14.12.15

Minha Dupla Vida - Capitulo 12


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ASSIM… EU tinha sido dispensada.

Joe me deixou para trás sob a poluição da noite pesada, seu paletó de seda italiana como um pedido de desculpas por ele ter tirado o abrigo de seu braço de cima de mim, mesmo com o cheiro do tecido estando delicioso… tal como Joe. Ele disse que eu não precisava esperar, e a julgar pela forma como parou ao lado do Escalade, sem me apresentar, estava me excluindo das partes mais importantes de sua vida.

Duas semanas atrás, eu provavelmente teria saltitado feliz para o utilitário de Joe a fim de esperar por ele, grata por qualquer fração de seu mundo que ele quisesse compartilhar. Agora? Eu tinha um novo senso sobre meu próprio valor e não queria ficar à sombra de um sujeito de quem eu realmente gostava. Especialmente não quando a conversa entre eles começou a esquentar.

Joe gesticulava e sacudia a cabeça. As vozes se elevaram, mas não o suficiente para que eu distinguir o que estavam dizendo.

Através do para-brisa do Escalade, encontrei o olhar do Fraser mais velho, o rosto iluminado pelo azul-celeste das luzes do painel. Fiquei um pouco surpresa ao constatar que o conhecido produtor não tinha um motorista para transportá-lo pelo tráfego da cidade, mas daí Thomas Fraser II tinha a reputação de ser um homem trabalhador, um multimilionário que subiu na vida por conta própria. A imprensa adorava suas histórias no estilo do luxo ao lixo, do menino abandonado pela mãe viciada em drogas que alcançara fama e riqueza. Era puro Hollywood.

Ele deve ter me apontado para Joe, porque só aí este se virou e notou que eu ainda estava de pé ali no escuro. Era eu, ou ele parecia impaciente? Afastei este pensamento e me recusei a ficar constrangida. Eu era uma parte da vida de Joe ou não?

Mesmo que a resposta fosse não, queria saber a verdade. Eu não poderia me intitular uma mulher forte e independente, a menos que tivesse a coragem de saber em que ponto eu estava com o homem com quem estava passando algumas noites muito memoráveis. Eu consideraria isso parte da minha transformação pessoal. Mesmo que ele partisse meu coração.

Respirando fundo, me aproximei a passos largos.

– Oi. – Falei a palavra perfeitamente. Claramente. E com convicção. Mas eu meio que esperava não ter de dizer muito mais. Enfiei minha mão pela janela do Escalade, embora estivesse num ângulo estranho. – Sou C-Demi.

Estremeci na tentativa de esconder minha gagueira. As pessoas gaguejavam um pouco naturalmente quando estavam tensas. No entanto, o alívio desintegrou quando percebi que havia informado meu nome real a alguém que tinha me visto sair do Backstage em um traje de dança. E usando máscara.

Ai. Droga. O que eu tinha na cabeça ao dar àquele homem, um homem com quem Joe se desentendia constantemente, o poder de destruir minha vida? Pior, lhe forneci munição para ferir Joe através de sua relação comigo.

Joe passou um braço em volta da minha cintura enquanto eu me aprumava para apertar a mão de seu pai.

– É um prazer conhecê-la, Demi. Sou Thomas. – disse ele com a menor ênfase na segunda sílaba, uma pitada de espanhol em seu discurso. Eu tinha certeza de que um de seus pais era espanhol, mas não conseguia lembrar qual. O aperto de mão foi forte e seguro quando ele pegou minha mão, e se achava estranho o fato de eu estar usando máscara, não mencionou nada.

Ele sorriu para mim, balançando a cabeça ligeiramente. Eu o teria considerado bem encantador se não fosse a postura frágil de Joe ao meu lado. Dava para sentir a fúria silenciosa na tensão dos músculos do filho.

– Meu pai já estava de saída – explicou Joe, mantendo o olhar nivelado ao do pai. – Já terminamos aqui.

– Pense no que eu disse – falou Thomas, a mandíbula rígida. Sua expressão era o oposto do calor que ele havia demonstrado para comigo. A metamorfose aconteceu outra vez, fazendo o caminho reverso, quando o homem mais velho se voltou para mim novamente. – Talvez veja você amanhã à noite, Demi. Joe vai estar em um baile de gala. Tenho certeza de que você iria gostar.

Não tive tempo para responder. Ele acenou de modo garboso antes de se recostar no banco e arrancar com o carro. Felizmente, Joe notou as intenções de seu pai e me puxou longe o suficiente para não haver risco de o Escalade passar em cima dos meus dedos.

– Ele parece tão interessante quanto é retratado na imprensa – falei diplomaticamente, não muito certa sobre o que mais dizer com Joe em silêncio ao meu lado.

Meu palpite inicial era de que ele estava com raiva.

Irritado porque o pai havia me convidado para um evento no qual Joe não havia planejado me incluir? Ou ele estava simplesmente sentindo-se frustrado por ter um pai autoritário? Tentei não levar para o lado pessoal o fato de ter ficado sabendo sobre o baile pelos lábios do pai dele.

Mas mais uma vez, tive a impressão de que Joe estava tentando me manter afastada de sua vida pública.

– Ele é interessante – murmurou Joe, me guiando para o utilitário. – Vou conceder essa honra a ele.

Um manobrista veio correndo para abrir a porta do carro para mim. Coloquei um pé no apoio e me impulsionei para sentar no banco do carona, meu coração cheio de emoções misturadas. Ainda estava feliz por Joe ter ido ao Backstage esta noite. E tão grata por ele ter me ajudado a escapar daquele encontro estranho com minhas colegas da Sphere. No entanto, agora me perguntava se ele estava tentando me esconder de propósito das pessoas que importavam em sua vida. Seu pai era seu rival, e ainda assim Thomas Fraser sabia mais sobre o paradeiro de Joe do que eu.

Alguns minutos depois, seguíamos para oeste pela Santa Monica Boulevard, o tráfego ficando mais tranquilo conforme deixávamos o centro da cidade para trás. Tirei minha máscara e a peruca loira, cansada de tentar esconder quem eu era atrás de uma fachada que não se encaixava. Minha franja se soltou do grampo que a segurava.

– Posso levá-la para sua casa? – perguntou Joe, abaixando a janela para deixar o ar da noite úmida entrar.

– Seria bom. – Eu mal podia esperar para tirar o traje de dança e deixar minha vida dupla para trás. De agora em diante, não usaria minha Natalie Night interior para me amparar. Minha confiança precisava vir de dentro.

– Desculpe por não ter apresentado você ao meu pai imediatamente. – Ele encontrou a autoestrada e acelerou. Não precisei me virar para ver do que ele estava fugindo. Obviamente, Thomas havia lhe abastecido com alguns demônios poderosos.

– Está tudo bem.

– Não está. – Ele segurou minha mão. Apertou-a. – Mas eu tinha a sensação de que nossa conversa ia ser desagradável. Além disso, pensei que você ia preferir fazer uma fuga discreta. Sei que está preocupada com a possibilidade de as pessoas em seu escritório descobrirem sobre sua dança, e achei que quanto menos pessoas que você encontrar, melhor.

– Eu sei. – Assenti, reconhecendo a sabedoria daquela cautela. – Mas fui tão pega de surpresa que esqueci que ainda estava usando a máscara.

– Sério? – Joe olhou para mim, a sobrancelha direita arqueando, surpresa. O canto da boca se ergueu levemente.

Eu gostava de pensar que eu era capaz de me esgueirar através da armadura dele.

– Sério! – Dei um tapa na própria testa para dar enfatizar. – Uma lerdeza total da minha parte. Fiquei ali, me sentindo ofendida quando você disse que eu poderia ir para o carro, sem nem cogitar que você tinha um bom motivo para não me apresentar, mas aí já estava no meio da frase com seu pai, toda vestida de plumas.

Ele ficou em silêncio por um longo instante enquanto ultrapassávamos limusines e conversíveis, motos e vans de entrega.

– Nosso relacionamento é terrivelmente estranho para você? – soltei, agora tensa.

– Não. – Balançando a cabeça, ele pareceu abandonar quaisquer preocupações que tivesse. Soltou minha mão para acariciar meu braço. Mesmo através do tecido de seda do paletó, o toque dele me dava arrepios. – Só espero que isso não fique desconfortável para você. Meu pai tem bons contatos. Na verdade, ele só sabia onde eu estava hoje graças à sua vasta rede de amigos ansiosos para lhe fazer favores.

– Não entendi.

– Um dos seguranças no Backstage era segurança particular do meu pai. Aparentemente, o cara ligou para meu pai quando me viu entrar hoje à noite. – Joe pôs as duas mãos no volante quando o tráfego aumentou.

Perdi a sensação de seu toque. E agora não queria pensar em como o pai bem relacionado de Joe poderia deixar as coisas desagradáveis para mim. Eu estava muito incensada pela forma como ele tratara o filho.

– Por que ele simplesmente não telefonou, se queria falar com você?

– Por acaso ele teve um jantar nos arredores do clube, por isso não foi uma grande viagem para ele. Mas fez o esforço de aparecer no clube porque não tenho atendido os telefonemas dele – admitiu Joe. – Encontrei-me com ele na semana passada e senti como se tivesse chegado… a um impasse.

Franzi a testa.

– Você se importa se eu perguntar o que ele queria?

Joe demorou um tempo para responder, pegando a estrada interestadual 405.

– Ele quer que eu volte à Fraser Films para supervisionar a produção de seu novo filme.

– Depois do enorme desentendimento público que vocês tiveram? – Eu tinha lido o suficiente sobre o racha para entender algumas das ramificações, pelo menos do ponto de vista empresarial. Incluí algumas de minhas preocupações em meu relatório para Selena. E agora precisava levá-las em consideração pelo bem-estar financeiro de Joe.

– Difícil de acreditar, não é? – Joe sacudiu a cabeça, uma mecha de cabelo escuro caindo numa sobrancelha e lhe conferindo um ar de malvadeza que faria qualquer mulher suspirar. – Mas é assim que ele trabalha.

– É o filme sobre prisioneiros de guerra que você queria fazer desde o início?

– Claro que não. É o filme dele sobre prisioneiros de guerra, cujos direitos ele acabou de adquirir. E ele quer que eu o desenvolva com atores rentáveis e uma sensibilidade mais americana… – Joe balançou a cabeça. – Poderia ser um bom filme. Mas não é o meu filme. E estou pronto para começar a colocar minha marca no meu trabalho.

– Eu também – falei com uma veemência surpreendente. – Quer dizer, quero isso na minha vida profissional. Colocar minha marca no meu trabalho. – Fiquei envergonhada por ter me intrometido com meus próprios problemas enquanto ele estava falando sobre os dele pela primeira vez. – Desculpe por mudar de assunto desse jeito. Só me identifico totalmente com a necessidade de reivindicar algum reconhecimento.

– Obrigado. – Ele acelerou ao nos aproximamos de Mar Vista, e aquilo significava alguma coisa, porque ele não perdeu tempo ao deixar o centro da cidade. – Significa muito para mim que você entenda de onde venho. Houve pessoas na minha vida antes que realmente defendiam meu pai, sempre supondo que ele tinha a melhor das intenções e pensando que se eu cedesse poderia ter tido o mundo aos meus pés agora.

Fiquei em dúvida sobre como responder, porque desconfiava que o velho Thomas Fraser também tinha as melhores intenções para com o filho.

– Quando você diz “pessoas”, se refere a antigas namoradas?

Ele riu, um som quente que roçou minha pele como uma carícia.

– Elas também. Mas houve caras que eu achava serem amigos que realmente ficaram do lado do meu pai. Muitas pessoas são atraídas pela imagem dele.

– Estou do seu lado – assegurei a ele. – E não só porque você está me pagando. – Parei de repente, ouvindo as palavras na minha cabeça. – Isso soou meio esquisito.

– Eu entendi o que você quis dizer. – A voz de Joe suavizou, os ombros relaxando um pouco pela primeira vez desde que avistara o Escalade branco em frente ao Backstage. – Não devia ter colocado você nessa posição tão esquisita… Insistir em trabalhar com você quando já tínhamos uma relação pessoal.

– Tem sido um bom empurrãozinho para mim, no entanto. – Eu não ia ter problemas em separar o trabalho da vida pessoal. Pelo menos tinha esperanças de que não. – Se você não tivesse insistido em trabalhar comigo, ainda estaria presa na rotina. – Ao nos aproximarmos do meu bairro, indiquei minha rua. – Moro na Ocean View.

– Eu sei. – Ele desacelerou quando se aproximou da minha casa lugar. – Fiz uma pesquisa no Google a seu respeito quando estava tentando solucionar o mistério de Natalie/Demi.

– Sério? – Um arrepio percorreu meu corpo perante ideia de ele me procurar. Pensando em mim.

– Sim. E procurei ainda mais, uma vez que você começou a lidar com minhas finanças.

– Bem, isso é simplesmente esperteza profissional – assegurei a ele, embora estivesse um pouco tensa agora. – E o que exatamente você descobriu?

Ele ligou o pisca-alerta esquerdo.

– Sei que você mora aqui. – Ele apontou minha casa corretamente. – E sei que seu pai cedeu a casa para você no seu vigésimo primeiro aniversário.

– Bem. Tecnicamente, ele me vendeu por um preço módico. – Sem nenhum interesse. Eu nunca poderia ter comprado a casa de outra forma.

– É um lugar ótimo. – Joe desligou o motor antes de vir para meu lado para abrir a porta.

Olhei para a rua a fim de me certificar de que ninguém estava por perto. O casaco de Joe cobria a maior parte de mim, mas preferiria não ser vista entrando em casa com o traje de dança e o paletó de um homem.

– Meu pai é negociante de antiguidades e minha mãe, decoradora de interiores. Ela o ajudou com esta casa quando ainda estavam juntos. – Durante todos os três anos.

Mas tentei dizer a mim que a casa tinha a minha cara, uma das poucas boas colaborações deles.

Joguei-me nos braços de Joe, que estavam à minha espera, meu corpo se aninhando no dele enquanto ele me abaixava ao chão lentamente. Vagarosamente. Seus olhos percorreram meu corpo e o desejo que havia se acumulado no clube queimava outra vez.

Eu sentia tudo formigar só de pensar em estar com ele novamente.

– Posso não ser capaz de apreciar plenamente a estética da sua casa esta noite.

– Não? – Mordisquei o lábio inferior dele, e tinha um gosto tão bom que precisei fechar os olhos para saboreá-lo.

As mãos dele se enfiaram sob o paletó para alisar meus quadris. Quente. Possessivo.

– Então só vou mostrar uma das melhores características da casa e guardar o restante para outra hora.

– Você é a melhor característica. – Ele sussurrou as palavras calorosamente ao longo do meu pescoço, e mesmo que não tivesse me beijado ainda, o prazer fumegava em minhas veias.

– Venha – insisti, pegando sua mão para levá-lo à parte de trás da casa, a fim de evitar a luz da varanda e do pequeno poste no canto mais distante do meu jardim. – Vamos para um lugar mais privado.

Eu ainda estava com um pouco de medo da possibilidade de ser o deleite secreto de Joe? A mulher que ele não iria dividir com seus amigos e família? Definitivamente. Mas isso não iria me impedir de levar aquela atração louca e cálida o mais longe possível.

AQUELA MULHER o deixara de pernas para o ar.

Sexy para diabo num minuto. Docemente vulnerável no outro. E por baixo de tudo, inteligente e engraçada. Demi o atraía em todos os sentidos.

Joe a seguiu por um caminho pavimentado com lajes, até que avistou um brilho azul no quintal. Eles contornaram a casa, desviando de árvores de murtas de crepe, para encontrar um pátio com uma banheira de hidromassagem e uma piscina entre alas da construção em formato de L. Cercas de quase três metros bloqueavam os vizinhos, criando um oásis particular. A água da banheira de hidromassagem fluía sobre uma borda para a piscina, o som de água escorrendo calmante como qualquer fonte. As flores de lótus flutuavam na superfície da piscina, o brilho bruxuleante fazendo parecer que funcionavam com velas à pilha. Provavelmente tinham um temporizador ou sensor de presença.

– Muito bom. – Ele passou a mão por um poste de madeira lisa que servia de apoio à varanda no segundo andar, a qual abrangia todo a extensão da casa.

Palmeiras-anãs em vasos pontilhavam as pedras lisas ao redor da piscina, e uma tenda branca transparente escondia o que Joe imaginava ser um chuveiro ao ar livre.

– Não é exatamente luxuosa como a da família Fraser, mas é um lar. – Ela fez uma pausa perto de uma espreguiçadeira de bambu comprida, entrelaçando o braço ao dele, o perfume fresco de Demi provocando o nariz de Joe.

– O luxo não precisa ser exagerado. Isso é lindo. – O pai de Joe havia vivenciado tanta pobreza quando criança, que aparentemente nunca teria bens o suficiente para compensar isso. A casa de Demi, menor do que qualquer uma das residências de seus pais, provavelmente tinha sido construída na década de 1950 e era dotada do tipo de charme que a maioria das casas maiores nunca poderia alcançar.

Daí, novamente, talvez o apelo da casa tivesse mais a ver com Demi em si. Joe gostava de tudo que a envolvia. Demais.

– Quer entrar? – perguntou ela baixinho, um dedo adentrando a manga da camisa dele para roçar o pulso.

– Pergunta capciosa. – Ele a girou para encará-lo, necessitando se esquecer de todo o restante. Esquecer-se de tudo, exceto dela.

– Na casa? – Ela sorriu, flertando com ele enquanto seu dedo encontrava o botão do punho na manga e o deslizava pela casinha.

O polegar de Demi permanecia no pulso de Joe, um simples toque erótico só porque era Demi. Ela não precisava de roupas e plumagens para enlouquecê-lo. Ela poderia deixá-lo de joelhos com apenas um olhar.

– Depende. – Ele refletia sobre as opções. Pronto para estar com ela em qualquer lugar. Querendo que fosse a decisão certa para ela.

Demi enfiou a mão na outra manga e a desabotoou também.

– Estou esperando… – sussurrou Demi contra o pescoço dele, os lábios roçando com leve suavidade na garganta.

Droga. Ela era simplesmente… Droga.

Joe não conseguia elaborar nenhum pensamento, quanto menos palavras, então tirou o casaco dos ombros dela, atirando a seda para o lado. O traje de dança minúsculo brilhava à luz da lua, as lantejoulas criando pontinhos de fogo sobre a pele dela.

– Você vai ficar com muito frio? – perguntou ele, dando um passo para trás a fim de abrir um botão da própria camisa, e em seguida tirando a peça por cima cabeça.

Os olhos cinzentos rastreavam os movimentos dele, o olhar mergulhando lá embaixo antes de se erguer de volta ao rosto dele.

Demi mordeu o lábio enquanto balançava a cabeça respondendo que não.

– Perfeito. – Ele assentiu com satisfação e estendeu a mão para ela, abaixando as alças do corpete bordado.

A pele de Demi era perfumada e macia, e ela entrelaçou os braços ao redor do pescoço de Joe enquanto o restante do traje escorregava. O tecido ficou ao redor do peito, descansando na curva dos seios empinados, tesos.

A pele dela reluzia, pálida, uma mecha de cabelo escuro retorcida ao longo da clavícula, repousando no ligeiro decote. Joe pôs uma das mãos nas costas dela e puxou os fios escuros com a outra, acariciando aquela maciez sedosa entre o polegar e o indicador. Demi suspirou de prazer, a cabeça inclinada para trás. Joe sentia-se o desgraçado mais afortunado por poder vê-la daquela forma, desinibida e sensual, relaxada e com os dedos enganchando no cós da calça dele.

Joe a beijou delicadamente. Os lábios tinham gosto de gloss de canela, e ele se demorou lambendo-os, sugando o lábio inferior carnudo para saborear cada pedacinho. Demi cravou os dedos no couro cabeludo dele, se emaranhando no cabelo antes de baixar as mãos até o pescoço, até os ombros nus.

Os quadris de Demi encontraram os de Joe, e ela arqueou ao encontro dele, rebolando sedutoramente até ele puxá-la para si. Os seios dela se achataram ao encontro do peito dele, o peso suave dos montes volumosos se acomodando a ele enquanto Joe baixava a roupa dela até os quadris. Demi estava nua sob as lantejoulas, e os mamilos estavam rijos colados ao corpo dele.

O ar noturno estava quente ali, a brisa diminuta por causa da cerca alta. Ainda assim, Joe os incitou para mais perto da banheira de hidromassagem, desejando certificar-se de que Demi não ficaria com frio. Além disso, eles estavam em brasa, a pele dele tão quente que Joe provavelmente faria o restante da roupa dela derreter em um minuto.

Ela abriu a fivela do cinto enquanto ele a guiava de costas até a água fumegante. Tiraram os sapatos perto de uma mesa no pátio, e Joe jogou o cinto perto da porta de tela da casa. Enquanto ele desabotoava as calças e tirava um preservativo da carteira, Demi pegava um controle remoto em um banco de pedra e apertava os botões para diminuir as luzes exteriores. A luz do spa foi acesa, e a da piscina mudou para um tom intenso de vermelho sob a superfície, as flores de lótus flutuantes ainda piscando acima. Mas os olhos de Joe já estavam adaptados à penumbra, e ele conseguia enxergá-la muito bem.

Mais do que bem.

Demi não esperou por ele para levá-la para a água. Assim que largou o controle remoto, ela beijou o peito de Joe. Aí foi abaixando-se. Joe tentou levá-la para a banheira, mas ela balançou a cabeça e seguiu para mais abaixo das costelas dele, ficando de joelhos.

Joe queria esperar. Aquecê-la primeiro e lhe dar prazer exaustivamente, mas Demi enganchou os dedos na cueca boxer e a tirou, e aí ele se perdeu. Demi pôs a boca em torno dele, e Joe não pôde fazer nada senão aproveitar a sensação da língua macia, sedosa, deslizando em torno na ponta, pelo comprimento.

Ele sentiu um rastro de fogo pela espinha em reação, as mãos se emaranhando no cabelo dela. Para detê-la ou mantê-la ali, ele não tinha certeza. Ele inspirou de maneira arfante e olhou para a imagem que Demi criava, seu corpo encolhido ao mesmo tempo que as mãos deslizavam nos quadris e flancos dele. Deus do céu.

A visão dos cílios longos cerrados tocando o rosto dela, o rosto como uma imagem do perfeito contentamento ou talvez até mesmo do prazer, o deixou no limite. Ele soltou o cabelo dela e lhe agarrou os ombros, incentivando-a a se levantar em meio a protestos suaves.

Só de olhar para os lábios reluzentes de Demi, Joe ficava tão excitado que precisava se obrigar a pensar em algo, em qualquer outra coisa.

Com mãos trêmulas, tentou se concentrar em remover o restante do traje dela. Meio sem jeito, deslizou a mão por baixo da seda e das lantejoulas para libertar os quadris. Colocando um dedo na tira da calcinha fio-dental de cor clara, a removeu também, em um movimento lento.

Só quando Demi estava ali, espetacularmente nua, Joe a levou para a banheira de hidromassagem. Uma plataforma ampla formava o primeiro degrau raso, e ele a puxou para lá. O nível da água era perfeito para o que Joe tinha em mente, mas primeiro ele queria deixar Demi completamente úmida e muito, muito excitada.

– Venha – insistiu ele, guiando-a para baixo em águas mais profundas.

Ela estendeu a mão para a borda da banheira e apertou um botão embutido. Bolhas começaram a retumbar na superfície e, em seguida, se romperam, espirrando água morna e ao mesmo tempo escondendo os corpos de ambos com espuma branca.

O sorriso repentino de Demi fez Joe querer beijá-la. Prová-la. Retribuir o favor sensual que ela lhe oferecera. Talvez, assim que a provasse, já estaria recuperado do que Demi fizera para ele. Ele ainda estava no ponto de chegar ao ápice e ainda nem a havia penetrado.

– Gosta disso? – perguntou, trilhando os lábios sinuosos dela com o dedo.

– Adoro isso – respondeu ela, a voz firme. Sincera.

Ele a beijou com força, desejando selar o momento na memória para sempre. Marcá-la para ele.

Ele lambeu e provou, explorando todos os cantos e nuances da boca de Demi até ela se enroscar nele sob a água, as pernas dela travando os quadris dele. Joe a carregou naquela posição, as mãos firmando os quadris, de volta à plataforma da piscina no raso.

Demi não protestou quando ele abandonou sua boca para beijar até o vão suave na base do pescoço. Para desenhar um círculo com a língua em torno de cada seio e tomar os mamilos rijos na boca. Ela empinou em direção a ele, mas Joe prendeu os quadris dela com as mãos, mantendo-a em águas rasas.

Aí mordiscou e provou o corpo escorregadio de Demi, descendo, fazendo breves pausas para atiçar a pequena poça de água no umbigo. Parando ainda por mais tempo para lamber a coxa e depois pousar entre as pernas dela, exatamente onde ele queria estar. Joe mudou de posição para se ajoelhar no degrau abaixo da plataforma, a altura perfeita para colocar as coxas de Demi em seus ombros.

O cheiro dela o deixava louco, e ele a sorveu, lambendo até a fenda do sexo de Demi. Ela se abriu para ele, úmida e pronta, mas ele se demorou, pincelando as dobras volumosas do núcleo feminino até ela se contorcer e gemer. Na primeira vez que Demi chegou à beira do ápice, Joe recuou e aumentou a tensão mais uma vez, desejando levá-la mais alto do que ela jamais estivera.

Na segunda vez, ele não conseguiu se conter, e quando Demi curvou as costas na borda, ele continuou com mais intensidade, lhe dando tudo de que ela necessitava enquanto cavalgava em espasmos exuberantes.

Joe nunca tinha visto nada mais bonito do que Demi até então. Sua cabeça estava girando, as emoções cruas para diabo quando ele vestiu o preservativo e a penetrou com uma investida suave. Ele a ergueu, para que ela pudesse montar nele, o corpo tão flexível que ele poderia fazer qualquer coisa com ela. Joe queria fazer tudo.

Mas, por enquanto, ele apenas lhe ancorava a cintura com o braço e a penetrava mais fundo. Demi cravou as unhas nos ombros dele, os gemidos como uma música doce e erótica aos ouvidos dele, até que ela chegou ao clímax de novo, e ele também.

A libertação de Joe pareceu eterna, uma onda tépida após outra pulsando através dele e para dentro dela. Demi gritou o nome dele, desabando contra o peito forte, e o corpo dele ainda fervia com as consequências daquele orgasmo. Joe a abraçou, dando beijos em seu cabelo úmido enquanto recuperavam o fôlego.

Quando foi capaz de se mexer, Joe levou ambos para águas mais profundas. Ele ajudou Demi a sentar-se de lado em seu colo enquanto ele apoiava as costas contra a borda da banheira. O motor do spa desligou, deixando a água tranquila e fumegante ao redor.

Ela aninhou a bochecha no ombro dele, os olhos se fechando. Joe olhou para as estrelas, sentindo-se sortudo para diabo por abraçá-la. Pena que as emoções irregulares dentro dele diziam que não podia se dar ao luxo de arriscar muito mais tempo nos braços de Demi.

Algo havia mudado entre eles esta noite. Um novo entendimento. Um olhar mais profundo para dentro um do outro. Pelo menos ele achava que a compreendia melhor, e tinha certeza absoluta de que ela havia começado a decifrá-lo. E isso o fez parar e pensar.

Demi era uma das mulheres mais quentes e mais genuínas que já conhecera. Ela não merecia o drama da família Fraser, o escândalo iminente que era sua vida cotidiana. E seu pai já sabia quem ela era. Provavelmente já suspeitava de alguma coisa sobre o relacionamento deles.

Será que seu pai levaria o nome dela à imprensa? Revelaria os segredos dela ao seu local de trabalho conservador?

– Meus olhos estão fechados – disse Demi a ele de repente, sem olhar para cima. – Mas posso ouvir as engrenagens girando na sua cabeça.

A risada grave dele foi tão dolorosa quanto divertida. Como diabos ela sabia disso?

– Ainda estou me recuperando. – Joe se inclinou para apoiar o rosto no topo da cabeça de Demi.

– Mentiroso – acusou ela com delicadeza. – Sinto a tensão em você. – A mão dela deslizou para o quadril dele. – E não do tipo bom.

Por mais extenuado que estivesse, o corpo respondeu à insinuação dela. Joe trocaria tudo para esquecer as pressões de seu mundo profissional e se perder nela novamente.

– Não gostei do fato de meu pai ter nos visto juntos. Vai chamar a atenção do público para você.

– Você não pode continuar me escondendo. – Demi levantou o queixo e ergueu a mão para a bochecha dele.

– Eu não estou escondendo você. – Embora, mesmo ao dizer tais palavras, compreendesse por que ela achava aquilo. – Eu estou apenas… tentando proteger você.

– Tudo bem – concordou ela, mas pela velocidade com que concordou, Joe teve a impressão de que ela não acreditava nele. – E se eu disser que não preciso de proteção?

Ele se lembrou da fuga apressada de Demi da sala de reuniões quando a conheceu.

– Minha vida é uma casa de vidro. – Sempre há alguém espiando. Julgando.

– Se eu não conseguir cuidar de mim, então não pertenço à sua vida, para começo de conversa. – Ela traçou um círculo molhado com o polegar no rosto dele. – Certo?

– Não deveria ser assim…

– Mas é. Você é uma figura pública. Nunca vai ter uma vida pessoal totalmente privada.

Admitir isso o irritava, então ele não disse nada.

– Você sabe que estou certa. – Ela pôs a mão de volta na água e se afastou para olhá-lo diretamente nos olhos. – Então me dê um momento tipo “ou vai ou racha” para provar meu valor.

– O quê? – Ele tinha perdido parte da conversa? Joe balançou a cabeça, sem saber do que Demi estava falando. – Você não precisa prov…

– Leve-me para o baile de gala amanhã à noite.

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Hey gente, consegui finalmente entrar em um pc. Vou agendar uns capítulos para vocês.
Um favorzão enorme: COMENTEM. Isso é muito importante pra nós, principalmente agora que o blog está meio parado.

3 comentários:

  1. eu to tão feliz por você ter conseguido postar, o capitulo ta perfeito eles estão cada dia mais apaixonados, esse baile promete... Posta Logoooo por favor

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  2. De x em x dias tenho vindo ver se postaram mais alguma coisa e agora descubro logo três novos capítulos :) Obrigada por voltarem, adoro todas as vossas histórias.
    Este capítulo pegou fogo!!!

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  3. Que bom que vc conseguiu postar,ia pirar sem os seus caps ;),amei o capitulo,ja venho acompanhando o blog de vcs a um tempo,mas só agora eu e uma amiga minha decidimos criar um blog,será que vc pode dar uma passadinha lá e se gostar divugar ?http://paradiselost05.blogspot.com.br/ obg

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