1.5.15

Laços de Amor - Capitulo 5

Uma vez que o navio atracou e a maioria dos passageiros desembarcou para seu dia de compras e exploração da cidade de Cabo San Lucas, Joe entrou em ação. Ele já tinha pedido para que Teresa desse alguns telefonemas, e o laboratório do hospital local os esperava.

O sol estava quente e brilhante, e o cheiro do mar os cumprimentou no momento que ele e Demi desceram no deck externo. Normalmente, Joe teria apreciado aquilo. Adorava esta parte do cruzeiro. Atracar num porto, explorar a cidade, revisitar seus lugares favoritos, descobrir novos.

Mas hoje era diferente. Hoje ele estava numa missão, portanto não ia notar a atmosfera festiva e relaxada de Cabo. Assim como não ia notar o vestido de verão verde-claro que se aderia ao corpo de Demi, ou a aparência das pernas longas naquelas sandálias de salto alto. Ele não tinha interesse no fato de que os cabelos loiro-escuros de Demi pareciam mel derretido enquanto cascateavam sobre os ombros, e realmente não estava notando o aroma doce que a brisa parecia levar bem na sua direção.

Colocá-la em sua suíte tinha parecido uma boa ideia no dia anterior. Mas o conhecimento de que ela estava tão perto, no fim do corredor, sozinha na cama, o perseguira durante a noite inteira. Agora seus olhos ardiam, seus nervos estavam à flor da pele, e seu corpo rígido e dolorido.

Bravo, Jonas, disse a si mesmo.

— Para onde estamos indo? — perguntou Demi quando ele pôs uma mão nas suas costas a fim de conduzi-la ao longo da prancha de embarque e desembarque para a praia. Deus, apenas o leve contato foi o bastante para que ele quisesse esquecer tudo sobre o compromisso atual, e, em vez disso, arrastá-la de volta para sua cabine.

Cerrando os dentes, Joe reprimiu a imagem da cabeça.

— Teresa ligou para o hospital daqui — murmurou ele. — O pessoal do laboratório está nos esperando. Eles colherão uma amostra para DNA, farão o exame e enviarão os resultados para o seu laboratório. Devemos ter uma resposta em um ou dois dias.

Demi tropeçou, e ele segurou-lhe o braço num gesto instintivo.

— Rápido assim?

— Dinheiro fala — disse ele com um dar de ombros. Aprendera há muito tempo que com muito dinheiro, um homem podia realizar qualquer coisa. O mundo funcionava assim. E pela primeira vez, sentiu-se satisfeito por ser rico o bastante para exigir ação rápida. Queria resolver aquela questão da paternidade. Não conseguia parar de pensar sobre aqueles bebês. Parecia incapaz de parar de olhar para a fotografia dos gêmeos que Demi lhe dera.

Não conseguia parar de imaginar como a existência daquelas crianças iria afetar... mudar... a sua vida. Então, necessitava saber se iria ser pai ou se iria apenas processar Demi Lovato por mentir para ele. Novamente.

Os saltos dela contra a prancha emitiam um ruído como batidas frenéticas de um coração. Demi estaria nervosa? Joe se perguntou se ela realmente mentira e agora estava com medo de ser descoberta. Pensara que ele simplesmente aceitaria sua palavra de que os bebês lhe pertenciam? Certamente não.

No fim da prancha de desembarque, um táxi estava esperando. Silenciosamente abençoando a eficiência de Teresa, Joe abriu a porta para Demi, e entrou depois dela. Em frases curtas faladas num espanhol quase fluente, disse ao motorista para onde ir.

— Eu não sabia que você falava espanhol — comentou Demi quando ele se acomodou no banco ao seu lado.

— Há muitas coisas que você não sabe sobre mim.

— Suponho que sim.

É claro, o mesmo podia ser dito sobre o que ele sabia sobre ela. Lembrava-se claramente do tempo dos dois juntos, mais de um ano atrás. Mas naqueles momentos roubados, Joe estivera mais interessado em se enterrar no corpo deleitoso do que em descobrir pensamentos, esperanças e sonhos de Demi. Dissera a si mesmo que haveria muito tempo para que eles se conhecessem. Não poderia ter adivinhado que numa única semana a encontraria, a desejaria, e então a perderia.

Entretanto, mesmo com a paixão ardendo entre eles, Joe se recordava das breves conversas nas quais Demi tinha falado sobre seu lar, sua família. Na época, pensara que ela era diferente das outras mulheres que conhecia. Que era mais sincera. Que estava mais interessada nele, o homem, do que no que ele era. No quanto possuía.

E claro, aquela pequena fantasia fora destruída rapidamente.

Joe ficou em silêncio quando o carro partiu. Não queria conversar. Não queria pensar sobre nada, exceto no que estava prestes a fazer. Com uma simples checagem no seu DNA, sua vida poderia mudar irrevogavelmente para sempre. Seu peito estava comprimido, e sua mente girando. Cabo não passava de uma mancha colorida do lado de fora da janela, enquanto eles se dirigiam ao laboratório e a um encontro com o destino.

Em poucos segundos, o táxi foi engolido pela cidade agitada de porto. Em relação ao cais e à avenida principal que corria ao longo do oceano, Cabo San Lucas era uma linda cidade. Hotéis, restaurantes e bares eram todos novos e atraentes, oferecendo o melhor para atrair os turistas que abarrotavam a cidade todos os anos.

No entanto, somente a algumas quadras do porto, Cabo era uma cidade grande como outra qualquer. As ruas eram congestionadas de carros, pedestres andando fora das calçadas num completo abandono, confiando que os motoristas não os atropelariam. Ruas laterais mais estreitas saíam das avenidas maiores, e de lá vinham os aromas tentadores de cebolas fritas, temperos e carne grelhada.

Restaurantes e bares se agrupavam, suas fachadas de estuque lascado parecendo um pouco arruinadas, enquanto turistas subiam e desciam as calçadas, câmeras fotográficas atadas a pulsos bronzeados. Quando o motorista de táxi misturou-se ao trânsito confuso, Joe olhou preguiçosamente pela janela e notou os mercados abertos, um ao lado do outro, sob toldos verde-escuros. Debaixo daquela cobertura havia no mínimo trinta barracas onde você podia comprar tudo, desde jóias até potes de cerâmica pintados.

Cabo era uma cidade turística e o comércio fazia tudo que podia para manter aqueles dólares de férias na cidade.

— Estranho, não é? — perguntou ela, e Joe virou a cabeça para fitá-la. Demi estava olhando pela janela e ele imaginou se ela estava falando sozinha. — Toda a opulência na praia e apenas à alguns quarteirões de distância...

— É uma cidade como outra qualquer — disse ele.

Ela virou a cabeça para encontrar seu olhar.

— É só um pouco decepcionante ver o mundo real sob o esplendor.

— Há sempre um lado oculto. Em tudo. E em todos — murmurou Joe, estudando-lhe os olhos, perguntando-se o que ela estava sentindo. Questionando por que até mesmo se importava.

— O que está escondido sob sua fachada, então? — indagou Demi.

Joe forçou um sorriso.

— Eu sou exceção à regra. O que você vê é o que sou. Sem mistérios a ser solucionados. Sem segredos. Sem mentiras.

As feições dela se tornaram tensas.

— Eu não acredito. Você não é tão superficial quanto finge ser, Joe. Recordo-me de coisas demais para acreditai nisto.

— Então sua memória está errada. Não procure por algo que não existe, Demi — disse ele baixinho, para o caso de o motorista falar inglês. — Eu não sou o garoto rico solitário, procurando por amor. — Joe inclinou-se contra ela, ainda sustentando seu olhar, e acrescentou: — Estou fazendo este exame de DNA para meu próprio bem. Se aqueles bebês são meus, então eu preciso saber. Mas não sou o tipo de homem que quer morar com a família numa casa com cerca branca. Portanto não construa castelos no ar. Você vai cair no asfalto quando eles desmoronarem.

Demi sentiu um calafrio ao mirar aqueles olhos azuis gelados. Durante a noite inteira, tinha ficado deitada na cama, imaginando se fizera a coisa certa procurando Joe. Contando-lhe sobre os filhos. Agora se deparava com uma possibilidade muito real de ter cometido um grande erro.

Uma vez que ele estivesse convencido que os gêmeos eram seus, o que faria? Realmente ficaria satisfeito em assinar um cheque para pensão alimentícia todos os meses?

Ou exigiria tempo com os filhos? E se assim fosse, como ela o encaixaria na vida deles?

Visualizar Joe passando tempo em sua minúscula casa de Seal Beach era quase impossível. O estilo de vida dele era tão diferente do seu que eles poderiam ter vindo de planetas distintos.

— Joe, sei que há uma parte sua que pensa que eu estou mentindo sobre tudo isso. Mas não estou. — Ela parou, observou-lhe a reação e, não vendo nada que a fizesse se sentir melhor, continuou: — Então, antes que você faça o exame de DNA, quero que me prometa uma coisa.

Ele riu brevemente, mas não havia um único brilho de humor nos olhos.

— Por que eu faria isso?

— Por nenhuma razão que eu possa pensar, mas ainda estou pedindo.

— O quê? — perguntou ele, sentando-se ereto, descansando uma das mãos no joelho. — Que promessa é esta?

Mais uma vez Demi tentou estudar-lhe a expressão, mas o semblante dele estava completamente fechado para ela. Mas Joe estava ouvindo, e isso já era alguma coisa.

— Eu quero que me prometa que, independentemente do que aconteça, você não vai descontar o que sente por mim em nossos filhos.

Ele inclinou a cabeça para um lado, estudou-a por um longo momento, então, enquanto Demi prendia a respiração e esperava por uma resposta, Joe finalmente assentiu.

— Tudo bem. Eu lhe dou a minha palavra. O que existe entre você e eu não vai afetar como eu trato seus filhos.

Demi lhe deu um pequeno sorriso.

— Obrigada.

— Mas se eles forem meus filhos — acrescentou ele —, você e eu teremos muito que conversar.

O exame de DNA foi feito com rapidez, e logo Demi e Joe estavam de volta no táxi, dirigindo-se para o cais novamente. Sua angústia era imensa, a cabeça girava. E o fato de estar trancada dentro de um carro numa rua congestionada não ajudava. Precisava caminhar. Precisava respirar. Necessitava se sentir livre. Virando-se para Joe, falou de repente:

— Podemos descer? Andar o resto do caminho para o cais?

Joe a olhou, e o que viu no rosto dela deve tê-lo convencido, porque ele assentiu, então falou com o motorista em espanhol. Um momento depois, o táxi parou no meio-fio. Demi desceu de modo afobado e inalou o ar marítimo frio enquanto Joe pagava a corrida.

Turistas e locais lotavam a calçada, andando apressadamente para todas as direções. Demi prendeu a bolsa embaixo do braço esquerdo e virou o rosto para a brisa que vinha do mar.

— Estamos a diversos quarteirões do navio — disse Joe quando se juntou a ela na calçada. — Você vai conseguir andar nestes sapatos?

Demi olhou para suas sandálias de salto, então para ele.

— Vou conseguir. Eu só...precisava sair daquele táxi e me movimentar um pouco.

— Eu não lembro de você tão ansiosa — comentou ele. Ela riu, e a risada soou nervosa até para seus próprios ouvidos.

— Não ansiosa realmente. É só que, desde que os meninos nasceram, eu não estou acostumada a ficar parada. Eles me fazem correr o dia inteiro, e sentada num táxi, eu me senti presa numa gaiola, e o fato de estarmos em silêncio também não ajudou. Tínhamos acabado de sair do laboratório, meu cérebro estava em intensa atividade e...

Joe interrompeu o fluxo frenético de palavras erguendo a mão.

— Eu entendi. E também gosto da ideia de tomar um pouco de ar. Então, por que não começamos a andar?

— Claro. Isso seria ótimo. — Deus, Demi não pretendera ter um fluxo de consciência ali. Se ele não a tivesse interrompido, o que mais ela poderia ter falado?

Joe pegou-lhe o braço para virá-la, e o calor que o toque provocou em Demi foi o bastante para ferver seu sangue e fazê-la arfar. Não um bom sinal.

Música vinha da porta aberta de uma cantina, e dois turistas jovens embriagados saíram tropeçando na calçada. Joe a puxou para mais perto, de modo que eles passassem o casal, mas mesmo depois, não a liberou. Não que ela se importasse.

— Então, como é um dia típico para você agora? — perguntou ele enquanto eles andavam.

— Típico? — Demi riu, apesar do fato de seus nervos estarem à flor da pele e seu corpo em chamas devido ao braço de Joe rodeando sua cintura.— Aprendi rapidamente que com bebês na casa não existe algo como típico.

Ela arriscou uma olhada para ele, e os olhos azuis se conectaram com os seus por um segundo intenso. Então Joe assentiu e disse:

— Certo, então descreva um de seus dias típicos para mim.

— Bem, para começar, meus dias começam muito mais cedo do que antes — murmurou ela. — Os gêmeos dormem a noite inteira agora, graças a Deus, mas estão acordados e animados por volta das seis da manhã.

— Isso não deve ser fácil. — O braço ao redor da cintura dela afrouxou um pouco, mas ele não a liberou, e Demi sentiu quase como se eles fossem um casal de verdade. O que era um pensamento perigoso.

— Não — respondeu ela rapidamente, a fim de frear sua imaginação com fatos frios. A vida deles era tão diferente que ele nunca seria capaz de entender como era o mundo de Demi. Joe acordava quando tinha vontade, tomava café da manhã em seu quarto, então passava o resto do dia vagando dentro de um navio, certificando-se se seus passageiros estavam felizes.

Ela, por outro lado...

— Há duas fraldas que precisam ser trocadas, dois corpinhos que precisam ser vestidos, e duas bocas pedindo pela mamadeira da manhã. Eles compartilham um quarto com dois berços, e eu vou de um para o outro, como um piloto automático. — Demi sorriu quando as imagens de seus filhos lhe vieram à mente. Sim, era muito trabalho. Sim, muitas vezes ficava cansada. E não, ela não mudaria nada daquilo.

— Como você consegue cuidar de dois deles?

— Você entra num ritmo — replicou ela com um dar de ombros que escondia o quanto tinha sido difícil achar este ritmo. — Cooper é mais paciente que o irmão, mas eu tento não usar isso como desculpa para cuidar sempre de Jacob primeiro. Então, eu revezo. Uma manhã começo pelos cuidados de Cooper, e na manhã seguinte, é a vez de Jacob. Alimento um de cada vez, depois os coloco nos berços de modo que possa começar a lavar á primeira carga de roupa do dia.

— Você os deixa sozinhos nos berços?

Instantaneamente defensiva, Demi o fitou.

— Eles estão seguros e felizes, e não é como se eu os jogasse numa gaiola e fosse me divertir. Estou sempre lá. Mas preciso ser capaz de fazer as tarefas domésticas e não posso deixá-los no chão, desacompanhados, posso?

— Ei, ei — disse ele, o braço apertando ao redor da cintura dela. — Isso não foi uma crítica...

Demi lhe deu um olhar duro.

— Certo — reconheceu Joe. — Talvez tenha sido. Mas não era o que eu pretendia. Uma mãe solteira com dois bebês não deve ser fácil.

— Não, não é — admitiu ela mais calma. — Mas nós nos viramos. Temos a hora de brincar, e os dois são tão inteligentes e tão interessados em tudo... — Demi meneou a cabeça. — É realmente incrível observá-los acordar para o mundo um pouco mais a cada dia.

—Deve ser.

Ele estava dizendo as coisas certas, mas o tom de voz transmitia uma falta de confiança que ela não gostava nem um pouco. Mas então, como poderia culpá-lo? Joe ainda não acreditava que os gêmeos fossem seus filhos. É claro que recusasse se envolver até que tivesse uma prova de que era o pai.

— Enquanto eles dormem durante o dia, eu trabalho.

— Sim — murmurou Joe, desviando-a de um buraco grande o bastante para engoli-los. — Você disse que tinha seu próprio negócio. O que faz?

— Cestas de presentes — respondeu ela, erguendo o queixo. — Crio e confecciono cestas de presente exclusivas. Tenho algumas empresas como clientes, e faço muitos negócios pela Internet.

— Como você entrou nisso? — perguntou ele, e Demi teve quase certeza que Joe estava realmente interessado.

— Comecei fazendo para amigos. Aniversários, chás de bebê, festa de inauguração de uma casa, este tipo de coisa — explicou ela. — A partir de então; os negócios decolaram. Pessoas começaram a me encomendar cestas, e depois de um tempo, eu percebi que estava administrando um negócio. Mas é ótimo, porque me permite estar em casa com os meninos.

— E você gosta disso.

Não uma pergunta, mas uma declaração. Demi parou de andar, olhou para ele e disse:

— Sim, gosto. Eu não suportaria a ideia dos meninos numa creche. Quero acompanhar todas as primeiras vezes deles. A primeira vez que engatinharem, que andarem, que falarem. Quero ouvir as risadinhas e secar-lhes as lágrimas. Quero ser o centro da vida deles.

Joe a estudou por um longo momento, como se estivesse tentando imprimir a imagem dela na mente. Ou tentando ler seus pensamentos para ver se aquelas palavras de Demi eram realmente sinceras.

— A maioria das mulheres não quer ficar fechada numa casa com dois bebês berrando o dia inteiro — ele finalmente falou.

Demi irritou-se de imediato.

Primeiro, as mulheres que você conhece não são exatamente do tipo maternais, são? Segundo, os meninos não berram o dia inteiro, e, terceiro, passar tempo com crianças não é uma prisão. É um presente. Um pelo qual agradeço todos os dias. Você não me conhece, Joe. Então não finja o contrário.

Uma sobrancelha escura se arqueou, e os olhos azul-claros adquiriram um brilho de divertimento.

— Eu não estava tentando insultá-la — disse ele suavemente. — Eu... admiro o que você está fazendo. O que sente por seus filhos. Tudo que eu quis dizer, foi que gostei do que você falou.

— Oh. — Bem, ela não se sentia uma tola? — Desculpe. Suponho que tiro conclusões um pouco rapidamente demais.

— Um pouco? — Ele riu baixinho, e recomeçou a andar, mantendo o braço ao redor da cintura de Demi, como se temesse que ela fosse fugir. — As palavras Mãe Ursa me vêm à mente.

Demi teve de rir.

— Tem razão, sabe. Eu soube que seria muito protetora no instante em que os meninos nasceram. Estava tão encantada só de olhar para eles... de saber que tinham saído de mim. É um sentimento incrível. Dois garotinhos minúsculos... num minuto eles não estão lá, e no momento seguinte, estão respirando, chorando e capturando seu coração. Eu me apaixonei tão completamente, com tanto desespero que soube de imediato que jamais permitiria que alguém ou alguma coisa os machucasse. Ninguém critica meus filhos. Ninguém.

— Sim — concordou Joe com uma expressão pensativa. — Eu entendo.

A mão na cintura de Demi flexionou-se, e dedos começaram a roçar gentilmente. Através do tecido fino do vestido de verão, ela jurou que podia sentir a pele dele na sua. Seu coração estava violentamente disparado, e sua respiração ofegante. Encontrando-lhe os olhos, viu confusão escrita ali e teve de perguntar:

— O que aconteceu?

— Nada. É só que... — Joe parou. Então, meneando a cabeça, acrescentou: — Vamos, ainda temos um longo caminho pela frente.

Meia hora depois, os pés de Demi estavam doendo e ela estava seriamente arrependida de ter descido do táxi.

Mas havia compensações, também. Tais como andar ao lado de Joe, o braço forte circulando sua cintura, como se eles fossem um casal de verdade. Ela sabia que deveria se afastar daqueles toques, mas estava apreciando demais o contato para fazer isso.

Fazia tanto tempo desde a semana deles juntos. E depois daquilo, Demi não estivera com mais ninguém. Bem, encontrara-se grávida pela maior parte do tempo, portanto sem muita chance de conhecer alguém novo. Mas mesmo que não estivesse grávida, não teria procurado. Joe penetrara seu coração e sua alma de tal maneira naquela semana curta que tornara quase impossível para Demi pensar em estar com outro homem.

O que não era nada bom, considerando que ele deixara claro que eles não ficariam mais juntos. Não que ela quisesse isso...

— Oh! — Demi parou subitamente quando eles chegaram ao mercado de rua pelo qual tinham passado no caminho para o laboratório. Uma ótima maneira de clarear a mente de mais pensamentos perturbadores sobre Joe. — Vamos olhar aqui.

Franzindo o cenho, como qualquer outro homem faria ao se deparar com uma mulher querendo fazer compras, Joe disse:

— O que você poderia querer comprar aqui? Isto é uma armadilha para turistas.

— O que torna o lugar divertido — respondeu ela, desvencilhando-se dele andou para baixo do toldo, entrando no corredor que levava no mínimo a trinta diferentes barracas.

Demi andou no meio da multidão, sentindo Joe alguns passos atrás, enquanto via anéis e colares de prata, bolsas de couro, xales de crochê e diversos outros artigos. Ela sorriu para o homem vendendo tacos e ignorou o ronco de fome em seu estômago enquanto se movia para a barraca de camisetas.

Joe parou atrás dela e olhou para o mostruário de camisetas com imagens de Cabo, de pescaria e das cantinas locais. Meneando a cabeça para o mistério que eram as mulheres, perguntou-se por que ela escolhera comprar ali.

— Precisa de um novo guarda-roupa? — perguntou ele, inclinando a cabeça de modo que sua voz sussurrasse diretamente no ouvido dela.

Demi teve um pequeno sobressalto, e Joe gostou do fato de que podia deixá-la nervosa. Vinha sentindo isso o dia inteiro. A tensão se formando ao redor dela. Quando ele a tocava, sentia o calor e a resposta feminina que alimentava o fogo em seu interior. No momento que havia lhe circulado a cintura, soubera que estava cometendo um erro. Mas a sensação do corpo de Demi curvado contra o seu era tão boa que ele não quis liberá-la.

O que o enervava muito.

Aprendera sua lição com Demi um ano atrás. Ela mentira sobre quem era. Quem sabia se também não tinha mentido sobre sua resposta a ele? Se ainda estava mentindo? Mas mesmo enquanto pensava nisso, Joe se questionou se alguém poderia inventar o tipo de calor que era gerado entre eles quando seus corpos se roçavam.

— As blusas não são para mim — ela estava dizendo, e Joe reprimiu os pensamentos para prestar atenção. — Pensei que talvez houvesse alguma coisa pequena o bastante para os meninos... aqui está!

Ela puxou uma camiseta de uma pilha, e era tão pequena que Joe mal podia acreditar que a peça realmente poderia ser usada. Havia um burrico sorrindo na frente, e as palavras "Filhotes de Burros Também Precisam de Amor" estavam escritas abaixo.

— É tão bonitinha! Você não acha?

Joe perdeu o fôlego quando ela ergueu o rosto para o seu e deu um sorriso tão luminoso que o brilho nos olhos de Demi quase o cegou. Ele tinha dado diamantes para mulheres e visto menos demonstração de alegria. Se aquilo fosse uma representação, pensou, ela deveria ganhar um Oscar.

— Suponho que sim — disse ele. Então se voltou para a dona da barraca e lhe falou em espanhol, dizendo-lhe que eles precisavam de duas das camisetas.

Sorrindo, a mulher achou outra igual, colocou as duas numa sacola e estendeu-lhe. Joe pagou pelas roupinhas antes que Demi pudesse pegar a carteira na bolsa. Depois, capturou-lhe a mão e, carregando a sacola, conduziu-a para a rua.

— Você não precisava comprá-las — murmurou ela quando eles estavam no caminho para o cais mais uma vez.

— Considere isso meu primeiro presente para meus filhos.

Demi tropeçou de leve, e ele segurou-lhe a mão com mais força, firmando-a, mesmo que sentisse seu próprio equilíbrio se abalar.

— Então você acredita em mim?

Joe sentiu um aperto se instalando em seu peito. Estudou os olhos de Demi e não pôde encontrar o menor sinal de fingimento. Ela era muito boa em esconder segredos? Ou não havia segredos para esconder? Em breve, ele teria certeza. Mas por enquanto:

— Estou começando a acreditar.

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              CAPÍTULO NOVOOOOO. Demorei mas to aqui, leiam e se deliciem.
              Infelizmente n tem como fazer maratona porque ela é pequena.
              xoxo Nathi

7 comentários:

  1. ~ TA PERFEITO, POSTO LOGO O OUTRO, TO CURIOSA ~

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  2. perfeito <3 n demora a postar!

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  3. ei coração, demora pra postar não, assim você mata a gente.
    posta logo <3

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  4. Ai mds q perfeição!
    Posta logoooo please *-*
    Bjos :3

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  5. Plmdds, menina posta logo.,scrr pf pf <3

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  6. Aaaaaaaaaaaaash não sei nem o que dizer, só que estar perfeito

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  7. mdss ele tava com o braço na cintura da demi e ta começando a acreditar que os bebes são dele <3, to chateada as melhores fics sempre são curtinhas mas essa ta muito fofa

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