui idiota e não tinha percebido que eu nunca iria sentir aquilo de novo por outra, mas eu tentei. Tentei me apaixonar por outra.”

— Mamãe me disse uma vez que a gente não tenta se apaixonar, simplesmente acontece. — Comento lembrando da conversa que eu tive com mamãe sobre me apaixonar. Papai ri e passa a mão pelos cabelos.

— E ela tem razão, como sempre. Mas eu não sabia disso naquela época, e eu estava apavorado para arrancar a namorada do meu melhor amigo do meu coração, então...

— Você se envolveu com outras.

— Sim, muitas. Não com tantas quanto você já se envolveu na sua vida, é claro.

— Hey, muito obrigado. — Digo sarcasticamente e ele ri. Pelo jeito a minha reputação vai me perseguir para sempre, onde quer que eu vá, ela estará lá.

— Mas o que aconteceu? Como você e mamãe se reencontraram?

— Bom, é óbvio que a minha tentativa de esquecê-la não deu certo, mas pelo menos eu consegui ir pensando menos nela. E quando eu estava achando que eu poderia estar me esquecendo dela, o destino resolveu brincar comigo. De uma forma bem cruel, devo acrescentar.

— O que aconteceu? — Pergunto curioso.

— Ela e Jacob vieram para Dallas, visitarem os parentes dele e anunciarem que estavam noivos. — Meu queixo cai involuntariamente e eu olho chocado para papai.

— Eu não sabia que mamãe já tinha sido noiva, quer dizer, antes de você. — Ele ri e continua.

— Pois é, mas ela foi, e quando eu fiquei sabendo...Nem sei descrever o que eu senti, e quando eu a vi novamente depois de tantos meses, percebi derrotadamente que aquilo de ter a esquecido era apenas uma ilusão. Eu continuava loucamente apaixonado, bastou apenas um olhar para eu perceber como eu tinha sido idiota em achar que iria conseguir esquece-la.

E a novidade não era só que eles iriam se casar, Jacob tinha recebido uma oferta de trabalho em Dallas e Denise tinha acabado de se formar e tinha conseguido uma vaga para fazer uma pós na UTD. Então eles estavam de mudança para cá. Iriam comprar um apartamento e morar juntos.

— Nossa, você deve ter...Bem, deve ter sido bem complicado para você, não?

— Complicado é pouco. Eu fiquei com muito mais...

— Medo. — Termino sua frase e sorrio para ele.

— Bem, com eles vindo morar para cá nós três começamos há passar muito tempo juntos. Descobri várias coisas em comum com sua mãe e descobri também que ela era uma boa amiga. Começamos uma amizade bem forte, e eu sempre guardando comigo aquele segredo. Era tão sufocante.

“Eu sei muito bem como é ser sufocado por um segredo”. Penso sobre o meu segredo de estar dormindo com Demi e principalmente sobre o fato de eu ter descoberto que eu estou perdidamente apaixonado por ela. As vezes eu tenho vontade de gritar para todo mundo, mesmo sabendo que ela não sente o mesmo.


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Querem maratona???
xoxo

5 comentários:

  1. Siiim posta mais ta incrivel

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  2. Eba!!! Maratona!!! Continua... será que o Joe vai descobrir que ela foi se encontrar com o Vince? Posta logoooo!!!

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  3. O Joe tem que lhe dizer que está apaixonado por dela, senão a Demi vai continuar triste e angustiada a pensar que ele nunca se vai apaixonar por ela... Pode ser que o pai dele lhe dê um empurrãozinho ;)
    Faz maratona por favor, adoro esta história, quero ler mais, mais e mais :)

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  4. A historia dos pais dele é tão incrível, eu amei ❤

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