10.2.16

Paixão Inesperada - Capitulo 16 - Finalmente Apaixonados


~

Joe
Acordo e a primeira coisa que faço, antes mesmo de abrir os olhos, é procurar aquele corpo macio e quente que eu conheço tão bem. Tateio a cama ao meu lado procurando por ela, mas minha mão encontra apenas com o lençol frio.
É nesse momento que minha ficha cai e eu me lembro do que aconteceu sexta à noite. Ela não está aqui, como não estava ontem e nem sábado, mas minha mente continua insistindo em me fazer de idiota e me fazendo procurar por ela quando acordo.
Terceira noite seguida, isso já está começando a me dar nos nervos. Venho tentando falar com Demi o final de semana todo, até fui à faculdade, mas chegando ao seu apartamento me encontrei com sua desagradável colega de quarto e ela disse que Demi estava passando o final de semana em Wills Point com a família. Eu não poderia procura-la lá.
Liguei várias vezes, enviei diversas mensagens e até deixei um recado no seu correio de voz. E ela não deu sinal de vida, não me respondeu nem ao menos para me mandar parar de procura-la.
Isso está me deixando louco, não só pelo fato de sentir saudades dela, mas também por causa da culpa que está me corroendo. Eu não devia ter agido tão violentamente, aos olhos de Demi eu devo ter aparentado ser um cara descontrolado e violento, e eu não sou assim, pelo menos não com mulheres.
Levanto-me e caminho até o banheiro para cuidar das minhas necessidades básicas e nesse meio tempo tomo uma decisão. Hoje na hora do almoço eu vou até a UTD e vou fazer Demi conversar comigo, vou me desculpar e nós vamos nos entender e hoje mesmo vou poder ter ela novamente em meus braços.
Não espero ela sair do prédio, sei exatamente qual aula ela está tendo agora e em qual andar, então entro no prédio e vou esperar Demi sair da sua aula, vou ficar ao lado dos elevadores onde sei que ela tem que passar para poder sair daqui.
Saio no andar dela e fico encostado em um canto onde eu tenho uma boa visão de ambos os lados do corredor, como não sei de qual lado ela virá, observo ambos, atento para qualquer sinal de sua presença.
Depois de poucos minutos eu a vejo. Ela vem andando pelo corredor a minha esquerda, sozinha e olhando para os próprios pés.
Não espero ela chegar até mim e vou a encontrar no meio do caminho.
— Demi.
Ao ouvir seu nome levanta a cabeça, quando ela me vê uma expressão zangada surge em seu belo rosto.
— Não acredito, o que você está fazendo aqui? — Ela pergunta parando de andar e cruzando os braços.
Paro em frente dela, como sou mais alto uns bons centímetros, ela tem que levantar um pouco a cabeça para me encarar nos olhos.
— Eu vim para conversar com você.
— Não temos nada para conversar. Porque você não vai conversar com a morena gostosa de sexta e me deixa em paz? — Ela diz com amargura e sai andando. Rapidamente me viro e a seguro pelo braço, puxando-a de volta para ficarmos frente a frente.
— Eu não estava falando sério sobre isso. Se você tivesse atendido pelo menos uma vez das centenas que eu te liguei, já teríamos conversado e você saberia que eu falei aquilo somente porque estava nervoso.
Ela não diz nada, apenas me olha com uma expressão impaciente. Aproveito a brecha e falo tudo que eu queria.
— Olha, Little Nips, aquela noite eu falei coisas que eu não deveria e agi de uma forma que eu não queria. Estou o final de semana todo tentando falar com você para me desculpar por tudo que aconteceu. Eu já tinha bebido um pouco e quando vi você com aquele cara interpretei da maneira errada. Achei que você poderia estar se encontrando com ele ao mesmo tempo em que estava comigo, e isso me deixou puto. Mas se eu tivesse parado um pouco para pensar...Eu deveria saber que você não é assim, você não dormiria com ele e comigo ao mesmo tempo. Sinto muito se te ofendi com a minha desconfiança, eu perdi a cabeça e isso não vai mais acontecer. Por favor, me desculpe, por tudo.
Vejo sua expressão se suavizar com meu discurso de desculpas e aproveito para dar o tiro de misericórdia.
— Sério, eu realmente sinto muito. Sei que eu errei e estou me sentindo péssimo, não quero que as coisas acabem assim entre nós, na verdade, eu não quero que elas acabem. — Dou-lhe aquele sorriso que eu sei que mexe com ela e vejo o resto da sua raiva se dissipar dos seus traços.
— Também não quero que o nosso lance acabe, eu não falei sério quando disse que não queria mais te ver. Eu estava nervosa também.
— Eu sei, e com razão.
— O que você fez foi muito errado.
— Eu sei.
— Eu fiquei muito brava com você, e eu ainda estou um pouco. Mas se você realmente se arrepende, então eu te desculpo. — Não consigo segurar o sorriso que se espalha por meu rosto.
— Então estamos bem? Quer dizer, voltamos com o lance de amigos com benefícios? — Pergunto dando-lhe o meu outro sorriso que as mulheres gostam, sexy mas inocente ao mesmo tempo. Vejo algo mudando em seus olhos e ela leva a mão até seu rosto, colocando nervosamente uma mecha do seu cabelo para trás da orelha.
— Tudo bem, mas temos que conversar sobre algo antes. — Ela diz parecendo nervosa.
— Sobre o que?
— Sobre sermos exclusivos nesse nosso lance. Eu sei que o que temos é apenas...Sexo sem compromisso. — Ela sussurra as últimas palavras e olha pelo corredor para ver se alguém a escutou. — Mas eu acho que nós deveríamos estabelecer se podemos sair com outras pessoas ou não, porque se a gente já tivesse conversado sobre isso antes, no começo, teríamos evitado o seu ataque de ciúmes de sexta a noite e...
— Ei, espera um minuto. — Suas palavras me pegam de surpresa e leva um segundo para eu absorve-las, ela se interrompe e me encara com seus grandes e lindos olhos verdes.
— Só para deixar claro, mais uma vez, o que aconteceu sexta não tem nada a ver com ciúmes, ok? — Ela revira os olhos e me olha parecendo impaciente.
— Foi ciúmes sim, porque é tão difícil de admitir isso? Não tem nada demais em sentir ciúmes dos outros. — Ela pergunta com uma expressão confusa.
— Eu admitiria, se eu realmente tivesse sentido ciúmes, mas eu já te disse que o que aconteceu sexta foi por que...
— Ah por favor, Joe. Nem comece com aquela baboseira, aquilo foi muito mais do que orgulho masculino bobo. Se realmente fosse o que você diz ser, você teria esperado para falar comigo no outro dia, ou até poderia ter ido tirar satisfações comigo ali mesmo, mas você nunca teria ficado tão nervoso daquele jeito. Você ficou com ciúmes sim, admita de uma vez. — Ela diz se exaltando um pouco.
— Porque eu mentiria sobre isso? Eu estou falando sério, eu não senti ciúmes. Porque você continua insistindo nessa ideia? — Pergunto indignado com sua teimosia.
— Só porque é a verdade. Aquela noite você disse que não sentia ciúmes e não iria começar a sentir por mim, aquilo foi cruel se você quer saber, e agora o mínimo que você pode fazer, além de pedir desculpas, é admitir que você agiu sob efeito do ciúmes que você sentiu ao imaginar que eu estava me relacionando com Ben. — Ela diz como se fosse a coisa mais lógica do mundo. Eu realmente nunca vou entender como funciona a cabeça das mulheres.
— Eu não vou dizer que eu senti algo que eu não senti só porque você quer. É melhor você desistir dessa ideia ou não vamos poder retomar o nosso lance — Digo cruzando os braços e olhando-a de um modo que ela possa perceber que eu estou falando muito sério.
— Ótimo, se é assim que você quer, que assim seja. — Ela diz e sai pisando duro.
— Ei, espera, onde você está indo? — Seguro-a novamente pelo braço e faço-a se virar para mim.
— Você disse que ou eu desistia da ideia que você ficou com ciúmes de mim ou esse lance de dormirmos juntos não iria mais funcionar, não foi isso?
— Sim, mas...
— Então, ou você admite que sentiu ciúmes do Ben ou acabou.
— Como assim? — Pergunto com um leve sentimento de desespero se instalando em minha garganta, impedindo que minha voz saia alta e clara.
— É isso que você ouviu. Só vamos voltar com o lance de amigos com benefícios quando você admitir o que você sentiu aquela noite.
“Mas que merda! Do que essa mulher está falando? Ela ficou maluca? Mas que porcaria!”
Abro minha boca para tentar dissuadi-la dessa ideia maluca, mas nesse momento ambos nos assustamos com uma exclamação vinda detrás de mim:
— Ah meu Deus!
Demi e eu viramos na direção daquela voz e quando eu vejo quem está atrás de nós congelo no lugar, escuto Demi ofegar. Ambos ficamos encarando Miley sem saber o que fazer.
Deus, o quanto da nossa conversa ela escutou? Mas devido a sua expressão, acredito que ela tenha ouvido o suficiente.
Olho para Demi e ela olha para mim, seu olhar cheio de desespero e medo. Voltamos nosso olhar para uma Miley muito surpresa, ela fica alternando seu olhar entre eu e sua irmã enquanto seu queixo está no chão.
— Miley, eu posso explicar. — Demi finalmente diz, mas sua voz sai trêmula e fraca e ela não continua.
— Ah meu Deus! — Miley diz outra vez, pronunciando cada palavra lentamente. Ela pisca várias vezes, leva uma mão até a cabeça e a balança incrédula.
— Vocês...Vocês...Vocês dois estão...Ah meu Deus. — Miley parece desnorteada, continua alternando entre olhar para mim e para Demi, ela nos olha como se estivesse vendo duas aberrações, seus olhos e sua expressão revelam o tamanho do seu choque.
— Miley, tenha calma, por favor. — Peço para ela.
— Calma? Como você pode me pedir calma quando eu descubro que minha irmã está...Está...Oh Deus, que ela está dormindo com você. Justo com você. — Ela diz ‘você’ fazendo uma careta, parecendo que para ela a ideia de se referir a mim, a Demi e dormir juntos na mesma sentença é algo inimaginável.
— Eu sei que você está surpresa...
— Surpresa? Eu não estou surpresa Demi, eu estou chocada. Eu estou sem palavras, eu...Eu não...Eu... — Miley não consegue concluir seu pensamento, fica gaguejando e repetindo as palavras, então leva a mão até a boca e começa a resmungar coisas que não consigo entender.
— Calma, Miley. Não é grande coisa... — Começo a dizer mas paro quando ela me olha como se eu tivesse lhe dado um tapa na cara.
— Como não é grande coisa? É claro que é. Você é o melhor amigo do Nick, você é amigo dele a tanto tempo que é praticamente da nossa família, e você tem a idade dele, você estava lá quando nós duas estávamos crescendo pelo amor de Deus. Além disso, você é tipo um prostituto, todo mundo sabe disso.
Sinto a raiva crescer dentro de mim em questão de segundos. Entendo que ela está surpresa pelo que descobriu, mas não tem o direito de me insultar.
— Miley, não fale assim dele. — Demi me defende antes que eu tenha a oportunidade de fazer isso eu mesmo. Ela repreende a irmã com a voz severa e Miley a olha – se possível – mais chocada ainda.
— Mais é a verdade e você sabe muito bem disso, Demi. Não posso acreditar que você está se envolvendo com ele sabendo como ele é. Amigos com benefícios, é sério isso Demi? Você pirou de vez, não é?
— Não, Miley. Eu sei que parece algo ruim agora e eu não queria que você tivesse descoberto dessa forma, mas...
— Ele te seduziu, foi isso? Só pode ter sido. Não acredito que ele não perdoou nem a irmã do melhor amigo. — Ela se vira para mim e me lança um olhar zangado, aponta o dedo para mim e diz:
— Você deveria ter vergonha de você mesmo. Como você pode? Não acredito. Mas se você acha que vai usar a minha irmã como todas as outras, você está muito enganado, ouviu? Eu vou contar para Nick e ele vai quebrar essa sua cara de conquistador barato. — Ela diz quase partindo para cima de mim.
— Não, por favor, Miley, você não pode contar para Nick nem para ninguém. Por favor, sis. — Demi pede suplicante.
— E porque não? Isso é loucura, Demi. Ainda não posso acreditar que você está prestando um papel desses. Nossa família precisa saber para acabar com essa palhaçada. — Ela diz e se vira, indo em direção aos elevadores.
— Droga. Não se preocupe, eu vou atrás dela e vou garantir que ela não conte nada. — Demi diz e apressadamente vai atrás de Miley.
E eu fico ali parado, meu cérebro tentando assimilar que se Demi não conseguir convencer Miley a ficar quieta, eu serei um homem morto.
“Ah meu Deus! Nick vai me matar.”
Demi
Saio do elevador correndo, procuro por Miley desesperadamente, mas não a vejo. Droga, ela já deve ter saído do prédio.
Não consigo acreditar que isso está acontecendo, Deus, se ela contar para nossa família o que ela descobriu...Não consigo nem imaginar as consequências disso tudo.
Tenho que impedi-la. Tenho que convence-la a não contar nada.
Saio do prédio e procuro por ela freneticamente, quando a vejo grito seu nome:
— Miley, espere!
Ela me escuta e para, vira para trás e me observa com uma cara muito zangada enquanto corro até ela.  
— Espera, por favor. Temos que conversar sobre isso.
— Demi, essa loucura tem que parar. Você sabe muito bem como o Joe é. A gente cresceu ouvindo as fofocas sobre ele, como você pode ficar com ele sabendo que você é só uma brincadeira, um meio de ele conseguir prazer? Se você queria um pouco de diversão depois do que aconteceu com Vince, procurasse em outro lugar, tem tantos caras loucos por você, mas você definitivamente não deveria ter buscado distração na cama dele, alguém que supostamente deveria ser nossa família, nosso amigo, praticamente nosso irmão...
— Eu sei, eu sei. Fique calma, ok? Podemos conversar sobre isso antes que você vá correndo contar para nossa família?
Ela cruza os braços e me olha com severidade.
— Por favor?
— Tudo bem. — Ela diz de má vontade.
— Será que podemos conversar no seu dormitório? A Azul está lá?
— Não, ela ia almoçar com alguns amigos e depois sair com eles.
— Ótimo, então vamos para lá. Não quero correr o risco de irmos para o meu apartamento e de Aletta atrapalhar nossa conversa.
— Que seja. — Ela diz emburrada, e então seguimos para seu dormitório. Caminho ao seu lado, ambas em silêncio, porém respiro mais aliviada. Tenho a chance de evitar uma tragédia, tenho que conseguir convence-la a não falar nada sobre Joe e eu, ou então tanto ele como eu estamos ferrados.
Chegamos ao seu dormitório e felizmente ela tinha razão, sua colega de quarto, Azul, não está em casa. Sento-me no sofá enquanto Miley, ainda muito inquieta, fica andando de lá para cá.
— Muito bem, pode começar a me explicar essa loucura toda. Como tudo isso começou?
Respiro fundo, e então começo a lhe contar tudo. Desde daquele dia em que flagrei Vince e Aletta na cama e como eu sofri e fique transtornada com a traição dele. Como comecei a me comportar diferente por causa do meu sofrimento, como comecei a sair à noite e a beber, e como teve uma noite em que eu bebi tanto que nem eu mesma me lembro de tudo o que aconteceu. E que na manhã seguinte a essa noite eu acordei no apartamento de Joe e ele me deu uma bronca, fui contando todo o resto. Contei tudo que aconteceu desde aquela manhã e como eu me senti, tanto com Joe como com Vince.
Quando termino de lhe contar tudo, Miley está sentada ao meu lado no sofá me olhando atônita.
— Por favor, diga alguma coisa. — Peço.
— Se isso começou logo depois que você terminou com Vince, então você e Joe estão...Nisso há...
— Um pouco mais de dois meses, sim. — Digo.
— Meu Deus, Demi. — Ela coloca a mão na testa e apoia o braço no joelho.
— A conversa que eu ouvi...Vocês estavam brigando, não é? Pelo que ele fez sexta no Eros.
— Sim, pelo ataque de ciúmes que ele teve.
— Por isso que aquela noite você voltou do banheiro parecendo tão nervosa...Então pelo que entendi, ele não quer admitir que sentiu ciúmes, é isso?
— Sim, ele tem algum problema em admitir o que sentiu naquela noite, como se fosse grande coisa.
— E porque você quer tanto que ele admita ter sentido ciúmes? Por que é tão importante para você? — Ela pergunta.
— Por que...Bem, porque ele disse coisas naquela noite no Eros que me magoaram. Eu só quero que ele para de mentir para mim e para si mesmo e admita o que sentiu.
— Mas não é só isso, não é? Tem algo mais. — Ela diz me olhando nos olhos, com uma expressão desconfiada.
Desvio o olhar com medo que ela possa ler em meus olhos a verdade. Ou pelo menos o que eu acho que é a verdade, nem eu sei direito o que está acontecendo comigo, estou tão confusa. Passei o final de semana inteiro pensando e pensando sobre meus sentimentos e a conclusão que cheguei é assustadora demais, não quero admitir para mim mesma, quem dirá para outra pessoa.
— Não, é só isso. Ele feriu meu orgulho e eu sei que ele estava com ciúmes, você precisava ter visto o jeito que ele agiu. Só quero que ele admita a verdade.
Miley me lança seu olhar analisador e eu me encolho um pouco. Odeio quando ela faz isso, ficar me analisando para ver se estou mentindo ou não. Não sei se é porque somos gêmeas ou porque somos muito amigas, mas uma sempre, ou pelo menos quase sempre, sabe quando a outra está mentindo e quando está falando a verdade.
— Não, não é só isso, eu posso ver em seus olhos. Tem algo que você não está me contando.
Droga. Essa não podia ser uma daquelas vezes que ela não consegue me decifrar?
— Não, é só isso mesmo, o que mais seria? — Pergunto dando uma risada nervosa e soando falsa até para mim mesma.
— E eu é que sei? Me diga você. Porque esse desespero para que ele assuma que teve ciúmes de você?
— Miley, eu não estou desesperada, e eu já falei, só quero que ele assuma a verdade.
Ela cruza os braços e levanta uma sobrancelha.
— Fala logo.
— Não é nada, é sério. — Digo me levantando e ficando de costas para ela, na esperança que isso dificulte para ela descobrir meus sentimentos. Envolvo meus braços em volta do meu corpo e me aperto, esfregando as mãos em meus braços.
Não quero dizer em voz alta, não quero porque ao dizer em voz alta vai parecer mais real, mais assustador. E além do mais, estou confusa sobre isso, talvez não seja nada, talvez eu esteja apenas confundindo meus sentimentos.
Fecho os olhos e aperto meu nariz.
— Demi?
Respiro fundo e me viro para ela, e o que eu vejo em seus olhos me faz ter vontade de vomitar. Eu vejo compreensão e pena em seus olhos verdes tão parecidos com os meus.
— Por favor, me diga que eu estou errada. — Ela sussurra. Não consigo mais olha-la nos olhos, então desvio o olhar e encaro o chão com um olhar triste.
— Ah não! É isso, não é? Você...Você está apaixonada por ele, não está?
Fecho os olhos e os aperto com força, abro a boca, mas não consigo emitir nenhum som, a não ser o gemido que me escapa, seguido pelas lágrimas que eu jurei não derramar.
— Ah meu amor. — Miley se levanta rapidamente e me abraça, eu retribuo o abraço e envolvo seu corpo com meus braços, apertando-a forte. Não consigo mais segurar e as lágrimas deslizam livremente por meu rosto.
— Sinto muito. — Eu digo.
— Pelo que? Você não tem que se desculpar por estar apaixonada, a gente não controla essas coisas, sis.
— Eu sei. — Sua mão acaricia minhas costas e a outra meus cabelos.
— Você gosta mesmo dele? — Ela pergunta e eu posso sentir o medo em sua voz. Ela está com medo por mim, está com medo que eu me machuque mais uma vez. E eu também.
— Acho que sim, eu não sei.
— Como assim você não sabe, ou você gosta ou não.
— Então acho que eu gosto. Eu não consigo parar de pensar nele, não consigo parar de querer ficar com ele. Eu queria tanto que ele sentisse alguma coisa também, queria tanto que ele me dissesse que ele também não cumpriu o nosso trato e se apaixonou por mim.
— Meu amor, minha queria, não é fácil isso que eu tenho para te dizer, mas...Você sabe que isso não vai acontecer, não é? Você sabe como ele é.
— Eu sei, eu sei muito bem. Ele nunca namorou, nunca se amarrou a ninguém, nunca amou nenhuma mulher. Talvez ele não tenha mesmo sentido ciúmes de mim, talvez seja algo da minha cabeça, talvez seja eu me iludindo porque eu sei que se ele admitir ter ficado com ciúmes, na minha cabeça maluca eu vou ter esperança que ele possa sentir alguma coisa a mais por mim
— Não diga isso, você não é maluca, sis. Você é inteligente, simpática, uma boa pessoa e muito linda. — Sorrio ao ouvir sua tentativa de me fazer sentir melhor.
— Muito linda? Você só diz isso porque você é igualzinha a mim. — Ela ri e me aperta mais forte em seus braços.
— Não importa, é a verdade. Nós somos super lindas. Eu já tenho o Miguel, e sei que logo você vai ter alguém especial também, alguém que vai saber te dar o devido valor. Mas infelizmente esse alguém não é o Joe, sei que isso pode te machucar agora, mas o quanto mais cedo você acabar com essa maluquice e se afastar dele, melhor.
— Eu não quero me afastar dele. — Digo num sussurro.
— Mas não era isso que você estava prestes a fazer hoje? Eu ouvi muito bem você dizendo que ou ele admitia o que sentiu com relação ao Ben ou vocês não dormiriam mais juntos.
— Eu sei o que eu disse. Mas eu falei aquilo com esperança que ele cederia. Eu sei que ele não tem sentimentos por mim como eu tenho por ele, mas eu tinha esperança que pelo menos ele gostasse o suficiente de dormir comigo para não querer que isso acabasse por enquanto.
— Eca. Por favor, não diga mais nada. Só de pensar na minha irmã fazendo sexo com o cara que eu sempre considerei parte da família...Simplesmente eca.
— Eu te amo, sabia? — Pergunto.
— É claro que eu sei, e eu também te amo, sis. Muito. E é por isso que eu me preocupo tanto com você, eu não quero que ninguém te faça sofrer. Por favor, se afaste dele, não deixe que ele quebre o seu coração, estou te implorando, por favor se afaste dele. — Ela separa nossos corpos e me diz seriamente enquanto olha no fundo dos meus olhos.
— Eu não posso fazer isso.
— Você tem.
— Não sei se eu consigo. Ele é como uma droga para mim, não consigo ficar sem. — E lá vai aquele olhar de pena de novo, não gosto que sintam pena de mim. Miley acaricia minha bochecha e me dá um sorriso triste.
— Então pelo menos tente.
— Acho que eu posso fazer isso.
— Bom, então tente. Eu sei que você vai conseguir. É só você lembrar que ele não é assim, que ele não é o tipo de cara que você quer. Ele não é capaz de sossegar com uma mulher só, mesmo que você conseguisse começar algum tipo de relacionamento mais sério, ele acabaria te traindo. Você não quer aquela história do Vince tudo de volta, não é?
— Não, não quero. — Digo dando um suspiro derrotado, sei que ela tem razão, por mais que doa, ela tem razão.
— Ótimo. E sempre que você precisar de alguém para conversar sobre isso, pode contar comigo. Apesar que eu acho que você só pode contar comigo, a não ser que mais alguém saiba sobre vocês dois.
— Não, você é a única que sabe. Quer dizer, tirando o Vince que acha que eu e Joe somos namorados, mas ele não sabe que Joe é o melhor amigo de Nick.
— Certo.
— Você não vai falar nada, não é? Por favor, não conte para ninguém o que você descobriu.
— Tudo bem, não vou contar. Só tenha cuidado, por favor.
— Eu terei, prometo.
Sentindo-me ao mesmo tempo triste e feliz por ter confessado meus sentimentos por Joe para Miley, volto para meu apartamento. Toda essa comoção me fez perder o apetite, vou comer qualquer coisa em casa mesmo.
Enquanto subo as escadas digito uma mensagem para Joe.
Demi: Problema resolvido, conversei com S. e ela guardará nosso segredo.
Quase imediatamente recebo uma resposta.
Joe: Bom. Agora temos que resolver o nosso outro problema. Temos que conversar.
Assim que leio a mensagem desligo o celular, sei que assim que ele perceber que eu não irei respondê-lo ele ficará me ligando igual a um louco.
Sei muito bem qual é o problema que ele quer resolver. Ele quer continuar com esse lance de amigos com benefícios, a verdade é que eu também quero. Claro que eu gostaria de ter muito mais dele do que apenas sexo sem compromisso, mas eu não posso ter mais, e mesmo que ele me ofereça pouco, é tudo o que eu tenho. Não sei se consigo abrir mão disso.
Jogo-me no sofá desanimada.
“Como Demi, como você se deixou se apaixonar por Joe?”
É uma excelente pergunta, para a qual eu não tenho uma boa resposta. Simplesmente aconteceu. Quando eu me dei conta, Joe já tinha se apossado do meu coração. E tudo foi acontecendo tão sorrateiramente que eu não percebi até ser tarde demais.
Joe é um homem muito lindo, provavelmente o mais lindo que eu já vi em toda a minha vida. Fico me perguntando como eu não o notei antes. Claro que antes de tudo isso eu já havia notado o quão lindo ele é, afinal, ele não teria centenas de mulheres aos seus pés se não fosse, eu já tinha até chegado a achar ele muito atraente, mas nunca imaginei algo acontecendo entre nós. Nunca tive fantasias ou algo do gênero com ele.
Mas agora...Agora que eu sei como ele realmente é, e eu não digo apenas fisicamente – apesar que a visão dele nu é impactante o suficiente para fazer uma garota começar a ter fantasias – mas eu conheci ele por dentro também. E apesar dele ter muitos defeitos, ele é uma boa pessoa. É tão lindo por dentro como é por fora, arrisco-me a dizer até que ele é mais lindo por dentro.
O seu maior defeito, e o que mais me incomoda, é o fato dele não parar com uma mulher só. Mas mesmo levando uma vida promiscua, ele continua sendo uma pessoa honesta, porque pelo que eu sei, ele nunca iludiu uma garota prometendo algo que ele sabia que não poderia dar. Ele fez isso comigo também, antes de começarmos a nos envolver, ele deixou muito claro o que tudo aquilo seria.
“Você não pode se apaixonar por mim, Demi” foi o que ele disse. Eu achei que aquilo não seria problema algum, nunca imaginei que...Mas agora é tarde demais.
Eu descumpri a minha parte no acordo. Eu me apaixonei por Joe Jonas e agora, de uma forma ou de outra, estou ferrada.
Joe
Alguns dias depois...
— Joe, o que está errado com você, cara? — Will diz entrando em minha sala sem nem ao menos bater. Levanto o olhar dos papeis que estava lendo e vejo ele se aproximando com uma carraca na cara e uma pasta na mão.
— O que você quer, Will? Estou trabalhando.
— Que bom que você está fazendo isso agora, porque quando você estava revisando isso aqui... — Ele diz jogando a pasta que segurava em cima da minha mesa. — Você podia estar fazendo muitas coisas, menos trabalhando.
— Do que você está falando?
— Estou falando dos números da Global Networks. — Abro a pasta e me deparo com os papeis que eu revisei ontem.
— Eu dei uma olhada nisso ontem, o que tem de errado?
— Ah não é nada demais, só praticamente toda a tabela da página 23.
— Isso é impossível, aquela estagiária montou a tabela e eu conferi, estava tudo certo.
— Não, Joe, não está tudo certo. Tem alguns números errados e os que estão certos foram colocados nas sessões erradas. Você deveria ter percebido o erro quando você supostamente “conferiu” os papeis.
— Ei, calma, ok. Não estou gostando nada do seu tom de voz. Foi um erro, acontece.
— Me desculpe se eu estou nervoso, mas erros como esse não podem acontecer, Joe. Você liberou os papeis para serem enviados para o vice-presidente da Global Networks e eles estavam piores do que se uma criança de 8 anos os tivesse feito. Você já imaginou se eu não tivesse decidido dar uma última olhada rápida? Eles teriam papeis assinados por você e com os dados completamente errados. Acabei de salvar a sua bunda, de nada.
Encaro a tabela da página 23 e não acredito. O cretino do Will está certo, os erros são absurdos.
— Esse é o mesmo documento que eu examinei ontem? — Pergunto cético, sem acreditar que eu deixei passar tantos erros.
— É sim, veja ali embaixo, é a sua assinatura.
— Não acredito, isso está horrível. Ainda bem que você percebeu esses erros antes de enviar os papeis.
— Pois é, já imaginou o problema que isso geraria? Agora o que me preocupa muito mais que esses papeis, são os que você me entregou da Asian Systems.
— O que tem eles?
— O gráfico que foi anexado estava desatualizado.
— Não é possível, eu conferi aqueles papeis duas vezes na segunda.
— Pois eu estou te falando, o gráfico estava errado.
— Mas que merda. — Me xingo mentalmente por ter sido tão estupido e ter cometido erros tão primários. Eu não cheguei até aqui à toa, eu sempre fui muito bom no que eu faço e levo meu trabalho muito a sério.
— Agora eu te pergunto, como isso foi acontecer? Dois erros monumentais na mesma semana. — Ele me questiona com as mãos na cintura.
— Eu não sei, eu...Achei que tinha feito tudo certo. Que droga. — Fecho os olhos e apoio as mãos no rosto, como se estivesse rezando. E talvez eu devesse mesmo, talvez eu devesse pedir a minha concentração e a minha sanidade de volta, porque nos últimos dias sinto que estou perdendo ambos.
— Talvez se você esteja com algum problema, seja melhor pedir uma licença ou algo do tipo. — Will comenta.
— Não, não há necessidade para tanto. É só que estou tendo uma semana um pouco difícil, só isso.
— Tudo bem, eu entendo, todos temos problemas. Mas você não pode deixar isso afetar seu trabalho, principalmente porque você tem muita responsabilidade nessa empresa. Não quero pegar no seu pé, apenas estou te dando um toque como amigo.
— Sim, eu sei, Você tem razão. Isso não vai mais acontecer, eu prometo. — Digo me levantando e colocando meu paletó.
— Vai sair? Onde você vai?
— Vou resolver o problema que tem me distraído. — Respondo passando por ele e saindo do escritório.
 
Determinado a não desistir, volto para o carro para esperar que alguém apareça. Quase derrubei a porta do apartamento de Demi de tanto esmurra-la, pelo visto nem ela e nem a colega de quarto estão em casa hoje.
A última notícia que eu tive diretamente de Demi foi a mensagem solitária que ela me enviou dizendo que tinha resolvido o problema com Miley. Depois disso parece que ela simplesmente sumiu do mapa.
Hoje é quinta- feira da semana seguinte, ou seja, dez dias sem Demi.
Liguei, enviei inúmeras mensagens, vim procura-la em casa várias vezes em vários horários diferentes e ela nunca estava. É como se ela soubesse que eu tentaria contata-la de qualquer maneira e ela propositalmente estivesse se mantendo o máximo possível fora de casa.
Pelo menos hoje eu não tive o desprazer de encontrar com a sua colega, Aletta.
Que mulher mais desagradável.
Mas dessa vez eu vou esperar até que ela volte para casa. Eu vou falar com ela e de hoje não passa.
Não posso mais permitir que essa situação continue, eu estou no limite entre a sanidade e a loucura, e essa merda está afetando meu trabalho. Não posso permitir que erros como aqueles aconteçam novamente, nunca.
Isso tudo é culpa de Demi, dela e dessa teimosia irritante dela.
Mas hoje ela vai finalmente conseguir o que quer. Vou admitir que eu senti ciúmes dela com aquele babaca do Ben.
Depois de tanto lutar, depois de tanto nadar, vou morrer na praia. Mas se esse é o único jeito de ter aquela teimosa de volta, que assim seja.
Depois de tantos dias sem ela, honestamente, estou disposto a implorar para que ela volte para mim.
Eu cheguei a um certo ponto emocional, que realmente me deixou preocupado. Demi sumiu, mas as poucas coisas que ela mantem no meu apartamento continuam lá. Algumas poucas peças de roubas, um calçado, alguns produtos de higiene, nada demais. Mas o suficiente para me lembrar constantemente dela, como se eu precisasse disso, como se eu precisasse de algo para me lembrar a falta que ela me faz.
Quatro dias atrás, creio eu, cheguei ao ápice do meu desespero. Fiz algo que eu nunca, mas nunca vou admitir para alguém.
Dormi abraçado com uma blusa de lã usada que ela deixou jogada em cima do sofá.
“Deus do céu, o que está acontecendo comigo?”
Eu ainda não acredito que eu fiz mesmo isso, e para piorar, eu tenho dormido com ela desde então. Não é a mesma coisa que ter a verdadeira Demi, de carne e osso, comigo, mas ajudou um pouco.
A blusa ainda possuía o seu cheiro, uma mistura perfeita do seu perfume com o seu cheiro natural.
Uma fragrância divina e altamente viciante.
Mas acho que de tanto cheirar a blusa, seu cheiro foi sumindo, o que me fez procurar desesperadamente por outra peça de rouba usada que ela tenha deixado por lá. Mas foi em vão, tudo estava limpo e com cheiro de amaciante.
Todos esses dias torturantes sem sua risada, sem seu sorriso, sem sua voz, sem seus beijos e sem seu calor me fizeram pensar. Pensar muito.
Eu acho que eu, talvez, possa estar...Sentindo algo por ela.
Eu realmente não sei como lidar com isso, com esse bolo de sentimentos que reviram meu estômago e embolam minha garganta.
Eu estou com tanto, mas tanto medo. Eu nunca me apaixonei, como já é de conhecimento de todos há muito tempo, eu não tenho a experiência necessária para detectar em mim mesmo os sintomas de se estar apaixonado. Eu nem achei que isso seria possível de acontecer comigo, não depois de tanto tempo.
Eu não sei se isso que eu estou sentindo é paixão ou algum outro sentimento confuso. E eu estou muito assustado, porque seja o que for, é forte demais e eu não estou conseguindo administra-lo muito bem.
Estou torcendo com todas as minhas forças para que não tenha acontecido, que eu não tenha finalmente me apaixonado. Porque se isso for verdade, eu vou sofrer como nunca antes em toda a minha vida.
Demi não gosta de mim dessa forma. Eu ainda acho que ela gosta do Vince, na verdade, no fundo eu tenho certeza que ela ainda tem sentimentos por ele.
Ela pode até me enxergar como um homem, pode sentir tesão por mim e gostar do nosso tempo juntos, mas ela nunca vai me ver como eu a vejo. Ela nunca vai sentir a minha falta como eu sinto a dela. Porque ela é capaz de se apaixonar e se desapaixonar, como qualquer outra pessoa normal.
Eu não. Essa é a primeira vez em trinta anos, trinta logos anos, que eu sinto algo assim e eu não tenho certeza se poderia sentir novamente por outra pessoa.
Dormir com ela escondido é uma coisa, agora assumir para todos que eu posso estar sentindo algo a mais por ela é outra totalmente diferente.
A família dela não aprovaria, a minha não aprovaria e Nick me mataria. Sem falar no aspecto merecedor.
O fato é simples e claro como água. Eu não sou merecedor de possuir o coração de alguém como Demi. Ela é perfeita, inexperiente porém apaixonada, doce e possuidora de uma beleza angelical.
E eu sou sujo, já estive com tantas mulheres e fiz tantas coisas com elas que muitos, se soubessem de tudo, teriam nojo de ficar perto de mim.
Eu não fui forte o suficiente para ficar longe dela, porque se eu tivesse pelo menos um pingo de força, autocontrole e dignidade, não teria nem tocado nela para começo de conversa. Não teria sujado seu corpo deixando que ela se deitasse com alguém tão “usado” como eu, mas a carne é fraca e eu não pude resistir, mas isso ainda tem concerto, é só ela achar um cara digno.
Agora, eu seria capaz de deixar ela me levar para dentro do seu coração e assim se sujar de uma vez por todas com a minha bagagem de vida?
A resposta desanimadora é sim, eu sou covarde e egoísta o suficiente para permitir isso.
Por favor, que Deus queira que eu esteja apenas confuso e não apaixonado, e que Demi seja esperta e não sinta nada por mim.
As horas passam e eu espero. Eu e meus pensamentos.
Sei que estão me esperando no escritório, mas não posso sair daqui sem uma solução para minha angustia.
Decidi que por hora, vou manter em segredo a minha descoberta, sobre a minha possível paixão por Demi, e vou apenas lhe dizer sobre meu ciúmes. Afinal, uma confissão é o suficiente por agora.
Perdido em meus pensamentos quase não percebo quando Demi vai caminhando pacificamente até seu dormitório. Observo-a distraidamente entrar no prédio e sumir de vista.
Meu coração acelera devido a sua breve visão e a ansiedade toma conta de mim.
Saio do carro e caminho até o prédio. A porta tem um sistema de segurança de código, mas é tão fácil entrar que é como se não tivesse.
É só esperar alguém chegar ou sair, nenhum morador se importa de deixar uma pessoa claramente que não tem o código e nem estuda aqui entrar. Dou sorte e no momento que chego à porta, tem duas meninas saindo.
Seguro a porta antes que se feche e entro, subo os degraus enquanto repasso tudo o que quero dizer em minha cabeça. Quando paro em frente a sua porta, sinto um nervoso, e se ela não quiser mais esse lance de amigos com benefícios? O que eu vou fazer, roubar mais roupas usadas?
“Nossa, você é doente, Joe.”
Bato na porta e espero, desabotoo o paletó, os botões da manga e o colarinho, na tentativa de conseguir respirar mais facilmente e ficar mais confortável. Bato novamente e espero.
Quando escuto o barulho da chave na fechadura, apoio um braço no batente da porta e respiro fundo. A porta se abre e pela primeira vez em dez dias vejo-a novamente.
“Deus, ela ficou mais linda nesses últimos dias! Como isso é possível?”
Demi me olha assustada e começa a fechar a porta, eu estico a mão e a seguro, impedindo que se feche na minha cara.
— Espere, por favor, apenas me escute.
Ela abre a porta e se apoia nela, me olhando intensamente. Olho no fundo dos seus olhos e deixo as palavras emboladas pela pressa saírem como uma enxurrada de minha boca.
— Você tinha razão. Eu admito, eu estava com ciúmes de você. — Uma tristeza súbita aparece em seus olhos, me deixando confuso. Mas não era isso que ela queria, que eu admitisse que ela estava certa? De qualquer forma, continuo:
— Eu não tive intenção de te insultar sugerindo que você e aquele cara estavam dormindo juntos, eu sei que você não dormiria comigo e também com ele, mas eu estava cego pela raiva. Fiquei com medo porque quando eu vi você com ele, foi como um lembrete. Um lembrete de que a qualquer minuto você pode encontrar alguém e se apaixonar, e então me deixar. Não que estejamos juntos, eu sei, mas é que eu não estou pronto para não ter você na minha cama, para deixar você ir, ainda não. Por favor, me perdoe por ser tão idiota. Eu agi e falei coisas guiado pela raiva, pelo ciúmes e pelo medo. Será que podemos, por favor, voltar a ter o nosso...Lance?
Ela permanece em silêncio, pensando. Mas porque a demora? Será que ela não quer mais saber de mim?
Vejo em seus olhos uma grande indecisão, ela está ponderando, se decidindo, isso quer dizer que ela não tem certeza e que sua resposta pode ser um ‘não’.
“O que eu farei se ela disser não?”
— Tudo bem. — Sua voz sai tão baixa e fraca que penso ter escuta mal. — Podemos voltar para o nosso...Lance.
Um sorriso enorme, maior do que o Texas, surge sem que eu possa impedi-lo, dou um passo para frente quebrando a distância que nos separa e agarro Demi, envolvendo seu corpo com meu braço e cobrindo sua boca com a minha.
“Deus, como eu senti falta disso”.
Com a outra mão seguro seu pescoço e aprofundo o beijo. Quando ela geme, acho que vou me desfazer ali mesmo. Não vou aguentar muito mais.
Entro no apartamento sem me separar dela e com um chute fecho a porta. Abandono sua boca com relutância e desço até seu pescoço, sinto seu perfume e a aperto mais contra meu corpo.
“Mil vezes melhor do que cheirar a maldita blusa”.
Beijo seu pescoço e deposito leves mordidas por sua pele clara, Demi geme e suas mãos vão até minhas costas, me aranhando sobre a grossa camada de roupa.
Chupo o lóbulo da sua orelha e volto a atacar sua boca, sua mão viaja até meus cabelos e ela os puxa, me deixando louco.
Em um movimento rápido a levanto e a carrego, ela envolve as pernas na minha cintura e eu sigo em direção ao seu quarto. Chegando lá, a deito na cama e tiro o paletó e a camisa, junto novamente nossos corpos e recomeço o ataque voraz a sua boca. Beijo-a quase com violência, tentando matar a saudades acumulada de dias num único instante.
Pego a barra de sua blusa e a puxo, nossas bocas se separam apenas para eu poder tirar e arremessar aquele pedaço de pano idiota para bem longe.
Preciso dela, preciso agora, mais do que qualquer coisa, preciso senti-la, preciso do seu calor. Levo minha mão até o botão de sua calça e desabotoo-o, tiro a calça e também a jogo para longe.
Começo a acaricia-la por cima do tecido fino da calcinha, me pegando de surpresa e me deixando confuso, ela para meus movimentos colocando sua mão sobre a minha.
— O que foi, algo errado? — Pergunto sem fôlego, preocupado que ela tenha mudado de ideia.
— Quero fazer isso diferente. — Ela diz também com dificuldade para respirar.
— Como?
— Devagar. — Ela sussurra.
— Baby, não acho que eu consiga ir deva... — Num movimento rápido ela sai de baixo de mim, me virando e invertendo a posição. Agora estou deitando de costas e ela está em cima de mim, sua bunda se esfregando na minha ereção.
— Demi. — Suspiro seu nome.
— Shhh apenas aproveite. Quero te mostrar algo, então fique quietinho. — Ela sussurra, seus lábios roçando levemente os meus.
— Tudo bem. — Concordo com o coração quase saltando pela boca. Ela encosta seus lábios nos meus, dando-me um beijo suave.
Sua língua morna acaricia meu lábio inferior, minhas mãos viajam lentamente por suas curvas.
“Isso é o paraíso, definitivamente o paraíso”.
Seus beijos viajam pelo meu maxilar até meu pescoço, sinto que posso explodir a qualquer segundo. Quero dizer para ela ir rápido porque não sei mais quanto tempo vou aguentar, mas ela quer fazer isso devagar, e se é isso que ela quer é isso que ela terá, mesmo me custando muito para não pressiona-la embaixo de mim e me enterrar rápido e forte dentro dela.
Suas delicadas mãos vão até minha calça e roçam minha ereção, sinto meu pau pulsar.
Isso é uma tortura, mas ao mesmo tempo uma delicia.
Ela desabotoa a calça e eu levanto o quadril para ajuda-la, ela puxa a calça com a boxer junto e minha ereção salta livre, dura como uma pedra.
Ela tira meus sapatos, minhas meias e joga minha calça junto com as outras roupas no chão. Ela fica parada em pé ao lado da cama observando meu corpo com um olhar faminto.
Quando ela leva as mãos até as costas tenho a impressão que meu coração para uma batida, quando seu sutiã cai no chão, revelando seus seios perfeitos, sinto meu autocontrole vacilar.
Ela engata os dedos na calcinha e a puxa para baixo, tenho que fechar os olhos por um momento, respirar fundo e tentar me acalmar. Mas é difícil, faz tantos dias.
Abro os olhos novamente quando sinto ela subindo em cima de mim, cada perna em um lado do meu corpo, ela senta no meu colo e se abaixa para me beijar.
— Linda, não aguento mais. — Digo num tom de suplica.
Quanto Demi toma minha ereção nas mãos, tenho certeza que vou gozar ao menor movimento dos seus dedos.
Ela eleva o corpo e posiciona minha ereção na sua entrada, então lentamente, muito lentamente, vai descendo com o corpo.
Ela solta gemidos baixinhos enquanto a penetro como ela queria, devagar. Sinto suas paredes estreitas, molhadas e quentes me envolvendo e gemo.
Demi sobe e desce lentamente, me provocando. Ela joga a cabeça para trás e segura os seios.
— Joe. — Suspira meu nome.
Como, como posso me controlar diante dessa visão? Ela parece uma deusa. A deusa da sensualidade, da feminilidade, da luxúria e da paixão.
Ela deita seu corpo sobre o meu, seus seios nus roçando minha pele e me beija intensamente. Acaricio suas costas suavemente enquanto ela me beija e me faz penetra-la.
Quando ela para de se mover assumo o controle. Levanto o quadril e abaixo-o, levanto e abaixo-o. Não consigo manter esse ritmo tão lento, então aumento um pouco a velocidade, mais ainda assim a penetro lentamente, quase dolorosamente.
À medida que nosso orgasmo vai se construindo, nossos gemidos ficam mais alto, nossos beijos mais desesperados e a nossa ligação mais rápida.
Quando sinto Demi pulsar em volta de mim e seus gemidos se transformarem quase em gritos, seguro-a forte e a beijo. Meu orgasmo chegando enquanto ela ainda se recupera do seu, jorro minha libertação dentro dela enquanto gemo contra sua boca.
Quando nossos tremores cessam, ela repousa a cabeça em meu ombro, escondendo seu rosto na curva do meu pescoço. Escuto ela suspirar e sorrio.
Isso foi tão intenso, tão maravilhoso, tão perfeito. O melhor orgasmo da minha vida.
Enquanto acaricio a pele macia das curvas delicadas do corpo de Demi, sinto uma paz invadir meu espirito, uma felicidade tranquila invadir meus pensamentos e meu corpo, sinto um sentimento mais forte do que sou capaz de compreender, invadir meu coração.
Sei que o fato de eu nunca ter sentido isso dificulta a identificação e a compreensão de um sentimento tão complexo e poderoso, mas de alguma forma agora eu sei, não me restam mais dúvidas.
Estou apaixonado por Demi Lovato. Completamente apaixonado.

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Comentem pro próximo
xoxo

5 comentários:

  1. E depois de tanto sofrimento, ambos se apaixonaram e admitiram :)
    Agora têm é de admitir um para o outro que se amam, ah mal posso esperar pelo próximo capítulo, estou a adorar esta história :)
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  2. AAAAAAAAAAAAAAAAAAA FINALMENTE!!!! Ele admitiuuuuuuuu! Posta tá muito boa

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  3. Uma das partes mais difíceis já está, eles apaixonaram-se (ou melhor o Joe finalmente apaixonou-se)!
    Agora é só dizerem isso um ao outro e depois enfrentar o Nick kkkk
    Faz maratona por favor
    Ass: Sara

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  4. Aleluia !!! Até que enfim ele assumiu que esta apaixonado por ela !!! Louca pra ver quem vai se declarar primeiro!!! Posta!!!

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  5. Agora que eles já sabem que estão apaixonados, falta só dizer se declararem. Bjs e amei o capitulo ❤

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