2.11.15

Minha Dupla Vida - Capitulo 9


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EU ESTAVA tremendo, e não era por causa da temperatura ali fora.

O ar frio do Pacífico roçava minha pele exposta, o toque de umidade se transformando em vapor assim que se aproximava da minha pele aquecida. Então eu definitivamente não estava com frio. O tremor era resultado direto das palavras de Joe. E do olhar dele.

Deus. Do. Céu. O olhar dele.

Será que eu estava caindo de amores por ele? Percebi pela primeira vez o quão apropriada era esta metáfora: “caindo.” Porque o sentimento era exatamente como a queda livre de uma montanha-russa imensa, sabendo que seria uma viagem assustadora para baixo. Ainda assim, não conseguia abandonar o passeio agora. Eu tinha pedido por isso, não tinha?

Então as mãos dele já estavam em mim e comecei a descida vertiginosa. Sensações rugiam em meu corpo até minhas terminações nervosas comandarem o espetáculo. A boca quente de Joe na minha, a língua deslizando na fenda dos meus lábios em um apelo erótico. Meus dedos agarrando as lapelas do paletó dele, um esforço para permanecer de pé, já que meus joelhos tinham derretido.

Eu sabia que iria ficar quase nua ao final da minha dança, mas não sabia que me sentiria tão nua. Ficar perto de Joe enquanto ele permanecia vestido, e eu praticamente sem roupa, me causava uma sensação quente, sexy. Rebolei um pouco, gostando do leve atrito do sobretudo de lã contra minha pele desnuda. E, claro, fui recompensada pelo meu esforço árduo com aquilo que estava sob a braguilha dele.

– Vamos entrar – resmungou ele num tom que implicava que eu não devia discutir.

Até parece.

Joe tirou o paletó antes que eu pudesse piscar e o colocou em volta em meus ombros. Confusa, percebi que ele olhava para trás enquanto me empurrava para sairmos de debaixo do caramanchão. Não havia casas nos arredores da costa e nem vizinhos para fazer fofoca, afinal estávamos em um penhasco que se projetava para uma garganta. Mas com luzes visíveis abaixo de nós, talvez ele estivesse preocupado que alguém pudesse me ver enquanto corríamos em direção à casa.

O quão atencioso era isso?

Assim que pensei no assunto, tive um lampejo de preocupação. E se ele simplesmente não quiser ser visto comigo? Mas eu sabia que isso era coisa da antiga e insegura Demi. Esse tipo de pensamento permanecia em meu reflexo principal, tinha perdurado durante toda minha vida, por isso era difícil de ignorar. No entanto, eu iria ignorá-lo. Nada iria me roubar desta noite com Joe. Ele fazia mais do que apenas me desejar.

Ele se importava comigo.

Dava para sentir isso em seu toque. Enxergar isso em seus olhos.

Quando nos aproximamos da casa, moderna e quadrada, construída em quatro níveis diferentes, algumas das janelas estavam iluminadas, e notei muita madeira clara e cromo. Luminárias pesadas pareciam saídas diretamente de alguma fábrica. Eram elegantes e tinham um visual industrial, assim como as escadas emborrachadas e as bancadas de aço inox na cozinha. Mas não seguimos para a seção principal da casa.

Joe nos guiou para outro pátio cercado por árvores de gardênia. Ele abriu uma porta de tela para que pudéssemos entrar em uma porta francesa, dando para uma imensa suíte. O fogo ardia atrás de um gradeado preto aberto em ambos os lados. Uma lareira elegante de pedras o cercava, se projetando para o quarto. Uma colcha cinza cobria a cama king-size, e havia uma pintura de uma papoula vermelha em uma parede, mas essa era a única cor em contraste às paredes neutras e o piso claro de bambu.

Era como entrar em um sonho. Aquela casa linda e vazia no alto de um penhasco era um lugar distante da realidade, um lugar ao qual eu não pertencia. Mas daí, todo meu tempo com Joe parecia assim. Ele era minha realidade alternativa. Estar com ele despertava algum animal sensual latente em mim, e eu adorava a sensação. Provavelmente foi por isso que tentei dançar de novo hoje à noite, para recriar a magia daquela primeira vez.

Joe tirou o paletó dos meus ombros com o mais leve dos toques. Seu olhar cheio de cobiça percorreu meu corpo, e me esqueci de sentir qualquer coisa além da alegria de estar com ele. Eu não iria recuar daquela química mágica. Eu não iria me privar de Joe Fraser.

Então o abracei e o beijei como se não houvesse amanhã.

Perdi-me naquele beijo. Nele. Derreti-me nele, vasculhando botões de camisa e me enfiando em suas mangas para tocar a pele quente. Joe não seria capaz de se despir rápido o suficiente para mim. Talvez eu tivesse esgotado toda minha paciência em meu próprio striptease.

A camisa e o paletó atingiram o piso de bambu em um lampejo. O cinto deslizou facilmente, bem como o zíper das calças. Incitei-o a deitar na cama, tirando as meias ao mesmo tempo que puxava a cueca boxer para baixo. Então a boca dele envolveu meu seio, e não consegui me concentrar em mais nada. Senti a leve provocação da língua dele ao redor do cume, e então ele me tomou entre os lábios e pincelou o mamilo teso com a língua.

Era quase como se ele tivesse me tocado entre as coxas, porque um calor morno começou a vibrar ali também. Urgente agora, levei as mãos aos seios para desabotoar o sutiã, que já estava deslizando pelo meu tórax.

Ouvi um gemido baixo de Joe, um estrondo predatório em desacordo com seu comportamento urbano habitual. Sabia que ele devia estar totalmente no limite, e aquilo já era inebriante por si só. Senti-me privilegiada por vê-lo assim, despido da famosa personalidade pública. Para mim, ele era simplesmente Joe. Meu amante extraordinário.

Ele me carregou e me levou para a cama, me espiando com um olhar sombrio, faminto. Meus dedos dos pés se contraíram quando olhei para ele à luz da lareira, seu corpo lindo revelado. A cama debaixo de mim era tão macia, o homem pairando acima de mim estava tão rijo. Eu mal podia esperar para senti-lo em cima de mim, sua força contra as minhas curvas. Com Joe, não havia nenhum constrangimento. Sentia-me feminina. Mulher. Sexual. E ai, meu Deus, como o desejava.

Joe se demorou tocando cada parte de mim com uma atenção minuciosa que nunca havia sonhado que qualquer homem teria paciência para apresentar. As mãos acariciavam e passeavam, massageando para dissipar toda a tensão persistente. Beijos quentes em meus seios se misturavam ao apalpar hábil de seus dedos pelos meus ombros, pelos meus braços, até darmos as mãos. Apaixonado e terno ao mesmo tempo. Talvez fosse egoísta da minha parte, mas me perdi na felicidade de sua devoção indivisível para mim, para meu prazer.

Ele encontrou zonas erógenas em lugares que eu nunca teria imaginado que alguém iria notar, acariciando com dedos hábeis até eu estar no limite do orgasmo. Quem teria imaginado que a sola do pé poderia ser tão incrivelmente sensível? Mas quando ele apertou o polegar ali, me beijando o tempo todo até chegar à parte interna da minha panturrilha, derreti. Simplesmente derreti.

Quando ele me cobriu e penetrou fundo, flutuei em segundos.

Vi estrelas detrás de meus olhos fechados, pontinhos de luz que estouravam em flashes brilhantes conforme eu chegava ao ápice sem parar. Acho que fiquei me segurando por tanto tempo que ficou impossível esperar mais um segundo assim que o senti grosso e certeiro dentro de mim. Agarrei-lhe os ombros, cravando os dedos profundamente em sua pele para mantê-lo bem junto a mim.

Meus quadris requebravam ao encontro dele, torcendo até a última gota em meio aos tremores pós-orgasmo, e sim, eu gostei para diabo do jeito como meu corpo em movimento junto ao dele o fez gemer de aprovação. Da forma como a respiração quente de Joe acelerou contra meu pescoço enquanto eu, sim, a Demi gaga e tímida, deixei aquele homem magnífico absolutamente louco de desejo.

Deus, sim.

– Demi. – Ele sussurrou meu nome ao meu ouvido direito antes de encontrar o próprio alívio, a palavra repleta de uma ternura que eu não esperara depois da maneira como nos provocamos e tentamos um ao outro durante a noite inteira.

Ele ancorou meu corpo ao dele, nos selando juntos por longos instantes, nos quais compartilhamos o mesmo fôlego. O mesmo ritmo cardíaco.

Logo depois, eu não conseguia me mexer. O prazer lânguido deixava meus membros pesados, e eu estava esparramada debaixo de Joe, ofegante. Aspirei o cheiro dele, nosso cheiro, e absorvi o contato com o homem lindo e cálido ao meu lado.

Disse a mim para não pensar no fato de estar me apaixonando por ele. De que eu já havia começado a espiral descendente antes mesmo desse encontro incrível. Adverti-me para não atribuir significado demais ao sexo inebriante. Só porque tinha abalado o mundo de Joe, fisicamente falando, não significava que ele nutria sentimentos profundos por mim ou mesmo planos de longo prazo, não é? Jurei não ficar obcecada sobre o significado dessa noite juntos.

Eu estava ali para aproveitar o momento com ele pelo tempo que durasse. Não podia perder meu coração para um homem de um mundo tão vastamente diferente, um homem cuja vida era vivida aos olhos do público. Ainda assim, mesmo que tentasse não pensar no futuro, uma pequena parte de mim já estava prevendo manhãs preguiçosas de domingo nos braços dele. Noites cintilantes onde nós guiávamos a orgasmos frenéticos…

Para silenciar o desejo feroz subindo dentro de mim, reuni meu orgulho e independência e corajosamente me afastei dele. Não o suficiente para soar como uma rejeição, apenas o suficiente para resfriar o ar ainda aquecido entre nós. Fiquei de lado para olhar para ele, seu perfil tão convincente quanto o restante do corpo. Coloquei minhas mãos debaixo do travesseiro dobrado para não ficar tentada a tocá-lo.

– Você pode ficar? – perguntou ele, se deitando de lado também. – Não pensei em perguntar isso antes, pois estava tão feliz por finalmente vê-la de novo. – Ele passou a mão pelo meu cabelo, fazendo-me perguntar como estava meu visual.

Um desastre, provavelmente.

Mas suas palavras sugeriam que ele não me achava desagradável. De jeito nenhum. Mencionei que me sentia como uma deusa do sexo com todas aquelas endorfinas fluindo em meu corpo? Essa sensação pode se tornar viciante.

– Eu vim de carona até aqui – lembrei-lhe, grata por poder passar a bola para ele acerca da complicada questão sobre passar ou não a noite. – Então cabe a você decidir quando vou embora.

A maneira como ele franziu a testa me fez pensar que fui muito insolente. Mas daí a expressão dele suavizou.

– Acho que vou manter você como refém mais um pouco então. – Joe alisou uma mecha do meu cabelo entre o polegar e o indicador. – Demorou muito tempo para eu conseguir encontrar você esta semana. Seu trabalho deve manter você bem ocupada.

Tínhamos ficado três dias sem nos ver. Fiquei feliz em saber que não era a única pessoa ansiosa depois do primeiro encontro.

– Assumi novas responsabilidades no trabalho. – Dada a forma como queria me aninhar no peito dele e me esquecer do mundo, achei que seria uma boa ideia falar sobre meu trabalho. Melhor do que admitir o quão louca estava por ele.

– E isso é bom? – Ainda segurando aquela mecha de cabelo, Joe usou as pontas como um pincel, passando-a no meu ombro.

Tive de pensar na pergunta dele por um momento. Por um lado, gostava do que estava fazendo; por outro, não tinha certeza de como me sentia sobre a nova função sem um aumento de salário.

– É empolgante. Estou na Sphere há quase três anos, executando a mesma função. Pensar em uma nova faceta da empresa vai ser interessante. – Expliquei-lhe sobre meu papel anterior nos bastidores e sobre minha apresentação iminente para um cliente. – É tudo mais lisonjeiro ainda para mim por causa dos meus problemas de fala.

– Isso não a deixa tensa?

– Um pouco. Mas depois de dançar no Backstage, acho que posso lidar com alguns riscos novos. – Meus olhos tinham sido abertos naquela noite. Eu não ia voltar para meu estilo de vida passivo, do tipo “aceite o que a vida lhe oferece”.

– Que bom para você. – Joe soltou meu cabelo, e estremeci diante do modo como ele roçou pelo meu braço, pelas minhas costas, para então se apoiar no travesseiro atrás de mim. – Você já pensou em aulas de atuação?

Aquilo me fez soltar uma gargalhada surpresa.

– Hein?! Sou uma pessoa de números, não uma aspirante a Hollywood.

– Às vezes aulas de teatro podem ajudar as pessoas que ficam tensas diante de uma plateia. Elas podem diminuir o nervosismo e ajudar a relaxar.

– Sério? – Tentei me imaginar no programa de entrevistas Inside the Actor’s Studio e falhei. – Já é difícil o bastante ficar de pé na frente de dez pessoas em meu escritório. Não acho que seria capaz de lidar com uma aula na frente de estranhos.

– É só uma ideia. – Ele deu de ombros antes de se virar para pegar um controle remoto que reduzia a chama da lareira. O quarto ficou mais escuro.

– E você? Você também andou bem ocupado nesta semana. Como está seu trabalho?

Joe nos cobriu com o lençol, verificando atrás de mim, para ter certeza de que eu estava totalmente coberta. Meu coração se apertou perante a doçura dele. Ele me puxou para mais perto, a fim de que eu pudesse aninhar a cabeça no bíceps dele.

– Quase todos os meus clientes estão trabalhando agora. Aquele cara que arrastei para o show no Backstage… Eric Reims? Ele vai conseguir um grande papel na semana que vem. Posso sentir isso.

– Mesmo? – Tentei me lembrar do rosto do ator, mas minhas recordações daquela noite se concentravam no homem que estava ao meu lado na cama.

– Sim. O departamento de elenco do filme está louco por ele, e o diretor acabou de me avisar que quer outra reunião. – Joe assentiu com satisfação, como se isso fosse a prova de que precisava. – Uma vez que Eric conseguir o papel, sobrarão só dois adolescentes para os quais preciso encontrar trabalho.

– Então toda sua agência de talentos representa os atores originalmente contratados para o filme que seu pai boicotou? – Eu tinha lido muito sobre os negócios de Joe enquanto estava preparando os relatórios da Sphere para Selena. Sabia o básico sobre o conflito com o pai.

– E mais alguns que conheci desde então. Mas todos estão trabalhando agora, exceto os dois últimos. Uma vez que encontrar trabalhos sólidos para eles, poderei prosseguir.

Uma brisa fresca soprava pelas portas francesas abertas, fazendo com que as chamas na lareira vacilassem e estalassem.

– E abrir o estúdio sobre o qual você não quer que ninguém saiba. – Não consegui resistir e rocei meu rosto na pele quente do braço dele. Era fantástico como um músculo tão duro podia ser um travesseiro tão macio.

– Sim. – Ele ficou tenso, e o fitei para ver sua expressão. – Embora agora eu esteja em dúvida sobre meu primeiro projeto, pois meu pai comprou os direitos para filmar uma história parecida com a que eu queria fazer… Ele parou de falar o que quer que estivesse a ponto de dizer, a mandíbula contraída.

Tentei outra abordagem:

– Por que você acha que ele faz esse tipo de coisa? Contei que minha mãe sempre foi dura comigo também. Mas ela nunca… me frustrou tão ativamente.

Uma perfeccionista por natureza, minha mãe sempre se mostrara decepcionada com o que considerava serem meus defeitos perpétuos. A gagueira era apenas um exemplo. Minha falta de ambição, meu guarda-roupa, minha franja comprida… havia muitas coisas das quais ela não gostava. Mas ao mesmo tempo que reclamava dessas falhas, não queria me ver fracassar. Que estranho o pai de alguém querer isso.

JOE DEMOROU um tempo para responder. Ele não tinha certeza do quanto deveria compartilhar, para começar. E também estava surpreso por Demi ter feito aquela pergunta.

A maioria das pessoas queria saber mais sobre Thomas, o cineasta independente rico que tinha deixado sua marca no ramo após ser criado por pais adotivos em uma região humilde de Oakland. Thomas Fraser era uma lenda, uma encarnação real do sonho americano. Esse era um tema que ele havia revisitado muitas vezes em seus filmes, também. Era carismático e amado pela mídia, independentemente do fato de ter sido um pai rígido.

– Tem a ver com essa coisa de ele ter vencido na vida sem a ajuda de ninguém. – Joe tinha ouvido muito sobre isso durante a infância e a adolescência. – Meu pai teme que, se não desafiar os filhos, seremos fracos. Ele nunca acreditou em subsídios quando éramos jovens, e não acredita em nos ajudar com qualquer coisa agora que estamos crescidos.

Nem mesmo com o crédito em um filme pelo qual Joe trabalhara duro. Nem mesmo o reconhecimento por um trabalho bem-feito.

Joe mudou de posição na cama para se deitar de costas, levando Demi consigo. Ela pôs o cotovelo no peito dele e apoiou a cabeça na própria mão. O cabelo escuro estava esparramado sobre Joe, indo até os quadris e despertando-o, ignorando que ele provavelmente estava bem saciado. Por enquanto, pelo menos. Mas mesmo uma conversa sobre seu pai não poderia diminuir a intensidade da agitação depois do melhor sexo de sua vida.

– Talvez ele ache que esteja ajudando. Ou talvez tenha seguido esse padrão de comportamento por tanto tempo que não sabe como se relacionar com você de outra maneira. – Demi ofereceu um sorriso tímido. – Mas de repente são meus anos de terapia falando mais alto.

Joe odiava saber que a mãe de Demi a levara àquele ponto, mas ela parecia confortável com essa parte de seu passado.

Muito mais confortável do que o próprio Joe sentia-se sobre o pai.

– Eu ficaria surpreso se houvesse alguma forma de meu pai enxergar suas atitudes como úteis.

– As pessoas são capazes de racionalizar um monte de coisas. Você é um cineasta independente. Provavelmente sabe que somos os protagonistas de nossos próprios dramas, certo?

Ele balançou a cabeça, intrigado com aquela mulher. O que tinha começado como forte atração física tornava-se mais interessante a cada momento.

– Então seu pai provavelmente pensa que você precisa dele para fazer sucesso.

Joe achava difícil acreditar naquilo, e ainda assim… certamente era uma explicação mais afável para as atitudes de Thomas do que ele já tinha creditado ao velho.

– Talvez. Mas tendo a pensar que ele é apenas obsessivamente competitivo. – Joe suspirou e dobrou o travesseiro sob a cabeça, para poder ver Demi melhor. – Sei que ele acredita que nossa mãe nos mimou… O que era impossível, uma vez que não a víamos mais do que algumas semanas por ano… E ele acha que é função do pai ser duro com os filhos.

– Pergunto-me como teria sido se ele tivesse uma filha. – Demi traçava círculos ociosos na pele de Joe, e ele pensou em interromper a conversa com um beijo.

E algo mais.

– É difícil dizer. – Embora ele supusesse que seria mais do mesmo. A recusa em elogiar qualquer conquista. A pressão contínua para se esforçar mais na vida.

– Seus irmãos não são casados?

Joe acariciou o cabelo dela. A pele quente do ombro.

– Não. – Ele não conseguia imaginar nenhum de seus irmãos se estabelecendo num casamento. Eles gostavam demais da vida de solteiro.

E depois dessa noite com Demi, Joe fora fortemente lembrado de por que precisava arranjar algum tempo na vida para mulheres. Mais especificamente, tempo para Demi. Ela era… incrível. As lembranças da dança para ele, rodopiando pelo pátio usando apenas os véus, ficariam gravadas em seu cérebro para sempre.

– Você já chegou perto alguma vez? – O sussurro gutural funcionava como uma outra espécie de toque, o som deixando-o excitado novamente. Já.

– O quê? – Ele perdeu o fio da conversa enquanto imaginava nitidamente como eles poderiam passar o restante da noite juntos.

– C-c-casamento – esclareceu ela, pigarreando quando tropeçou um pouco na palavra. – Alguém já tentou você a esse ponto?

Ele desejou muito tê-la beijado antes de a conversa seguir para aquele rumo. Tinha certeza de que também não era capaz de dizer a palavra com “C” sem gaguejar.

– Uma vez. – Joe definitivamente não queria discutir isso. Cruzando os dedos, tentou virar a mesa: – E você?

Demi franziu a testa, baixando os cílios para esconder os belos olhos. Ela estava mesmo magoada porque ele não quisera contar nada sobre Heather? Joe já estava lamentando a reviravolta abrupta daquela conversa. Independentemente de querer manter as coisas descomplicadas entre eles, Joe lhe devia mais do que uma resposta monossilábica e concisa após o que tinham compartilhado.

Mas então Demi encontrou o olhar dele e sorriu.

– Eu? Você está brincando? – Ela se jogou de costas ao lado dele e passou um braço ao redor da cintura máscula. – Definitivamente, não sou do tipo que nasceu para se casar.

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Gente cadê vocês? Os comentários estão muito poucos.
Quero mais que 4 comentários pro próximo capítulo. 
Acho que vocês não estão gostando.
xoxo

6 comentários:

  1. Sorry, sorry, sorry. O meu pc estragou-se e não me deixa aceder à net. Mas quero que saibas que estou adorando a história e que quero mais, mais e mais :)
    A Demi já está caidinha (hehe) pelo Joe e ele cada vez mais se fascina por ela, os encontros deles estão a aquecer demais. Mas percebo porque o Joe ainda tem receio de falar sobre o que passou com ele e com essa tal Heather...

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  2. Amei o capitulo....... o Joe quer algo serio com a Demi.
    Ele ta caidinho por ela <3 <3
    Posta Mais!!!!!!

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  3. Amei tbém!!! Eles ja estão completamente apaixonados um pelo outro.... e eu por eles..... será que o pai dele vai fazer alguma coisa pra separar os dois? Continua logooo por favor!!!

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  4. Tbém estou desconfiada desse pai, se é que se pode chamar esse homem de pai nè? Estou encantada por esses dois. Essa história é lindaaaa! Posta mais!
    Nanda

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  5. Posta logo! e esses dois tem que se declarar logo

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  6. Caraca que hot foi esse? E a cumplicidade dos dois depois? Que fofos! Certeza que esse pai ordinário vai aprontar. Posta mais.

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