10.6.16

Paixão Inesperada - Capitulo 28 - Vermont


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(DICA: PROCURE NO GOOGLE IMAGENS POR - MONTPELIER VERMONT IN FALL)
Demi
— Demi, baby...Você está me escutando? — A voz de Joe me trás de volta dos meus pensamentos.
— Hum, sim, estou. — Minto.
— Então, o que você acha?
— Sobre o que? — Ele solta um suspiro e quando me viro para ele, está me olhando com uma cara séria.
— Você não estava me escutando, não é? O que está acontecendo com você, faz uns três dias que você está agindo de uma forma estranha, parece sempre distante.
— Não é nada, está tudo bem.
— Então me diga, o que você acha de irmos passar aquele final de semana em Vermont amanhã?
— Amanhã? Mas é muito em cima da hora.
— Mas não é como se fosse uma viagem que precisa de semanas de preparo. Eu gostaria muito de estar bem longe daqui nesse final de semana. Podemos ir amanhã depois que você sair da aula e voltamos no domingo à noite.
— Mas e o seu trabalho, você não precisa trabalhar amanhã?
— Não se preocupe com isso, eu já resolvi tudo.
— Ah então já está decidido que vamos amanhã?
— Bem, não, se você não quiser não precisamos ir. Mas eu gostaria muito de ir.
— E tem que ser amanhã? — Pergunto notando que ele parece ansioso para ir logo para Vermont.
— Tem. Por favor, vamos?
Penso um pouco a respeito, eu não quero ir passar um final de semana romântico em uma cabana no humor em que eu tenho estado ultimamente, mas se for pensar bem, talvez essa possa ser uma ótima oportunidade para lhe contar sobre o bebê.
— Tudo bem, se é importante para você, podemos ir amanhã.
— Ótimo. — Ele parece aliviado. Acho estranho, mas não questiono, ele tem os seus motivos para querer ir parar Vermont e eu tenho os meus.
Depois de um voo de cinco horas, finalmente chegamos à cidade de Montpelier, em Vermont. O segundo estado menos populoso dos Estados Unidos.
No aeroporto Joe e eu pegamos um táxi que nos levou até uma loja de aluguel de carros. Lá, Joe me explicou que precisaríamos alugar uma caminhonete 4x4, porque é o único jeito de conseguirmos subir pelo caminho difícil que nos levará até a cabana. E sem um carro para podermos ir e volta da cidade quando quiséssemos, ficaríamos sem ter como voltar para Montpelier caso acontecesse alguma coisa.
Então colocamos nossas coisas no porta malas e Joe assume o volante. Para chegarmos ao caminho de acesso à cabana, temos que atravessar a pequena cidade de 7.850 pessoas.
O lugar é absolutamente adorável, as casas são construídas em um estilo clássico, há muito verde e poucos prédios. Possui o típico estilo calmo e pacato de uma cidade rural.
E as cores, ah as cores...Estamos no auge no outono, como em Dallas quase sempre parece que estamos no verão, já havia me esquecido como um lugar pode ficar lindo nessa época do ano. Muitas folhas secas amarelas, laranjas, vermelhas e algumas verdes enfeitam o chão e os galhos das árvores e arbustos.
Como já passa das sete horas da noite, a cidade está banhada com as luzes artificiais amarelas dos postes e das casas, dando um ar quase mágico para a cidade.
Observo as pessoas andando pelas causadas, algumas famílias, alguns casais, alguns grupos de amigos, algumas pessoas estão sentadas nos bancos com um copo de plástico de onde sai um vapor quentinho, que combina perfeitamente com o clima um pouco mais gelado.
Logo Joe sai da cidade e guia o carro por uma estrada com cercas de madeira em ambos os lados, com apenas alguns postes com fracas luzes. Seguimos por um caminho e logo chegamos à pequena estrada de chão que leva a cabana. Seguimos por essa estrada que logo começa a ficar íngreme, e logo percebo que graças a Deus estamos com uma caminhonete, caso contrário não conseguiríamos subir a montanha.
Cerca de meia hora depois, finalmente chegamos a um portão de ferro grande e imponente. Joe desce do carro para abrir o portão e seguimos viagem. Mais uns dez minutos seguindo por uma estrada, dessa vez sem chacoalhar tanto, e avistamos a cabana. Tudo bem, cabana não é o nome apropriado, mansão seria mais adequado.
Quando Joe estaciona na frente da casa, desço do carro rapidamente e olho para a construção impressionante.
A “cabana” tem três andares e é suficientemente larga para que um caminhão não consiga esconde-la. Ela é construída toda com uma madeira escura e tem muitas janelas.
— Uau, isso é bem mais do que eu esperava. — Joe comenta parando ao meu lado.
— Com certeza, esse lugar é incrível. — Digo com um sorriso empolgado.
— Vamos ver se é igualmente impressionante por dentro? — Ele pergunta com um sorriso tão animado quanto o meu.
Então seguimos para a grande porta da frente. Joe que tem a chave, destranca-a e a abre para mim. Quando entramos é simplesmente...Uau.
Acho que alguém – o caseiro ou algo do tipo – sabia que viríamos, então as luzes de fora e de dentro já estão acessas.
Joe fecha a porta e vem se juntar a mim para contemplar a luxuosa decoração.
— Venha, vamos fazer um tour. — Joe me puxa consigo.
Percorremos os três andares, cada cômodo nos deixando mais perplexos do que o último.
A mansão denominada erroneamente de cabana, possui quatro quartos e três suítes, cinco banheiros, uma cozinha enorme, uma sala de jantar e duas salas de estar, uma menor e outra maior, com lareira e um vidro enorme substituindo a madeira no lugar da parede. Além de uma sauna, uma piscina externa, uma pequena academia com três paredes inteiras de vidro com uma vista impressionante, uma sala de jogos e uma área grande de lazer nos fundos. Ah, e ainda tem o lustre. Meu Deus, quem coloca um lustre enorme de vidro numa “cabana”?
— Eu vou pegar nossas malas e depois que tal tomarmos um banho e jantarmos?
— Parece perfeito. — Respondo.
— Ótimo, pode escolher qual das suítes você quer que fiquemos, eu já volto.
Quando Joe volta com nossas malas, subimos até o quarto e ele nos prepara um banho. Depois de ficarmos pelo menos uma hora na banheira nos beijando e acariciando, saímos e fomos até a cozinha. A geladeira e os armários estavam cheios, e eu e Joe preparamos juntos nosso jantar.
A noite teria sido perfeita, se as duvidas e preocupações que eu trago comigo tivessem ficado em Dallas, e não enraizadas em meu coração.
Tão exaustos que estávamos por causa da viagem, dormirmos assim que deitamos na enorme cama de casal. Os primeiros raios de sol da manhã de sábado nos despertou. Durante toda a manhã Joe agiu um pouco estranho, parecendo tenso e nervoso. A hora mais estranha foi quando ele insistiu que eu desligasse meu celular, que incrivelmente tinha sinal aqui em cima, e ele também desligou o seu. Ele disse que não queria que ninguém nos incomodasse, mas senti que tinha um motivo oculto por detrás do pedido aparentemente normal.
Apesar de Joe alegar que queria passar o final de semana apenas ele e eu, isolados na montanha, não aguentamos e decidimos ir logo depois do almoço para Montpelier, a cidade é pequena e acolhedora demais para resistirmos.
Passamos a tarde toda conhecendo a cidadezinha, e me apaixonei por ela mais do que já havia ontem, quando passamos rapidamente por aqui.
Visitamos as pequenas lojinhas, comemos em um delicioso restaurante e tiramos fotos da igreja, da prefeitura e outras construções lindas.
A tarde foi tão agradável que por um momento eu esqueci tudo o que me preocupava e me concentrei apenas em Joe.
Quando voltamos para nossa cabana, Joe insistiu em me preparar um banho de banheira com sais enquanto ele – sozinho, que fique registrado – preparava o jantar. Claro que ele na cozinha não poderia acabar muito bem, mas ele estava sendo tão fofo que não disse nada e deixei que ele cuidasse de mim.
Tomei meu banho atenta a qualquer sinal de fumaça ou cheiro de comida queimada. Mas surpreendentemente quando sai do banheiro um cheiro muito bom me recebeu, me troquei rapidamente e quando cheguei à sala de jantar, Joe estava terminando de servir a mesa.
— Humm, que cheiro bom.
— Você parece surpresa, devo me sentir ofendido? — Ele pergunta com um sorriso brincalhão nos lábios.
— Não, é só que eu não sabia que você tinha tais dotes culinários.
— E eu não tenho, mas fiquei horas assistindo aqueles programas culinários da TV a cabo, queria cozinhar algo para você.
— Você assistiu aqueles programas chatos por minha causa? A maior prova de amor que pode existir. — Digo brincando e rimos.
— Vai rindo, vai...Você vai ver só quando provar da minha comida, acho que tenho jeito para a coisa.
Jantamos e admito, a comida estava deliciosa, talvez ele tenha jeito para a coisa mesmo. Depois do jantar tiramos a mesa e colocamos os pratos na máquina de lavar. Ainda na cozinha, Joe me agarrou e me beijou de um jeito que parecia querer tirar todo o ar dos meus pulmões, meus joelhos vacilaram e ele me segurou, me carregando até o quarto no colo.
Uma vez lá, tiramos as roupas um do outro e nos deitamos nus, nossos corpos entrelaçados, na cama.
Joe me penetrava com paixão, com desejo. Nossos corpos se encaixando perfeitamente, como se tivessem sido feitos um para o outro.
A uma certa altura, não conseguindo mais bloqueá-la, a voz de Eva volta a assombrar meus momentos com Joe.
“Ah, não me olhe assim, você sabe que é verdade. Joe é um tipo único de homem, ele merece muito mais do que você pode oferecer, ele precisa de muito mais do que você pode oferecer”.
Amaldiçoo-me por ser tão fraca e não conseguir impedir que as palavras de Eva ecoem em minha mente.
Elas sempre veem em momentos como esse, como que para me lembrar que eu nunca serei capaz de satisfazer Joe.
“Joe não gosta de mulherzinhas inocentes e que são extremamente entediantes na cama, ele gosta de ação”.
“...ele gosta de se enfiar em todos os buracos que você tem...”.
Será que sou capaz de fazer isso? Talvez eu devesse me esforçar mais para satisfaze-lo ao invés de julgar suas preferências, com certeza tem coisas que eu não posso fazer, por isso tenho que me esforçar para conseguir aquelas que estão ao meu alcance.
Eu vou provar para ele que eu posso fazer as coisas que ele gosta, que o sexo comigo não precisa ser sempre passional.
— Joe. — Seu nome sai junto com um gemido.
— Sim, meu amor.
— Posso te pedir uma coisa? — Digo as palavras com insegurança. Estou morrendo de medo, nunca fiz isso antes, nem sequer pensei em fazer.
— Você pode me pedir o que quiser, meu amor, qualquer coisa e eu faço por você. — Ele diz beijando meu pescoço e investindo contra mim, fazendo com que seja difícil pensar em qualquer outra coisa além de como é bom senti-lo dentro de mim.
— Me... — Fecho os olhos com vergonha das palavras que estou prestes a dizer. — Me come por trás. — Digo mais baixo que um sussurro. Ele para de se mexer imediatamente e levanta o corpo um pouco, me olhando confuso.
— Você quer dizer, de quatro?
— Eu quero dizer... — Ah meu Deus, porque é que ele já não entendeu? Ele vai mesmo me fazer dizer as palavras? Sinto meu rosto pegando fogo, desvio o olhar e digo com a voz fraca.
— Eu quero sentir você dentro de mim, mas no outro lugar, você sabe. — Ah meu Deus, que vergonha. Eu devo estar fazendo um papel ridículo. Você é tão estupida Demi.
Ele parece realmente muito surpreso com meu pedido, ele se levanta e sai de dentro de mim, me deixando com uma sensação de vazio.
— Você está falando sério, sexo anal? — Ele me olha incrédulo. Aposto que ele nunca esperava isso de mim, mas eu vou provar que posso me transformar, pelo menos um pouco, no tipo de mulher que ele gosta.
— Sim.
— Você tem certeza? — Algo estranho passa por seu olhar.
— Tenho. — Não. — Eu quero. — Não, você não quer.
— Hum...Tudo bem. Você já...Já fez isso antes? — Ele pergunta fazendo uma careta.
— Não, nunca fiz. Quero experimentar isso com você. — Ele parece aliviado com minha resposta.
— Tudo bem, então espere aqui. — Ele levanta e vai em direção ao banheiro, observo sua bunda linda e mordo o lábio. Os caras que acham que mulher também não repara na bunda estão redondamente enganados, e a de Joe é perfeita.
Quando ele volta, está carregando uma camisinha e um frasco.
— O que é isso? — Pergunto.
— Camisinha e um óleo, já que não temos lubrificante. — Ele diz colocando os objetos na mesinha ao lado da cama. — Você quer mesmo isso? — Ele pergunta uma última vez.
Eu não quero, estou com medo, mas eu tenho que fazer isso. Por ele. Talvez seja até gostoso.
— Sim, eu quero. — Digo tentando não deixar transparecer o medo em minha voz.
— Então se vire. — Ele manda e eu me viro, deitando de barriga para baixo. — Levante um pouco o quadril. — Eu faço como ele me pede e ele enfia uma almofada em baixo do meu estômago.
— Por que isso? — Pergunto com a bunda levemente elevada por causa da almofada.
— Essa é a melhor posição para a primeira vez. — Ele explica. Não quero nem começar a pensar como meu namorado sabe qual a melhor posição para o sexo anal. Espanto as imagens inconvenientes e respiro fundo. Meu pulso está acelerado e sinto que estou tremendo.
— Relaxe, meu amor. — Ele diz com uma voz suave. — Feche os olhos e relaxe, eu vou te fazer uma massagem primeiro.
Fecho os olhos e tento controlar minha respiração. Você tem que fazer isso, Demi, não é para você é para ele, é para o Joe sentir prazer. Sinto o colchão afundar e Joe subir em cima de mim, uma perna em cada lado do meu corpo. Sinto sua ereção roçando em mim e pulso com o desejo.
Sinto algo gelado se derramando na base da minha coluna, e um cheiro gostoso tomar conta do ambiente. Joe espalha o óleo com ambas as mãos por minhas nádegas.
Ele pede que eu abra um pouco as pernas e eu faço, ele me massageia, arrancando suspiros de mim. Derrama mais óleo e continua sua massagem, suas mãos subindo por minhas costas. Eu gemo mais.
— Isso é tão bom. — Suspiro.
Ele me suja com mais óleo, e dessa vez suas mãos deslizam até o meio das minhas pernas, ele massageia meu clitóris e me penetra com dois dedos. Seguro os lençóis e fecho os olhos com força.
— Meu Deus, isso é muito sexy, meu amor. Estou tão duro.
Ele continua me massageando e me penetrando, até que eu não me importo com mais nada, tudo já esquecido devido o prazer que ele me proporciona.
Sinto meu orgasmo crescendo, ele começa a me penetrar mais rápido, acrescentando o terceiro dedo. Agarro-me aos lençóis e grito quando meu orgasmo me atinge com força.
Escuto o barulho de plástico sendo rasgado, olho por cima do ombro e vejo Joe colocando a camisinha.
É agora, meu coração volta a bater rápido e eu tremo, e isso não tem nada a ver com o orgasmo incrível que eu acabei de ter.
Joe derrama óleo em sua ereção e em mim, lambuçando ambos.
— Tudo bem, amor, apenas relaxe, ok?
— Ok. — Fecho os olhos e mordo o lábio.
Sinto sua ereção forçando entrada em um lugar que eu nunca imaginei ser invadida. Sinto uma pressão forte, sinto como se estivesse sendo rasgada, e dói muito mais do que eu imaginava. Mesmo estando toda lambuzada de óleo, o progresso na penetração é mínimo, e cada milímetro mais para dentro que Joe empurra, mais dói. É quase insuportável.
— Relaxe, minha linda, relaxa que vai mais fácil. — Mordo com força meu lábio e tento suportar a dor sem soltar grunhidos angustiados. Tento relaxar o corpo, mas é difícil quando estão te penetrando por trás. — Está doendo? — Ele pergunta preocupado.
— Bem pouquinho. — Minto. Eu não sou muito de falar palavrão, mas...Caralho, está doendo muito!
Sinto ele derramando mais óleo e empurrando mais para dentro. Não consigo segurar e gemo de dor, só espero que ele ache que é de prazer.
— Tem certeza que não está doendo?
— Tenho. — Respondo com a voz mais parecida com um choro. — Continue.
— Acho melhor não, se você quer mesmo isso, podemos comprar alguns plugs anais e começar com um bem pequeno.
— Não, não. Continue. — Ele não entende, eu preciso conseguir fazer isso, preciso provar que eu posso fazer isso.
Ele continua empurrando lentamente e a dor é dilacerante. Sinto lágrimas de dor escorrerem por meu rosto e a dor só vai aumentando até chegar em um nível que eu não aguento mais, mordo o lençol para não gritar para que ele pare.
— Amor, acho melhor parar. — Ele diz e eu balanço a cabeça em negativa. — Demi, eu vou parar.
— Não, Joe, não pare.
— Demi...
— Não, Joe, não. — Grito quando sinto ele retirando o pouco que havia penetrado em mim.
— Ah meu Deus, está sangrando, que droga, Demi. — Ele rapidamente sai de cima de mim. — Está saindo sangue, merda, merda... — Ele começa a xingar. — Merda, eu machuquei você. — Ele diz com desespero na voz.
Sinto uma dor horrível e me viro para ver a quantidade de sangue que está saindo.
— Não, não se mexa. — Joe diz parecendo não saber o que fazer. Ele pega a sua cueca box e some no banheiro, segundos depois ele volta – vestido com a cueca – e começa a me pegar no colo. Agarro-me ao seu pescoço e gemo com a dor provocada por sua invasão.
— Calma, amor, eu vou cuidar de você. — Ele me carrega ao banheiro e vejo que a torneira da banheira está aberta, enchendo-a.
Ele cuidadosamente me coloca na água quente e barulhos por causa da dor escapam da minha garganta.
— Isso deve ajudar. A água está muito quente?
— Não. — Ah meu Deus, está ardendo e doendo muito, e a água quente só parece piorar tudo.
Joe se afasta da banheira e passa a mão pelos cabelos, parecendo transtornado.
— Pelo amor de Deus, Demi, porque você não me pediu para parar? — Ele não está gritando, mas seu tom de voz é severo, me fazendo encolher na banheira.
— Eu não queria que você parasse.
— E você simplesmente ia aguentar a dor calada? Saiu sangue, Demi, você entende isso? Eu te machuquei pra caralho, porra. — Ele dá um soco na parede me assustando.
— Sinto muito. — Digo abraçando minhas pernas, meu lábio inferior começa a tremer e tento segurar o choro.
— Fique um pouco aí para ver se a dor passa, se continuar saindo sangue ou doendo muito, me chame. — Ele diz desligando a torneira, sua voz fria como gelo. Quando ele vai se afastar eu seguro seu braço.
— Joe. — Ele puxa o braço e não me olha nos olhos.
— Não. — É tudo o que diz e então se vira e sai, batendo a porta com força.
Apoio à testa em meus joelhos e choro. Eu sou uma inútil mesmo, eu deveria ter aguentado, Eva tem razão, eu não consigo ser o tipo de mulher que Joe quer.
Mesmo a água estando quente, sinto meu corpo tremendo, choro até soluçar.
Não sei quanto tempo fico sentada chorando na banheira, só sei que a água já está gelada e eu ainda não tenho coragem de sair daqui e enfrentar Joe. Ele parecia tão bravo.
Quando não aguento mais o frio, levanto-me e me enrolo na toalha. Dou alguns passos e a dor volta a me incomodar. Tenho que dar passos pequenos e lentos, porque mesmo a água quente tendo me ajudado um pouco, ainda dói.
Abro a porta do banheiro e vejo Joe de costas, só de cueca olhando através da janela. Quando ele me escuta se vira, sua expressão séria e dura. Ele pega um roupão de pano branco em cima da cama e caminha até mim.
Ele tira minha toalha e joga no chão, então começa a vestir o roupão em mim, ele dá um nó apertado e me pega no colo, me depositando na cama. Ele puxa as cobertas e me cobre.
— Aqui, um remédio para a dor. — Ele me entrega uma capsula e um copo d’água.
— Obrigada. — Digo e tomo o remédio. Ele deposita o copo na mesinha perto da cama e se senta na beirada. Ele me olha fixamente nos olhos pela primeira vez desde que brigou comigo no banheiro, fica em silêncio, parecendo me analisar.
— Como você está?
— Bem.
— Não minta para mim de novo, Demi. — Ele diz rapidamente e eu olho para baixo envergonhada.
— Está doendo um pouco, mas o banho ajudou. — Respondo com a voz fraca.
— Bom. Agora me diga, o que diabos você estava pensando quando insistiu para eu continuar mesmo quando você não estava mais aguentando a dor? — Seu tom ríspido de voz me dá vontade de chorar.
— Eu...Eu não sei...Eu só queria tentar isso.
— Não, tem algo mais, não é? Você estava desesperada pedindo para eu não parar, mesmo doendo. Por quê?
— Eu já disse, eu queria fazer isso com você. — Respondo abraçando minhas pernas em um modo protetor.
— Essa parte eu entendi, o que eu não entendi é o porquê você querer tanto isso ao ponto de suportar uma dor dessas?
— Eu só...Eu só... — Não consigo inventar nenhuma desculpa, minha voz vai sumindo e eu começo a chorar ruidosamente.
— O que está acontecendo, Demi?
— Eu só queria que você pudesse fazer comigo as coisas que você gosta. — Digo fungando e limpando o nariz no roupão. Quando ele assimila minhas palavras, fica branco como papel.
— De onde veio isso? — Fecho os olhos e respiro fundo, então olho para ele e lhe digo.
— Ela disse que eu precisava fazer essas coisas se eu quisesse que você continuasse comigo.
— Ela quem? — Ele pergunta confuso.
— Eva. — Digo baixinho, apoiando o queixo em meu joelho. Joe arregala os olhos e levanta da cama num pulo, como se tivesse acabado de levar um choque.
— Como assim, quando você falou com ela? — Ele pergunta furioso.
— Ela me abordou no banheiro, naquela noite no leilão. — Confesso.
— Então foi por isso que você demorou, e foi por isso que você estava estranha. — Ele coloca as mãos na cintura. — E ela te disse que se você não fizesse isso eu ia te deixar?
— Sim.
— Filha da...Urgh...Eu vou matar aquela mulher. — Joe começa a ficar descontrolado, ele passa as mãos pelos cabelos e anda de um lado para o outro. — Eu juro que se ela aparecesse na minha frente agora eu a matava. Vadia louca da porra. — Ele começa a gritar e de repente um vaso com flores se estilhaça na parede, me fazendo dar um pulo e me encolher mais embaixo das cobertas.
Joe começa a xingar como eu nunca havia ouvido antes,  nunca havia o visto tão nervoso.
— O que mais aquela coisa te disse? — Ele pergunta finalmente parando em um só lugar, em pé ao lado da cama, sua respiração irregular e seu olhar fulminante. — Me diga tudo e não omita nada, Demi. — Ele diz com autoridade. Então eu conto, suas palavras ainda estão muito bem gravadas em minha memória, então reproduzo fielmente nosso diálogo daquela noite, as reações de Joe são diversas. Raiva, indignação, vergonha – quando repito as palavras de Eva sobre o que eles faziam juntos – todo momento ele profere ameaças a Eva.
— Não acredito que você fez isso, não acredito que você achou que eu fosse te deixar caso você não fizesse essas coisas. Eu te amo, porra. Eu não vou te deixar nem que você queira, eu não posso mais viver sem você, não consigo, você não entende isso?
— Joe, ela disse outra coisa também. — Agora é a hora da verdade.
— O que?
— Que ela foi ao seu escritório e vocês se beijaram, e quase...Quase transaram.
— E você acreditou nela? — Ele pergunta com um tom acusatório.
— Não...Sei, talvez, sei lá.
— Isso é culpa minha, eu deveria ter te falado sobre a visita que ela me fez. — Ele vem se sentar na beirada da cama, estende o braço e segura minha mão. — Ela foi até meu escritório, queria que eu voltasse a me relacionar com ela, mas eu recusei. Ela partiu para cima de mim e me beijou, mas eu juro que não correspondi, meu amor. Eu a afastei e expulsei-a do escritório. Dei ordens para não deixarem mais ela entrar lá.
— Então é verdade, vocês se beijaram? — Pergunto sentindo uma dor no coração.
— Não, ela me beijou, eu não a beijei. Eu a afastei, a única que eu quero beijar é você, ninguém mais, acredite em mim.
— Ela disse que vocês só não transaram porque alguém os interrompeu.
— É mentira, aquela vadia louca está mentindo. Depois que eu a empurrei para longe, eu a arrastei para fora e a expulsei, foi nessa hora que ela ameaçou me tirar o contrato e disse que iria nos separar. É isso que ela quer, meu amor, nos separar, não deixe que ela faça isso, por favor.
— Porque você não me contou antes?
— Desculpa, eu devia ter contado, eu só não queria aborrece-la lhe contando sobre Eva, e eu estava com medo também, e vergonha. Por ter um dia me envolvido com uma pessoa como ela.
— Não minta mais para mim. — Peço engasgando com o choro.
— Eu prometo, nunca mais vou esconder nada de você. Prometo meu amor.
— Você está bravo comigo?
— Com você? Não, nunca. — Ele suaviza a voz e chega mais perto, me puxando para seus braços. — Mas por favor, nunca mais faça isso. Eu te amo, Demi, e quando estamos juntos, fazendo amor, é a melhor sensação da minha vida. Eu amo o que nós fazemos e amo o jeito que nós fazemos. Se algum dia você quiser fazer algo, pode me pedir, mas desde que seja porque você quer, e não porque você acha que tem que fazer. O sexo e para ser algo bom para nós dois, não só para um ou outro, eu cuido das suas necessidades e você das minhas, mas desde que as coisas que fazemos estejam boas para os dois. Prometa-me que você nunca mais vai mentir e me pedir para fazer algo que você não quer.
— Prometo.
— E prometa que você nunca mais vai dar ouvidos a Eva e que vai ficar longe dela.
— Prometo. — Digo me aconchegando em seus braços.
— Eu te amo, minha linda. Só você, e para sempre, o que você faz ou deixa de fazer na cama nunca vai mudar isso. Eu amo cada segundo que eu passo com você.

Acordo sentindo o corpo de Joe entrelaçado com o meu. Levanto-me e deixo-o dormindo. Vou tomar um banho de chuveiro bem rápido e quando saio do banheiro ele já está acordado.
— Bom dia. — Ele diz e eu respondo, ainda estou envergonhado pelo que aconteceu ontem.
— Vou tomar um banho. — Ele diz indo até o banheiro, parando para me dar um beijo na testa. Escuto a água do chuveiro e me visto. Vou escovar os dentes e pentear o cabelo, tento não ficar observando Joe ensaboar aquele corpo perfeito, se não é capaz de eu voltar para dentro do box.
Deixo Joe tomando banho e me dirijo para a sala, a enorme com lareira e a parede de vidro. Sento-me no sofá e a dor me faz lembrar o quão eu fui ridícula ontem à noite. Insistir para que ele continuasse, mesmo quando eu não estava mais aguentando a dor, foi estúpido. Mas o pior foi o motivo, não acredito que eu deixei mesmo que Eva entrasse em minha cabeça desse jeito. Por causa dela Joe ficou chateado comigo, e com ele também, apesar de que o que aconteceu ontem não foi sua culpa, apenas minha. Mas ele está mal por ter me machucado.
Agora eu entendo o porquê o sofá de couro marrom está posicionado de frente a essa parede, mesmo que isso faça com que a sala fique parecendo desorganizada, é simplesmente porque a vista dessa grande parede feita inteiramente de vidro é de tirar o fôlego. Imagino que de todas as estações do ano, Montpelier fique mais linda no outono.
Observo as montanhas no horizonte e as árvores com suas folhas frágeis caindo devido à época do ano. Essa paisagem me passa uma sensação de serenidade, de paz, de conforto. Permito-me absorver cada detalhe dessa paisagem natural digna de uma pintura.
Levo um pequeno susto ao sentir uma mão deslizando por meu ombro até meu pescoço, levanto a cabeça e vejo Joe me olhando fixamente, mas não mais sério como ontem, apenas intensamente. Ele contorna o sofá e senta-se, deixando o espaço de um assento entre nós.
— Tenho duas coisas que eu gostaria de lhe dizer. — Ele diz olhando para frente. Viro-me para ele, encolhendo as pernas e puxando-as para debaixo de mim.
— Diga.
— Prometi nunca mais mentir para você, então devo te contar sobre o que aconteceu entre Eva e eu, alguns dias atrás, e como isso tem a ver com a minha pressa em vir para cá.
Olho-o confusa, com um vinco na testa, mas deixo que continue sem interrupções.
— Eu sei que preciso te dizer, e eu pretendia fazer isso, só não sabia quando. Mas acho que não devemos guardar segredos um do outro, eu me arrependi por não ter te contado sobre o beijo e não quero cometer esse erro de novo. — Ele faz uma pausa, respira profundamente e então se vira, seu olhar encontrando com o meu.
— Nossa vinda para cá, justo nesse final de semana, tem dois motivos. O primeiro, eu lhe digo mais tarde, o segundo, é porque Eva foi até a Townsend me chantagear. Como eu já te disse, ela é louca e ela me perseguiu por muito tempo anos atrás, quando eu decidi que não queria mais nada com ela. Ela tentou me obrigar a voltar a me envolver com ela, e ela usou um...Um vídeo para isso. Uma filmagem na qual eu faço coisas que gostaria de não entrar em detalhes, mas que é da época da faculdade, quando eu e ela ainda nos envolvíamos. Ela me disse que se eu não a encontrasse em um quarto de hotel, sexta feira, ela mostraria o vídeo para você e para sua família. — Ele abaixa o olhar, parecendo envergonhado.
Tento digerir suas palavras. Tudo bem, Eva possui um vídeo de Joe, um com o conteúdo que pelo que ele deu a entender, é íntimo.
E ela tentou chantageá-lo, tentou obriga-lo a dormir com ela para que não vazasse o tal vídeo. Apesar do desconforto de saber que Eva tem um vídeo íntimo do meu namorado, não posso evitar que um pequeno sorriso surja em meus lábios. Porque no dia em que ele deveria se encontrar com ela, ele estava viajando comigo. Ele não cedeu à chantagem, e ele está me contando, está sendo honesto mesmo que isso o envergonhe.
Ele teve a chance de me trair, eu provavelmente nunca iria descobrir – a menos que Eva viesse se vangloriar como ela fez com o beijo – mas ele não o fez, ele escolheu me contar, mesmo correndo o risco dela liberar um vídeo constrangedor. Ele escolheu ser fiel a mim.
— Então você decidiu fugir para cá, comigo.
— Sim. Só queria te tirar de lá, onde ela pudesse lhe mostrar aquele... — Ele faz uma careta de nojo e não termina a frase.
— Qual o segundo motivo para você querer vir para cá? — Pergunto curiosa.
— Ainda não, baby. — Ele me olha com um sorriso fraco nos lábios. — Precisamos conversar sobre a ameaça de Eva.
— Tudo bem.
— Obviamente eu não cedi à chantagem, isso significa que ela vai ficar muito brava. Provavelmente ela deve estar me procurando ou te procurando para mostrar a filmagem agora mesmo. Eu tinha que te alertar sobre isso, porque meu amor...Quando voltarmos para Dallas, é provável que sua família já tenha visto, e ela vai querer te mostrar também, talvez ela até coloque na internet, não sei. Eu tinha que te contar para que você esteja preparada. — Ele diz com uma voz triste.
Só de imaginar meus pais vendo o tal vídeo...Será que isso vai faze-los mudar de ideia com relação a aprovar meu namoro? Realmente espero que não.
— Não veja, por favor, não veja o vídeo. — Ele pede com um tom torturado. — Não quero que você fique com aquelas imagens gravadas na memória para sempre. Ignore-a, não olhe para o vídeo, por favor, me prometa que você não vai assistir. — Ele está quase implorando, a angustia em seu olhar está me matando.
— Não vou, eu prometo que não vou ver. — Tento tranquiliza-lo. Ele fecha os olhos e solta um suspiro aliviado. Quando ele me olha novamente, o mar antes revolto de seus lindo olhos azuis, está calmo. Ele se aproxima, quebrando a distância antes imposta por ele mesmo. Segura minha mão, e o calor que passa para o meu corpo através do seu é reconfortante.
— Sinto muito, eu não faço ideia do que nos espera quando voltarmos a Dallas. Desculpa por toda a vergonha que você vai passar com sua família, e com os outros se ela resolver compartilhar o vídeo online. Eu queria não ter sido quem eu fui, queria ter sido capaz de ver o que eu vejo agora. Desculpa por tudo o que ela te disse no leilão, desculpa por não ter te passado confiança o suficiente para que você não acreditasse nas palavras dela. Desculpa por ter feito você acreditar que precisava fazer o que você fez ontem para que eu ficasse com você. Desculpa não ser alguém de quem você tem orgulho em apresentar para seus pais, desculpa ter feito você brigar com seu irmão. Desculpa pelo modo que eu te tratei no começo, por ter te feito aquela proposta, eu não deveria, você é especial e merecia muito mais do que eu te ofereci. — É com um aperto no coração que eu vejo as lágrimas escorrerem por suas bochechas.
Levo minha mão até seu rosto e limpo-o.
— Não me peça desculpas, nada disso que você disse importa. O que importa, é quem você é agora, as atitudes que você tem hoje, o homem que você é quando está comigo. E tenha certeza, esse homem me dá muitos motivos para que eu tenha orgulho dele. Eu te amo, Joe, e sou eu quem deve lhe pedir desculpas por ter deixado Eva fazer minha cabeça e por não ter confiado em nós dois.
— Eu te amo, Little Nips. — Sorrio ao ouvir o apelido, ele me chamava assim quando eu era criança. Quem diria que anos depois daquelas tardes onde ele brincava comigo e com Miley, estaríamos aqui, ambos perdidamente apaixonados um pelo outro.
— Eu também te amo, meu amor. — Joe se aproxima mais, fazendo nossos narizes roçarem um no outro.
— Não deixe mais que Eva te faça duvidar de mim, por favor. — Ele pede em um sussurro.
— Não vou.
— Eu te amo, Demi, e pelo amor de Deus, nunca duvide disso, nunca pense, nem por um segundo sequer, que isso possa mudar. — Não consigo dizer nada, não consigo lhe prometer coisa alguma, porque eu sei que as coisas estão prestes a mudar. Joe diz isso agora, mas e quando souber sobre nosso filho? Como ele vai se sentir sobre isso?
Minhas duvidas são deixadas momentaneamente de lado, quando seus lábios macios encontram com os meus. Meus medos com relação à chantagem são esquecidos quando sua língua se encontra com a minha. Minhas inseguranças com relação a sua reação a chegado do bebê se desfazem quando ele me puxa para seu colo e nossos corpos se encaixam com perfeição.
Meu mundo se desfaz quando ficamos nus e ele começa a fazer amor comigo, lenta e apaixonadamente.
— Qual era a segunda coisa que você queria falar comigo? — Pergunto e Joe ri. Ainda estamos deitados preguiçosamente nos braços um do outro depois de fazermos amor.
— Você é realmente muito curiosa, hum? Mas para satisfazer sua curiosidade, precisamos nos vestir e ir lá para fora. — Levanto a cabeça que descansava em seu peito e olho-o curiosa.
— Não dá para falar aqui e agora?
— Não.
— Tudo bem, então. — Levanto-me e começo a me vestir. Joe ri com minha pressa. Ele pede que eu lhe espere do lado de fora, na entrada para o bosque nos fundos da cabana, então é para lá que eu vou. Alguns instantes depois ele aparece. Vestido com uma calça jeans e bota marrom, uma camisa de flanela xadrez azul e um cachecol de caxemira cinza pendendo do seu pescoço. Avalio-o e mordo o lábio inferior, talvez eu não esteja tão curiosa assim e prefira voltar lá para dentro e arrancar suas roupas, de novo.
Ele sorri ao me ver avaliando-o e segura minha mão, entrelaçando nossos dedos. A situação tensa por causa do episódio de ontem totalmente esquecida.
— Vamos? — Ele pergunta com um sorriso largo.
— O que você quer me falar precisa ser dentro do bosque? — Pergunto levantando uma sobrancelha. O que será que ele está aprontando?
— Sem perguntas, apenas relaxe e vamos passear um pouco. Há dois quilômetros daqui, tem um lago muito bonito. — Ele diz e começa a caminhar, me puxando consigo.
Então entramos no bosque, um vento gélido sopra em nossos rostos e eu me aconchego nos braços de Joe, mesmo estando de casaco.
— Isso aqui está lindo demais. — Exclamo olhando a paisagem e encantada com as altas árvores de troncos grossos e arbustos, todos com as folhas amarelas e laranjas.
A cada passo dado em cima das folhas secas, o chão farfalha. Graças ao outono, forma-se um lindo tapete de folhas de um amarelo queimado.
— Adoro o silêncio daqui. Só o barulho do vento e dos animais. — Joe diz parecendo muito feliz em contato com o ar fresco e puro da montanha.
— Também, adoraria ter uma casinha em um lugar como esse, onde eu pudesse passar os feriados e os finais de semana. — Comento.
— É mesmo?
— Aham. — Respondo.
— Eu também, estou adorando esse lugar. Não me importaria de ter uma cabana aqui.
— É um ótimo lugar, e Montpelier é uma cidadezinha tão, mas tão linda.
Continuamos nossa caminhada lentamente, aproveitando do contato com a natureza e conversando sobre diversas coisas.
Joe me guia por um caminho que logo nos leva até uma pequena, rústica e adorável ponte de madeira escura que nos permite atravessar um córrego cheio de pedras verdes de limo.
Depois do córrego, andamos por cerca de mais uns 20 minutos, até que Joe anuncia que estamos chegando.
Conforme andamos, percebo que ele fica mais quieto e mais tenso ao meu lado. Parece nervoso.
Assim que tenho o primeiro vislumbre do lago, descubro o porquê. Um sorriso lentamente se espreguiça por meu rosto e eu corro para ver tudo de perto.
A beira do lago está igualmente cheia de folhas caídas, as águas estão calmas e parecem com um grande manto azul, que reflete a cor do céu.
Em baixo de uma árvore grande há alguns poucos metros da margem, está uma toalha estendida no chão, com algumas almofadas e uma cesta de vime repousando nela. Várias pétalas de rosa vermelha estão jogadas no chão ao redor da toalha, contrastando com a cor das folhas.
— Joe, como você...Quando você...Ah meu Deus, é lindo. — Digo encarando o cenário digno de um filme de romance.
— Surpresa. — Ele sussurra em meu pescoço, seus braços me envolvendo por trás. — Esse era o outro motivo pelo qual eu queria te trazer aqui. Eu queria um tempo só para nós, longe de tudo e de todos, longe de Nick e de quem mais quisesse atrapalhar nosso amor.
— E qual é a segunda coisa que você quer falar comigo? — Pergunto ansiosa.
— Ainda não. — Sinto o sorriso em sua voz. — Venha.
— Como você preparou tudo isso? Quando?
— Eu tenho meus contatos. — Ele diz e pisca para mim.
Sento-me em uma almofada macia e de um tecido azul escuro, Joe se senta na minha frente, a cesta entre nós. Ele a abre e começa a tirar o seu conteúdo e deposita-los em cima da toalha.
Uvas, morangos, amoras, queijo, geleia, pão, biscoitos, bolo e por fim, uma garrafa de vinho e duas taças enroladas em guardanapos de pano.
— Meu Deus... — Digo me esticando para olhar para dentro da cesta. — Isso aí é como aquela bolsa da Hermione. — Digo e ele ri.
— Gostou das minhas escolhas?
— Amei, tudo parece delicioso. — Digo sem conseguir tirar esse sorriso bobo do rosto.
— Que bom. — Ele diz me entregando as duas taças. Joe abre o vinho tinto e despeja em ambas as taças até a metade, deixando a garrafa de lado pega a sua bebida e a levanta no ar. — Um brinde a mim, você e esse lugar onde podemos fingir estarmos em nosso próprio mundo e nos amarmos em paz.
— Um brinde a nós, meu amor. — Digo encostando nossas taças de leve. Disfarço e dou apenas um gole bem pequeno em meu vinho, mas é o suficiente para saborear o gosto delicioso.
Começamos a comer todas as coisas deliciosas que ele trouxe, estou com uma fome monstro, mas tenho a desculpa de estar comendo por dois. Isso me faz lembrar que tenho algo muito importante para lhe contar, mas não agora, depois.
Passo geleia em mais um pão e como. Tudo está tão perfeito, não quero correr o risco de estragar contando para Joe sobre o bebê e ele sair correndo. Então decido fazer isso depois de comermos.
Passamos agradáveis momentos, nos deliciando com a comida e conversando sobre amenidades, nos permitindo esquecer todos os problemas que nos cercam. Permitindo-nos a fantasiar com um mundo só nosso, num lugar lindo e isolado como esse, apenas Joe e eu...Bem, e o nosso filho também.
Depois de comermos e acharmos padrões nas nuvens enquanto estávamos deitados nas almofadas, Joe se levanta e me estende a mão.
— Já quer ir embora? — Pergunto deixando que ele me ajude a levantar.
— Não, quero conversar a tal segunda coisa com você.
— Oh...Tudo bem. — Não sei porque fico nervosa, talvez seja pela seriedade com que ele profere essas palavras e a forma intensa com que me encara.
— Eu também tenho algo sobre o qual gostaria de conversar com você. — Digo sem pensar duas vezes, para não perder a coragem. É agora, eu vou contar.
— Tudo bem, mas eu posso falar primeiro? — Ele segura minha mão e me arrasta em sua caminhada. Deixo que ele me guie e caminho na margem do lago junto com ele.
— É que o que eu tenho para te falar é muito importante. — Digo.
— Eu também. — Ele me olha de uma forma tão séria, como ele nunca havia me olhado antes, então decido o deixar falar primeiro.
— Tudo bem, fale.
— Sinceramente, nem sei por onde começar. — Ele respira fundo e seguimos caminhando lentamente. Alguns momentos passam e quando eu acho que ele desistiu de falar, ele começa:
— Acho que não tem como fazer você entender a grandiosidade da paz e da alegria que você me faz sentir, porque você não sabe como eu me sentia antes de você. Então vou tentar lhe explicar de uma forma bem simples. Eu não sentia nada... — Ele diz olhando para frente e eu sigo olhando o seu rosto de perfil. — Eu sempre amei meus pais, meus irmãos, meus avós, até mesmo alguns poucos amigos, mas mesmo assim, eu sentia que faltava algo. O amor que eu sentia por eles era meio que mecânico, como se fosse algo que tivesse que sentir, entende? É meio difícil de explicar e imagino que seja mais ainda de entender, mas a questão é que eu na maioria da minha vida, me sentia vazio, sentia como se algo estivesse faltando. É um sentimento horrível esse, sabe...Eu olhava o mundo a minha volta e via que apesar dos pesares, todos pareciam acabar encontrando o seu rumo, menos eu. Eu sentia como se fosse um barco à deriva, tinha uma força que me empurrava e empurrava mas que nunca me levava a lugar algum. O mar estava feroz, me balançando, me golpeando com suas fortes ondas, como se quisesse me afundar, me carregar para baixo, e eu resistia, mas com muito medo dele conseguir. Eu me sentia desesperado para chegar até terra firme, para achar um lugar seguro, uma salvação, uma redenção...Você consegue imaginar o tamanho da minha agonia? — Ele olha para mim com um olhar torturado, não deve ser fácil para ele falar sobre isso.
Balanço a cabeça em sinal positivo, sim, eu posso imaginar. Meu Deus, só pelo jeito dele falar já me sinto sufocada, para ele que de fato passou anos se sentindo assim, deve ter sido um inferno.
— Nunca imaginei que você se sentia assim, você sempre pareceu uma pessoa...Feliz.
— E em certos momentos eu até era, mas em outros esse vazio que eu sentia era grande demais para ignorar. Nos primeiros anos da minha adolescência essas sensações sombrias eram mínimas, mas o tempo foi passando e eu fui crescendo. Fui vendo meus amigos se apaixonarem, começarem a namorar, e eu simplesmente não conseguia sentir o que eles me descreviam. Imaginei que era porque eu não havia encontrado a pessoa certa, passeia a imaginar que talvez aquele vazio fosse a falta dessa pessoa especial. Que quando eu a encontrasse, tudo ficaria bem. Mas eu nunca a encontrava, eu nunca nem sequer me interessava por uma garota além de sexualmente, pensar em ficar com uma mesma garota, ter que agir como os meus colegas apaixonados? Não, aquilo me dava pânico. Comecei a perceber os sinais e cheguei à conclusão que alguma coisa deveria estar errada comigo, quanto mais os anos se passavam e eu só conseguia olhar para as mulheres como meros objetos sexuais, fui chegando a conclusão que o problema era com os outros. É muito mais fácil admitir que os outros é quem tem problemas e não você. Conclui que todos a minha volta eram idiotas iludidos, acreditando em algo como amor, monogamia, relacionamentos, e eu era o único que conseguia enxergar que essas coisas não existiam. Afinal, devia eu acreditar em algo que eu nunca havia sentindo e só ouvido falar? O problema é que, todos a minha volta acreditavam nesse sentimento, todos estavam vivendo ele, e ao mesmo tempo em que eu agradecia por não ser mais um idiota apaixonado...Eu queria ser um idiota apaixonado, eu ainda precisava de alguma coisa para preencher esse vazio que eu sentia. Eu queria sentir aquilo que todos diziam sentir, o frio na barriga, a vontade louca e incontrolável de querer ficar com aquela pessoal especial, os sorrisos bobos e a risada frouxa, eu queria muito saber como era sentir isso, mas eu não...Simplesmente não conseguia.
— Então você escolheu ignorar esse sentimento e preencher o vazio com o seu estilo de vida...Hum...Não muito ortodoxo.
— Exatamente.
— E funcionava? Quero dizer, o vazio ia embora?
— Na hora sim, mas depois ele voltava, com mais força. Em algum momento do caminho, eu simplesmente me perdi, Demi. Já não sabia mais o que estava fazendo. Não sabia o porquê era do jeito que eu era. Eu cresci em um lar carinhoso, com pais amorosos, com família e amigos também amorosos. Eu tinha tudo para ser um romântico incorrigível.
Sem que eu me desse conta, acabamos nos afastando muito do lugar onde havíamos feito nosso piquenique, olhei para trás e não conseguia mais ver a toalha onde havíamos sentado. O lago, então percebi, era muito maior do que eu imaginava. De repente eu reparei em algo que não havia visto antes, estava tão absorvida pela confissão angustiante de Joe, que não havia visto que há poucos metros de onde estávamos, havia um pequeno cais de madeira em forma de “T”.
— Sinto muito que você tenha passado por tudo isso. — Digo, mas ele permanece em silêncio. Joe parece também ter reparado no pequeno cais, porque ele nos guia em sua direção.
Chegamos lá e subimos, a madeira escura e velha rangendo sobre nossos pés. A água calma, apenas com ocasionais ondulações. Fico na beira, caso caindo na água, e observo o horizonte. Posso ver as diversas montanhas ao longe, e a vegetação variada que se estende dessa montanha até as outras. O sol está se pondo atrás de uma delas, banhando-me com os últimos raios quentes antes da escuridão da noite chegar.
— Foi você. — Escuto a voz sussurrada de Joe.
— O que? — Olho para meu lado esquerdo, onde ele está parado de olhos fechados e cabeça erguida, também saboreando o conforto que o calor do sol proporciona.
— Foi você... — Ele vira o rosto e me olha. — Você é a minha terra firme, foi você quem me livrou da agonia de ser uma pessoa constantemente com algo faltando. Você é a minha pessoa especial. — Sinto meus olhos se enxerem rapidamente d’água.
— Joe... — Minha voz sai rouca pela emoção. — Isso é a coisa mais linda que alguém já me disse.
— Demi... — Ele vira o corpo e eu imito o movimento, ficando cara a cara com ele, o sol iluminando apenas um lado dos nossos rostos agora. — Você é tudo para mim, meu amor. Eu não sei o que eu faria se te perdesse, nunca vou poder te agradecer o suficiente pela alegria que você me faz sentir. Eu morro de medo de te perder, eu nunca senti tanto medo em toda a minha vida. Imaginar um futuro sem você é como imaginar a terra sem o sol, tudo se tornaria frio, sombrio e sem vida. — Ele segura minhas mãos na sua e as aperta. — Eu me arrependo de como as coisas entre nós começaram, porque você merecia muito mais do que aquela proposta, mas ao mesmo tempo não consigo me arrepender totalmente, porque foi por causa daquela proposta que começamos há passar mais tempo juntos e acabamos nos apaixonando. Uma vez minha mãe me disse que a gente não pode tentar se apaixonar, que isso simplesmente acontece, e que muitas vezes é quando e com quem menos se espera. E que se isso não tinha acontecido comigo ainda, era porque o destino estava me guardando o maior dos amores... O que eu posso dizer? As mães sempre estão certas, não é? — Eu rio. — Ela tinha razão, e agora eu sei o porquê eu nunca me apaixonei antes, era porque eu estava esperando você. — Ouvir suas palavras e ver uma lágrima escorrendo do seu rosto é demais para mim, começo a chorar. Quero dizer algo, preciso dizer algo depois de tudo o que ele me disse, mas não consigo, a emoção fechou minha garganta e eu fico igual a uma boba chorando e encarando-o nos olhos.
— Gostaria de lhe pedir algo, meu amor. Lembra quando eu lhe pedi apenas uma noite? Bem, eu vou ser mais ganancioso agora, e vou lhe pedir todas as noites, pelo resto de nossas vidas. — Ele leva a mão até o bolso da calça e pega algo, observo incrédula ele se abaixando e ficando de joelhos. Levo a mão até a boca e sinto as lágrimas jorrando por meus olhos. — Demi Lovato, você me daria à honra de ser minha esposa? — Ele pergunta segurando um anel lindo, com três pedras ovais de diamante. É perfeito.
Olho-o ainda sem acreditar que isso está acontecendo. Eu não suspeitei de nada, não achei que ele estivesse pronto para dar um passo desses, estamos juntos há pouco tempo e...De repente percebo uma coisa. Isso está indo rápido demais, o Joe que eu conheço, mesmo estando apaixonado, não iria me pedir em casamento apenas alguns meses depois de começarmos a namorar, a não ser que...Mas como, como é que ele descobriu? Miley lhe contou?
— Como é que você descobriu? — Pergunto-lhe, a imensa felicidade que eu sentia indo embora pelo fato de descobrir que ele só está me pedindo em casamento por causa do bebê.
— Descobri o que? — Ele pergunta franzindo a testa.
— O que eu ia te contar hoje. — Digo quase histérica.
— Amor, do que você está falando? — Ele continua de joelhos, mas abaixa a mão estendida que segurava o anel.
— Você está me pedindo em casamento porque você descobriu o que eu iria te contar hoje, não foi? Foi a Miley que lhe contou?
— A Miley...Mas do que você está falando? Ela não me contou nada, eu não faço a mínima ideia do que você pretende me contar. — Vejo a sincera confusão em seus olhos.
“Oh merda, acho que eu acabei de estragar o meu pedido de casamento”. — Não?
— Não. Mas agora estou curioso... — Ele diz se levantando. — O que é que você tem para me contar que você acha ter o poder de me fazer te pedir em casamento?
“Merda, merda, merda! Agora é a hora”.
— Hum...É que...Humm... — Fico balbuciando e não consigo lhe dizer. É muita informação passando em minha cabeça.
Se Joe não sabe sobre a criança, então isso quer dizer que ele realmente quis me pedir em casamento. E eu estraguei o momento mais romântico da minha vida, parabéns Demi.
E ainda por cima, ele vai ficar bravo quando perceber que eu insinuei que ele se casaria comigo só por causa do nosso filho. E não vamos esquecer a sua reação ao fato de ser pai, ele estar pronto para casar significa que ele não vai reagir tão mal assim a noticia da gravidez?
— Demi, fale de uma vez porque você está me deixando assustado. O que está acontecendo, o que você tem para me contar?
— Joe, você...Você vai... — Deus, porque isso é tão difícil? Eu sou tão covarde!
— Eu vou... — Ele me incentiva a continuar.
— Você vai ser...Pai. — Digo baixinho, quase em um tom de desculpas. Encolho-me prevendo sua explosão, mas os gritos não vêm, ele apenas fica parado como uma estátua. Sua única reação perceptível foi os olhos arregalados, e talvez e leve palidez que tomou conta do seu rosto.
Ele fica vários segundos sem se mexer ou falar algo, e eu com medo de deixa-lo mais nervoso, fico quieta, apenas desejando que um buraco se abra e me engula.
— Eu...Eu vou ser...Pai? — Sua voz sai rouca, mas com nenhum sinal de que ele está bravo comigo.
— Sim.
— Ah meu Deus, não acredito nisso. — Ele diz se curvando e apoiando as mãos no joelho, respirando com dificuldade.
— Sinto muito, Joe, eu estava tomando pílula e...Por favor, não brigue comigo, eu sei que você não deve querer um filho agora, desculpa mas...
— Como assim, desculpa? Você está me dizendo que sente muito por me dar a noticia mais maravilhosa da minha vida? — Ele endireita a postura e parece respirar mais uniformemente agora. Um sorriso largo se espalha por seu rosto e seus olhos se enchem de lágrimas.
— Demi, meu amor...Meu Deus, você está mesmo grávida?
— Estou. — Respondo olhando confusa com sua reação. Ele está em choque?
— Ah meu Deus. — Ele esconde o rosto nas mãos e começa a chorar.
— Você está...Feliz? — Pergunto hesitante. Ele enxuga o rosto na blusa e me olha confuso, mas ainda com um sorriso no rosto.
— Você não? Meu amor, nós vamos ter um filhinho, meu Deus do céu, feliz é pouco para descrever o que eu estou sentindo. — Ele ri e chora mais. Ele se ajoelha novamente, mas dessa vez é para beijar minha barriga.
Ele abraça minha cintura e espalma a mão em meu estômago, por baixo de minhas roupas.
— Um filho...Oh meu deus, ou uma filha, pode ser uma menina. A minha princesinha. É isso, nós vamos ter uma princesa, meu amor, tenho certeza, é uma menina.
— Joe, não tem como saber ainda. — Respondo sorrindo aliviada e emocionada com seu jeito carinhoso.
— Eu sei, eu sinto...Tem uma princesinha crescendo aqui. — Ele levanta minha blusa e beija minha barriga várias vezes. — Nós vamos ter uma filhinha, meu amor, e ela vai ser linda como você. — Ele levanta o olhar, encontrando-o com o meu, ambos sorrimos e choramos.
Acaricio seus cabelos enquanto ele beija e acaricia minha barriga. Rio quando ele começa a se apresentar como sendo o pai, é estranho ter ele assim de joelhos e se apresentando para a minha barriga.
— Eu sou seu pai, minha princesa. E eu vou cuidar de você para sempre, nunca vou deixar ninguém te fazer mal. — Joe fica muitos minutos assim, ajoelhado, abraçando e beijando minha barriga.
Quando ele finalmente se levanta, me puxa para um abraço e me beija com tanto amor e adoração, que sinto meu coração inflar e bater descompassado.
— Meu amor, ah meu amor... — Ele enche meu rosto de beijos. — Obrigado por me fazer o homem mais feliz do mundo. Eu prometo que vou cuidar de vocês duas para sempre, não vou deixar que nada de mal aconteça com a minha família. Vocês são todo o meu mundo, eu te amo, e já amo essa criança com todo o meu coração. Obrigado, Demi, obrigado.
Envolvo meus braços bem apertados envolta dele e beijo o homem da minha vida. Estou tão feliz com a reação de Joe, depois disso, estou me sentindo tão boba por ter ficado paranoica com como ele reagiria.
— Eu te amo, Joe. Desculpa ter estragado o seu pedido de casamento.
— Eu também te amo, meu amor. Não precisa pedir desculpas, você me deu a melhor noticia do mundo, eu estou radiante. — Ele se afasta um pouco e me olha com o seu sorriso de gato Cheshire. — Mas você não me respondeu, então vou pedir de novo.
— Você quer se casar comigo, meu amor? — Ele pergunta se ajoelhando pela terceira vez, estendendo mais uma vez o anel.
Sorrio e balanço a cabeça. É claro que eu quero me casar com Joe, ele é o homem da minha vida, aquele que eu quero ao meu lado para sempre.
— Sim, eu quero mais que tudo me casar com você, Joe. — Ele solta uma exclamação aliviada e eu rio, ele se levanta e coloca o anel em meu dedo, não tenho tempo para observar como ficou em minha mão, pois Joe mais uma vez me enlaça e me puxa para um beijo apaixonado.
Deus, eu posso jurar que de uma hora para a outra eu fui transportada para o paraíso. Não quero que esse momento acabe nunca.


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